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Clínica de Ruminantes A F E C Ç Õ E S C A R D I O C I R C U L A T Ó R I A S INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC): É uma síndrome clínica, em que o miocárdio é incapaz de manter o débito cardíaco. Mecanismos compensatórios demasiadamente ativados. Pode estar relacionado com: doença valvular (congênita, estenose ou insuficiência), doença miocárdica (miocardite, degeneração, congênita ou hereditária), doença pericárdica, hipertensão (rara) ou defeitos congênitos que resultam em desvios (vasculares ou septais). Consequências: disfunção contrátil (insuficiência sistólica), enchimento inadequado (insuficiência diastólica), fluxo obstruído (estenose válvulas) e fluxo regurgitante (insuficiência válvulas). Sinais clínicos iniciais: desconforto respiratório em exercício suave, demora para respiração e pulso retornarem ao normal, FC em repouso levemente aumentada e baixa condição corporal. Defeito do septo ventricular; Persistência do ducto aórtico; Tetralogia de Fallot; Todas s/ tratamentos viáveis. Dependem das dimensões do defeito e da direção do sangue desviado, normalmente da esquerda para direita, sopro sistólico, letargia, dispneia, intolerância ao exercício, sinais de insuficiência cardíaca congestiva. Assintomático. Sopro agudo e contínuo, cianose (raro), sobrecarga ventricular direita, dilatação inicial, hipertrofia. Assintomático. Cianose. DEFEITOS CONGÊNITOS: Sinais clínicos: Defeito do septo ventricular: Persistência do ducto aórtico: Tetralogia de Fallot: ALTERAÇÕES VALVARES: Normalmente adquiridas em animais adultos, possuem origem degenerativa, infecciosa, inflamatória ou traumática. Não possuem sinais clínicos. Clínica de Ruminantes A F E C Ç Õ E S C A R D I O C I R C U L A T Ó R I A S Crônica local: dor pouco aparente, marcha difusa e liquido peritoneal aumentado. Aguda difusa: toxemia, FC e decúbito. Tratamento: Penicilina: 22.000-33.000 UI/kg, BID. Ovinos: 20.000-45.000 UI/kg, SID, IM Ampicilina: 10-20 mg/kg, BID. Furosemida: 0,5 mg/kg SID ou BID. RETÍCULO PERICARDITE TRAUMÁTICA: Sinais clínicos: baixa produção, baixa movimentação e alimentação, arqueamento do dorso, febre. Diagnóstico: radiografia, ultrassonografia e provas de dor. Tratamento: imobilização do animal e aclive, antibacterianos parenterais e intra-peritoneal ou cirurgia. Profilaxia: ímãs e limpeza dos pastos, cercas, moinhos e rações. HEMORRAGIA: Causada por ruptura espontânea ou traumática de grandes vasos, feridas cirúrgicas e/ou distúrbios na coagulação. Sinais clínicos - ICCD: ↑ FC e FR, veias superficiais ingurgitadas, veia jugular ingurgitada e apresentando pulsação, hidrotórax, hidropericárdio, ascite, edema, diminuição da urina, perda de apetite, apatia e depressão. Sinais clínicos - ICCE: ↑ FC e FR durante repouso, tosse, crepitações úmidas na base dos pulmões, aumento de som maciço à percussão, das bordas ventrais dos pulmões, dispneia intensa e cianose. Patologia clínica: aspiração de líquido em cavidades, transudato edematoso podendo ter ↑ proteínas. Urina concentrada, com proteinúria. Tratamento: melhorar a contratilidade com glicosídeos digitálicos, digoxina (2,2 mg/100kg). Diuréticos (furosemida 0,5 mg/kg). ENDOCARDITE: Sinais clínicos: queda de apetite e produção, febre intermitente, taquicardia, sopro e sinais de IC. Diagnóstico: sopro, IC, taquicardia, ultrassonografia. Clínica de Ruminantes A F E C Ç Õ E S C A R D I O C I R C U L A T Ó R I A S EDEMA: Causado por aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão osmótica, obstrução do fluxo linfático e lesão vascular de vasos de pequenos calibres. É um distúrbio na troca de líquidos entre capilares, espaço tissular e vasos linfáticos, resultando em acúmulo de líquido no espaço tecidual. Sinais clínicos: anasarca, ascite, distensão do abdômen, edema de membros, hidrotórax, edema pulmonar, dipneia, crepitações, secreção nasal espumosa e hidropericárdio. Patologia clínica: exame citológico da amostra de líquido, ausência de células inflamatórias, hipoproteinemia sérica e alterações hepáticas. Tratamento: correção da doença primária. Suporte (restrição de sal, diuréticos, espiração de líquido). A hemorragia é a perda de volume sanguíneo, proteínas plasmáticas e hemácias. Pode ser aguda por insuficiência circulatória periférica e anóxia anêmica. São menos graves quando mecanismos compensatórios mantém volume, porém há anemia e ↓ pressão osmótica. Sinais clínicos: palidez das mucosas, fraqueza, decúbito, pulso rápido, extremidades frias, hipotermia, respiração profunda e coma. Tratamento: determinação da causa e correção. Reposição de volume sanguíneo (transfusão sanguínea) e administração de líquidos depois do controle hemorrágico (solução salina hipertônica).