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Resumo I - ONCOLOGIA

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
Resumo I - ONCOLOGIA 
INTRODUÇÃO ONCOLOGIA .................................................................................................................................................................... 1 
ONCOLOGIA MOLECULAR ..................................................................................................................................................................... 5 
IMUNOLOGIA DE TUMORES ................................................................................................................................................................. 12 
ONCOLOGIA BÁSICA ............................................................................................................................................................................. 17 
PRINCIPAIS DOENÇAS ONCOLÓGICAS NA INFÂNCIA ...................................................................................................................... 23 
 
INTRODUÇÃO ONCOLOGIA 
 
Neoplasia 
• Proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, na 
qual as células reduzem ou perdem a capacidade de se 
diferenciar, em consequência de alterações nos genes que 
regulam o crescimento e a diferenciação celulares 
• Classificação 
 Benigna: células semelhantes as de origem, bem 
delimitadas – diferenciadas 
 Maligna: células indiferenciadas que se separam da massa 
neoplásica e são carreadas pelo sangue ou linfa para os 
tecidos 
- Células indiferenciadas são células jovens, sem função 
definida, que não maturou 
 
Definições 
• Proto-oncogenes: genes que codificam proteínas que 
estimulam a proliferação e diferenciação em células normais 
 Podem sofrer injuria por fenômenos químicos, físicos ou 
biológicos, sendo transformados em oncogenes 
• Oncogenes: proto-oncogenes alterados presentes em 
células tumorais 
• Vírus oncogênicos: são vírus capazes de transformar o 
proto-oncogenes em oncogene 
Ex: vírus Epstein-Barr à papiloma vírus humano (HPV) 
• Genes supressores: são genes que tentam inibir a ativação 
e ação dos oncogenes 
Ex.: p53 – papel importante no controle do ciclo celular, 
reparo do DNA e na indução da apoptose 
 
Ciclo celular 
• Fases do ciclo celular 
 Mitose: câncer 
- Interfase: fase que a célula se prepara para a divisão 
celular, possuindo 3 etapas 
 
 
 
~ G1: fase de crescimento, com estímulos para a síntese 
de proteínas e RNA, preparação para a duplicação do 
DNA 
~ S: ocorre a duplicação do DNA 
~ G2: síntese de proteínas, como tubulina, que formará 
os microtúbulos do fuso mitótico, e RNA. É a fase de 
preparação final para a divisão celular 
~ G0: células que não passam pelo processo de divisão 
celular 
- Mitose: divisão celular, formando 2 células filhas 
idênticas a célula parental. Fases 
~ Prófase: formação do fuso acromático e condensação 
dos cromossomos 
~ Prometáfase: fragmentação do envelope nuclear 
~ Metáfase: ligação dos cromossomos ao fuso 
~ Anáfase: separação dos cromossomos 
~ Telófase: citocinese (divisão celular) 
 
 
 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Etapas check-point 
 Ocorre durante a fase G1, próximo a G2 e na mitose 
 Estímulos que promovem alteração do material genético, 
enviam informações para que ocorra a parada do ciclo 
celular, não havendo divisão e formação de celular 
cancerígenas 
 Se houver algum erro e ele for detectado, ocorre a 
tentativa de reparação, caso não corrija a célula entra em 
apoptose 
 A falha do check point ainda não é fator determinando para 
formação de célula cancerígena, pois o sistema imune 
ainda irá atuar 
 
 
 
Oncogene 
desativado 
+ 
Supressor ativo 
integralmente 
Oncogene 
desativado 
+ 
Supressor ativo 
parcialmente 
Oncogene 
ativado 
+ 
Supressor ativo 
integralmente 
↓ ↓ ↓ 
Funções normais 
Células tumorais 
não morrem 
Células tumorais 
se reproduzem 
intensamente 
↓ ↓ ↓ 
Não há câncer 
Há chances de 
desenvolver o 
câncer 
Há chances de 
desenvolver o 
câncer 
 
Carcinogênese 
• É o processo de formação do câncer 
• Injuria por fenômenos químicos, físicos ou biológicos 
causam danos ao DNA 
Ex.: Radiações, vírus 
 Se o dano for reparado: a divisão ocorre normalmente 
 Se o dano não for reparado e a célula perceber o erro: 
pode ocorrer apoptose 
 Se o dano for constante e capaz de induzir mutações 
somáticas capazes de 
- Favorecer a formação de oncogenes 
- Inativar os genes supressores 
- Interferir nos indutores da apoptose 
- Inibir o sistema de reparo do DNA 
 Essas mutações somáticas permitem a formação de 
proteínas alteradas, com aumento da proliferação celular e 
diminuição da morte de células neoplásicas 
• Carcinogênese: é um fenômeno lento de sucessivas 
alterações genéticas onde células normais progressivamente 
adquirem um fenótipo neoplásico 
 
 
 
• Teoria dos múltiplos passos 
- Iniciação 
~ Injurias constantes favorecem mutações somáticas, que 
causam danos irreversíveis nos genes, levando a 
ativação de oncogenes e/ou inativação de genes 
supressores de tumor 
~ As mutações somáticas permitem a expressão de 
proteínas alteradas devido a perda de produtos 
reguladores 
 
- Promoção 
~ Com a perda de produtos reguladores ocorre um 
aumento da proliferação celular e a diminuição da morte 
de células neoplásicas 
 
- Progressão 
~ Fase em que a célula adquire características cada vez 
mais agressivas, devido a enorme quantidade de 
mutações sofridas 
~ Há novas mutações com formação de células 
heterógenas, formando câncer (células indiferenciadas) 
 
- Manifestação 
~ A progressão levará a manifestação clínica 
 
 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
Características e propriedades 
• Bioquímicas 
 Síntese de isoformas de enzimas embrionárias 
 Maior captação de aminoácidos 
 Maior resistência a hipóxia 
 Metabolismo aumentado 
Ex.: BetaHCG positivo no homem = CA testículo 
PSA aumentando = CA de próstata 
PETscan = adm de glicose radioativa para identificação 
de locais com mais atividade 
 
Comportamento das células malignas 
• Imortalidade 
 Há expressão exagerada da telomerase, prolongando a 
vida celular e induz a divisão celular 
• Perda da inibição por contato 
• Alterações da forma 
• Síntese dos próprios fatores de crescimento, ou seja, a 
célula passa a ser independente 
 
 
 
Exemplos de disfunção da apoptose que podem 
acarretar a célula cancerígena 
• Crescimento celular anormal por inibição da apoptose 
 HPV inativa o gene promotor do p53 (pró-apoptótica) 
- p53: pró-apoptótica. É um gene supressor tumoral, que 
codifica uma fosfoproteína nuclear que desempenha um 
papel importante no controle do ciclo celular, no reparo 
do DNA e na indução da apoptose 
 Algumas Leucemias B expressam níveis elevados de 
BCL2 
- BCL2: anti-apoptótica. Proteína encontrada na 
membrana mitocondrial interna, regula a apoptose, 
inibindo as células da morte células programada 
 Alguns tipos de tumores expressam níveis elevados de 
FasL induzindo apoptose dos linfócitos T citotóxicos 
- FasL: ligante de receptor de morte, faz parte via 
extrínseca do processo apoptótico 
- Linfócitos T citotóxicos: é o principal responsável pela 
destruição das células modificadas (infectadas por vírus 
ou células tumorais) 
 
Características e propriedades 
• Perda de adesividade 
 Irregularidades na membrana 
 Diminuição ou ausência de 
estruturas juncionais 
 Redução de moléculas de 
adesão 
 Diminuição de fibronectina 
 Grande eletronegatividade da 
face externa da membrana, 
para ter uma repulsão das 
células – diminui a adesina 
 Diminuição de cálcio nas células 
 Alteração do glicocálice 
 
• Motilidade 
 Menor adesividade 
 Perda da inibição por contato – aumento do crescimento 
celular 
 Maior desenvolvimento e modificação do citoesqueleto 
 
Nomenclatura 
• Baseada na histogênese e no comportamento biológico 
HistogêneseComportamento Sufixo 
Epitelial 
Benigno 
Maligno 
OMA 
CARCINOMA 
Mesenquimal 
Benigno 
Maligno 
OMA 
SARCINOMA 
 
• Tumores benignos 
 Designação tecidual + OMA 
 Epiteliais 
- Arranjo tecidual 
~ Revestimento: papiloma 
~ Tubular/glandular: adenoma 
 
• Tumores malignos 
 Designação tecidual + CARCINOMA 
 Epiteliais 
- Arranjo tecidual 
~ Tubular/glandular: adenocarcinoma 
 
 
 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Nomenclatura: neoplasias mesenquimais 
Tecido Benignas Malignas 
Fibroso Fibroma Fibrossarcoma 
Adiposo Lipoma Lipossarcoma 
Ósseo Osteoma Osteossarcoma 
Cartilaginoso Condroma Condrossarcoma 
Vascular Hemangiomas Angiossarcoma 
Muscular lisa Leiomioma Leiomiossarcoma 
Muscular esquelética Rabdomioma Rabdomiossarcoma 
 
 Exceção à regra! 
• Nem tudo que acaba em “oma” é neoplasia 
Ex.: hematoma, granuloma, glaucoma 
• Algumas neoplasias que acabam em “oma” são malignas 
Ex.: linfoma, melanoma 
 
Caso clínico 
Homem 21 anos, admitido para investigação de acentuada 
esplenomegalia. Relatou você sai astenia, adinamia e 
artralgias há 1 mês 
 
 
 
