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Conceitos de Estado e Território

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Fábio Mendonça Santiago
Aula 3 – 2022-I
CONCEITOS DE ESTADO
 “Estado é o ente formado por um território, uma comunidade 
humana e um governo soberano, dotado da capacidade de exercer 
direitos e contrair obrigações e não subordinado juridicamente a 
qualquer outro poder, externo ou interno” (Paulo Henrique 
Gonçalves Portela)
 Para ser considerado Estado no âmbito do Direito Internacional 
Público se faz necessário a existência de cinco elementos 
constitutivos: povo (conjunto de indivíduos unidos por laços 
comuns); território (base física ou o âmbito espacial do Estado, 
onde ele se impõe para exercer, com exclusividade, a sua 
soberania); governo autônomo e independente (é a instância 
máxima de administração executiva, geralmente reconhecida 
como a liderança de um Estado ou uma nação); finalidade 
(traduz na ideia de o Estado deve sempre perseguir um fim) e; 
capacidade para manter relações com os demais Estados.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO 
ESTADO - TERRITÓRIO
 TERRITÓRIO: É o espaço geográfico dentro do qual o 
Estado exerce seu poder soberano. É a porção da 
superfície do solo, de modo, a abranger terras, subsolo 
e a coluna do ar, como o espaço aéreo. A extensão do 
domínio terrestre do Estado demarca-se por linhas 
imaginárias e seus limites, podendo estes ser naturais 
ou artificiais (aqueles que seguem os traços físicos do 
solo, artificiais, intelectuais os criados pelo ser 
humano).
DOMÍNIO FLUVIAL
 Domínio fluvial: São os rios e os cursos d’água que cortam 
determinado território. 
 a) Nacional: quando correm de forma integra no território de um 
único Estado; 
 b) Internacional: quando separam os territórios de um ou mais 
Estados. Dentre o domínio fluvial internacional, pode-se dizer a 
existência dos chamados contíguos, quando correm entre territórios 
de dois ou mais Estados; ou; sucessivos, quando atravessam mais de 
um Estado.
 Domínio marítimo: Classificam-se como águas internas, o mar 
territorial, a zona contigua entre o mar territorial e o alto-mar, 
zona econômica exclusiva, plataforma continental, solo marítimo, 
estreitos e canais.
 Mar territorial: É a faixa marítima ao entorno da costa de um 
território, fazendo parte das águas territoriais, compreendendo o 
mar territorial e as águas internas. 
A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
SOBRE O DIREITO DO MAR (CNUDM)
 Assinada pelo Brasil em 10.12.82 e, ratificada em 22.12.1988 
de dezembro de 1988 – introduz e/ou consagra os 
conceitos de mar territorial, zona econômica exclusiva e 
plataforma continental.
 Em 4 de janeiro de 1993, o Governo brasileiro sancionou a 
Lei nº 8.617, que tornou os limites marítimos brasileiros 
coerentes com os limites preconizados pela CNUDM –
revogação do Decreto-lei nº 1.098, de 25 de março de 1970 
– Mar Territorial passou a ser de 12 m.m., com a vigência da 
Lei nº 8.617.
A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
SOBRE O DIREITO DO MAR (CNUDM)
 CNUDM (arts. 2 e 3), a soberania do Estado costeiro sobre o seu 
território e suas águas interiores estende-se a uma faixa de mar 
adjacente – mar territorial – com dimensão de até 12 milhas 
marítimas (1 m.m.= 1.852 metros) a partir das linhas de base.
 No mar territorial, o Estado costeiro exerce soberania ou controle 
pleno sobre a massa líquida e o espaço aéreo sobrejacente, bem 
como sobre leito e o subsolo deste mar.
 A CNUDM estabelece o conceito de linhas de base a partir das 
quais passam a ser contados: o mar territorial (até 12 milhas 
náuticas), a zona contígua (até 24 milhas náuticas), a zona 
econômica exclusiva (200 milhas náuticas) e o limite exterior da 
plataforma continental além das 200 milhas, bem como os 
critérios para o delineamento do limite exterior da plataforma. 
A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
SOBRE O DIREITO DO MAR (CNUDM)
 ZONA CONTÍGUA: Art. 4º da Lei n.º 8.617/93, a zona 
contígua brasileira compreende uma faixa que se estende 
das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a 
partir das linhas de base que servem para medir a largura do 
mar territorial.
 O Art. 5º na zona contígua, o Brasil poderá tomar as 
medidas de fiscalização necessárias para:
 I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, 
fiscais, de imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no 
seu mar territorial;
 II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu 
território ou no seu mar territorial.
A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
SOBRE O DIREITO DO MAR (CNUDM)
 Zona econômica exclusiva – ZEE: (art. 6º da Lei n.º 8.617/93), 
compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas 
marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para 
medir a largura do mar territorial.
 Na ZEE o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e 
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos 
ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do 
mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas 
à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos.
 Regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e 
preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação 
e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas.
 É reconhecido aos Estados o gozo das liberdades de navegação e 
sobrevôo, bem como de outros usos do mar internacionalmente 
lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os 
ligados à operação de navios e aeronaves.
PLATAFORMA CONTINENTAL E 
PLATAFORMA CONTINENTAL ESTENDIDA
 Art. 76, §§ 4º e 6º da CNUDM: Significa, geograficamente, a parte do 
leito do mar adjacente à costa que não exceder a 200 metros de 
profundidade e que, a uma boa distância do litoral, cede lugar às 
inclinações abruptas que conduzem aos fundos marinhos.
 Convenção de Montego Bay (1982): O limite exterior da plataforma 
continental coincidirá com o limite da ZEE (200 milhas náuticas, a 
partir da linha de base do litoral), a menos que o bordo exterior da 
margem continental – isto é, o limiar da área dos fundos marinhos –
esteja ainda mais distante: neste caso, o bordo será o limite da 
plataforma, desde que não ultrapasse a extensão total de 350 milhas 
náuticas.
