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TRIBOS URBANAS 
A ideia de “tribos urbanas” se fortaleceu por volta da segunda metade do século 
XX. Nesse contexto, essa expressão se refere aos agrupamentos de jovens que 
se formam nas cidades. Rapidamente a mídia passou a falar das tribos urbanas 
que se formavam no cenário urbano e geravam curiosidade por serem exóticas 
e diferentes. 
Atualmente, o uso científico e analítico dessa categoria é questionada. “Tribos 
urbanas”, portanto, passa a ser mais uma metáfora para se referir a alguns 
grupos juvenis. Confira mais sobre essa temática a seguir, bem como alguns 
exemplos que podem ajudar a debater o assunto. 
O que são as tribos urbanas 
São agrupamentos de jovens dentro da cidade que possuem regras, 
comportamentos e uma estética próprios. Geralmente, essa ideia é utilizada por 
terceiros, ou seja, por quem não participa desses grupos. Em outras palavras, a 
categoria de “tribo urbana” aparece quando se quer referir a um coletivo de 
pessoas que parecem estranhas, diferentes ou exóticas. 
Na sociologia, as tribos urbanas aparecem em 1985 nos estudos de Michel 
Maffesoli, na França. Já em 1992, no Brasil, autores como José Guilherme 
Magnani questionaram a razão de utilizar essa categoria e o que ela significa. 
Hoje, ela é usada como uma metáfora para estudar os diversos grupos urbanos 
formados por jovens. 
Características das tribos urbanas 
As tribos urbanas são geralmente pequenas e se identificam com o espaço da 
cidade para habitarem e desenvolverem suas atividades. Logo, possuem 
também uma estética, um linguajar, um conjunto de comportamentos e regras 
que os separam dos demais. Um dos campos bastante afetados pelas tribos 
urbanas é o da moda, que acaba sendo inovada ao levar para passarelas as 
inspirações advindas das ruas. 
Ao participar de uma tribo urbana, é possível dizer que há algumas vantagens; 
ou melhor, existem aspectos socialmente e culturalmente produtivos nesses 
grupos. Veja algumas delas a seguir. 
 Sentimento de pertencimento grupal: a sensação de não estar isolado 
e se sentir parte de uma comunidade é bastante saudável para pessoas 
jovens; 
 Inovação estética: essas inovações ocorrem principalmente na moda, 
que se inspiram nas transformações no vestuário produzidas por jovens; 
 Expressão cultural: a cultura fornece formas para as pessoas se 
expressarem até mesmo artisticamente; 
 Direito à diferença: as tribos urbanas são chamadas assim por serem 
diferentes dos padrões de normalidade, e todo grupo deve ter direito de 
expressar sua diversidade; 
 Coletividade: em um contexto em que práticas individualistas são 
bastante criticadas, a coletividade das tribos urbanas revela que toda 
sociedade é complexa e nelas existem pessoas diversas. 
Por outro lado, existem aspectos negativos ou desvantagens, seja advinda das 
próprias tribos urbanas como de fora delas. Confira abaixo. 
 Preconceitos: justamente por serem diferentes, pessoas que fazem 
parte de tribos urbanas podem sofrer preconceitos e injustiças sociais; 
 Estereótipos: fazer parte de uma tribo urbana pode acabar fazendo que 
pessoas de fora enquadrem o indivíduo em um estereótipo, como se todos 
do grupo fossem iguais; 
 “Etnocentrismo”: estar dentro de um grupo e achar que o seu é o melhor 
pode fazer a pessoa recair em uma atitude etnocêntrica para com outras 
tribos urbanas, fazendo-a achar que os outros são inferiores. 
Resumindo, existem muitos aspectos positivos das tribos urbanas: elas 
oferecem maior diversidade e enriquecem a nossa cultura. No entanto, quando 
essas tribos recaem em um isolamento ou passam a se pensar como superiores 
às outras – talvez até violentando pessoas –, tornam-se injustificáveis suas 
atitudes. Portanto, é preciso respeitar as diferenças. 
