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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Tecido conjuntivo: glicosaminoglicanos, colágeno e grande quantidade de material inorgânico (cristais de hidroxiapatita); Tecido ósseo: o Elementos orgânicos: 30% peso seco osso; colágeno tipo I e proteoglicanos (98%); e células (2%); o Elementos inorgânicos: 70% do peso seco do osso, quase totalmente formado por cristais de hidroxiapatita. Fratura: perda da solução de continuidade do tecido ósseo; o Diástase: afastamento dos fragmentos ósseos da fratura; o Todos os tecidos cicatrizam por tecido fibroso, o tecido ósseo é o único que se regenera; o Os ossos recebem sangue através do periósteo; Fissura = fratura; Células mesenquimatosas que se diferenciam em células formadoras de tecido ósseo (osteoblastos); Encontradas em quase todas as superfícies livres dos ossos (endósteo, periósteo, trabéculas de cartilagem calcificada); Mais ativas durante a fase de crescimento dos ossos e reparações de lesões ósseas; Células jovens com intensa atividade metabólica; Função: produção da parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas); síntese de matriz óssea; o Concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz; o Regeneração óssea após fraturas; Encontradas na superfície do osso periósteo e no endósteo; Localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea; 1 lacuna = 1 osteócito; Compõem o interior da matriz óssea; Função: manutenção da integridade da matriz óssea; Resultam da fusão de várias células do sistema fagocitário mononuclear; Função: reabsorção e remodelação do tecido ósseo; Fibras colágenas se dispõem irregularmente, sem orientação definida; Primeiro tecido ósseo que aparece é do tipo primário sendo substituído gradativamente por tecido ósseo lamelar (secundário); https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2019/09/c%C3%A9lulas-%C3%B3sseas.jpg https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2019/09/c%C3%A9lulas-%C3%B3sseas.jpg Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas umas às outras ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Harvers ou ósteon; Canais transversos ou oblíquos (canais de Volkmann) - se distinguem dos de Havers por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas; Lacunas: onde ficam os osteócitos; Sangramento e formação de hematoma fraturário: através da vascularização rompida chegam células indiferenciadas, fatores de crescimento, quimiocinas e citocinas que estimulam reação inflamatória local e fatores angiogênicos; Contratura muscular: aproxima bordos da fratura e estabiliza o local para que possa ocorrer a chegada de novas células e reestabelecer o tecido; Formação do calo mole: chegada de fibroblastos formará o calo mole no local; Formação do calo fibrocartilaginoso: chegada de células condrais que substituem o calo mole por um calo fibrocartilaginoso e o local se torna mais estável para receber células ósseas; Chegada de células ósseas: chegam osteoblastos e iniciam a secreção de matriz óssea: ossificação primária/intramembranosa; Ossificação secundária/endocondral: células condrais presentes no local hipertrofiam e rompem, liberando cristais de hidroxiapatita - processo em que o tecido ósseo surge em cima de um molde de cartilagem; Estabilidade; Presença e integridade do hematoma fraturário; Contato entre os fragmentos; Proteção da biologia ➝ proteção do periósteo, do hematoma... Estímulo biomecânico ➝ inicialmente, é necessária estabilidade óssea, mas posteriormente, é necessário impacto para que o osso cresça; Forma como as fraturas se consolidam na natureza, sem intervenção humana; Formação de calo ósseo; Indireta: vem de estabilidade relativa ➝ existem micromovimentos na fratura ➝ estabilidade vem aos poucos com a contração muscular, formação do calo mole, calo fibrocartilaginoso... Forma mais comum de cicatrização; Consiste de uma cicatrização óssea endocondral e intramembranosa; Caracterizada pela formação de um calo intermediário antes da formação do calo ósseo; Não exige redução anatômica e estabilização do foco de fratura; Tratamento não cirúrgico de fraturas e em determinados tratamentos cirúrgicos em que ocorrem movimentos no local da fratura (fixação intramedular, fixação externa ou fixação interna de fraturas cominutivas complicadas); Talas engessadas, gessos, fixador externo, placa em ponte, haste intramedular; Remodelamento: 2º passo no processo de consolidação indireta; o Ocorre em 3-4 meses; o Formação do ósteon ➝ unidade fisiológica formadora do osso; formado por osteoclastos; reestabele o canal medular do osso; permite a formação da vascularização do calo ósseo ➝ só ocorre depois que a fratura está totalmente consolidada; Haste medular: haste vai dentro da medula do osso longo; padrão-ouro em fraturas em diáfise de fêmur e tíbia (agride em parte o hematoma, mas preserva o periósteo); Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Placa em ponte: não agride o hematoma fraturário, mas perfura periósteo em pequenos locais; paciente só pode pisar quando o calo estiver quase consolidado para evitar risco de quebrar a placa; fratura supracondiliana; Fixador externo: fraturas expostas; Cirurgia ➝ promoção artificial da estabilidade absoluta para a fratura; O osso é fixado de forma que não exista movimentos no foco da fratura ➝ imediatamente inicia a formação dos ósteons que farão remodelamento e formação do canal medular; Não há movimento ➝ não há necessidade da formação de calo ósseo ➝ NÃO há chegada de células mesenquimais e não ocorre formação de calo ósseo; Estabilidade absoluta ➝ não há movimentação entre os fragmentos da fratura; o O osso necessita de estímulo biomecânico para consolidar ➝ necessária a realização de compressão interfragmentar (estímulo de fixação óssea); o Desvantagens: agressão do