 Por conseguinte, tem-se, então, que a Plataforma Continental 
poderá se estender além das 200 milhas da ZEE, nos locais em que 
ela não atingir os 200 metros de profundidade, criando-se, assim, a 
definição de Plataforma Continental Estendida 
LIMITES DO MAR
TERRITÓRIO MARÍTIMO DOMÍNIO MARÍTIMO
 Alto-mar: Este instituto define que a área não pertence a nenhum 
Estado, dando a liberdade de navegar, pescar, colocar cabos e 
oleodutos submarinos, construir ilhas artificiais, sobrevoar, mas 
desde que com a finalidade pacifica, ou seja, que não coloque 
em risco a soberania de outros Estados Internacionais. O Alto-mar 
vige ao princípio da liberdade, ou seja, não podem os Estados 
usarem de forma arbitraria, contra a liberdade de cada Estado, 
agindo somente livremente, sem prejuízos aos demais 
componentes da comunidade internacional. a) Liberdade de 
navegação; b) Liberdade de sobrevoo; c) Liberdade de colocar 
cabos e tubos submarinos; d) Liberdade de construir linhas 
artificiais, desde que permitidas pelo Direito Internacional; e)
Liberdade de pesca, conforme permite o Direito Internacional e 
suas regras; f) Liberdade de Investigação cientifica.
DOMÍNIO AÉREO
 DOMÍNIO AÉREO – É constituído pelo espaço aéreo e pelo 
espaço extra-atmosférico.
 ESPAÇO AÉREO: é massa de ar atmosférico situada acima do 
território do Estado.
 Não há normas que concedam o direito de passagem inocente a 
aeronaves no espaço aéreo estatal. Estas são determinadas por 
tratados bilaterais e permissões avulsas
 Na aviação comercial deve ser concedida previa autorização estatal 
para que se possa trafegar em seu espaço aéreo.
 Para aviões particulares recebem permissão avulsa para trafegar 
sobre o território estatal
 Para aviões militares não há tratado internacional que preveja a 
possibilidade de tráfego permanentepelo território de outro Estado
DOMÍNIO AÉREO
 ESPAÇO AÉREO (cont.)
 Ao ingressar no espaço aéreo de outro estado uma aeronave militar 
deverá obter prévia autorização, sob pena de ser forçado a aterrissar.
 Se a aeronave militar invadir o espaço aéreo e for abatida, a 
responsabilidade será do Estado de sua matrícula (bandeira).
 As Convenções de Paris e de Chicago consideram que cada Estado 
tem soberania completa e exclusiva sobre o espaço atmosférico acima 
de seu território. Assim, o Estado poderá tomar providências para 
proteger seu espaço aéreo que incluem interceptação, pouso e abate 
da aeronave
 O Espaço aéreo sobre o qual incide a soberania do Estado 
compreende os limites do mar territorial, mas não os limites da 
plataforma continental, zona econômica exclusiva e o alto-mar.
DOMÍNIO AÉREO
 As aeronaves comerciais em território estrangeiro estarão 
sujeitas à jurisdição Estatal do território em que se 
encontrarem. Aos atos praticados internamente da aeronave, 
incumbe ao Estado proprietário, mas se afrontar aos 
deslindes do interesses do Estado, perderá está jurisdição, 
passando ao Estado que “hospedou” a aeronave aplicar a sua 
lei interna.
 Se a aeronave está em pleno voo, não haverá interesse para o 
Estado onde está passando, aplicando-se as regras em relação 
ao alto-mar, porém, se a aeronave está pousada, aplica-se a lei 
territorial em que esta se encontra, exceto se for militar, daí 
vige a lei do país dela pertencente.
DOMÍNIO AÉREO 
 Direito de navegação: A tutela Estatal do espaço aéreo teve por 
expoente em destaque, a Convenção de 1944, em Chicago 
reafirmando cinco liberdades: técnicas (1 e 2) e comerciais (3, 4 e 5):
 1) Direito de sobrevoo, sem escalas, podendo o Estado proibir 
sobrevoo sobre certas áreas, ou que sigam rotas predeterminadas;
 2) Direito de escala técnica, sem fins comerciais ou em situações de 
emergência; 
 3) Direito de desembarcar passageiros e mercadorias procedentes do 
Estado de origem da aeronave; 
 4) Direito embarcar passageiros e mercadorias com destino ao Estado 
de origem da aeronave;
 5) Direito de embarcar e desembarcar passageiros e mercadorias 
procedentes de, ou com destino a, terceiros países (requer acordos 
adicionais entre os países); 
DOMÍNIO AÉREO 
 ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO: Trata-se da zona que se 
inicia ao término do espaço atmosférico.
 A exploração do espaço extra-atmosférico repudia o uso 
militar do espaço e exorta os Estados a não colocarem em 
órbita objetos com armas nucleares e de destruição em massa
 Princípios de Exploração e utilização do Espaço Extra-
Atmosférico: inadmissibilidade de apropriação pelos Estados; 
Todos aso Estados são livres, em igualdade de condições, para 
utilizar e explorar o Espaço, inclusive para fins científicos, 
conforme o Direito Internacional; utilização pacífica da lua e 
demais corpos celestes. 
POVO
 POVO: É o elemento humano do Estado. Formado por 
um conjunto de pessoas naturais vinculadas 
juridicamente a um ente estatal por meio da 
nacionalidade, que estão inseridas diretamente no 
processo de formação e manutenção do Estado, 
incluindo tanto os indivíduos residentes no próprio 
país como no exterior. A expressão POVO representa 
fundamentalmente o vínculo do indivíduo ao Estado 
por meio da nacionalidade ou cidadania.
 Conjunto dos nacionais, natos e naturalizados
POVO
 POPULAÇAO: são todas as pessoas presentes num determinado território, 
inclusive estrangeiros e apátridas. A população, portanto, representa um 
dado essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico 
de sujeição ao poder estatal. Representa o conjunto de povo, mais os 
estrangeiros e apátridas. 
 NAÇAO: É a comunidade com base histórico-cultural, com objetivos, 
história e sentimento patriótico comuns. É a comunidade moldada por 
uma origem, uma cultura, uma história e uma ideologia comuns, 
constituída por pessoas de mesma ascendência, ainda não organizada na 
forma de Estado.
 NACIONALIDADE: É o vínculo jurídico-político que une o indivíduo ao 
Estado
 NATURALIDADE: É o vínculo material-geográfico. Nem sempre são 
naturais de um estado aqueles que possuem sua nacionalidade.
 CIDADANIA: Refere-se ao exercício dos direitos políticos de determinado 
povo. Nem sempre o nacional poderá exercer plenamente a cidadania, como 
no caso do naturalizado brasileiro que não poderá se candidatar a presidente 
da República 
GOVERNO SOBERANO
 GOVERNO SOBERANO: É a autoridade maior que exerce o poder político do Estado.