 
- Descreva o hemograma 
Anemia normocítica e normocrômica, anisocitose, 
leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda (aumento 
dos bastões) não escalonado, eosinofilia, linfocitose, 
monocitose. Plaquetas normais → leucemia 
Desvio a esquerda não escalonado = grande alteração na 
medula (anemia perniciosa, leucemia etc) 
- Diante dos achados da história clínica e do hemograma, em 
qual grupo de doenças o paciente se enquadra? 
 Suspeita de doença mieloide 
- Cite 3 alterações cromossômicas ou genéticas associadas a 
esse grupo de doenças 
 Dosagem dos cromossomo Philadelphia (Ph1): Ph1+ é a 
alteração citogenética mais comum na leucemia linfoblástica 
aguda do adulto 
- Paciente evolui com dispneia, ingurgitamento de vênulas 
retinianas, priapismo e alterações do nível de consciência. 
Qual complicação mais provável está associada a este 
quadro? 
 A presença de muitas células comprometendo o fluxo 
sanguíneo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
ONCOLOGIA MOLECULAR 
 
Linha de tempo dos primeiros registros do câncer 
• A existência desses registros e a relevância desses fatos 
foram diminuídas pelos registros de epidemias e pandemias 
de proporções desastrosas causadas por agentes 
infecciosos, que foram responsáveis pela maioria das mortes 
numa época em que os antibióticos não existiam 
• Observar e comparar as principais causas de óbito no século 
XIX e na atualidade, fica claro o progressivo controle das 
doenças infecciosas e a associação com as chamadas 
doenças da modernidade, onde se destacam formas 
diferentes de câncer 
 
 
 
• Principais causa de óbito na população entre 1848 e 1854, 
em homens e mulheres em 2012 
 
 
• Mudanças na distribuição populacional 1851 e 2012 
 
 
• Estimativa global de prevalência do câncer 
 Com o aumento do tempo de vida das pessoas junto com 
os outros fatores, estima-se que a incidência do câncer 
continue em ascensão, se não forem tomadas medidas de 
prevenção ativa e mudança do estilo de vida 
 As organizações internacionais de saúde concordam que 
se a tendência do aparecimento de neoplasias continuar, 
os casos de câncer no vão se duplicar nas próximas 
décadas 
 
Epigenética 
• É a capacidade que o corpo humano desenvolveu de ativar 
ou desativar alguns dos nossos genes de acordo com o 
ambiente ou o estilo de vida que levamos, mas sem alterar a 
sequência de nucleotídeos do DNA 
• São marcadores químicos podem ativar e desativar partes 
do nosso genoma de acordo com o ambiente em que 
vivemos, nossos hábitos e até nossas experiências 
• Para que uma célula normal consiga adquirir as 
características do câncer, precisará em grande parte da 
instabilidade genômica e do acúmulo de mutações ao longo 
do tempo 
• Esse fato faz com que o câncer seja encontrado com maior 
frequência na idade adulta 
 
 
 
• Instabilidade genômica 
 Para a célula normal adquirir as características do câncer é 
necessário que haja 
Instabilidade 
genômica 
+ 
Acúmulo de mutações 
ao longo do tempo 
 Esse fato faz com que o câncer seja encontrado com maior 
frequência na idade adulta 
 A instabilidade genômica e as mutações são o resultado 
de diferentes tipos de alterações genéticas que podem 
modificar a sequência do DNA, na forma de 
- Mutação de nucleotídeo único, deleções, translocações, 
entre outras transformações que podem até chegar a 
modificações ao nível cromossômico, como aneuploidia, 
translocações cromossômicas ou inversões 
 Há alterações que podem modificar a expressão de algum 
conjunto de genes sem afetar a sequência de 
nucleotídeos, como no caso das alterações epigenéticas 
- Produto de fatores físicos, químicos e biológicos 
externos, como exposição à radiação, gases tóxicos, 
tabagismo, alcoolismo, infecções virais, entre muitos 
outros 
- Fatores internos, como no caso das mutações herdadas 
 Os mecanismos genéticos e epigenéticos envolvidos no 
câncer interagem muitas vezes através da ativação de 
oncogenes e do silenciamento de genes supressores de 
tumor para criar vias que beneficiem o acúmulo de outras 
características do câncer de forma progressiva 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
Tipos de mutações pontuais 
• Silenciosa: envolve a substituição 
de uma base, mas não afeta o AA 
produzido, ou seja, o código sofre 
alteração, mas a proteína 
codificada é a mesma 
 Silenciosa de sentido trocado 
 Silenciosa sem sentido 
• Missense: o AA da proteína é alterado, sendo produzido um 
diferente 
• Nonsense: é produzido um códon de terminação, impedindo 
que a proteína seja produzida integralmente 
 
Composição dos genes 
• Éxons são regiões codificadas 
• Íntrons são regiões não codificadoras, não está relacionada 
diretamente a síntese de proteína 
• Durante a síntese proteica, inicialmente ocorre a transcrição, 
ou seja, parte da molécula de DNA é utilizada como molde 
para a síntese de pré-RNAm 
• Splicing: processo em que os íntrons são retirados, ficando 
apenas os éxons = região codificadora 
 Os éxons unem-se para formar a molécula de RNAm 
funcional 
 A falta ou o acréscimo de um único nucleotídeo em um 
éxon pode levar a uma alteração da fase de leitura e a 
produção de uma proteína completamente diferente da 
original 
• Após a retirada dos íntrons, o RNAm é traduzido e 
codificado formando a proteína 
 
 
• Tirosinas quinases 
 São proteínas responsáveis pela fosforilação de substratos 
proteicos 
 Desempenham papel 
importante na transdução 
de sinais envolvidos com 
proliferação, diferenciação, 
sobrevivência e morte 
celular 
 
 
• Proteínas da família Ras 
 São acopladas na face interna da membrana celular e 
transmitem informações da membrana celular para o 
núcleo 
Ras ativa→ ligada ao GTP 
Ras inativa→ ligada ao GDP 
 A Ras é convertida ao estado ativo pela troca da GDP pelo 
GTP, estimulada por guanine nucleotide exchange factor 
(GEF) 
 Ras ativada pode se ligar há outras proteínas que 
estimulam a via MAP-quinase e dirigir a proliferação celular 
 A atividade Ras é finalizada pela hidrólise de GTP, que é 
estimulada por proteínas ativadoras de GTPase (GAPs), 
retornando ao estado inativo 
 
• Principais síndromes de predisposição hereditária ao câncer, 
associadas, genes envolvidos, posição no cromossomo 
incidência na população 
 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
Mutações cromossômicas 
• Localização de um gene ou mutação em determinado 
cromossomo – Ex.: 17qI2.4 
 q: braço longo 
 I: região 
 2: banda 
 4: sub-banda 
• As mutações podem ser adquiridas enquanto a linhagem de 
células é fenotipicamente normal, por meio de 
 Processos infecciosos: durante a divisão celular normal 
 Carcinogênicos exógenos: exposição ambientalou estilo 
de vida 
• Essas alterações na maioria das vezes são passageiras. 
Pode ser que em algum momento, uma alteração driver 
ocorra em um gene importante e inicie o desenvolvimento 
tumoral 
 Mutação passenger: mutações passageiras 
 Mutação driver: mutações condutoras 
• O defeito em genes com função em reparo de DNA, por 
exemplo, pode contribuir para fenótipo mutacional 
• Recidiva após quimioterapia pode ser associado como está 
ações que conferem resistência 
 
 
 
• Frequência de mutação somática em oncogenes e genes 
supressores em diversos tipos de câncer 
 A ativação ou supressão dos oncogenes vai ser 
determinada pela epigenética 
 
 
 
 
Ciclo celular e mitose 
• Cada célula deve conter um material genético completo 
• Antes da divisão celular o DNA precisa ser replicado para 
então garantir cópias exatas da célula mãe 
• Após a replicação do DNA os cromossomos se condensam 
no núcleo celular, através do envolvimento em torno de 
núcleos de histonas formando o nucleossomos, uma 
estrutura com formato de ”colar de pérolas” = cromatina 
• Enquanto as células se preparam para a divisão, a 
cromatina se enrola ainda mais, encurtando e condensando 
o cromossomo 
• Os cromossomos replicados são chamadas de cromátides 
irmãs 
 A replicação do DNA e a formação de cromátides irmãs é a 
primeira parte do ciclo celular 
• Para se preparar para a divisão celular, a célula atravessa a 
interfase que pode ser dividida em 3 partes distintas 
 G1 ou fase GAP1: todas as organelas e componentes 
citoplasmáticos são replicados 
 S ou fase de síntese: o DNA é replicado 
 G2 ou GAP2: todas as enzimas necessárias para a 
execução do processo de divisão celular são produzidas 
Fase longa: interfase 
Fase curta: mitose 
• Mitose 
 Prófase: os cromossomos se condensam e tornam-se 
visíveis, com as 2 cromátides irmãs unidas por um 
centrômero. O citoesqueleto se desfaz e o fuso inicia sua 
formação 
- Os centríolos migram para polos opostos, estabilizando 
conjunto de microtúbulos (fuso mitótico) e o envelope 
nuclear se desfaz 
- Os cromossomos se unem através de proteínas em seu 
centrômeros (cinetócoros) aos microtúbulos em ambos 
os polos, movendo os cromossomos para uma região 
equatorial da célula 
 Metáfase: todos os cromossomos são alinhados no 
equador da célula denominada placa metafásica 
 Anáfase: inicio da degradação de proteínas que uniam as 
cromátides irmãs. Os cromossomos livres são puxados 
através de seus cinetócoros para polos opostos 
 Telófase: o sulco de clivagem se forma no centro da célula. 
Estrutura é formada por filamentos de actina que envolve 
completamente a circunferência no interior da célula. Os 
cromossomos se descondensam e o envelope nuclear se 
forma ao seu redor. O fuso mitótico se desfaz e os 
microtúbulos são dissociados em tubulinas que podem ser 
utilizadas para formar o citoesqueleto das células filhas 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
• A citocinese completa a divisão celular através do 
crescimento do sulco de clivagem que completa a separação 
das 2 novas células filhas 
• Pontos de checagem para garantir a execução e finalização 
de cada etapa do processo, e se não estiver correto, o ciclo 
para no ponto e é realizada a sua correção, ou a possível 
inibição da divisão 
 1º check-point: ocorre na G1 e é considerado o principal 
ponto de decisão da continuidade do ciclo ou não 
- Sinais externos e fatores de crescimento podem 
influenciar o ciclo celular e afetar o progresso ou 
retrocesso das atividades neste principal ponto de 
checagem 
 2º check-point: ocorre na G2 analisa se a célula completou 
com sucesso todas as 3 fases da interfase para iniciar a 
mitose 
 3º check-point: ocorre a verificação do fuso e garante que 
todos os cromossomos estejam alinhados e preparados 
para anáfase 
• Fatores de crescimento, o tamanho da célula e o estado 
nutricional da célula irão contribuir na regulação do ciclo 
celular, assegurando que as células somente se dívida no 
momento apropriado 
• Uma vez que todos os pontos de checagem na interposição 
apurados, a mitose pode ocorrer 
• Da interfase até citocinese, todo o processo de visão celular 
pode demorar em torno de 10-20h em uma célula comum 
• Dependendo da natureza e função da célula o processo 
pode ocorrer em diferentes frequências 
 Na pele as mitoses ocorrem com maior frequência 
enquanto nos neurônios e nas células musculares 
raramente se dividem 
 