Exemplos de tribos urbanas 
Existem muitas tribos urbanas que se formaram ao longo dos anos e até se 
globalizaram. Assim, é importante lembrar que em cada lugar, os grupos podem 
ser diferentes e são diversos. Confira um resumo de alguns exemplos de tribos 
urbanas: 
Funkeiros 
Funkeiros são grupos bastante conhecidos no Brasil. Na vertente carioca, surgiu 
em meados dos anos 2000. Inicialmente, surgem em regiões periféricas, em 
favelas, entre pessoas majoritariamente negras e pobres. Esse movimento 
produziu um estilo musical próprio e uma diversidade cultural e, atualmente, é 
reconhecido por artistas internacionais. 
Góticos 
iStock 
Essa é uma tribo urbana que se tornou um verdadeiro movimento cultural, 
surgido na década de 1970, no Reino Unido. Trata-se de um estilo musical e 
uma estética que é sombria e se associa a sentimentos tristes. 
Hippies 
iStock 
São conhecidos pelo movimento flower power que surgiu nos Estados Unidos na 
década de 1960, em São Francisco. Nessa subcultura há uma valorização de 
sentimentos de calma e de paz, além de um estilo musical e uma estética própria, 
como cabelos compridos, roupas floridas e coloridas. 
Nerds 
iStock 
Esse termo é abrangente. Ele é frequentemente associado aos grupos de 
pessoas que gostam de tecnologia, ciência, games ou mesmo histórias em 
quadrinhos e filmes de super-heróis. 
Patricinhas 
iStock 
É um grupo associado a um alto poder financeiro e que gosta de usufruir de 
marcas reconhecidas como caras ou finas. Sendo esse um termo feminino, é 
possível encontrar equivalentes masculinos em denominações como playboys. 
Hip Hop 
iStock 
Surge nos Estados Unidos na década de 1960, especialmente em Nova York. É 
uma subcultura de pobres, negros e latinos, “das ruas”. Esse movimento 
produziu uma diversidade de músicas, de danças, além de uma estética própria. 
Skatistas 
iStock 
Os skatistas são grupos de indivíduos que se reúnem para desenvolver suas 
habilidades na prática do skate. Todavia, essa tribo urbana ainda possui uma 
estética própria e até um estilo musical, bastante associado ao hip hop. 
Heavy metal 
iStock 
O heavy metal é um estilo musical específico, mas é um contexto para a 
formação de diversas tribos urbanas. Os cenários underground e grupos 
consumidores desse gênero formam um grupo e sociabilidades próprias. 
Otaku 
iStock 
Os otakus se intensificaram nos últimos anos como grandes consumidores de 
produtos de cultura pop japonesa. Por exemplo, animes, música, games, 
mangás e seriados são uma parte desse universo. Esse grupo surgiu no Japão, 
no final do século XX. 
Drag queens 
iStock 
Essa tribo urbana também é abrangente e está intimamente ligada com uma 
cultura LGBT mais geral. Um ponto marcante de seu desenvolvimento está nas 
décadas de 1970 e 1980, entre jovens LGBTs periféricos e expulsos de suas 
casas. Assim, fazer performances e brincar com as identidades de gênero está 
no cerne dessa tribo. 
Portanto, são muitos os exemplos de tribos urbanas que são possíveis de serem 
elencadas. Entretanto, não é possível também estereotipar uma tribo urbana e 
pensar que ela é a mesma em todo lugar. Consequentemente, cada grupo possui 
sociabilidades próprias em seu contexto. 
Além disso, é importante atentar que nem todos os estudos sociológicos hoje 
utilizam a noção de “tribos urbanas”. Elas podem servir como um ponto de 
partida para pesquisar algum grupo, mas elas não devem ser tomadas como se 
fossem tribos isoladas e simples. 
Referências 
As realidades que as “tribos urbanas” criam – Fraya Frehse; 
É possível falar de tribos urbanas hoje? A moda e a cultura juvenil 
contemporânea – Elisabeth Murilho da Silva; 
As tribos urbanas: as de ontem até às de hoje – Helena Sofia Martins de Souza; 
Paula Fonseca; 
A prática do skate como tema de pesquisas em antropologia – Rodrigo Balza 
Moda; 
O funk, a roupa e o corpo: caminhos para uma abordagem antropológica da 
moda – Mylene Mizrahi; 
Geração sentimental: a construção social do otaku – Vlad Schuler Costa; 
Subjetividade e singularização: notas sobre possíveis abordagens ao 
documentário Paris is burning – Nicolas Silva de Sales; Jamer GuterresMello; 
Trevas na cidade: o underground do metal extremo no Brasil – Leonardo 
Campoy.

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