 PODER: É o Estado como expressão ordenada de convivência que prevalece num 
grupo. O poder é abstrato e não se afeta por modificações de outros agentes ou 
elementos do Estado. Assim, pode-se afirmar que o poder é a manifestação do Estado
 SOBERANIA: É o atributo do poder estatal que o caráter de superioridade frente a 
outros núcleos de poder que atuam dentro do Estado – empresas/famílias. É a soberania 
que declara, em última instancia, a validade do direito dentro de certo território. A 
soberania pressupõe a inexistência de qualquer instância de poder acima do Estado no 
território nacional, tanto para legislar como para lançar Mao da força legítima.
 SOBERANIA INTERNA: Representa a predominância do poder estatal sem 
nenhuma limitação por outro poder. (guerra civil – contraste de poder)
 SOBERANIA EXTERNA: Caracteriza-se por não haver dependência, nem 
subordinação de um Estado a outro em suas relações recíprocas, devendo haver 
igualdade jurídica.
 SOBERANIA NACIONAL: É o direito do povo escolher seus próprios 
governantes, por meio do voto nas eleições.
 RELATIVIZAÇÃO DA IDÉIA DE SOBERANIA 
 GOVERNO: É o exercício do poder como expressão dinâmica da ordem pública, 
coordenando o funcionamento do Estado. É o governo que representa o poder do Estado 
no âmbito de concretização do bem comum por meio de atos administrativos 
FINALIDADE
 A finalidade é o elemento social do Estado. Traduz-se na 
ideia de que o Estado deve perseguir uma finalidade, que 
deve ser o bem comum dos indivíduos que o compõe.
 Segundo Valério de Oliveria Mazzuolli não se pode mais 
entender que o “Estado tem por única e exclusiva finalidade 
extrair de sua coletividade humana o máximo de proveito 
em prol de si mesmo, sem se preocupar com o bem-estar de 
sua população. Portanto, não são os indivíduos que existem 
para o Estado, mas este que se forma em relação àqueles, e 
por isso tem o dever de proteger-lhes e garantir-lhes os 
meios necessários para a sua plena realização pessoal”. 
CAPACIDADE PARA MANTER RELAÇÕES 
COM OS DEMAIS ESTADOS
 Representa a independência do Estado. A independência 
foi realçada por muitos juristas como o critério decisivo da 
qualidade de Estado. Podendo a independência ser 
encarada por dois prismas: 
 O Estado possui um grau de centralização dos seus órgãos que 
não se encontra na sociedade internacional. 
 Numa determinada área, o Estado é a única autoridade 
executiva e legislativa. 
 o Estado deve ser independente das outras ordens jurídicas 
estatais, e qualquer interferência dessas ordens jurídicas ou 
de uma representação internacional deve basear-se num 
título de Direito Internacional
Fábio Mendonça Santiago
Aula 8
2021-II
CONCEITO
 CONVENÇAO DE VIENA 1969: “Significa um acordo 
internacional concluído por escrito entre Estados e regido 
pelo direito Internacional, quer conste de um instrumento 
único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, 
qualquer que seja sua denominação específica”
 CONVENÇÃO DE VIENA DE 1986: Somente com a 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre 
Estados e Organizações Internacionais ou entre 
Organizações Internacionais de 1986, foi incorporada à 
ordem jurídica internacional a possibilidade de 
organismos internacionais celebrarem Tratados
CONCEITO
 TRATADOS INTERNACIONAIS: São acordos formais, 
concluídos por escrito, formulados por Estados e 
organizações internacionais, ou somente entre 
organizações internacionais, celebrados segundoparâmetros estabelecidos pelo Direito Internacional 
Público, com o objetivo de produzir efeitos jurídicos 
relativos a temas de interesse comum.
CARACTERÍSITICAS DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 FORMALIDADE: O tratado internacional é um acordo 
formal, que se exprime com precisão, com contornos 
bem definidos em determinado momento histórico. É 
imprescindível que seja produzido por escrito, ao 
contrario do costume internacional. 
 LIBERALIDADE/CONSENTIMENTO: são acordos 
entre Estados e, portanto, se tornam instrumentos 
decorrentes da convergência de vontades dos atores 
competentes, só terão validade jurídica com suas 
respectivas anuências e os atores devem consentir com 
seu conteúdo.
CARACTERÍSITICAS DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 PERSONALIDADE INTERNACIONAL: os tratados são 
celebrados por Pessoas Jurídicas de Direito Internacional 
Público - Estados e Organizações Internacionais. Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado (multinacionais) não tem 
capacidade para celebrar tratados internacionais.
 OBS: Gentelmen’s Agreement: São pactos celebrados por 
indivíduos investidos em cargos de mando, com capacidade para 
assumir externamente compromissos prospectivos, de pura índole 
moral, e cuja validade não ultrapassará o período de permanência 
do indivíduo no governo. (Não são tratados internacionais)
 PROCEDIMENTOS DE DIREITO INTERNACIONAL 
PÚBLICO: Os tratados são regidos pelo Direito Internacional 
Público e, na prática, devem obedecer aos procedimentos e 
exigências formais estabelecidos na prática internacional 
relativos a forma de elaboração e vigência
CARACTERÍSITICAS DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 OBSERVANCIA DE INSTRUMENTOS: os tratados podem 
constar de um ou vários instrumentos, como anexos e 
protocolos adicionais, de acordo com sua complexidade
 LIBERDADE DE DENOMINAÇÃO: os tratados podem adotar 
várias denominações, sem que isso afete sua qualidade de 
fontes do direito Internacional – tratado, pacto, acordo, 
protocolo.
 CARATER VINCULANTE: Os Tratados não são meras 
declarações de caráter político, e sim, fontes de direito que 
geram efeitos jurídicos (criar, modificar, extinguir direitos e 
gerar sanções por descumprimento). Tem caráter vinculante e 
obrigatório para as partes. Os Tratados vinculam as partes, não 
só no direito Internacional, como no âmbito interno, passando 
a se incorporar ao ordenamento jurídico de cada Estado 
celebrante. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 QUANTO AO NUMERO DE PARTES: bilaterais ou 
multilaterais
 PROCEDIMENTO DE CONCLUSAO: Forma solene (tem 
um maior número de etapas) ou forma simplificada (requer 
menos etapas de expressão do consentimento 
 OBS: Na forma simplificada existem os acordos executivos 
(executive agreement) e prescindem de ratificação. O Brasil 
adota predominantemente a forma solene, permitindo a forma 
simplificada apenas para tratados que interpretam outros 
tratados.