hematoma, agressão do periósteo; o Paciente não pode pisar no chão imediatamente pós cirurgia ➝ a partir de 1-2 meses ele pode apoiar levemente, para evitar quebrar a placa; Em todas as técnicas que utilizam placa e parafuso, o paciente NÃO pode pisar de imediato; Utiliza-se a estabilidade absoluta em fraturas de articulação para evitar a formação do calo ósseo (estabilidade relativa) dentro da articulação, evitando, assim, artrose precoce; o As extremidades dos ossos longos possuem esponjoso, rico em células jovens e muito vascularizado, compensando a agressão do periósteo e do tecido ósseo do método de consolidação primário/artificial; Fixação dos fragmentos com placas + parafusos; Banda de tensão ➝ fraturas de olecrano e patela; o Utilização de fios de Kirchner; Fraturas em articulações ou próximo delas devem ser fixadas com estabilidade absoluta; ➝ Placa em ponte também é “placa + parafuso”, porém usa o princípio da estabilidade relativa; Fratura de extremidades: estabilização absoluta ➝ evita artrose precoce (a consolidação errada altere carga e distribuição de forças na articulação); fratura de epífise; Fraturas de rádio: não se usa haste intramedular ➝ várias articulações no antebraço dependem do tamanho do rádio e ulna (radiocarpica, ulno- cárpica, radio-ulnar distal, radio-ulnar proximal, radiocapitelar e ulno-troclear), portanto qualquer alteração na estrutura desses ossos mudará a distribuição de cargas, gerando artrose precoce; o Placas e parafusos; o Princípio da estabilidade absoluta; o Toda fratura disfisária de antebraço deve ser consideradauma grade articulação; Haste intramedular Placa em ponte Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo 1- Redução dos fragmentos deve ser anatômica, como na diáfise, mas sobretudo os articulares; 2- Osteossíntese deve ser estável em situações mecânicas instáveis ➝ sempre estabilidade absoluta; 3- Manutenção da vascularização dos fragmentos: proteção de hematoma e periósteo; 4- Cirurgia precoce para obter movimentação precoce: pois o que não é usado, atrofia; 1- Redução anatômica em articulações e em suas proximidades; 2- Estabilidade absoluta: só em articulações e proximidades, NÃO necessita em diáfise (não é contraindicado, mas não é o ideal); 3- Manutenção da vascularização: preservar hematoma e periósteo; 4- Mobilização precoce do paciente para evitar incapacidade e atrofia muscular; Normal (para todas as fraturas): consolidar em até 3-4 meses; Fatores que prejudicam consolidação: tabagismo; insuficiência vascular; etilismo; DM; desnutrição; idade avançada (idosos tendem a ter consolidação mais lenta); uso de AINHs; Fatores locais do osso: o Fraturas multifragmentares (cominutivas): traduzem maior impacto do trauma, que também ocorre nas partes moles, ou seja, há agressão do potencial biológico de regeneração do osso; o Locais poucos vascularizados: fêmur proximal na região sub-trocantérica, pilão tibial, clavícula e escafoide; o Hastes muito finas, fragmentos ósseos muito afastados; o Falta de estabilidade: quando há excesso de movimentação no local da fratura, é um problema mecânico; o Osso alarga suas bases para tentar diminuir o arco de movimento (o calo ósseo é formado em laterais), porém ainda há movimento e o calo ósseo nunca irá consolidar; o O osso adquire aspecto agredido, esclerótico; o Ocorre formação de uma cápsula pelo tecido mole, preenchido por líquido: parece uma articulação, ou seja, é uma pseudoarticulação com aspecto de artrose ➝ pseudoartrose hipertrófica (muita formação de calo ósseo); o RX: extremidades da fratura com aspecto de “pata de elefante” ➝ hipertrófica com calo ósseo exuberante; o Tratamento: coloca-se mais parafusos na placa em ponte para dar mais estabilidade; se o tratamento for com haste intramedular, usa-se uma haste de maior calibre; Falta de estabilidade e vascularização: pseudoartrose oligotrófica ➝ RX com “pata de cavalo” (pouca formação de calo ósseo e os bordos da fratura são arredondados ➝ hipertrófica com calo ósseo menos exuberante); Falta de vascularização: cirurgião lesa demais osso e periósteo e a agressão da biologia do osso impede a formação do calo ósseo; as pontas da fratura vão sendo reabsorvidas ➝ pseudoartrose atrófica; o Aspecto radiológico em “ponta de lápis”, extremidades finas e escleróticas; o Como evitar? Não agredir a biologia do osso, preservar periósteo e tecido ósseo; o Tratamento: enxerto ósseo do ilíaco ou platô tibial rico em tecido esponjoso e células jovens; retalho da metade da fíbula (a fíbula só tem importância em suas extremidades) para anastomose dos vasos; Figura 1 - Pseudoartroses – A. hipertrófica, B. oligotrófica, C. atrófica. Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Pseudoartrose: após 6 meses, há formação de calo ósseo, porém a fratura não consolidou; ou não há formação de calo ósseo; é o estágio final da falta de consolidação; bordos da fratura devem apresentar alterações semelhantes às da artrose, como bordos escleróticos e irregulares; Tempo de consolidação: fraturas devem consolidar em 3-4 meses; o Não há consenso na sobre após quanto tempo é “atraso de consolidação”; o FDA define como “quando uma fratura não apresenta sinais visíveis de progressão para a consolidação nos últimos 3 meses e tem no mínimo 9 meses de evolução desde o momento do trauma inicial”; Consolidação viciosa: osso consolida torto e fora de seu local; o A correção é feita quebrando o osso novamente (osteotomia) e depois fixando com fixador externo ou placas e parafusos para que consolide de forma correta; Parafusos sempre perpendiculares ao foco de fratura; Fraturas articulares com menos de 2 mm diáfise ou de degrau (tamanho entre um lado e outro da fratura) ➝ TTO conservador ➝ gesso; Redução anatômica: só para fragmentos articulares; Figura 2 - pseudoartrose hipertrófica da diáfise (meio) da tíbia.