 
 
Controle do ciclo 
 
 
• A manutenção do equilíbrio, ou homeostase, é uma das 
prioridades que se traduz em mecanismos que asseguram 
que as condições celulares internas permaneçam estáveis e 
relativamente invariáveis 
• A célula eucariótica normal mantém a homeostase por meio 
da programação envolvida no sistema que controla o ciclo 
celular 
• Este sistema consiste numa rede de proteínas intra e 
extracelulares (ciclinas e quinases dependentes de ciclinas) 
que regulam a progressão da célula através das diferentes 
fases do ciclo celular 
• O sistema controlador do ciclo celular funciona como um 
relógio, que faz com que cada evento do ciclo tenha um 
tempo determinado e limitado para a sua realização 
• Mantém a ordem dos eventos e assegura o sucesso da 
operação através da supervisão do desempenho do ciclo em 
3 checkpoints que verificam 
 Qualidade do DNA 
 Condições do meio para a progressão normal do ciclo 
• Pontos de checagem 
 Entre G1 e S 
 Entre G2 e mitose 
 Entre metáfase e anáfase 
 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
1º PONTO DE CHECAGEM 
• Entre G1 e S 
• O ambiente é favorável? 
• Mitógenos 
 É uma substância que 
estimula a proliferação 
celular, desencadeando a 
mitose 
 Se liga a receptores de 
membrana, que 
desencadeiam cascatas de 
fosforilações, ativando a 
transcrição de ciclinas 
 As ciclinas são proteínas que 
se ligam as CKDs, 
responsáveis por fosforilar 
outras proteínas para formar o componente central do 
sistema de controle 
- 1º proteína: proteína de retinoblastoma (pRb) 
~ pRb ligada ao E2F deixa ele inativo, ao sofrer 
fosforilação pelo complexo ciclina/CDKs, pRb se 
separa e o E2F se torna ativo 
~ E2F ativo é responsável por estimular a síntese de 
DNA na fase S 
 
 
 
- 2º proteína: p53 
~ Proteína supressora responsável pelo controle de dano 
ao DNA 
~ Encontrada em pequenas quantidades 
~ Sem danos ao DNA: p53 não é ativada, sendo marcada 
pela ubiquitina (MDM2) e degradada por proteossomos. 
E o ciclo segue para a fase S 
~ Com danos ao DNA: p53 é ativada 
↳ Estimula as proteínas ATM e ATE a inativarem a 
ubiquitina (MDM2) 
↳ Ativa a p21, proteína inibidora de complexos 
ciclinas/CDKs 
▪ Com a inativação das ciclinas/CDKs o DNA não é 
produzido, pois não há genes de transcrição 
O ciclo é interrompido até que o reparo seja 
realizado 
Condições do meio e integridade do DNA 
determinarão a continuidade do ciclo 
 
 
2º PONTO DE CHECAGEM 
• Entre G2 e mitose 
• DNA foi replicado corretamente na fase S? 
 Sim → ação do complexo ciclina/CDKs fosforilando várias 
estruturas para preparar a célula para a mitose 
~ Fosforilação de histonas e condensinas: condensação 
dos cromossomos, preparando para a mitose 
~ Fosforila proteínas motoras: organização do microtúbulos 
no fuso mitótico 
~ Fosforila as lâminas: para desorganizar o núcleo e iniciar 
os eventos mitóticos 
 
 Não 
- Proteína Wee1 (cinase): inativa o complexo ciclina/CDKs 
(M-CdK), não havendo fosforilação e o ciclo é 
interrompido 
~ Repara ou induz a apoptose 
 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
3º PONTO DE CHECAGEM 
• Entre metáfase e anáfase 
• Como estão os cromossomos? 
 Sim: cromossomos condensados e alinhados no fuso 
mitótico para sofrer a separação das cromátides irmãs 
- Os cromossomos estão ligados ao cinetócoro e 
alinhados no equador da célula 
- O APC é responsável por separar as cromátides irmãs 
 
-Cdc 20 liga e ativa APC 
- APC inativa (ubiquitina) à securina, liberando a enzima 
separase 
- Separase degrada as Coesinas → separação das 
cromátides irmãs na anáfase 
 
 
- APC inativa (ubiquitina) à ciclina M, inativando o 
complexo M-CDK 
~ Desfosforilação de histonas e condensinas: 
descondensação dos cromossomos 
~ Motores e lâminas: reorganização microtúbulos 
~ Restruturação do citoesqueleto interfásico e do núcleo 
 
 
 Não: cromossomos desalinhados no fuso 
- MAD inativam Cdc20, até que estejam corretamente 
ligados aos microtúbulos 
- Isso é possível → quando inativa Cdc20 → Inativa APC 
- Impedindo a inativação da Securina e a ativação da 
Separasse 
 
 
 
 RESUMO DOS CHECK-POINTS 
 
 
APC ativa após a mitose 
• APC ativo no ciclo seguinte, para que a célula possa 
permanecer na fase G0 
• Garante as CDKs inativas evitando as sequências de divisão 
• Quando as CDKs são ativadas por um estimulo externo o 
APC é desligado, favorecendo o acumulo de ciclinas e a 
sequência do ciclo 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
Fases do ciclo e as principais proteínas 
• Durante a evolução do ciclo celular, ciclina são complexadas 
com CDKs, que por sua vez fosforilam substratos 
específicos coordenando a ativação ou repressão da 
expressão de diferentes proteínas que atuam nas fases do 
ciclo celular 
• O fator de transcrição, E2F, quando liberado do complexo 
com Rb, também atua ativando a expressão de genes alvo, 
responsáveis por regular o ciclo celular 
 
 
 
Nível das ciclinas expressas em cada fases do ciclo 
• Para que o ciclo celular progrida de formar adequada ocorre 
a expressão de diversas proteínas, chamadas ciclinas, que 
quando são acumuladas nas células permitem que ela passe 
para a fase seguinte do ciclo celular 
 
 
 
Resposta ao dano celular 
• Danos ao DNA podem ser causados por uma diversidade de 
agentes que podem ser divididos em agentes endógenos e 
exógenos 
• Em resposta aos danos, a célula inicia uma cascata de 
eventos que resulta na ativação dos pontos de checagem, 
ativação de vias de reparo ou ativação da apoptose, quando 
o dano é muito severo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
IMUNOLOGIA DE TUMORES 
 
Sistema imunológico e o câncer 
• A relação entre o sistema imunológico e o câncer pode ser 
ilustrada pela teoria da imunoedição tumoral 
• Principais células efetoras de resposta imune antitumoral 
 Células natural killers 
 Linfócitos T-helper 
 T citotóxicos 
• A evasão imune realizada pelos tumores envolve linfócitos T 
reguladores, células mieloides supressoras e as moléculas e 
interleucina 10 
 
Fase do equilíbrio, os antígenos tumorais e a 
resposta adaptativa 
• Célula natural killer 
 Imunidade inata 
 Age nas células que apresentam expressão diminuída 
MHC-I 
 Induz a apoptose por meio as perforinas 
 A capacidade tumoricida das células NK é aumentada 
pelas citocinas, incluindo o IFNᵧ, IL-15 e IL-12, e os efeitos 
antitumorais destas citocinas são parcialmente atribuídos à 
estimulação da atividade das células NK 
 As células NK ativadas por IL-2, chamadas de células 
assassinas ativadas por linfocina (LAK), são as assassinas 
mais potentes de tumores do que as células NK não 
ativadas 
• Linfócito TCD8+ 
 Imunidade adaptativa 
 Age nas células que expressam MHC-I 
 Induz a apoptose por meio as perforinas 
 Respostas imunes adaptativas, mediadas por células T, 
controlam o desenvolvimento e a progressão de tumores 
malignos 
 
Apresentação antigênica 
• Célula dendrítica 
 Célula apresentadora de antigeno 
 São as primeiras a reconhecer o vírus, bactérias, 
protozoários e células tumorais 
 Após o reconhecimento da célula tumoral, começa a 
expressar na sua superfície o MHCI ou MHCII 
- Via MCH-I para linfócitos naive TCD8 
- Via MHC-II para linfócitos TCD4 
~ TCD4 ativa linfócitos B que se diferencia em 
plasmócito, que também se diferencia em anticorpos 
contra a célula tumoral 
↳ Os anticorpos ativam o sistema complemento que 
provocam lise → resposta humoral 
~ TCD4 ativa macrófagos que liberam citocinas que 
potencializam a ação da célula NK 
~ TCD4 naive → TCD4 helper que é o linfócito TCD4 
ativado, como Th1 
↳ Ativa o linfócito B, que se diferencia em plasmócito e 
depois em anticorpos que agem contra a célula 
tumoral 
↳ Libera citocinas que ativam macrófagos e células NK 
contra células tumorais 
↳ Libera citocinas que ativam linfócitos TCD8 
▪ Reconhece o MHC-I que junto do TCD4 atuam 
contra a célula tumoral 
 