 QUANTO AOS EFEITOS: Os tratados podem ter efeitos 
restritos às partes signatárias ou gerar consequências jurídicas 
a entes que não participaram de seu processo de conclusão.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 NATUREZA DAS NORMAS: 
 Tratados-contrato – visam conciliar interesses divergentes 
entre as partes solucionando problemas mediante 
determinação de regras baseadas em prestações 
compartilhadas (como se fossem um contrato de direito 
interno). As partes realizam uma operação jurídica 
 Tratados-lei – estabelecem normas gerais de Direito 
Internacional a partir da vontade convergente dos signatários 
de estabelecer tratamento comum e uniforme sobre certo 
tema. As partes editam uma regra de direito objetivamente 
válida
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 POSSIBILIDADE DE ADESAO: Abertos – permitem a 
adesão posterior de estados que não participaram de sua 
conclusão. Os abertos podem ser limitados (restrito 
apenas a um determinado grupo de Estados – Mercosul) 
ou ilimitados (permitem a adesão de qualquer ente 
estatal – Carta da ONU). Fechados – não permitem 
adesão posterior (Tratado de cooperação amazônica 
(somente os países amazônicos podem participar)
CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 Capacidade das partes: refere-se ao poder ou faculdade 
jurídica para celebrar os tratados de forma geral, ou para 
celebrar determinadas classes de tratados:
 Estados soberanos e Organizações Internacionais: desde que 
disponham de poderes para tanto
 Os beligerantes: reconhecimento de um governo exilado, de 
uma autoridade insurreta, de um movimento de libertação como 
capazes de celebrar tratados
 A Santa Sé: que dispõe de todos os elementos constitutivos do 
Estado: território, população, governo independente
 Outros sujeitos do direito Internacional que tenham 
expressamente garantido esse direito: Ex: Estados membros 
de uma Federação (no Brasil os Estados-membros, o DF e os 
municípios podem celebrar tratados de financiamento, desde que 
tenham aval do Senado Federal)
CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 Habilitação dos agentes signatários: os representantes 
desses estados devem dispor de instrumento de plenos 
poderes, mas há aqueles que não necessitam desse 
documento: Chefes de Estado, Chefes de missão 
diplomática e Representantes acreditados pelo Estado 
perante uma convenção (dispor de uma credencial e 
passaporte diplomático especial)
 Objeto lícito e possível: não se pode elaborar tratado 
internacional que contrarie a moral internacional ou que 
cujo objeto não seja possível.
CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS 
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Mútuo consentimento: há que ser celebrado com a 
anuência das partes sem vícios, sob pena de nulidade 
absoluta ou relativa.
 Nulidade absoluta: provocada por Erro (no DI o erro deverá 
ser substancialmente importante para ocasionar a anulação 
de um Tratado), Dolo (uma das partes age propositadamente 
para ludibriar a outra ao celebrar o tratado), corrupção
(corrupção de um representante e pela ação direta e indireta 
do outro Estado negociador), Coação (De acordo com a 
Convenção de Viena só viciará a celebração do Tratado o 
emprego de força militar, pois coação política, econômica e 
financeira não vicia o tratado).
 Nulidades relativas: caso a caso
FASES DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 Negociação: Quando bilaterais, não há regras. Os tratados 
multilaterais normalmente são realizados em conferencias 
internacionais onde se discute o objeto do acordo 
internacional. Essa fase se encerra com a elaboração de texto 
final do tratado que deve ser aprovada por 2/3 dos presentes 
(art. 9º Tratado de Viena), mas dependendo do teor da 
matéria a ser pactuada pode-se exigir a unanimidade.
 Assinatura dos tratados: trata-se da manifestação do 
consentimento do Estado. É a partir da assinatura que se 
inicia a contagem dos prazos para troca ou depósito dos 
instrumentos de ratificação. A autoridade que assina os 
tratados é a que dispõe de “Carta de Plenos Poderes”, firmada 
pelo chefe de Estado e referendada pelo Ministro das relações 
Exteriores ou equivalente.
FASES DE ELABORAÇÃO DOS 
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Ratificação: é o ato unilateral com que o sujeito do Direito 
Internacional, signatário de um tratado internacional, exprime 
definitivamente sua vontade de se obrigar no plano internacional 
quanto ao que resultou pactuado no Tratado. Há três sistemas de 
ratificação:
 Sistema de competência exclusiva do Poder Executivo: muito comum 
em Estados absolutistas nos quais o Chefe de Estado e de governo tem 
exclusividade na ratificação de um tratado
 Sistema de competência exclusiva do Poder Legislativo: modelo 
britânico no qual há necessidade de um ato do parlamento para que o 
tratado tenha eficácia interna
 Sistema misto: Há tanto participação do poder Executivo quanto do 
Poder Legislativo.
 O Brasil adota o sistema misto, pois o Presidente da República envia 
uma mensagem ao Congresso, que elabora um Decreto Legislativo de 
aprovação do Tratado, o qual é enviado APPresidente da República para 
promulgação.
FASES DE ELABORAÇÃO DOS 
TRATADOS INTERNACIONAIS
 Promulgação: É o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o 
governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um tratado 
por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para 
sua conclusão, e, além disto, ordena sua execução dentro dos limites 
aos quais se estende a competência estatal.
 Publicação: É condição essencial e necessária para que o tratado 
seja aplicado na ordem interna do Estado. Publica-se no Diário 
Oficial da União o texto do tratado e o Decreto Presidencial.
 Registro: É um requisito estabelecido pela Carta da ONU e tem 
como escopo fazer com que o Estado que celebrou o tratado 
internacional possa invocar para si, junto à organização, os 
benefícios do acordo celebrado. O registro deve ser requerido ao 
secretário-geral da ONU, que fornece, a cada Estado, um certificado 
redigido em inglês e Francês, conforme previsão do art. 80, da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados e o art. 102 da 
Carta da ONU 
EXTINÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS
 Ocorre quando as partes signatárias de um tratado não se 
encontram mais obrigadas a observar suas cláusulas, seja 
por regra de aplicação de suas disposições (a termo, prazo 
de duração); seja por uma condição resolutória, com 
cláusula de denuncia ou por um prazo renovável (causas 
intrínsecas). Há ainda as causas que não se encontram 
previstas no texto do tratado como o direito de denuncia, 
mudança fundamental nas circunstancias e violação do 
tratado (causas extrínsecas). 
