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O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA FERNANDES, Elen Ferreira.1 SILVA, Hilda Perolina Alves. ² AMORIM, Marluce.³ RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar o papel do professor na inclusão escolar como agente mediador nos processos de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos na Educação Inclusiva, os resultados evidenciaram não só a relevância dos profissionais da educação por estarem atentos ao contexto escolar e às configurações subjetivas de cada aluno, como também a necessidade de distinção e parceria. Considerando que cabe ao professor o papel de atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal do aluno com deficiência, estimulando a autonomia e a capacidade de desenvolver, a partir de intervenções e adaptações curriculares as potencialidades de cada aluno, intervenções essas que podem ocorrer tanto na adaptação do material pedagógico proposto pela escola, quanto na mediação social entre a criança com deficiência e o ambiente em que ela se encontra. O professor tem como artificio os materiais de recursos como forma de intervenção com a finalidade de facilitar e mediar o acesso ao conteúdo de sala, bem como o uso de tecnologia assistiva para o benefício da aprendizagem, proporcionando ao aluno um acesso adaptado à informação dada em aula. Considerando a importância do professor com agente principal no ensino educativo e inclusivo, os objetivos deste trabalho foram analisar o seu papel, sua qualificação, atitudes e habilidades sociais frente à inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais e o processo de aprendizagem adotado a tais alunos, a fim de viabilizar a inclusão destes sujeitos de maneira eficaz e satisfatória. PALAVRAS CHAVES: Educação Inclusiva; Papel do Professor; Formação Continuada. RESUMEN: Este trabajo tuvo como objetivo analizar el papel del maestro en la inclusión escolar como agente mediador en los procesos de desarrollo y aprendizaje de los estudiantes en Educación Inclusiva, los resultados mostraron no solo la relevancia de los profesionales de la educación para ser conscientes del contexto escolar y las configuraciones subjetivas de cada estudiante, así como la necesidad de distinción y asociación. Teniendo en cuenta que depende del maestro actuar en la Zona de Desarrollo Proximal de los estudiantes con discapacidades, fomentando la autonomía y la capacidad de desarrollar, basándose en intervenciones y adaptaciones curriculares, el potencial de cada estudiante, intervenciones que pueden ocurrir tanto en la adaptación de la material pedagógico propuesto por la escuela, así como en la mediación social entre el niño con discapacidad y el entorno en el que se encuentra. El maestro utiliza materiales de recursos como una forma de intervención para facilitar y mediar el acceso al contenido del aula, así como el uso de tecnología de asistencia en beneficio del aprendizaje, proporcionando al estudiante acceso adaptado a la información proporcionada en clase Considerando la importancia del maestro como el agente principal en la educación educativa e inclusiva, los objetivos de este estudio fueron 1Formada no curso de Pedagogia – Faculdade Salesiana Dom Bosco - Leste Manaus/AM. Email:elenfernandes.ef22@gmail.com ² Formada no Curso de Pedagogia – Faculdade Salesiana Dom Bosco – Leste Manaus/AM. Email: silvaphilda@gmail.com mailto:elenfernandes.ef22@gmail.com analizar su papel, calificación, actitudes y habilidades sociales frente a la inclusión de estudiantes con necesidades educativas especiales y el proceso de aprendizaje adoptado para dichos estudiantes, para permitir la inclusión de estos temas de manera efectiva y satisfactoria. PALABRAS CLAVE: Educación inclusiva; Papel del maestro; Educación continua. INTRODUÇÃO A proposta do artigo é refletir sobre o papel do professor na Educação Inclusiva onde muitas vezes não sabemos como devemos nos conduzir quando nos encontramos com alguém com alguma deficiência. Talvez a falta de formação adequada nos ponha em algumas situações desconfortáveis no nosso dia a dia e este trabalho tem como objetivo mostrar o progresso do professor dentro da sala de aula com alunos especiais. Legalmente a questão da inclusão de alunos especiais está muito bem amparada; teoricamente, estamos diante de um novo paradigma de educação inclusiva. Contudo, é muito grande o distanciamento entre os preceitos legais /teóricos e a prática da inclusão, entre o direito que é garantido e o que de fato, é proporcionado na escola. Há que se considerar que a legitimidade desse processo advém da capacidade de mobilização, articulação e de ação das forças identificadas com a necessária transformação da nossa organização escolar. Para que possamos desenvolver uma boa pesquisa, precisamos compreender o significado e a importância da educação inclusiva em nosso trabalho, pois através