 
 
• Linfócito TCD8 
 A célula tumoral expressa sua proteína na superfície, 
sendo reconhecida pelo TCD8 
 TCD8 liberam perforinas e granzimas que induzem a célula 
tumoral a lise 
 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
• Decorrente do efeito citopático, anticorpos dirigidos contra 
antígenos presentes na superfície ou matriz celular 
 Antígeno + anticorpo = ativa célula NK → citotoxicidade 
dependente de anticorpo, induz a célula a apoptose 
 Antigeno + anticorpo = ativa sistema complemento → lise 
 
 
Mecanismo supressor dos linfócitos T reguladores 
• Quando as células cancerígenas transformam linfócitos Th1 
e Th2 em linfócitos T regulador para ela, causando 
imunossupressão 
• A imunossupressão favorece a célula cancerígena 
• T regulador libera 
 CTLA4 que inibe linfócitos T, impedindo a formação do 
processo inflamatório 
 PDL-1 que inativa o PD1, responsável por ativar os 
linfócitos TCD8 
 IL-10 que inativa a resposta celular (Th1 e Th2) 
 TGF-β que diminui o processo inflamatório 
 
Teoria da imunidade tumoral – “3Es” 
• Primeira fase – ELIMINAÇÃO 
 Descreve o processo no qual os componentes da 
imunidade inata (células NK e macrófagos) e adaptativa 
(DC, linfócitos TCD8 e TCD4) interagem com as células 
tumorais altamente imunogênicas presentes no início do 
desenvolvimento tumoral para eliminá-las impedir o 
desenvolvimento de tumores 
• Segunda fase – EQUILÍBRIO 
 Devido à instabilidade genética, variantes tumorais menos 
susceptíveis ao ataque do sistema imune podem aparecer, 
mas que se mantém em um estado de dormência 
proliferativa devido a um constante controle realizado pelo 
sistema imune 
• Terceira fase – EVASÃO 
 Essas variantes tumorais podem em algum momento 
evadir ou subverter o controle do sistema imune 
 Entre os mecanismos utilizados para este fim, o 
recrutamento de linfócitos t reguladores, células mieloides 
supressoras (MDSC), secreção de IDO e citocinas como a 
IL-10 são críticos para o estabelecimento de um ambiente 
altamente imunossupressor 
 
 
 
 
 
Imunoterapia de tumores 
• Visa potencializar a fraca resposta imunológica aos tumores 
(imunidade ativa), ou administrar anticorpos ou células T 
específicos para o tumor 
• Imunização com células tumorais e antígenos tumorais 
14 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
• Vacinas com antígenos tumorais 
 Atua na fase de evasão, capacitando a célula dendrítica 
para reconhecer a célula tumoral 
 Ativa linfócitos TCD4 e TCD8 
 Usa antígenos que são exclusivos de um único tumor, 
como antígenos produzidos por mutações pontuais 
aleatórias em genes celulares 
 A maioria das vacinas contra tumores são vacinas 
terapêuticas, que devem ser administradas após o tumor 
ser encontrado e, para ser eficaz, deve superar a 
regulação imune que os cânceres estabelecem 
 Tumores induzidos por vírus pode ser reduzido pela 
vacinação preventiva com antígenos virais ou vírus vivos 
atenuados 
 Recentemente foram realizadas imunizações de pacientes 
com câncer utilizando células dendríticas dos pacientes 
incubando-as com antígenos tumorais ou genes 
codificadores desses antígenos 
 
 
 
 
 
 
• Vacinas com células dendríticas 
 Após a coleta e o isolamento de células mononucleares do 
sangue periférico, faz-sea diferenciação de monócitos 
para as células de críticas 
 Nesse ponto é possível expor as células dendríticas aos 
antígenos de interesse, como lisado de células tumorais, 
proteínas recombinantes, entre outros 
 Após outro estímulo de maturação estas células voltam 
para os pacientes e continuam apresentação de antígenos 
e ativação de células T 
 
• Outros alvos da ativação antigênica 
 1º sinal para a ativação dos linfócitos T 
- É obrigatório ter MHC, proteína e receptor de célula T 
- A partir do momento em que a DC reconhece e expressa 
o MHC-I e a proteína, a proteína é reconhecida pelo 
receptor de célula T 
- A célula dendrítica tem o CD40 e a célula T tem o CD28 
- Com a ligação do 1º sinal, a célula T expressa o ligante 
CD40 
- Ligante CD40 s liga ao CD40 que estimula a célula 
dendrítica a expressar a proteína B7 
- B7 se liga com CD28 
 2º sinal para a ativação dos linfócitos T 
- B7 ligado a CD28 ativa o mecanismo que inicia a 
liberação de citocinas 
- As citocinas transformam as células T virgens em células 
T efetoras, como Th1 que age contra infecções 
 
 
 
Imunoterapia 
• 1º caso de imunoterapia 
 William Coley (1891) 
- Misturas de Streptococcus pyogenes vivo e 
inativado e Serratia marcescens 
~ Regressão do tumor em pacientes com sarcoma, 
Linfoma e câncer testicular 
 
 
 
 
15 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Vigilância imunológica 
 Hipótese que o sistema imunológico teria a capacidade de 
reconhecer e eliminar células tumorais geradas durante um 
processo de transformação celular maligna 
 O sistema imunológico estaria em um estágio de constante 
alerta para resolver o aparecimento de antígenos tumorais 
estranhos que pudessem causar algum dano ao organismo 
 A inflamação causa o aumento da proliferação celular 
 
• Aumento da Imunidade do hospedeiro contra tumores por 
meio de citocinas e coestimuladores 
 
 
 
 Várias citocinas têm sido usadas para potencializar a 
função imunológica do hospedeiro desde a descoberta de 
que essas citocinas têm efeitos potentes e seletivos em 
certos componentes do sistema imune 
 
 
 
 IFN alfa e beta aumentam a expressão MHC-I que irá 
induzir o reconhecimento da célula tumoral, facilitando a 
ação de TCD8 
 A imunidade contra tumores mediada por células pode ser 
aumentada pela expressão de citocinas e coestimuladores 
em células tumorais e pelo tratamento de indivíduos 
portadores de tumor com citocinas que estimulam a 
proliferação de linfócitos T e células NK 
 
• Abordagens terapêuticas: fornecer a coestimulação para as 
células T e fornecer citocinas que possam potencializar a 
ativação das células CTLsCD8+ 
 
• Imunoterapia para tumores 
 Imunoterapia passiva para tumores com células T e 
anticorpos (imunidade não duradoura) 
 Terapia celular adotiva: transferência de células 
imunológicas cultivadas que tenham reatividade 
antitumoral 
 As células a serem transferidas são propagadas de 
linfócitos de pacientes com tumor (leucócitos do sangue 
periférico) 
 
 
 
• Inibidores do ponto de checagem 
 Após a interação do receptor de célula T com complexo 
MHC, pode haver a interação das moléculas CTLA4 com 
B7 e PD-1 com PDL1 
 Essas Inter ações inibem a ação citotóxica das células t 
contra o câncer 
 A utilização de anticorpos específicos contra CTLA4 e/ou 
PD1 inibiria essas interações, liberando a ação citotóxica 
da célula T 
 
 
 
 Descoberto este mecanismo de inibição de células T, foi 
observado que a utilização de anticorpos monoclonais anti-
CTLA-4 poderia reverter esta inibição, “liberando” os 
linfócitos T para uma ação imune antitumoral 
16 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Anos mais tarde, um estudo clínico de fase III mostrou que 
o Ipilumimab (anticorpo anti-CTLA-4) aumenta a sobrevida 
mediana global de pacientes com melanoma, de 6 para 10 
meses, quando comparados com pacientes que receberam 
uma vacina antitumoral 
 Logo em seguida, a comercialização de Ipilumimab foi 
aprovada para o tratamento de pacientes com melanoma 
 A interação PD1/PD-L1 inibe a proliferação, sobrevivência 
e funções efetoras dos linfócitos T e, em contrapartida, 
promove a diferenciação de linfócitos T CD4+ em células T 
reguladoras FoxP3+ 
 Um anticorpo anti-PD1 (Nivolumab), que inibe a interação 
PD1/PD-L1, mostrou atividade em pacientes com vários 
tipos de tumores, levando a respostas duráveis e 
benefícios clínicos em pacientes que falharam em outras 
terapias 
 
 
 
• Engenharia de células T 
 Células T são coletadas e manipuladas geneticamente 
para expressar receptores de interesse, como CAR 
(receptor de antígeno quimérico) 
 Após a reinfusão das células T modificadas, estas 
reconheceriam os antígenos tumorais 
 Independente de outro estímulo levaria uma lise da célula 
tumoral 
 
 
 
 
 
• Interação de anticorpos com o sistema imune 
 Quando os anticorpos monoclonais reconhecem seu 
antígeno e cobrem a célula tumoral, além de inibir a ação 
do antígeno deixam sua porção Fc exposta 
 Receptores da porção FC presentes nas células NK 
reconhecem a célula tumoral recoberta por anticorpos e 
liberam granzimas e perforinas que levam a célula tumoral 
à lise 
• Já macrófagos também podem reconhecer a porção FC livre 
do anticorpo iniciar o processo de fagocitose da célula 
tumoral 
 
 
QUESTOES 
1. Faz parte das etapas de imunorregulação tumoral, exceto 
a) não expressão de antígenos tumorais pelas células 
alteradas. 
b) recrutamento de moléculas que suprimem respostas 
imunológicas. 
c) associação de macrófagos aos tumores. 
d) ativação de células NK e linfócito T CD8 
 