 A Denúncia ocorre quando um Estado, num ato unilateral, 
manifesta sua vontade de deixar de ser parte num acordo 
internacional
INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS AO DIREITO INTERNO
 A execução das normas internacionais no âmbito interno 
dos Estados ocorre a partir da incorporação ao Direito 
Interno - internalização – que é o processo pelo qual os 
tratados passam a fazer parte do ordenamento jurídico 
nacional dos entes estatais.
 Modos de internalização dos tratados
 Modelo tradicional: a internalização subordina-se ao 
cumprimento de um ato jurídico especial pela autoridade estatal 
(Brasil)
 Modelo de introdução automática ou da aplicabilidade 
imediata: o tratado tem força vinculante internamente tão logo 
entre em vigor no âmbito das relações internacionais, sem 
necessidade de outras medidas que não a ratificação e publicação do 
ato. (União Europeia)
TRAMITAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS NO BRASIL
 Exposição de Motivos: é o primeiro passo dessa 
tramitação e consiste no ato de preparação de uma 
Exposição de Motivos pelo Ministro das Relações 
Exteriores ao Presidente da República, dando ciência 
da assinatura de um ato internacional
 Encaminhamento: recebida a Exposição de Motivos 
com o tratado anexo, o Presidente da República pode 
encaminhar ao Congresso Nacional solicitando o 
exame do ato para fins de ratificação (ato 
discricionário)
TRAMITAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS NO BRASIL
 Exame e aprovação no Congresso: No Congresso o 
tratado será examinado primeiro na Câmara, depois no 
Senado, devendo sua aprovação seguir os termos da 
art. 47 da Constituição. 
 OBS: A Emenda constitucional 45 introduziu o 
parágrafo 3º no art. 5º, que fixou regras específicas para 
os tratados de direitos humanos, os quais poderão 
alcançar patamar de emenda à Constituição caso sejam 
aprovados em cada casa do Congresso, em dois turnos, 
de votação com três quintos dos votos dos congressistas
TRAMITAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS NO BRASIL
 Decreto Legislativo: aprovado o acordo, o Presidente 
do Senado emitirá um Decreto Legislativo, que consiste 
em um mero instrumento de encaminhamento do 
Tratado ao Presidente da República, a quem cabe decidir 
sobre a ratificação.
 OBS 1: Caso o Congresso não aprove o Tratado 
Internacional, o Presidente fica impossibilitado de ratificá-
lo (se o fizer será crime de responsabilidade, CF 85, II).
 OBS 2: O Decreto Legislativo não tem o efeito de ordenar o 
cumprimento do tratado, ou de vincular qualquer conduta 
a seu conteúdo.
TRAMITAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS NO BRASIL
 Ratificação: quando o Tratado entra em vigor no 
âmbito internacional o Presidente poderá concluir o 
processo de incorporação, por meio da promulgação, 
que é o ato pelo qual ordena a publicação do acordo e 
sua execução no território nacional. A promulgação é 
feita por Decreto Executivo, publicação no Diário 
Oficial da União. (também um ato discricionário)
TRATADOS INTERNACIONAIS NA ORDEM 
JURÍDICA INTERNA E INTERNACIONAL
 Aos tratados promulgados incorporam-se ao 
ordenamento jurídico brasileiro, adquirindo caráter 
vinculante, podendo ser invocado por Estados e por 
particulares para preservação de direitos junto aos 
órgãos jurisdicionais
 Os tratados incorporados ao direito interno no Brasil 
recebe, em princípio, status de lei ordinária, havendo 
possibilidade de que seja conferido caráter de Emenda 
Constitucional (art. 5º, par 3º CF). Há ainda 
entendimentos de que os tratados de direitos humanos 
tem caráter supralegal ou mesmo constitucional.
Fábio Mendonça Santiago
Aula 9
2022-II
A NOVA REFERÊNCIA PARA A 
POLÍTICA MIGRATÓRIA NO BRASIL
 O Estatuto do Estrangeiro – Lei n° 6.815/80 – uma lei editada em 
plena ditadura militar, tinha como referência a Doutrina de 
Segurança Nacional, à organização institucional, aos interesses 
políticos, sócio-econômicos e culturais do Brasil. Era em grande 
parte inconstitucional e incapaz de atender à realidade social e 
política brasileira atual.
 A nova Lei de Migração – Lei n° 13.445/2017 - estabelece direitos e 
deveres para migrantes e turistas no Brasil. Reconhece o migrante, 
independentemente de sua nacionalidade, como um sujeito de 
direitos, e promove o combate à xenofobia e a não-discriminação 
como princípios da política migratória brasileira. Moderniza o 
sistema de recepção e registro dos migrantes, além de incluir 
artigos específicos para casos de apatridia. Reconhece a 
contribuição histórica e contemporânea dos migrantes para o 
desenvolvimento econômico e cultural do Brasil
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
DA LEI DE MIGRAÇÃO
 Universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos; Repúdio 
e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação;
 Não criminalização da migração; não discriminação em razão dos critérios ou dos 
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em território nacional; promoção 
de entrada regular e de regularização documental; acolhida humanitária;
 Desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e 
tecnológico do Brasil; Garantia do direito à reunião familiar; igualdade de 
tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares; inclusão social, 
laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas;
 Acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, 
bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, 
serviço bancário e seguridade social; promoção e difusão de direitos, liberdades, 
garantias e obrigações do migrante; 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
DA LEI DE MIGRAÇÃO
 Fortalecimento da integração econômica, política, social e cultural 
dos povos da América Latina, mediante constituição de espaços de 
cidadania e de livre circulação de pessoas; cooperação internacional 
com Estados de origem, de trânsito e de destino de movimentos 
migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos 
do migrante;
 Integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação 
de políticas públicas regionais capazes de garantir efetividade aos 
direitos do residente fronteiriço;
 Proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do 
adolescente migrante; observância ao disposto em tratado;
 Proteção ao brasileiro no exterior; migração e desenvolvimento 
humano no local de origem, como direitosinalienáveis de todas as 
pessoas; promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício 
profissional no Brasil, nos termos da lei; e repúdio a práticas de 
expulsão ou de deportação coletivas.