de seus fundamentos e lógicas, passamos a vivenciar e pôr em pratica o que desejamos alcançar com a nossa análise e objetivos a ser alcançados através da pesquisa que pretendemos realizar e assim obter resultados relevantes e significativos. Com as experiências vivenciadas em nosso cotidiano, podemos entender que através da nossa observação e ponto de vista como pesquisador, assim explorar e buscar novos aspectos e forma de trabalhar. O planejamento do professor de educação especial não deve ser diferente do professor de classes regulares, pois, num sentido mais amplo, deve atender a todos, ao analisarmos essas dificuldades, sentimos grande necessidade de rever conceitos e a formação adequada para os professores, levantando suas dificuldades em sala de aula, tentando viabilizar melhores condições para o seu trabalho e trazendo para o meio escolar um aproveitamento melhor de ambas as partes. É importante que os professores, os demais alunos e famíliares se adaptem ao meio que a criança inclusa está sendo inserida, dando a devida importância para tamanha contribuição na vida escolar dessa criança. Essa prerrogativa incorpora os conhecimentos da área aos demais saberes que compõem o currículo escolar, indicando uma proposta de inclusão da prática da cultura no projeto da escola e conseqüentemente, dos alunos podendo favorecer o trabalho educacional interdisciplinar e a definição e execução de ações pedagógicas integradas que colaborem para uma prática educacional mais coerente, democrática e inclusiva na escola. Este trabalho é baseado na dificuldade do educador, analisando os desafios que eles enfrentam diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, porque nem todas as escolas oferecem subsídios para se trabalhar com esses alunos e suas dificuldades. É um desafio de todos, principalmente dos profissionais na área de educação, que têm de fato que atender esses educandos com responsabilidade e qualidade de ensino. METODOLOGIA O objetivo desse artigo é apresentar o contexto do Papel do Professor na Educação Inclusiva, sua significância e sua importância no âmbito dos métodos, enfatizando a necessidade da formação e informação, uma vez que, através desses atributos possamos analisar as adversidades do desenvolvimento de cada individuo, a abordagem do problema é de ordem qualitativa, visto que se trata de pesquisa social e não aborda tratamento estatístico já que na percepção de Richardson (1999, p. 80) “(...) os estudos que utilizam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação entre curtas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais (...)”. A pesquisa tem o cunho bibliográfico, onde retrata os dados da investigação que são de suma importância para a assimilação das aquisições propostas. As técnicas abordadas foram através da leitura de obras de autores como Brasil (1996), Richardson (1999), Libaneo (2001), entre outros, as quais objetivaram a encontraras respostas e soluções para os problemas no processo de inclusão e a importância do professor nesse processo. Entretanto a pesquisa se classifica como descritiva pelo fato de relatar a importância do Professor nesse processo de inclusão e desenvolvimento. Para Gil (1999, p.44), na pesquisa descritiva busca-se “juntamente com a exploratória, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc.” Entretanto a pesquisa não deixa de ser exploratória, pois ao aprofundar na opinião de tantos teóricos, faz-se exploração do conhecimento científico para produção da pesquisa. Segundo Gil (1999, p.43) a pesquisa exploratória “tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos com hipóteses pesquisáveis”. E são através dessas pesquisas que podemos perceber a importância de compreender os desafios do Professor diante da Educação Inclusiva, uma vez que, é uma das práticas que promovem a aprendizagem e desenvolvem vários aspectos do ser humano, como o motor, o psicológico, o social e o afetivo, sendo essas, ferramenta de grande importância, muito válida durante o período no qual a criança se vincula à sociedade. Assim, em se tratando do atendimento às necessidades de todo e qualquer aluno, as atitudes de uma instituição educacional inclusiva enfatizam uma postura não só dos educadores, mas de todo o sistema educacional. Uma instituição educacional com orientação inclusiva é aquela que se preocupa com a modificação da estrutura, do funcionamento e da resposta educativa que se deve dar a todas as diferenças individuais, inclusive as associadas a alguma deficiência, em qualquer instituição de ensino, de qualquer nível educacional. 1. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA ESCOLAR A história da inclusão foi marcada por uma forte rejeição, preconceito e discriminação. Relata-se que na literatura da Roma Antiga as crianças com deficiência, nascidas no principio da era cristã, eram afogados por serem considerados anormais e débeis. Já na Grécia antiga, Platão relata no seu livro “A República” que as crianças com má constituição ou com deficiência eram sacrificadas ou escondidas pelo poder público. Educação Inclusiva significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem A Educação Especial, no Brasil, teve início na época do Império, começou com duas instituições: Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual instituto Benjamin Constant -IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação- INES, os dois no Rio de Janeiro. Na segunda metade do século XIX e inicio do século vinte, as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados Unidos. A Educação especial surgiu com o método de ensino para crianças com deficiência mental criado pela médica italiana Maria Montessori, no inicio do século XX, entretanto o método Montessori foi mundialmente difundido e até hoje é utilizado, inclusive no Brasil, na educação pré-escolar de crianças sem qualquer deficiência. É um grande desafio aos professores o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, pois cabe a eles construírem novas propostas de ensino, atuar com um olhar diferente em sala de aula, sendo o agente facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Muitas vezes os professores apresentam resistência quando o assunto é mudança, causando certo desconforto, talvez o que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à sua inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a teoria e não teve acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos especiais. Sendo assim, cabe aos professores procurar novas posturas e habilidades que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão positiva das pessoas com necessidades especiais. O professor deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando somente nos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade. [...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. (MANTOAN,1997, p.120). Dessa forma, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade, independente de suas diferenças individuais. A Constituição Federal de 1988 traz um dos principais objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (ART.3º, INCISO IV). O artigo 205 garante a educação como direito de todos e o pleno desenvolvimento da pessoa, formação de cidadãos para a sociedade e qualificação profissional. O artigo 206 inciso I garante a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante que é dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (ART. 208). A educação para a diversidade pressupõe a preparação do professor e do sistema educacional com a valorização profissional do educador, por meio de apoio e estímulo o aperfeiçoamento das escolas, para a oferta do ensino, o apoio e parceria da Educação Especial e a promoção do trabalho em equipe. A inclusão escolar é um tema discutido no campo educacional, e pesquisadores sinalizam a necessidade de transformação da escola, para que esta se adapte às características de todo aluno (PROCÓPIO ET. al., 2010). A educação inclusiva trabalha com as diferenças individuais que se encontram no ambiente escolar, dando atenção para as experiências, formas de compreensão, dificuldades e capacidades que precisam ser levadas em consideração no ato educativo individualmente. Nesse sentido, reconhece-se que é preciso formar o professor para trabalhar com a diferença, em uma perspectiva pluralista, sendo que a formação continuada é um instrumento que potencializa a formação inicial. Esta forma de atuação da Educação Especial não é contraditória aos princípios da Educação Inclusiva; ao contrário, numa escola aberta à diversidade as duas propostas se complementam. A Educação Especial constitui-se como um arcabouço consistente de saberes teóricos e práticos, estratégias, metodologias e recursos que são imprescindíveis para a promoção do processo ensino- aprendizagem de alunos com deficiências e outros comprometimentos, matriculados no ensino regular. Estar em consonância com o paradigma da inclusão em educação especial não significa contemplar todas as especificidades dos comprometimentos oriundos das crianças e jovens que encontram barreiras em sua aprendizagem. Significa, sim, direcionar o olhar para a compreensão da diversidade, oportunizando a aprendizagem de seus alunos e respeitando sempre as suas necessidades. Um educador que domina os instrumentos necessários para o desempenho competente de suas funções, tem a capacidade de problematizar a própria prática, refletindo criticamente a respeito da mesma. 2. