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Habilidades Médicas Ritmos básicos no eletrocardiograma - Eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração Nó sinusal - sinoatrial: gera o estímulo; tem a capacidade de gerar o estímulo → Ritmo sinusal: nasce no nó sinusal - é o ritmo normal (nasce pelos canais de íons) Nó atrioventricular (nó AV): estímulo faz uma pausa (de milissegundos, para dar tempo do ventrículo encher) aqui e depois desce pro ventrículo OBS: função do átrio é receber o sangue e quando passar o estímulo passar ele para o ventrículo Ondas do ECG - Onda P – despolarização (ativação) atrial → contração do átrio (60 - 100x por minuto) - QRS – despolarização (ativação) ventricular → contração ventricular (nem sempre tem as 3) - Onda T – repolarização ventricular → relaxamento do coração (geralmente é positiva; se for negativa é doença) - Intervalo PR: do início onda P até o R → é a pausa do estímulo (2-5 quadrinhos ou 0,12 a 0,20s) Sempre acha a onda R do complexo (é o maior), a que vier negativo antes é a Q e depois é a S Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 1 Habilidades Médicas → Eletrocardiogramas normais registrados pelas 12 derivações (são os eletrodos) Onda positiva: acima da linha Intervalo PR o máximo é 5 quadrados e o mínimo 2 quadrado (+ ou - que isso é doença) - Ritmo regular: cada espaço entre 2 batimentos é constante - Ritmo irregular - QRS estreito/alargado Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 2 Habilidades Médicas → Determinar FC Acha uma onda QRS, que esteja bem em cima da trave maior que divide 2 quadrados maiores; Se estiver na 1ª trave, vai estar em 300 Esse método é rápido, mas impreciso, se o batimento não tiver em cima da trave, eu não posso dizer exato Outro método para dar a frequência exata, só serve quando o ritmo é regular: Pega primeiro QRS e conta o nº de quadrados até o próximo QRS Ex: 1500 / nº de quadrados = 35 bpm Se o ritmo irregular: - pego o D2 longo (em 10 segundos) - pega nº QRS e multiplico por 6 → ROTEIRO PARA DAR LAUDO: FC, ritmo sinusal, avalia intervalo PR se arritmia ● RITMO SINUSAL (NORMAL) - 1ª coisa do eletro que eu laudo - ritmo está nascendo ou não no nó sinusal ? Para ser sinusal: 1. Onda P (+) em D1, D2 e AVF e FC entre 60-100 2. Onda P com a mesma morfologia OBS Doença de Chagas O Trypanossoma cruzi tem predileção pelo nó sinusal, o corpo faz uma resposta inflamatória ali naquela região e destrói o nó sinusal, então outra região assume o controle Em D1 fica a onda P negativa Não é mais o ritmo sinusal → é o ritmo atrial Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 3 Habilidades Médicas ● BRADIARRITMIA E BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES FC < 60 → BRADICARDIA SINUSAL - Onda P positiva em D1, D2 e AVF - QRS estreito e regular - FC < 60 bpm Ex: - atletas (já tem a FC mais baixa) - medicamentos (causa mais comum é betabloqueador; atenolol, carvedilol, amiodarona, cardizem, digoxina) - hipotireoidismo - hipercalemia - sono - passagem SNG - hipertensão IC - vagotonia (pessoa mais calma) É uma coisa fisiológica Paciente com < 40 bpm: troca a dose ou o remédio Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 4 Habilidades Médicas → BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR (BAV) Nó AV está com problema, o estímulo chega e não desce Temos 3 tipos - Bloqueio AV 1º grau - Bloqueio AV 2º grau (tipo I - Mobitz 1; tipo II - Mobitz II) - Bloqueio AV 3º grau (BAVT - total) Acontecem devido: Aumento tônus vagal; distúrbios eletrolíticos (K,Mg,Ca); processos inflamatório – miocardite/Chagas; alteração degenerativa (senil); fase agudo do infarto miocárdio ➔ BLOQUEIO AV 1º GRAU - Nem é um bloqueio, só tenho lentificação do QRS, lentificação da condução elétrica - Todo estímulo passa, não existe bloqueio, apenas um atraso - Intervalo PR é a pausa do estímulo, logo ele estará AUMENTADO > 0,20s ( 5 quadradinhos) - Pode ocorrer bradicardia sinusal + bloqueio junto ➔ BLOQUEIO AV 2º GRAU - TIPO I - MOBITZ I - Vai ficando gradualmente lento até que ocorre uma onda P sem o QRS (bloqueio) - Menos grave - Paciente pode ter tontura, desmaio; fica 1 ou mais batimentos sem receber oxigenação - O intervalo PR vai aumentando até que tenha o bloqueio, e depois do bloqueio volta ao “normal” → aumenta o PR, bloqueia 1x e volta ao normal Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 5 Habilidades Médicas ➔ BLOQUEIO AV 2º GRAU - TIPO II - MOBITZ II - Intervalo PR é sempre igual, constante - Intervalo PR não aumenta gradualmente, NÃO AUMENTA! - Bloqueio é súbito - onda P sem o QRS - 2 batimentos sem receber sangue (2 ou 3x o paciente precisa de marca-passo na maioria das vezes; paciente desmaia) - OBS: paciente pode ter períodos de bloqueio e outros não → bloqueio transitório ➔ BLOQUEIO AV 3º GRAU (BAVT - bloqueio total) - Todo estímulo que nasce no nó sinusal (átrio), morre no nó AV - Só tem onda P - Intervalo PR bagunçado, sem padrão (MAS não é crescente)→ dissonância do AV - No ventrículo temo um foco, que assume o controle (do ventrículo), então agora temos 2 focos controlando (nó sinusal - FC 60-110; foco - FC 30-50); esse outro foco faz linha no ECG também, mas não vai aparecer de cor diferente, eu tenho que saber identificar - Marca a onda P e vejo que tem ela no eletro todo; vejo que também tem batimento no V - Também é colocado marca-passo Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 6 Habilidades Médicas ● TAQUIARRITMIAS - Taquicardia sinusal - Fibrilação atrial - Taquicardia supraventricular - Taquicardia ventricular ➔ TAQUICARDIA SINUSAL (TS) - Onda P positiva em D1, D2 e AVF - ritmo sinusal - QRS estreito e regular - FC > 100 bpm - Na taquicardia sinusal consigo ver a onda P e T Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 7 Habilidades Médicas Pode ser causado por: - hiperatividade simpática (adrenérgica): dor, medo, estresse, pós cirurgia, hipovolemia - sangramento, queimadura, desidratação, hipoglicemia (aumenta FC para sinalizar que a glicose está baixa), drogas (dobutamina/nora) e infecção (sepse, febre) - Quando vejo um paciente taquicárdico, normalmente ele está respondendo a algo, então não dou betabloqueador; opta-se por fazer: hidratação (SF 0,9%---500-1000ml EV), ansiolítico (Diazepam), analgesia (Morfina,tramal,fentanil), antitérmico (Dipirona,paracetamol), glicose 50% Não é para ficar betabloqueando taquicardia sinusal → EU CORRIJO A CAUSA BASE - TS não é considerada uma arritmia - Quanto mais rápido uma TS, mais ela vai parecer uma taqui supra ➢ Sobre arritmias - Dou choque em toda taquiarritmia com instabilidade hemodinâmica Lembrar sempre que antes de ver qual o tipo de arritmia, eu preciso saber se o paciente está estável ou não Quando consideramos instabilidade hemodinâmica? 