GARANTIAS 
AOS MIGRANTES NO BRASIL
 Em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade; 
 Cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de 
aplicação das normas de proteção ao trabalhador, sem 
discriminação em razão da nacionalidade e da condição 
migratória;
 Direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; direito 
à liberdade de circulação em território nacional;
 À reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro 
e seus filhos, familiares e dependentes; medidas de proteção a 
vítimas e testemunhas de crimes e de violações de direitos;
DIREITOS 
AOS MIGRANTES NO BRASIL
 De transferir recursos decorrentes de sua renda e 
economias pessoais a outro país, observada a legislação 
aplicável; de reunião para fins pacíficos; direito de 
associação, inclusive sindical, para fins lícitos;
 Acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e 
à previdência social, nos termos da lei, sem discriminação 
em razão da nacionalidade e da condição migratória; 
amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral 
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
DIREITOS 
AOS MIGRANTES NO BRASIL
 De sair, de permanecer e de reingressar em território nacional, 
mesmo enquanto pendente pedido de autorização de 
residência, de prorrogação de estada ou de transformação de 
visto em autorização de residência; e de ser informado sobre as 
garantias que lhe são asseguradas para fins de regularização 
migratória.
 À educação pública, vedada a discriminação em razão da 
nacionalidade e da condição migratória;
 À isenção das taxas mediante declaração de hipossuficiência 
econômica, na forma de regulamento; de acesso à informação e 
garantia de confidencialidade quanto aos dados pessoais do 
migrante, nos termos da Lei n° 12.527/2011; 
VISTO
 O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em 
território nacional. O visto será concedido por embaixadas, consulados-
gerais, consulados, vice-consulados e, quando habilitados pelo órgão 
competente do Poder Executivo, por escritórios comerciais e de 
representação do Brasil no exterior. Excepcionalmente, os vistos 
diplomático, oficial e de cortesia poderão ser concedidos no Brasil.
 O Visto de Visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil 
para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência, 
nos seguintes casos:
I - turismo;
II - negócios;
III - trânsito;
IV - atividades artísticas ou desportivas; e
V - outras hipóteses definidas em regulamento.
OBS: É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade remunerada 
no Brasil.
VISTO TEMPORÁRIO
 O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao 
Brasil com o intuito de estabelecer residência por tempo determinado 
e que se enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - o visto temporário tenha como finalidade: a) pesquisa, ensino ou 
extensão acadêmica; b) tratamento de saúde; c) acolhida humanitária; 
d) estudo; e) trabalho; f) férias-trabalho; g) prática de atividade 
religiosa ou serviço voluntário; h) realização de investimento ou de 
atividade com relevância econômica, social, científica, tecnológica ou 
cultural; i) reunião familiar; j) atividades artísticas ou desportivas com 
contrato por prazo determinado;
II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos;
III - outras hipóteses definidas em regulamento.
VISTOS DIPLOMÁTICO, OFICIAL E 
DE CORTESIA
 Os vistos diplomático e oficial poderão ser concedidos a 
autoridades e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em 
missão oficial de caráter transitório ou permanente, 
representando Estado estrangeiro ou organismo internacional 
reconhecido, e poderão ser estendidos aos dependentes das 
autoridades;
 O empregado particular titular de visto de cortesia somente 
poderá exercer atividade remunerada para o titular de visto 
diplomático, oficial ou de cortesia ao qual esteja vinculado, sob 
o amparo da legislação trabalhista brasileira;
 O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia será 
responsável pela saída de seu empregado do território nacional.
CONDIÇÃO JURÍDICA DO 
MIGRANTE E DO VISITANTE
 RESIDENTE FRONTEIRIÇO: A fim de facilitar a sua livre 
circulação, poderá ser concedida ao residente fronteiriço, 
mediante requerimento, autorização para a realização de 
atos da vida civil, que indicará o Município fronteiriço no 
qual o residente estará autorizado a exercer os direitos a ele 
atribuídos pela Lei de Migração;
 O documento de residente fronteiriço será cancelado, a 
qualquer tempo, se o titular tiver fraudado documento ou 
utilizado documento falso para obtê-lo; obtiver outra 
condição migratória; sofrer condenação penal; ou exercer 
direito fora dos limites previstos na autorização.
APÁTRIDA
 ACNUR: Ser apátrida significa não possuir nacionalidade ou 
cidadania. É quando o elo legal entre o Estado e um indivíduo deixa 
de existir. As pessoas apátridas enfrentam numerosas dificuldades em 
seu quotidiano: Eles também são suscetíveis a tratamento arbitrário e 
a crimes como o tráfico de pessoas. 
 Existem dois tipos de apatridia: de jure e de facto. Apátridas de jure
não são considerados nacionais sob as leis de nenhum país. 
Apátridas de facto ocorre nos casos em que um indivíduo possui 
formalmente uma nacionalidade, mas esta resulta ineficaz. Um 
exemplo disso é quando um indivíduo tem negados, na prática, 
direitos que são usufruídos por todos os nacionais, tal como o direito 
de retornar a seu país e residir nele. 
 A diferença entre a apatridia de jure e de facto pode ser difícil de 
estabelecer. As principais causas da apatridia são as políticas 
discriminatórias e os vazios legislativos em matéria de nacionalidade.
ASILO POLÍTICO
 CONCEITO DE ASILO POLÍTICO: “ É a proteção oferecida por um 
Estado a pessoa estrangeira que esteja a sofrer perseguição política no 
país em que se encontra, sendo que pela prática desse direito não pode 
ser feita qualquer reclamação por nenhum outro Estado”. (Celso Ribeiro 
Bastos).
 Segundo a Lei n° 13.445/2017, o asilo político, que constitui ato 
discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será 
outorgado como instrumento de proteção à pessoa. A saída do asilado do 
País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo.
 Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, 
crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos 
termos do Estatuto de Roma - TPI;
 Para um estrangeiro pedir asilo político ao governo brasileiro, o mesmo 
deve iniciar tal procedimento na Polícia Federal, onde serão coletadas 
todas as informações relativas aos motivos para o pedido. 
Posteriormente, o requerimento é avaliado pelo Ministro das Relações 
Exteriores, e, em seguida, pelo Ministro da Justiça. Caso aceito, o asilado 
se compromete a seguir as leis brasileiras, além dos deveres que lhe 
forem impostos pelo Direito Internacional.
ASILO POLÍTICO TERRITORIAL
 O Asilo consiste no acolhimento de estrangeiro por parte de um 
Estado que não o seu, em virtude de perseguição praticada por 
seu próprio país ou por terceiro. É instrumento de proteção 
internacional individual. As causas motivadoras da perseguição, 
ensejadoras da concessão do asilo, em regra são: dissidência 
política, livre manifestação de pensamento ou, ainda, crimes 
relacionados com a segurança do Estado, que não configurem 
crimes no direito penal comum.