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSODE APRENDIZAGEM A colocação Professor surgiu no Brasil com um decreto de Dom Pedro I, em 15 de Outubro de 1827, onde determinava que todas as cidades, vilas e vilarejos tivessem suas primeiras escolas, no entanto o acesso a educação naquela época ainda era muito precário, onde só quem tinha condições de contratar professores eram as famílias mais ricas, nessa época, esses profissionais atuavam em escolas privadas ou vendiam seus conhecimentos a essas famílias. No entanto a partir da década de 30, é que foi surgindo os grupos escolares onde o poder público se responsabilizou pela educação das crianças e com tudo houve a expansão dos grupos e a primeira escola de formação superior. A partir da década de 1960 é que as mulheres chegaram as escolas nas condições de estudante, e depois de muitas conquistas nas condições de docente. Diante de tais necessidades especiais educacionais, o papel do professor é de suma importância na educação inclusiva, visto que o professor é a autoridade competente, direciona o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à apropriação do conhecimento, é nessa perspectiva de está aberto a conhecer o outro Freire afirma que: O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras. (FREIRE, 2005, p. 58). Sendo assim, cabe aos professores procurar novas posturas e habilidades que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão positiva das pessoas com necessidades especiais. Por isso a importância do papel docente na percepção do aluno, no acompanhamento do mesmo em sala de aula e na busca constante de aprender e melhorar a si mesmo em sua prática atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário que os profissionais e principalmente os professores, estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida,como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006). A educação é um direito de todos, educação de qualidade é igualitária, e nós, como professores, tentamos fazer com que isso aconteça, no entanto, a capacitação de professores passa por uma mudança a respeito da inclusão, visando melhora lá com atendimento igualitário e qualitativo, com direito ao acesso e a permanência na escola, precisando também ser levado em conta outros princípios como a acessibilidade e locomoção. A atuação pedagógica é um processo de investigação, estudo e de solução de problemas, por isso, muitas vezes o professor se depara com inúmeros desafios, que devem ser solucionados para superar os limites impostos, exigindo do professor a busca por novas estratégias, procurando identificar as possibilidades de cada aluno com o intuito de encontrar as capacidades para que esse aluno possa aprender junto com os demais e superar seus próprios limites. Diante de tal desafio, o professor deve planejar suas aulas e recorrer entre outras alternativas possíveis para que todos tenham acesso às oportunidades dentro da sala de aula. A inclusão nada mais é que um processo de inovação que exige um esforço de reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas escolas busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político- pedagógico, incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações físicas necessárias para acolher os alunos nesse momento, é importante ressaltar que a princípio básico da educação inclusiva. Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais especiais pode participar a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, visto que, o tripé escola-família-comunidade é de suma importância, dado que, através dessa participação os professores têm a oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas especificidades, surgindo a partir daí uma troca de informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a todos, já que, sozinho não poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção inclusivista. De acordo com Silva (2010) “um bom relacionamento entre família e professores amplia as possibilidades e cria novas formas de atividade e afetividade”. A maneira que professor e aluno se relacionam cria a afetividade que faz com que essa relação se fortaleça ainda mais. O aprendizado desse aluno se dá no cotidiano, porque é através da prática que se constrói o conhecimento é a afetividade. 3. FORMAÇÃO CONTINUADADO DOCENTE A formação continuada dos docentes nos dias atuais tem como objetivo o processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos conhecimentos necessários a atividades dos educadores assegurando um ensino de qualidade cada vez maior aos seus alunos. Segundo a pedagogia é responsabilidade não só da academia, mas do espaço onde a ação acontece, uma formação, neste sentido, está aberta a novas experiências, novas maneiras de ser, de se relacionar e aprender, estimulando também as capacidades e idéias de cada um proporcionando vivências que possam auxiliar os professores e alunos a desenvolverem a sensibilidade, reflexão e perceberem seus saberes (de senso comum) às novas situações vividas na sala de aula. como ponto de partida para entender, processar e transformar a realidade no contexto escolar. A complexidade de fatores que permeiam a questão da formação continuada é bastante abrangente e está ligada ao desenvolvimento da escola, do ensino, do