2. Ponto de checagem é um estágio do ciclo celular eucarionte 
que regula a continuidade, ou não, da divisão celular. Um 
desses pontos é chamado de ponto de checagem do fuso, ou 
ponto M. Caso não haja ligação entre os filamentos do fuso e 
os cromossomos, a célula interrompe o ciclo. Se os 
cromossomos estiverem firmemente ligados aos filamentos 
pelos dois lados, ocorre a próxima fase. 
Em qual transição de fases ocorre esse ponto de checagem 
M, ou do fuso? 
a) Da metáfase para a anáfase da mitose. 
b) Da prófase I para a metáfase I da meiose I. 
c) Da metáfase I para a anáfase I da meiose I. 
d) Da prófase para a metáfase da mitose 
 
3. Os tumores surgem a partir da proliferação e disseminação 
descontroladas de células transformadas. Em relação à 
imunologia tumoral, é CORRETO afirmar que: 
a) As respostas imunes são eficazes na prevenção do 
crescimento dos tumores 
17 
 
 
Rafaela Pamplona 
b) O principal mecanismo de imunidade tumoral é a destruição 
via linfócitos T CD4+ 
c) As células CD8+ destroem tumores que têm uma expressão 
reduzida ou ausente do complexo maior de 
histocompatibilidade (MHC) classe I. 
d) As células NKs (natural killers) destroem tumores que têm 
uma expressão reduzida ou ausente do complexo maior de 
histocompatibilidade (MHC) classe I 
 
4. Duas condições características definem o câncer: 
proliferação celular descontrolada e invasão dos tecidos 
(metástases). A correspondência correta entre as 
características fenotípicas e as alterações moleculares 
envolvidas é: 
a) Perda das vias normais de apoptose: diminuição da 
sobrevivência das células com mutações oncogênicas e 
instabilidades genéticas. 
b) Diminuição da angiogênese: atribuído ao aumento da 
expressão dos genes dos fatores proangiogênicos. 
c) Invasão: aumento dos contatos intercelulares (junções 
comunicantes, caderinas) e menor produção de 
metaloproteinases matriciais. 
d) Proliferação celular descontrolada: perda dos reguladores 
negativos (genes supressores de tumor, como p53 e aumento 
dos reguladores positivos (oncogenes) 
 
5. Sobre as etapas de checkpoints, é incorreto afirmar: 
a) Se os cromossomos estiverem desalinhados no equador da 
célula o ciclo celular deve ser interrompido. 
b) Entre as fases G1 e S é avaliado se o ambienteé favorável 
a divisão e se há dano no DNA. 
c) Entre as fases G2 e a mitose é avaliado se o DNA foi 
replicado corretamente. 
d) Condições do meio e a integridade no DNA não 
determinarão a continuidade do ciclo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ONCOLOGIA BÁSICA 
 
Importância de estudar câncer 
• É essencial que os profissionais de todos os pontos da Rede 
de Atenção à Saúde estejam capacitados para 
contextualizar os achados clínicos com a idade, sexo, 
associação de sintomas, tempo de evolução e outros dados 
sugestivos de uma doença neoplásica, para que se possa 
fazer uma suspeita correta e conduzir o caso de maneira 
rápida, precoce e eficaz 
• Utilização de protocolos com sinais e sintomas 
 Autoexame de mama 
 Macha na pele 
• Câncer pode surgir em qualquer parte do corpo 
• Existem mais de 100 tipos, cada um com sua característica 
• A palavra câncer traz ainda muitos mitos 
• Todos os profissionais devem ter conhecimento sólidos para 
que possa informar, cuidar e encaminhar corretamente seus 
pacientes 
• Gravidade da situação do câncer como problema de saúde 
que atinge toda a população, os profissionais são 
responsáveis pelo sucesso das ações de controles a essa 
doença 
 
Definição 
• Grego Karkinos, significa caranguejo, usado pela primeira 
vez por Hipócrates, o pai da medicina que viveu entre 460 e 
377 a. C 
• Não é doença nova – detectadas em múmias egípcias há 
mais de 3000 anos antes de cristo 
• Caracterizada por um conjunto de mais de 100 doenças, que 
tem em comum o crescimento desorganizado de células, 
que invadem tecidos e órgãos vizinhos 
• O câncer caracteriza-se pela perda de controle da de visão 
celular e pela capacidade de invadir estruturas orgânicas 
• a proliferação celular pode ser 
 Controlada: hiperplasia, a metaplasia e a displasia são 
exemplos desse tipo de crescimento celular 
 Não controlada: tem uma massa normal de tecido 
autônomo persistindo dessa maneira excessiva após o 
termo do estímulo. As neoplasias (câncer in situ e câncer 
invasivo) correspondem a essa forma – tumores 
 
18 
 
 
Rafaela Pamplona 
Carcinogênese 
• Processo de modificações progressivas do perfil biológico da 
célula, alterando sua capacidade de proliferação, 
diferenciação, sobrevida e interação com o meio ambiente, 
provocadas por alterações no genoma 
• Etiopatogenia 
 Agentes facilitadores 
- Exógenos (70-80%): cultural, dietético, profissional 
- Endógenos (20-30): hormonal, imunológico, genético, 
patologias pré-neoplásicas 
 Agentes carcinogênicos 
- Agentes químicos 
- Agentes físicos 
- Biológicos 
 
Carcinogênese química 
• A maioria dos agentes químicos possuem ação genotóxica 
(induz lesão no DNA) 
• Agentes naturais (aflatoxina) micotoxina 
• Agentes sintéticos (hidrocarbonetos aromáticos) fumo 
(tabaco) 
• Agentes alquilantes (drogas terapêuticas, ex: cisplatina) 
• Fatores endógenos (hormônios) 
• Tipos de agentes químicos 
 Agentes químicos diretos ou imediatos 
- Reagem diretamente com o DNA 
Ex.: ciclofosfamida e clorambucil 
 Agentes químicos indiretos ou pró-cancerígenos 
- Não reagem diretamente com o DNA 
- São mais potentes; 
- Precisam ser metabolizados para exercer sua ação 
oncogênica 
Ex.: sistema de ativação do citocromo P450 
(compartimento microssômico hepático) 
Ex: Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos 
 
Carcinogênese física 
• Radiações ionizantes (Raios X, gama) e Ultravioleta (UV) 
 Efeitos dependentes do LET (Linear energy transfer) 
 
Carcinogênese biológica 
• Vírus oncogênicos 
 DNA: HPV, HBV, EBV 
 RNA (retrovírus): HTLV 
Ex.: HPV – Vírus epiteliotrópico do trato anogenital (>50 
subtipos, o HPV-16 e HPV-18 = câncer do colo do 
útero) 
HBV – Carcinoma hepatocelular 
EBV – Carcinoma de nasofaringe e linfoma de Burkitt 
HTLV – Leucemia/linfoma de LT 
 
Estágios da carcinogênese 
• É composto por 3 estágios 
 Estágio de iniciação no qual os genes sofrem ação dos 
agentes cancerígenos 
 Estágio de promoção no qual os agentes oncoprotetores 
atuam na célula já alterada 
 Estágio de progressão caracterizado pela multiplicação 
descontrolada irreversível da célula 
 
 
 
• Etapa da iniciação 
 As células sofrem o efeito dos carcinógenos que provocam 
modificações em alguns de seus genes 
 Nesta fase as células se encontram, geneticamente 
alteradas, porém ainda não é possível se detectar um 
tumor clinicamente 
 Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a 
ação de um segundo grupo de agentes que atuará no 
próximo estágio 
 
• Etapa da promoção 
 As células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", 
sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados 
como oncopromotores 
 A célula iniciada é transformada em célula maligna, de 
forma lenta e gradual 
 Para que ocorra essa transformação, é necessário um 
longo e continuado contato com o agente cancerígeno 
promotor 
 A suspensão do contato com agentes promotores muitas 
vezes interrompe o processo nesse estágio 
19 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Etapa da progressão 
 É multiplicação descontrolada e irreversível das células 
alteradas 
 Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o 
surgimento das primeiras manifestações clínicas da 
doença 
 
 
 
• Modelo de carcinogênese em vários estágios 
 Nas diferentes fases, ocorrem eventos genéticos 
epigenéticos 
 A progressão tumoral se faz nos 2 sentidos, embora a 
predominando no sentido de maior malignidade 
 
 
 
Câncer in situ X câncer invasivo 
• Carcinoma in situ: é o primeiro estágio, localizado, curável 
 
 
 
• Carcinoma invasivo: ganham a corrente sanguínea, linfática 
e disseminam para outras partes – metástases 
 
 
Evolução dos tumores 
• A evolução do tumor maligno depende 
 Da velocidade do crescimento tumoral 
 Do órgão em que o tumor está localizado 
 De fatores constitucionais de cada pessoa 
 De fatores ambientais 
• Frente a estas características, os tumores podem ser 
detectados em diferentes fases 
 Fase pré-neoplásica: antes da doença 
se desenvolver 
 Fase pré-clínica ou microscópica: 
quando ainda não há sintomas 
 Fase clínica: apresentação de sintomas 
 
Bases moleculares da oncogênese 
• O câncer pode ser considerado uma doença do genoma, 
resultante do acúmulo de mutações 
• Os genes estão envolvidos no controle de funções como: 
proliferação, sobrevida e diferenciação (eles são 
susceptíveis a mutações) 
• Condições fisiológicas 
 Proto-oncogenes (dominantes): codificam proteínas que 
participam da transmissão para proliferação celular 
 Anti-oncogenes (recessivos) ou supressores de tumores: 
controle negativo da proliferação celular 
20 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 Oncoproteinas: uma alteração na produção de proteínas, 
pode originar uma proteína “aberrante”, associadas ao 
desenvolvimento neoplásico 
 
Genes anti-oncogenes 
• Rb: genes infantis hereditários do globo ocular 
(retinoblastoma) 
• APC: gene da adenomatose poliplóide do cólon 
• P53 (guardião do genoma): inibe a proliferação celular e 
desencadeia a apoptose 
 