1 DESSES SINTOMAS JÁ CONSIDERA INSTABILIDADE HEMODINÂMICA - diminuição do nível de consciência / hiperresponsividade - hipotensão sintomática (síncope, pele fria) - dor precordial anginosa (aumenta consumo de O2; dor em aperto, mas definida, vai para pescoço e braço; pode ser por alguma obstrução arterial) - congestão pulmonar (dispneia; crepitação); não conta o paciente que tem apenas dispneia, ele precisa estar congesto, que é a presença de líquido dentro do alvéolo Quando tenho 1 desses 4 e não dou betabloqueador ele evolui mal nos próximos minutos; não dá tempo Outros sintomas: palpitações, fadiga, tontura → não é instabilidade, não precisa de choque, faz medicação. ➔ TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA - taqui supra - Ritmo regular - QRS estreito - Sem onda P aparente (confunde com a onda T; não dá para saber qual é) - FC: 120-220 bpm - Início súbito Trata-se de uma arritmia em que a pessoa nasce com 2 caminhos no nó AV (horário e antihorário) - geralmente manifesta com +/- 30 anos Dupla via nodal (nó AV) Conduta - Massagem Seio Carotídeo (dependendo do paciente posso instruir para ele mesmo fazer; efetividade baixa; pode reverter ou não) - Adenosina 6mg EV bolus, 12mg/12mg ( É A PRINCIPAL; reverte na hora- volta para um ritmo sinusal) - Metoprolol 5mg EV repetir até total 3 doses - Amiodarona 300mg + SF0,9%-100ml EV em 30min - Cardioversão elétrica (se o paciente não está estável)Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 8 Habilidades Médicas - Quando administra a adenosina, ela bloqueia o nó AV por +/- 3 segundos e aí volta ao normal; dependendo da idade, vai demorar mais para a cardioversão - Se desconfiar de taqui-supra → pergunta se é a primeira vez ou não ➔ FIBRILAÇÃO ATRIAL - Ritmo irregular - QRS estreito e irregular - Sem onda P bem delimitada - vê uns tremores - FC 120-220 - Início súbito - Fibrilação significa tremer Aparece quando - aumento AE; IC; pós op de cirurgia cardíaca; hipertireoidismo; excesso de álcool Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 9 Habilidades Médicas → Contagem de FC - Na FA, conto o nº de QRS nº QRS x 6 = FC Conduta Se houver instabilidade → cardioversão elétrica Se tiver estável: 1. Pergunto quanto tempo que o paciente está sentindo aquilo ❖ Sintomas > 48h (já considero que ele pode ter formado coágulo) - NÃO pode reverter arritmia se for + de 48h - Faço controle FC ( Betabloqueador -metoprolol 5mg EV) e anticoagulação (rivaroxabana - Xarelto, Marevan)- faz anticoagulante por 30 dias e já some o coágulo ❖ Sintomas < 48h - Pode reverter a arritmia - Amiodarona 300mg (Ancoron) - Se não reverter com amiodarona, posso fazer cardioversão elétrica (início 100J) OBS: o efeito da amiodarona não é instantâneo; faço anticoagulação nesse paciente se ele for embora do atendimento com FA, se for com ritmo sinusal não precisa ➔ TAQUICARDIA VENTRICULAR MONOMÓRFICA - Não é tão frequente, mas é grave - Pode ser com (faz cardioversão sincronizada) ou sem pulso (desfibrila) - QRS alargado e regular - QRS mesma morfologia - Ventrículo acelerado - Apenas 1 foco Causas: coração normal (idiopática), miocardiopatia isquêmica (doença coronariana), miocardiopatia de Chagas, IC, miocardite Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 10 Habilidades Médicas → A parte elétrica do coração está doente e aí quem vai mandar o estímulo é o ventrículo → ele tem que passar pelo músculo até chegar na via especializada → então vai mais devagar e isso alarga o QRS Se for muito grave, vários focos mandando o estímulo → polimórfica Conduta - Estável → amiodarona - Instável → cardioverter Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 11
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