currículo e da profissão docente. Para além da aprendizagem da matéria a ser dada em sala de aula, a formação de professores traz consigo aspectos relevantes que constituem o ser professor. Dentro dessa perspectiva, a formação continuada, entendida como parte do desenvolvimento profissional que acontece ao longo da atuação docente, pode possibilitar um novo sentido à prática pedagógica, contextualizar novas circunstâncias e a atuação do professor. Trazer novas questões da prática e buscar compreendê-las sob o enfoque da teoria e na própria prática permitir e articular novos saberes na construção da docência. Para Morin (2000), o professor tem o dever de educar-se sobre o mundo e sobre a cultura dos estudantes para que possa responder às questões e curiosidades deles, preenchendo lacunas entre o mundo do professor (adulto), o mundo do aluno (criança e jovem), na maioria das vezes em contato com as tecnologias e o conhecimento escolar. Os conteúdos presentes nas tecnologias da comunicação, em especial na televisiva, fornecem elementos para expressão e compreensão de processos sociais, pois trazem para a cena conflitos, situações e contextos a serem debatidos e refletidos pelos sujeitos escolares (também espectadores), muitas vezes com dificuldades para entender a orientação do professor. LIBANEO (2001), defende que o trabalho pedagógico, o qual compreende a atuação profissional do Pedagogo, em um amplo leque de práticas educativas do trabalho docente desenvolvido em sala de aula pelo professor. Para esse autor, o trabalho docente dado asua natureza, é pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é necessariamente docente, face aos modos de atuação e requisitos profissionais não serem da mesma natureza, ainda que se configurem como modalidades de prática pedagógica. Nesse sentido, o educador, necessariamente, constitui sua identidade profissional pela teoria e prática acerca dos saberes pedagógicos. O professor deve buscar ser um leitor que, além de compreender e dialogar com o texto é capaz de descobrir o valor e o prazer da leitura, desvendando os vários sentidos possíveis de um texto. Deve ser também, um produtor de textos, “autor”, que além de escrever frases e palavras, tem a competência para compor textos, enfrentar os desafios de sua produção e sentir o gosto pela possibilidade de dar vida aos seus pensamentos, idéias e fantasias. Ter essa habilidade poderá favorecer também o desenvolvimento do prazer de ler e escrever nos alunos. Nesse sentido, a formação do professor está em constante mudança. Antes, a função do professor era ensinar um corpo de conhecimentos estabelecidos e legitimados pela ciência e pela cultura, a escola detinha o monopólio do conhecimento e da informação. A transmissão de valores e a tarefa de educar para a cidadania estavam a cargo da família. Porém, a profissão do professor se modificou, ou seja, saiu de um mundo de certezas, de verdades a serem ensinadas para um contexto de incertezas. Considerando como aspecto importante da formação continuada, a mudança segundo Hargreaves (2002) nos diz que ela é um processo que envolve aprendizado, planejamento e reflexão. Envolve valores, propósitos e conceitos associados ao que está sendo modificado. Há dessa forma, a necessidade de se fazer parte constituinte dessas mudanças e as elaborando dentro de um contexto mais amplo de reflexão. Desta forma: Os professores não alteram e não devem alterar suas práticas apenas porque uma diretriz lhes é apresentada, e eles se sentem forçados a cumpri-las. Eles não podem evocar novas práticas a partir de nada ou transpô-las de imediato do livro didático para a sala de aula. Os profissionais necessitam de chances para experimentar a observação, a modelagem, o treinamento, a instrução individual, a prática e o feedback, a fim de que tenham a possibilidade de desenvolver novas habilidades e de torná-las uma parte integrante de suas rotinas de sala de aula. (HARGREAVES, 2002, p.114). A formação continuada assim entendida como perspectiva de mudança das práticas no âmbito dos docentes e da escola possibilita a experimentação do novo, do diferente a partir das experiências profissionais que ocorrem neste espaço e tempo orientando um processo constante de mudança e intervenção na realidade em que se insere e predomina esta formação. Acreditamos que os professores têm a responsabilidade ética e moral de fazer-se conscientes do impacto que eles têm sobre seus alunos. Esse impacto de qualquer professor existe, e o mesmo não pode fechar os olhos para essa realidade. Tal influencia não se dá apenas na linha dos conhecimentos e do desenvolvimento intelectual, incide também no desenvolvimento emocional e social dos alunos. Podemos influir também no desenvolvimento moral, no discernimento dos próprios valores sociais e no discernimento para saber o que eles querem ou pretendem fazer da sua vida no futuro. Nós professores, temos uma grande influência, ou podemos tê-la, na vida de nossos alunos desde que haja um bom relacionamento no decorrer do ano. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como base as pesquisas realizadas em diversos artigos, livros e revistas. Temos consciência que as idéias esboçadas nestas considerações finais são incompletas. Mas, por outro lado, sabemos que é o movimento histórico desse sujeito inconcluso que o lança numa permanente reinvenção de sua própria existência. Ao encerrar esse trabalho não podemos deixar de chamar a atenção para o fato de que a questão da formação de professores não pode ser dissociada do problema das condições de trabalho que envolvem a carreira docente, em cujo âmbito devem ser equacionadas as questões do salário e da jornada de trabalho. Com efeito, as condições precárias de trabalho não apenas neutralizam a ação dos professores, mesmo que fossem bem formados A experiência docente, ofício que se constitui por meio de uma rigorosidade metódica que nada tem a ver com o uso de fórmulas preestabelecidas, licenciosidades ou espontâneas e sim com a incessante busca por reconhecermos nossos próprios equívocos e empreendermos encaminhamentos rumo à superação e características essenciais do tornar-se professor a cada novo desafio. Com base nos objetivos pautados no início desse trabalho, destacamos a relevância de ser leitor e produtor de texto para o desenvolvimento pessoal e profissional dos educadores, mais, especificamente, dos professores dos Anos Iniciais e Educação Especial por ser este o profissional responsável por introduzir, formalmente, as crianças, jovens e adultos no contexto escolar. Os professores acabam projetando no aluno com necessidade especial seus condicionamentos psíquicos positivos e negativos, suas limitações, suas qualidades, defeitos e virtudes. Se não vivenciar processos formativos transformadores de saberes e práticas, este ensinante pode acabar repetindo, na gestão da aprendizagem, esquemas oriundos de uma concepção mecanicista de ensino. A formação inicial pode representar um novo marco de profissionalidade docente, desde que possibilite ao professor, a formação de novas atitudes e valores à medida que os velhos esquemas são identificados, problematizados em busca de superação. O desafio de efetivar uma perspectiva de formação inicial capaz de transformar a relação mecanicista dos professores com o material escrito e o próprio ato de ler, rumo a uma práxis histórico-cultural capaz de apresentar nítidos reflexos no exercício da profissão, nos parece ser um grande intransferível e inadiável desafio. Assim, compreendemos que a problemática que envolve a formação dos professores dos Anos Iniciais e Educação Especial é voltada, ainda, às questões técnicas e pedagógicas, e não ao ensino, aos saberes que precisam ser efetivamente trabalhados e mediados pelo professor. Na realidade o apoio da família no processo de ensino e aprendizagem dos aprendentes é fundamental, pois só engrandece e cria uma grande afetividade entre escola e família embora que haja muitos pais que não aceitam que o seu filho possa apresentar algum tipo de dificuldade ou necessidade. O psicopedagogo por sua vez desempenha um papel fundamental neste processo tão importante que é entre: família, aluno e professor, promovendo encontros que esclareçam e ajudam a sanar as duvidas existentes em relação aos transtornos que seus filhos possuem. Sem a contribuição da família no processo escolar da criança o risco que ela corre é bem maior, pois além de problemas escolares ela também terá na vida como um todo. Se a família e o professor trabalharem juntos com certeza obterão melhor resultado diante da situação apresentada, pois os mesmos são os maiores responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem das crianças. A sociedade espera que a escola seja uma parceira inclusiva para que, juntos, consigam disseminar informações sobre as necessidades especiais e superar as dificuldades daqueles que a apresentam. Algumas das ações que devem ser tomadas são: promover cursos de capacitação para professores possibilitando a criação de formas alternativas para que as crianças possam se desenvolver de forma rápida e que não se sinta excluida do contexto escolar. Portanto, acreditamos que é preciso que os professores sejam totalmente envolvidos com a desmistificação das relações sociais, que tenham clareza teórica para instigar o profissional que é passivo de erros, e que busque subsídiosadequados para compreender como ensinar os alunos com necessidade especial. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Constituição, 1988. Constituição da Republica Federativa do Brasil, 1988. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1989. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005. GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 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