 
 
Neoplasias 
• Proliferações locais de clones celulares atípicos cuja 
reprodução foge ao controle normal, e que tendem para um 
tipo de crescimento autônomo e progressivo, e para a perda 
de diferenciação 
• Características 
 Progressividade: crescimento tecidual excessivo, ilimitado, 
descoordenado e de intensidade progressiva 
 Independência: relação tipicamente parasitária. Ausência 
da resposta aos mecanismos de controle. Autonomia. 
 Irreversibilidade: persistente mesmo após a cessação dos 
estímulos. Ausência de dependência da continuidade do 
estimulo 
 
 
• Modelo geral da patogênese das neoplasias 
 
 
Classificação e nomenclatura 
• Baseia-se na origem (epitelial, mesenquimal ou 
embrionária), no comportamento (benigno ou maligno) e na 
morfologia da neoplasia Neoplasia epitelial ou mesenquimal benigna 
- Termo designativo do órgão ou tecido afetado acrescido 
do sufixo "oma” 
Ex: Adenoma ou Lipoma 
Exceções: Hepatoma, Linfoma e Melanoma 
 Neoplasia epitelial maligna 
- Utiliza-se o sufixo "Carcinoma" 
Ex: carcinoma epidermóide, carcinoma de colo uterino 
 Neoplasia mesenquimal maligna 
- Utiliza-se o sufixo "Sarcoma" 
Ex: Sarcoma renal, sarcoma ovariano, etc. 
• As neoplasias de origem embrionária podem ser 
classificadas em 
 Teratomas, Mixomas e blastomas (nefroblastoma, 
retinoblastoma, etc.) 
 
Adenoma X adenocarcinoma 
 
 
21 
 
 
Rafaela Pamplona 
Principais diferenças entre tumores benignos e 
malignos 
Tumor benigno Tumor maligno 
Formado por células bem 
diferenciadas 
Estrutura típica do tecido de 
origem 
Formado por células 
anaplásicas 
Atípico 
Falta diferenciação 
Crescimento progressivo, pode 
regredir, mitoses normais e 
raras 
Crescimento rápido, 
mitoses anormais e 
numerosas 
Massa bem delimitada, 
expansiva; não invade nem filtro 
tecidos adjacentes 
Massa pouco delimitada, 
localmente invasivo; infiltra 
tecidos adjacentes 
Não ocorre metástase 
Metástase frequentemente 
presente 
 
 
 
Características 
clínicas/ 
anatomopatológicas 
Neoplasia 
benigna 
Neoplasia 
maligna 
Tipo de 
crescimento 
Expansivo/ 
compressivo 
Infiltrativo/ 
destrutivo 
Velocidade de 
crescimento 
Usualmente lento Geralmente rápido 
Evolução 
Pode estacionar 
ou regredir 
Raramente 
estaciona, evoluir 
até o êxito letal 
Limites 
Nítidos, às vezes 
com cápsula 
Imprecisos e não 
encapsulados 
Ulcerações Pouco frequente Quase constante 
Metástase Ausente Frequente 
Recidiva Sempre ausente Frequente 
Anemia/caquexia Sempre ausente Frequente 
Alterações 
concomitante 
Atrofia 
compressiva 
Muito frequente 
Necrose/ 
hemorragia 
Escassa ou 
ausente 
Geralmente 
abolida 
Função orgânica Frequentemente 
conservada 
 
 
 
 
 
Características 
histológicas 
Neoplasia 
benigna 
Neoplasia maligna 
Estrutura de 
tissular 
Típica do tecido 
de origem 
Atipia celular/ perda de 
polarização e 
desestruturação celular 
Vascularização Quase normal 
Aumentada e ainda 
assim deficiente 
Frequência de 
mitoses 
Raras Numerosas 
Tipo de mitose Normais 
Tri ou multipolares, e 
assimétricas 
Celularidade 
Normal ou 
aumentada 
Pouco aumentada 
(principalmente em 
sarcoma) 
Tamanho e 
forma 
Regular 
isomorfa 
Pleomorfismo (atipia 
celular) 
Citoplasma 
Semelhante ao 
da célula de 
origem 
Escasso, basófilo 
(>RNA ou abundante e 
aquoso) 
Núcleo 
Semelhante ao 
da célula de 
origem 
Atípico, hipercromático 
discariótico, 
pleomórfico, com maior 
a qtidade de nucléolos 
Relação 
núcleo/ 
citoplasma 
Semelhante ao 
da célula de 
origem 
Aumentada 
 
 
Complicações clínicas decorrentes das neoplasias 
• Ruptura de tumores (trombose, isquemia, embolia 
• Obstrução do lume de órgãos tubulares (trombose, 
isquemia, embolia) 
• Ulcerações, hemorragias, infecções secundárias 
• Compressão de nervos (Dor crônica e intensa) 
 
Metástase tumoral 
 
 
22 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
Estadiamento 
• Essa classificação permite ao médico especialista em 
oncologia propor o tratamento mais adequado para cada 
paciente, uma vez que 2 pacientes com o mesmo tipo de 
câncer, mais constante amento diferentes, podem ter 
diferentes propostas de tratamento 
• Ser clínico ou patológico 
• Avaliar o grau de disseminação tumoral 
• Sistema mais utilizado é o TNM que se baseia na extensão 
anatômica da doença 
 T – característica do tumor primário 
 N – característica dos linfonodos das cadeias de drenagem 
linfática 
 M – presença ou não de metástase 
 Geralmente variando: T0-T4, N0-N3 e M0-M1 
• Classificação das neoplasias 
 Localização 
 Tipo histopatológico 
 Produção de substâncias 
 Manifestações clínicas 
 Sexo, idade e comportamentos 
 
Investigação diagnóstica 
• Modalidades de atenção 
 Prevenção: modificação de fatores de riscos ambientais e 
de estilo de vida, reduzindo a mortalidade 
 Detecção precoce 
• Tratamento adequado 
 Diagnóstico preciso 
 História clínica + exame físico 
 Exames complementares 
 Biopsias diagnósticas 
 
 
 
Epidemiologia 
 
 
 
• No Brasil 
 O número de novos casos cresce a cada ano, estimativa 
do inca para o ano de 2020/2022, é a ocorrência de 
625.000 novos casos no brasil para cada um dos anos 
 
 
23 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 
 
Recomendações na prevenção 
1 Cessar o tabagismo 
 90% pelo câncer de pulmão 
 30% de todas a mortes por câncer 
 Toxinas: monóxido de carbono, amônio, acroleína, 
cetonas... 
2 Manter o peso saudável e praticar atividades físicas 
 Obesidade: endométrio, vesícula biliar, fígado, ovário, 
tireoide ... 
 Sedentarismo 5% das mortes por câncer 
3 Limitar a ingesta e consumo de álcool 
 Estima-se 3,6% dos canceres 
 Câncer do trato gastrointestinal, orofaringe, mama 
4 Evitar excesso do sol 
 Radiação solar o principal causa de câncer de pele 
 Limitar o tempo de exposição entre 10 e 17 horas 
 Uso de protetor, chapéus, óculos de sol e roupas 
protetoras 
5 Proteger-se contra infecções sexualmente transmissíveis 
 HPV, Hepatites B e C, HIV, EBV 
 17% de novos casos tem relação com algum desses 
agentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS ONCOLÓGICAS NA 
INFÂNCIA 
 
Diagnóstico precoce 
• Muitas crianças e adolescentes com câncer chegam ao 
centro especializado de tratamento com a doença em 
estágio avançado por diversos fatores 
 Desinformação dos pais 
 Medo do diagnóstico de câncer 
 Desinformação dos médicos em geral 
 Dificuldade no acesso aos serviços de saúde 
 Apresentação clínica de determinados tipos de tumores 
podem não diferir muito de doenças comuns na infância 
• A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce (70% 
de cura) e orientação terapêutica de qualidade, uma vez que 
aumenta significativamente a porcentagem de cura nas 
crianças e aderência ao tratamento específico 
• Hoje é essencial que os profissionais de todos os pontos da 
Rede de Atenção à Saúde estejam capacitados para 
contextualizar os achados clínicos com a idade, sexo, 
associação de sintomas, tempo de evolução e outros dados 
sugestivos de uma doença neoplásica, para que se possa 
fazer uma suspeita correta e conduzir o caso de maneira 
rápida, precoce e eficaz 
 
 
 
Epidemiologia 
 
24 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 
Dificuldade no diagnostico CA infantil 
• Sintomas inespecíficos 
• Desinformação dos pais 
• Medo do diagnóstico de CA 
• Desinformação dos profissionais da 
saúde 
• Características do próprio tumor 
• Dificuldade no acesso ao sistema de saúde 
 
Importância do diagnóstico precoce 
• Tratamento menos agressivo 
• Redução de sequelas 
• Aumento da taxa de cura 
• Melhoria na qualidade de vida 
 
LEUCEMIAS 
Caso 1 
J. C., feminino, 2 anos e 1 mês 
Queixa principal – tosse e palidez de pele há 1 semana 
HDA – mãe relata que a menor esteve internada há 3 semana em 
uso de antibióticos. Realizou hemograma quando hospitalizada, 
durante o período de internação observado palidez de pele e 
adinamia importante, machinhas arroxeadas no corpo associada a 
febre vespertina diária. Medicada entretanto apresentou apenas 
melhora parcial dos sintomas. Recebeu alta com orientação de 
procurar um hematologista. Uma semana depois, relatava dor 
abdominal, piora das manchas roxas pelo corpo e agora dores nas 
pernas, piora também da palidez cutâneo mucosa, e agora com 
presença de linfonodomegalia em região cervical 
 