 Será concedido ao estrangeiro que tenha ingressado nas fronteiras 
do novo Estado, colocando-se no âmbito especial de sua 
soberania. Sua concessão é ato de soberania estatal, de 
competência do Presidente da República, e, uma vez concedido, o 
Ministérioda Justiça lavrará termo no qual serão fixados o prazo 
de estada do asilado no Brasil e os deveres que lhe imponham o 
direito internacional e a legislação interna vigente.
ASILO POLÍTICO DIPLOMÁTICO
 Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954 da OEA: o asilo 
diplomático dar-se-á em legações, navios de guerra e 
acampamentos ou aeronaves militares, salientando que legação 
é a sede de missão diplomática ordinária, como também a 
residência dos chefes de missão, e outros locais destinados para 
tal fim, quando a capacidade normal dos edifícios for 
insuficiente para abrigar o número de asilados.
 Após a concessão do asilo, o governo do Estado territorial pode a 
qualquer momento exigir que o asilado seja retirado do país, 
concedendo ao mesmo salvo-conduto e garantias, como pode 
também o Estado asilante pedir a saída do asilado para território 
estrangeiro, estando neste caso o Estado territorial obrigado a 
conceder imediatamente salvo-conduto e garantias. 
ASILO POLÍTICO E REFÚGIO
 Refugiados: Resultante de fluxos maciços de populações 
deslocadas por razões de ameaças de vida ou liberdade. 
 A Convenção relativa ao estatuto dos refugiados de 1951 salienta 
que o termo refugiado aplicar-se-á a qualquer pessoa: Que, em 
consequência de acontecimentos ocorridos antes de 1 de janeiro 
de 1951, e receando, com razão ser perseguida em virtude da sua 
raça, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das 
suas opiniões políticas, se encontre fora do país de que tem a 
nacionalidade e não possa ou, em virtude daquele receio, não 
queira pedir a proteção daquele país; ou que, se não tiver 
nacionalidade e estiver fora do país no qual tinha a sua residência 
habitual após aqueles acontecimentos, não possa ou, em virtude 
do dito receio, a ele não queira voltar. (ONU, 2011).
ASILO POLÍTICO E REFÚGIO
 “O critério crucial para definição de um refugiado é a existência de 
fundado medo de perseguição em virtude de motivos étnicos, 
religiosos ou políticos”. Dentre os fatores que originam o deslocamento 
internacional de pessoas citem-se: políticos, ambientais e econômicos.
 Os refugiados políticos são aqueles que fogem de seus países em 
decorrência de desastres ocasionados por uma guerra, estejam ou não 
os mesmos envolvidos nesta. Por sua vez, os refugiados ambientais
são aqueles que se deslocam em decorrência de catástrofes naturais, 
como terremotos, secas. Já os refugiados econômicos, confundidos 
em parte com os assim chamados migrantes (emigrantes e imigrantes) 
como aquele que se vê diante da impossibilidade total de satisfazer 
suas necessidades vitais no país do qual é nacional, enquanto que o 
migrante, ao menos em tese, poderia subsistir em seu país natal, mas, 
insatisfeito com as condições locais, se desloca para outra região, em 
busca de melhores perspectivas. (CASELLA, 1984, p. 255).
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA – REPATRIAÇÃO 
 A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa 
em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade.
 Será feita imediata comunicação do ato fundamentado de repatriação à 
empresa transportadora e à autoridade consular do país de procedência ou 
de nacionalidade do migrante ou do visitante, ou a quem o representa;
 Não será aplicada medida de repatriação à pessoa em situação de refúgio 
ou de apatridia, de fato ou de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos 
desacompanhado ou separado de sua família, exceto nos casos em que se 
demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a 
reintegração a sua família de origem, ou a quem necessite de acolhimento 
humanitário, nem, em qualquer caso, medida de devolução para país ou 
região que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à 
liberdade da pessoa. Nesses casos a Defensoria Pública da União será 
notificada, preferencialmente por via eletrônica. 
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA - DEPORTAÇÃO
 A deportação é medida decorrente de procedimento 
administrativo que consiste na retirada compulsória de 
pessoa que se encontre em situação migratória 
irregular em território nacional.
 A deportação será precedida de notificação pessoal ao 
deportando, da qual constem, expressamente, as 
irregularidades verificadas e prazo para a regularização 
não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser 
prorrogado, por igual período, por despacho 
fundamentado e mediante compromisso de a pessoa 
manter atualizadas suas informações domiciliares.
MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA -
DEPORTAÇÃO
 Trata-se de uma forma de exclusão do estrangeiro do 
território nacional, sendo certo que todas as formas de 
exclusão do estrangeiro pressupõem a sua entrada no 
território nacional, pois não podem ser confundidas com o 
impedimento à sua entrada no País. No caso de 
impedimento à entrada, o estrangeiro não ultrapassa a 
fronteira, o porto ou o aeroporto – REPATRIAÇÃO.
 A deportação, assim, pressupõe a entrada do estrangeiro, ou 
seja, ele ultrapassou a fronteira, o porto ou o aeroporto 
brasileiro. A entrada de estrangeiro de modo irregular 
(clandestinamente), no território nacional, bem como a 
entrada regular, cuja a estada tornou-se irregular, ensejam a 
sua deportação.
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA - DEPORTAÇÃO
 Os procedimentos prévios à deportação devem respeitar o 
contraditório e a ampla defesa e a garantia de recurso com efeito 
suspensivo, devendo a Defensoria Pública da União ser 
notificada, preferencialmente por meio eletrônico, para 
prestação de assistência ao deportando em todos os 
procedimentos administrativos de deportação.
 Em se tratando de apátrida, o procedimento de deportação 
dependerá de prévia autorização da autoridade competente; e 
não se procederá à deportação se a medida configurar extradição 
não admitida pela legislação brasileira.
 O estrangeiro deportado não fica impedido de regressar ao 
território nacional, pois não se trata de um ato com finalidade 
punitiva, mas apenas de regularização da sua situação no país.
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA - EXPULSÃO
 A expulsão consiste em medida administrativa de retirada 
compulsória de migrante ou visitante do território nacional, 
conjugada com o impedimento de reingresso por prazo 
determinado.
 Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença 
transitada em julgado relativa à prática de:
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra 
ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma 
do Tribunal Penal Internacional, de 1998; ou
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, 
consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em 
território nacional.
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA - EXPULSÃO
 Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a 
duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a 
revogação dos efeitos da expulsão, e o prazo de vigência da medida 
de impedimento vinculada aos efeitos da expulsão será 
proporcional ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior 
ao dobro de seu tempo.
