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Febre sem sinais de localização Febre que acomete um paciente, no qual, após exame físico e anamnese, não é possível identificar um foco causador da febre. ● Febre: sinal ou sintoma? → SINAL ● É uma resposta imunológica que tem como objetivo controlar uma infecção ou inflamação, mas aumenta o consumo celular por oxigênio, frequência cardíaca e frequência respiratória. Desequilíbrio entre substâncias criogênicas → abaixar a temperatura e pirogênicas → aumentar a temperatura, tudo isso depende do núcleo préoptico do hipotálamo. ○ Indutores pirogênicos: A resposta inflamatória ativa linfócitos e macrófagos, que produzem pirógenos endógenos, dando o sinal as fibras préopticas do hipotálamo anterior, o que leva a síntese de prostaglandinas E2, que atua nos mecanismos de vasoconstrição e piloereção, secreção de adrenalina (aumento da frequência cardíaca) e calafrios, resultando na elevação da temperatura corporal (FEBRE). ● Febre é muito comum em unidades de emergência (cerca de 40% das consultas). Dos pacientes diagnosticados com febre, 20% terão febre sem sinais localizatórios. As causas mais comuns de febre sem sinais localizatórios são: infecciosas, não infecciosas, pós-vacinal, drogas e intoxicações, neoplasias, colagenoses, endócrinas. Conceitos: ● Febre: elevação da temperatura corpórea em resposta a um estímulo ● FSSL: Febre há menos de 7 dias e ao exame físico e laboratoriais, não foi possível identificar foco infeccioso ou inflamatório. Tº axilar > 37,8ºC sem foco infeccioso após investigação. ○ OBS: Quando a febre dura por mais de 7 dias, esta passa a ser chamada de febre persistente/febre de origem indeterminada. ○ OBS: Doenças febris de causa bem definida e crianças febris com hemocultura positiva NÃO TEM FSSL. ● Bacteremia oculta (infecção de corrente sanguínea): bactéria em hemocultura numa criança com FSSL e que esteja clinicamente bem o suficiente para ser tratada em nível ambulatorial. ○ Patógenos mais comuns: Streptococcus pneumoniae (70%); Haemophilus influenzae tipo B (<5% → por conta da vacinação); Neisseria meningitidis (5%) e Salmonella sp (5%). Dados importantes da anamnese: ● Idade (dividem em: até 28 dias; 29 dias a 3 meses e 3 meses a 36 meses). ● Temperatura (também existe uma divisão: <39º C → alto resolutiva (provavelmente); >39º C (provavelmente tem infecção bacteriana e as chances de fazer bacteremia oculta aumentam). Fatores de risco para bacteremia oculta: ● Idade: quanto mais jovem, maior a chance (por conta do amadurecimento do sistema imunológico) ● Temperatura: o risco de bacteremia oculta aumentam com o aumento da febre ● Resposta a antitérmicos: quando a temperatura não reduz, provavelmente há produção maciça de mediadores inflamatórios produzindo prostaglandina E2 ➔ Paciente que preocupa: ◆ Menores de 36 meses ◆ Febre >39º C ◆ Baixa resposta ao antitérmico ◆ Fatores de risco ◆ Escore de Yale > 10 OU toxemia (toxemia = exame) Exame físico: Escala de Yale → 5 dados do exame físico que devem ser observados, sendo que cada dado alterado corresponde a 4 pontos Como investigar: Exame Observação Hemograma Provas de Fase Aguda Hemocultura Urina I + bacterioscopia (bacterioscopia) Cultura de urina e fezes Coleta de urina por punção suprapúbica ou cateterismo em crianças sem controle urinário. Quando colhida por saco coletor, tem altas taxas de falso-positivo, mas valor preditivo negativo elevado. Fezes com sangue ou muco ou leucócitos fecais ≥ 5/campo RX de Tórax Líquor ➔ Desses exames, hemograma, PCR e urina I fazem parte da triagem para FSSL e DEVEM ser realizados. Os demais serão realizados de acordo com o resultados dos 3 exames listados anteriormente. Manejo da FSSL: Depende do nível sociocultural do paciente; proximidade do serviço; aquisição da medicação; confiabilidade e condições de retorno. Apesar do protocolo, devemos adaptar o manejo de acordo com a realidade do paciente e do serviço em que estamos. ● < 3 meses: ○ Menores de 28 dias: Independente de valores de febre devemos coletar exame sempre, medicar (antipirético) e INTERNAR! ○ 28 dias a 3 meses: Independente da valores de febre e números de episódios devemos coletar exames e medicar (antipirético). Se ele não está toxemiado e os exames laboratoriais estão normais, pedimos retorno em 24 horas para reavaliação. ● Quando os exames estiverem alterados (alto risco): Internação + antibioticoterapia empírica ● 3-36 meses: ○ Sem toxemia: tratamento ambulatorial ➔ OBS: para a bacteremia oculta só se admite ceftriaxone (melhor antimicrobiano para penetrar a BHE). Calendário vacinal: deve estar atualizado, pois crianças não vacinadas estão mais propensas a desenvolver bacteremia oculta. Antibioticoterapia empírica: ● Ambulatorial: Amoxacilina + Ácido clavulânico 50 mg/Kg/dia a cada 8 a 12 horas por 10 a 14 dias ● Internação: ○ Neonatal (terapia dupla para tratar possíveis agentes provenientes da mãe e do trabalho de parto): Ampicilina 200 mg/Kg/dia + Gentamicina 5 mg/Kg/dia OU Amicacina 15mg/Kg/dia + Oxacilina 200 mg/Kg/dia ○ Maiores de 1 mês: Ceftriaxona 50 mg/Kg/dia a cada 12 horas Antitérmicos: ● Acetaminofeno (paracetamol): o que determina a mg do paracetamol é o bico dosador, em média, cada ml de paracetamol tem 15 gotas e sua apresentação é 200mg/ml, então, dividino 200/15, saberemos que cada gota tem 13,3 mg. ● Ibuprofeno ● Dipirona ● OBS: Gota por quilo = ERRADO (é necessário calcular) ● Alterar antipiréticos: embora haja plausividade, não há concordância entre os estudos, portanto não é indicado a alternância entre antipiréticos. ● Na febre alta, nem ibuprofeno e dipirona são superiores entre si, assim como na febre baixa ● A meia-vida desses fármacos é de 4 horas, então o intervalo mais indicado é que se utilize a cada 4 horas, exceto o ibuprofeno, que tem meia vida maior (6-8 horas) ● A melhor via de administração: tanto faz. A dipirona endovenosa, inclusive, tem mais efeitos colaterais. Medidas auxiliares: podemos utilizar (banho gelado por exemplo) após medicar a criança.
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