Exame Físico 
BEG, hipocorada +++/4+, 
microadenopatia cervicais bilaterais, 
inguinais e axilares, <1,5 cm, elásticos, 
indolores. (linfonomegalia) 
Abdome – fígado palpável a 4cm 
abaixo RCD, e baço a 3cm abaixo RCE. 
(hepatoesplenomegalia)• Importância 
 Caracterizada por expansão clonal – células blásticas 
 Acomete crianças entre 2 e 5 anos de idade 
 Corresponde a 30% dos cânceres infantis 
 
• Fisiopatologia 
 Há alteração na produção natural de células da medula 
óssea, que faz as células blásticas se desenvolver de 
forma preocupante e descontrolada 
 Células blásticas = célula cancerígena 
 
• Tipos mais comum 
 Eles constituem 97% de todas as leucemias da infância e 
consistem nos seguintes tipos 
- Leucemia linfoblástica aguda (LLA) - 75% 
~ Melhor prognóstico 
- Leucemia mieloblástica aguda (LMA), também conhecida 
como leucemia não linfocítica aguda (LLNA) - 20% 
~ Pior prognóstico 
~ Tratamento para o resto da vida ou transplante 
- Leucemia aguda indiferenciada - 0,5% 
- Leucemias mieloides crônicas - 3% 
- Leucemia linhagem aguda mista (LMAA) – restante 
 
• Características para definir o tipo de leucemia 
 O envolvimento da medula de leucemia aguda como visto 
por microscopia é definido como se segue 
- M1: menos de 5% de células blásticas 
- M2: 5% a 25% de células blásticas 
- M3: mais de 25% de células blásticas 
- Maioria dos pacientes com leucemia aguda apresentam 
uma medula M3 
 
ATRASO NO 
DIAGÓSTICO 
25 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Quadro clínico 
 Palidez cutâneo mucosa 
 Fadiga e adinamia importante 
 Febre persistente 
 Dor óssea e/ou articular (principalmente quando acorda a 
criança à noite) → devido intensa produção de células 
blásticas na medula óssea 
 Hematomas 
 Equimoses 
 Petéquias de aparecimento abrupto 
 Adenomegalias não dolorosas principalmente em cadeias 
retroauriculares, supraclaviculares, epitrocleares, poplíteas 
 Aumento de volume abdominal → devido infiltração do 
fígado e baço 
 
 
 
 
 
• Fluxograma – sinais de alerta 
 
 
 
 Sintomas 
 Hemograma – células blásticas, leucocitose 
Encaminhar ao oncologista pediátrico! 
 Mielograma 
 
 Hiperleucocitose → encaminhamento imediato! 
Leucócitos acima de 50.000 até que se prove o contrário é 
leucemia mieloide! 
Trata-se se uma urgência oncologia – paciente pode 
apresentar hemorragia cerebral e evoluir para óbito em 
poucos dias 
 
 Sangramento → encaminhamento imediato! 
A presença elevada de leucócitos aumenta a viscosidade 
do sangue, ocasionando micro êmbolos, diminuindo a 
perfusão sanguínea naquela região, causando isquemia ou 
ruptura do vaso 
 
• Diagnóstico diferencial 
 Doenças não neoplásicas: AR juvenil, mononucleose, PTI, 
aplasia medular, Leishmaniose visceral, arbovírus 
(dengue) 
 Doenças neoplásicas: linfoma, retinoblastoma, 
neuroblastoma 
 
• Investigação diagnóstica 
 Exames laboratoriais 
- Hemograma com diferencial 
- LDH → muito aumentado 
- Eletrólitos (Na, K, Mg, Ca, P) 
- Ácido úrico 
- Função renal (ureia e cr) 
- Função hepática (TGO, TGP, fosfatase alcalina digamos 
GT) 
- Proteínas totais e frações 
- Contagem de reticulócitos 
- Ferro sérico 
- Ferritina sérica 
- VHS 
- Coagulograma completo 
- Sorologias para TORCH´S 
- Sorologia para CMV, toxoplasmose, Epstein Barr, 
rubéola e HIV 
 
 Exames de imagem 
- US Abdominal total → avaliar hepatoesplenomegalia 
- US testicular (sexo masculino) 
- RX de tórax (PA e perfil) → alargamento do mediastino 
- Ecocardiograma com doppler 
- Punção lombar (suspeita de infiltração de SNC) 
 
 
 
26 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Específico 
- Mielograma com imunofenotipagem 
- Biologia molecular - encaminhar ao INCA alguns casos 
necessários para biópsia de medula óssea 
 
• Mielograma 
 Estudo morfológico da medula óssea (mo) 
- Citoquímica 
- Imunofenotipagem 
- Citogenética / biologia molecular 
 
 
 
• Fatores prognósticos 
 Tratamento de acordo com as particularidades, com a 
classificação de baixo ou alto risco 
 Fatores no diagnóstico que influenciam se será menos ou 
mais quimioterapia 
 
 
 
• Tratamento 
 Quimioterapia age contra as células blásticas 
- Vincristina 
- L-asparanginase 
- Antraciclícos 
- ARA-C 
- Metrotexate 
- Tioguanina 
- Mercaptopurina 
- Profilaxia do SNC - MADIT 
• Conduta terapêutica – Etapas do tratamento 
 
 
 Etapa 1 – Indução 
- Primeiros 28 dias 
- Iniciar quimioterápicos 
- Observar a reação frente ao tratamento 
~ Espera-se eliminar 99% das células plásticas em 
restaurar a produção normal os componentes do 
sangue → Remissão da doença 
- Fase de maior susceptibilidade: neutropenia febril, 
infecções, várias transfusões de hemoderivados, efeitos 
colaterais dos quimioterápicos e falha na indutora 
 
 Etapa 2 – Intensificação e consolidação tardia 
- Restauração da hematopoiese, aumentando a sobrevida 
livre do paciente e destruir as células plásticas 
- Uso de altas doses de quimioterápicos, dependendo do 
alto ou baixo risco, ter umas ciclos e doses maiores 
~ Metrotexate doses altas + mercaptopurina + L-ASP + 
VCR + antracíclicos 
 
 Etapa 3 – Manutenção 
- Mielograma – remissão total da doença 
- Impede a reativação de células blásticas 
- Ciclo de quimioterapia ambulatorial e semanal 
- A criança volta ao convívio familiar e realiza atividades 
com menos riscos de complicações 
- Etapa prolongada importante e necessário 
 
LINFOMA 
Caso 2 
J.C. feminino, 7 anos 
QP: caroço no pescoço há 30 dias 
HDA: mãe relata aparecimento de 
caroço no pescoço há 30 dias, com 
27 
 
 
Rafaela Pamplona 
aumento progressivo, sem dor. Relata ainda presença de 
febre alta 38,5ºC, por mais de 3 dias, associado a sudorese 
noturna, perda de peso de 3 kg nos últimos 2 meses, refere 
ainda tosse seca, sendo medicado com ATB , sem melhoras. 
Exame físico: adenopatia cervical direita de 3cm, fixo, 
endurecida, indolor 
 
• Conceito 
 São originários do sistema linfático 
 Divididos em 
- Linfoma de Hodgkin: relacionado com as células 
binucleadas, caracterizado por linfonodos que vai 
aumentando progressivamente por continuidade, 
acometendo toda a cadeia linfonodal 
 
 
 
- Linfoma não Hodgkin: acomete toda o sistema linfático, 
relacionado aos linfócitos T e B, podendo ocorrer em 
todas as cadeias linfonodais, inclusive a medula óssea 
 
 
 
• Classificação: Hodgkin e Não-Hodgkin 
 Tumor dos gânglios linfáticos (ínguas) 
- Periférico 
- Central (abdome e tórax) 
 
• Características do gânglio suspeito 
 Nódulo periférico suspeito 
- Gânglios >2,5cm de diâmetro 
- Duros, fixo, indolor 
- Coalescentes com evolução > 4semanas 
~ Disseminação na região 
 
 
 
 
 
 
 TODO paciente com tumor na região supraclavicular deve 
ser investigado! 
 
• Quadro clínico 
 Dispneia 
 Disfagia 
 Tosse 
 Sibilos 
 Circulação colateral de veia cava superior 
 O tumor pode se expandir para o pericárdio e pulmões 
 
 Tumor mediastinal – urgência oncológica! 
Paciente jovem apresenta dispneia, sibilos – síndrome da 
veia cava 
 
• Sinais e sintomas de alerta 
 
 
 
 
28 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Sinais e sintomas inespecíficos → pior prognóstico! 
 Febre > 38ºC 
 Perda de peso de 10% ou mais do peso corporal nos 
últimos 6 meses 
 Sudorese noturna 
 
• Exames 
 Hemograma 
 LDH 
 VHS 
 Ferritina sérica 
 Sorologias para descartar doenças infecto contagiosas 
 Rx de tórax: avaliar mediastino 
 Ecocardiograma abdominal na suspeita de massa 
 
 Evitar biopsia ou punção aspirativa antes da avaliação do 
oncologista pediátrico! 
 