 No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a 
ampla defesa, e a Defensoria Pública da União será notificada da 
instauração de processo de expulsão, se não houver defensor 
constituído.
 Caberá pedido de reconsideração da decisão sobre a expulsão no 
prazo de 10 (dez) dias, a contar da notificação pessoal do 
expulsando.
MEDIDAS DE RETIRADA 
COMPULSÓRIA - EXPULSÃO
 VEDAÇÕES À EXPULSÃO: Não se procederá à expulsão 
quando a medida configurar extradição inadmitida pela 
legislação brasileira, ou quando o expulsando:
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência 
econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua 
tutela;
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem 
discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, 
residindo desde então no País;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no Paíshá 
mais de 10 (dez) anos, considerados a gravidade e o fundamento 
da expulsão
MEDIDAS DE COOPERAÇÃO -
EXTRADIÇÃO
 “É a entrega, por um Estado a outro, e a pedido deste, de pessoa 
que em seu território deva responder a processo penal ou 
cumprir pena. A extradição pressupõe sempre um processo 
penal: ela não serve para a recuperação forçada do devedor 
relapso ou do chefe de família que emigra para desertar dos seus 
deveres de sustento da prole” Francisco Rezek
 A extradição encontra-se amparada por Acordo celebrado entre 
os Estados envolvidos, devendo ser observado o conjunto de 
requisitos estabelecidos no texto ratificado. Na ausência deste, o 
pedido de extradição poderá ser formulado com promessa de 
reciprocidade de tratamento para casos análogos entre os dois 
Estados, materializada por meio de Notas Diplomáticas
EXTRADIÇÃO - PRINCÍPIOS 
 Princípio da Especialidade: o extraditando não poderá ser processado 
e/ou julgado por crimes que não embasaram o pedido de cooperação e 
que tenham sido cometidos antes de sua extradição, podendo o Estado 
requerente solicitar ao Estado requerido a extensão ou ampliação da 
extradição ou extradição supletiva
 Princípio da Dupla Tipicidade: também conhecido como Princípio da 
Identidade ou da Dupla Incriminação do Fato. Impõe-se que somente 
seja concedida uma extradição para um fato típico e antijurídico, assim 
considerado tanto no país requerente quanto no requerido
 Princípio non bis in idem: por meio da qual, não será concedida a 
extradição quando já existir sentença transitada em julgado pelo mesmo 
fato em que se baseia o pedido de extradição. Destaque-se, aqui, o termo 
“fato”, já que poderá ser solicitada a extradição de um indivíduo por um 
determinado crime em relação ao qual já tenha sido condenado, mas não 
em relação ao mesmo fato delitivo
CLASSIFICAÇÃO DA EXTRADIÇÃO
 a)extradição ativa quando o Governo brasileiro solicita a entrega 
de uma pessoa procurada pela Justiça brasileira a outro país, para 
fins de julgamento ou cumprimento de pena.
 b) extradição passiva quando a pessoa objeto de processo penal 
em outro país encontra-se no Brasil e o Estado estrangeiro requer 
sua entrega para instrução de processo penal ou execução de 
sentença, ainda que não transitada em julgado.
 OBS: A Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, 
por meio do Departamento de Estrangeiros, é a Autoridade 
Central em matéria de extradição, sendo responsável por 
formalizar os pedidos de extradição feitos por autoridades 
brasileiras a um determinado Estado estrangeiro (ativa) ou, ainda, 
processar, opinar e encaminhar as solicitações de extradição 
formuladas por outro país à Suprema Corte brasileira (passiva).
EXTRADIÇÃO – O PAPEL DO STF
 De forma geral, o Poder Judiciário do Estado requerido é 
responsável por decidir se o pedido de extradição formulado deve 
ou não ser concedido. São analisados, principalmente, os aspectos 
formais que conduziram o processo criminal objeto do pedido de 
extradição, levando-se em conta as garantias fundamentais do 
extraditando, as limitações prescricionais e a inexistência de 
motivações políticas ou ideológicas que prejudiquem o pedido 
formulado.
 O Supremo Tribunal Federal realiza o controle de legalidade do 
pedido, verificando, por exemplo, se o fato imputado é punível na 
legislação de ambos Estados, se já era tipificado anteriormente a 
seu cometimento, se já foi extinta a punibilidade do delito 
praticado em qualquer dos Estados – requerente e requerido –, e 
se o crime é ou não de natureza política ou militar.
EXTRADIÇÃO ATIVA
 O Poder Judiciário encaminha a documentação correspondente ao 
Departamento de Estrangeiros, da Secretaria Nacional de Justiça, 
que analisa a admissibilidade do pedido, a fim de verificar se está 
na forma estabelecida no Acordo e/ou legislação interna. Sendo 
admitido, o pedido de extradição será encaminhado ao Ministério 
das Relações Exteriores, a fim de que seja formalizado ao Estado 
onde se encontra o foragido da justiça brasileira, ou diretamente à 
Autoridade Central do respectivo país, quando permitido em 
Acordo. 
 Sendo deferida a extradição, o Estado requerido comunicará a 
decisão à Autoridade Central, com urgência, para que as 
autoridades brasileiras retirem o extraditando do território 
estrangeiro no prazo previsto no Acordo, ou na data estipulada 
pela legislação interna do país requerido.
EXTRADIÇÃO PASSIVA
 O Governo brasileiro recebe o pedido por meio do Min. das Rel. 
Exteriores ou diretamente da Autoridade Central do Estado requerente. 
A Secretaria Nacional de Justiça, por meio do Depto. de Estrangeiros, 
realiza a análise de admissibilidade conforme tratado e lei interna, e 
encaminha o pedido ao STF, a quem compete a análise de mérito (CF 
102, I, “g”)
 Deferida a extradição pelo STF, e após o trânsito em julgado da decisão, a 
Autoridade Central brasileira poderá diferir a entrega na hipótese de o 
extraditando responder a processo-crime perante a Justiça brasileira ou 
estiver cumprindo pena, ou, ainda, na ausência de apresentação dos 
compromissos formais, se for o caso. 
 Caso não seja retirado no prazo estipulado, o indivíduo será colocado em 
liberdade e o Brasil não será obrigado a detê-lo novamente em razão do 
mesmo pedido.
 Eventual decisão, total ou parcialmente denegatória pelo Supremo 
Tribunal Federal, será fundamentada e informada ao país requerente da 
extradição