 
 
• Fluxograma – Sinais de alerta para os linfomas 
 
 
 Linfonodo sugestivo 
 Hemograma, sorologia e VHS 
 Reavalia em 4 semanas 
 Se persistir e progredir → linfoma! 
TUMORES ABDOMINAIS 
Caso 3 
Criança de 3 anos apresentando febre e aumento do volume 
abdominal há 3 meses, observado ainda presença de 
equimose periorbitária, mioclonias, nódulos em couro 
cabeludo e ptose palpebral 
Exame físico: EGR, emagrecida, descorada, sem 
adenomegalias, abdome globoso á palpação nota-semassa 
endurecida com limites imprecisos que ocupa a loja renal 
esquerda, hipocôndrio e epigástrio 
HC, urina tipo I e RX de tórax normal 
 
 
 
• Fluxograma – sinais de alerta para massas abdominais 
 
 
 Massa abdominal 
 US em até 7 dias 
 
 TODO paciente que apresentar massa de crescimento 
rápido no abdômen deve ser encaminhado imediatamente, 
pois pode ocorrer síndrome compartimental, podendo 
evoluir ao óbito 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Rafaela Pamplona 
NEUROBLASTOMA – “anjo mal” 
• Conceito e epidemiologia 
 Câncer que se inicia em células do 
sistema nervoso simpático e as 
glândulas suprarrenais 
 Acomete principalmente lactentes e 
crianças pequenas 
 Se desenvolve durante o crescimento 
fetal ou nos primeiros anos de vida 
 É considerado o tumor sólido 
extracraniano mais comum em crianças 
 Localização 
- 40% dos neuroblastomas se iniciam-se nas glândulas 
suprarrenais 
- 25% se iniciam nos gânglios linfáticos do sistema 
nervoso simpático do abdome 
- Os demais surgem nos gânglios simpáticos próximos à 
coluna cervical, torácica e lombar 
 Apresenta um aumento de incidência no sexo masculino e 
na raça branca 
 Metástases: MO, óssea, região retroorbital, fígado, 
linfonodos subcutâneos (nódulos), raramente ocorre para 
os pulmões 
 
• Quadro clínico 
 Massa abdominal palpável que ultrapassa a linha média 
 Lactente com hepatomegalia e nódulos subcutâneos 
 Caquexia 
 Dor óssea, febre, perda de peso, proptose e ptose 
palpebral, anemia, irritabilidade, taquicardia, sudorese 
 Equimose periorbital e opsomioclonus 
 
 
 
• Manifestações em fase avançada 
 Presença de massas palpáveis em diversas regiões do 
corpo 
 Protrusão ocular e olhos de “guaxinim” 
 Volume aumentado do abdômen e dispneia 
 Parestesia em alguma parte do corpo 
 
 
• Diagnóstico 
 Primeiramente é levantada a suspeita clínica pelo exame 
físico e anamnese 
- TC e RM: para avaliação de tumores primários 
- Cintilografia de corpo inteiro: indicado para avaliação de 
tumores primários e metástase 
 
 Diagnóstico laboratorial: na suspeita ou confirmação devo 
solicitar 
- Hemograma 
- Ureia e creatinina 
- TGO TGP e DHL 
- Dosagem de catecolaminas séricas (mais sensíveis e 
especificas) 
- Dosagem de catecolaminas urinarias – ácido 
vanilmandélico e ácido homovanílico 
 
 Punção aspirativa ou biópsia 
- Biópsia de dois territórios ilíacos ou do fêmur e esterno 
- Biópsia local com anatomopatológico compatível 
- Exames histopatológico: tumor hipercelular, com células 
pequenas e arredondadas, agrupadas em formações em 
“rosetas” 
- Metaiodobenzilguanidina (MIBG) varredura – detecção 
de metástases (dada a avidez da neoplasia a esse 
traçador 
 
 
 
30 
 
 
Rafaela Pamplona 
NEFROBLASTOMA 
Caso 4 
A.S, feminino, 3 anos 
QP: “Aumento da barriga” há 2 semanas 
HDA: mãe relata que notou aumento abdominal ao dar banho 
na criança. Levou a unidade de saúde, onde foi prescrito 
remédio para verme, segundo a mãe, mesmo após uso, a 
barriga da menor continuava crescendo, voltando novamente 
a UBS, sendo então solicitado US Abdominal total. 
Exame físico: ABD flácido, indolor, massa palpável em flanco 
esquerdo 
 
• Conceito, epidemiologia e incidência 
 É o tumor renal maligno mais comum na infância 
 Origem embrionária das células blastematosas 
 Metanefréticos 
 Idade mais frequente entre 1 à 5 anos de idade 
 Acomete igualmente ambos os sexos 
 Mais com predileção por etnia negra 
 Associação com anomalias congênitas geniturinárias 
- Rim em ferradura, displasia renal, aniridia bilateral, 
síndrome de Warg (Willms, aniridia, anomalias 
geniturinárias, retardo mental) 
 7% de todas as neoplasias que ocorrem na infância 
 Metástase pulmonar, fígado e gânglios linfáticos regionais 
 Pode ser bilateral em 5% dos casos 
 Associação com síndromes genéticas 
- Beckwith-Wiedemann, Dennys-Drash, Sotos, Simpson-
Golabi 
 
 
 
 
 
 
 
• Quadro clínico 
 Massa abdominal palpável em flanco em crianças com 
idade inferior à 5 anos, massa não ultrapassa a linha 
média 
 Bom estado geral 
 Acompanhada ou não de dor, hematúria, hipertensão 
 
Sinal ou sintomas Porcentagem 
Massa 
Abdominal 
75,4% 
Dor abdominal 28,2% 
Hipertensão 
Arterial 
26,4% 
Hematúria 24,4% 
Febre 22,1% 
Doença de Von Willebrand adquirida 3,9% 
 
 Achado ocasional de uma massa palpável ou inchação no 
abdome ao banhá-lo ou vesti-lo 
 Geralmente é firme e não ultrapassa à linha média 
 Dor abdominal em decorrência do crescimento tumoral 
 Hipertensão devido compressão de artéria renal e 
produção de renina 
 
 
 
 
Dennys-Drash 
SOTOS 
SIMPSON-GOLABI 
31 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Diagnóstico 
 Radiografia simples de abdome 
 US abdominal total: indica presença de massa em loja 
renal 
 TC abdome total e pelve: melhor visualiza e caracteriza a 
massa renal e tem metástase hepática 
 Complementar com estadiamento 
- Tc de tórax, pelve 
- Cintilografia óssea de corpo total – evidenciar metástase 
 
 
 
 
 
 
 
• Estadiamento 
 Evidencia metástases hematogênicas (10 à 15%) 
 Raio-x de tórax 
 Tc de tórax 
 Pulmão (85%) 
 Fígado (7%) 
 
 
 
NEUROBLASTOMA NEFROBLASTOMA 
SN simpático Sistema renal 
Lactantes e crianças 
pequenas 
1 a 5 anos 
Sexo masculino Ambos os sexos 
Massa ultrapassa a linha 
média 
Massa NÃO ultrapassa a 
linha média 
Febre, sinal do guaxinim 
Anomalias geniturinárias 
Bom estado geral 
Rara metástase pulmonar Comum metástase pulmonar 
TC imagem mais grosseira TC imagem menos grosseira 
 
 
RETINOBLASTOMA 
Caso 5 
M.k, sexo feminino 
Data de nascimento: 01|02|2021 – 11 meses 
História clínica: 
Estrabismo desde os 6 meses de vida. 
Há 1 mês aparecimento abrupto de um reflexo branco e 
cegueira progressiva (sic) 
Fazia acompanhamento com oftalmologista desde os 4 
meses, e há 1 mês pós exames de fundoscopia e realização 
de USG local foi encaminhado para o serviço de oncologia 
pediátrica 
História familiar positiva para retinoblastoma 
 
 
32 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Fluxograma – Sinais de alerta para tumores do SNC e 
retinoblastoma 
 
 
 Leucocoria – ausência do reflexo avermelhado 
 Solicitar avaliação oftalmológica em até 7 dias 
 Fundoscopia 
 TC ou RNM 
 
• Quadro clínico 
 Leucocoria (reflexo pupilar branco-amarelado) – observado 
pelos familiares e muitas vezes observados em fotos 
tiradas com flash 
 Seguidos por: estrabismo, irritação ocular, hiperemia (olho 
vermelho), e os que evidenciam progressão de doença 
com proptose, exoftalmia 
 
• Conceito, epidemiologia e incidência 
 É um tumor embrionário raro que se origina na retina 
neural, sendo o tumor maligno intraocular mais frequente 
encontrado nas crianças 
 Ocorre entre 1 a 14.000 e 1 a 30.000 nascidos vivos 
 Podem ser uni ou bilateral (relacionado com mutações 
germinais) 
 Mais de 90% dos casos são diagnosticados antes dos 5 
anos de idade, idade mediana de 2 anos 
 Acomete a faixa etária entre 0 a 4 anos 
 Sem diferença de sexo, etnia ou acometimento de olho D 
ou E 
 
• Sinais e sintomas 
 Leucocoria 
 Estrabismo 
 Vermelhão do olho 
 Celulite da órbita 
 Heterocromia 
 Glaucoma secundário 
 Diminuição da acuidade visual 
 Proptose ocular 
 
• Sinais e sintomas – Retinoblastoma intraocular 
 1º sinal – Leucocoria (pupila branca uni ou bilateral) 
- Representa a perda do reflexo vermelho 
 2º sinal – Estrabismo 
- Ocorre quando a lesão afeta a região macular levando a 
um comprometimento visual e alterações no reflexo de 
fusão ocular 
 Outras queixas 
- Vermelhidão 
- Protrusão ocular (aumento do tamanho devido elevação 
da pressão intraocular) 
- Diminuição de acuidade visual 
 Menos comum celulite asséptica por necrose tumoral 
 Heterocromia (mudança de coloração da íris) 
 Hemorragia vítria (sangramentointraocular) 
 Catarata e pseudouveítes 
 
• Sinais e sintomas – Retinoblastoma extraocular 
 Doença metastática variados locais de acometimento 
 Locais mais acometidos: órbita, linfonodos pré-auriculares 
e cervicais, MO, ossos, fígado e SNC 
 
• Diagnóstico 
 Exame clínico ocular 
 Precoce 
- Exame de reflexo vermelho 
- Exame fundoscópico aos 6/12 e 24 meses 
- História familiar avaliação fundoscopia desde o 
nascimento 
- Exames de imagem (apresentação atípica) 
~ US: tamanho da lesão e avalia a presença de 
calcificações intralesional 
~ RNM de órbitra: ajuda na avaliação de 
comprometimento extraocular, invasão de nervo óptico 
~ TC: melhor exame para detectar o cálcio intratumoral 
↳ Uso rotineiro aumenta risco de segunda neoplasia

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