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Direito Econômico
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
A Concentração Empresarial
• Introdução;
• Infrações à Ordem Econômica;
• Concentração Empresarial.
• Conhecer como as concentrações empresariais podem ser danosas à concorrência;
• Conhecer o controle das concentrações empresariais realizadas pelo Sistema Bra-
sileiro de Defesa da Concorrência.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Concentração Empresarial
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE A Concentração Empresarial
Introdução
Como vimos na unidade anterior, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 
é atualmente estruturado pela Lei n.º 12.529/11, sendo que ele persegue a finalida-
de de prevenir e reprimir as infrações contra a ordem econômica.
A atuação desse sistema está orientada pelos seguintes preceitos constitucionais:
• livre iniciativa;
• livre concorrência;
• função social da propriedade;
• defesa dos consumidores; e
• repressão ao abuso do poder econômico.
Lei n.º 12.529/11
Art. 1º Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 
– SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a 
ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade 
de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos 
consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. 
Parágrafo único. A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos 
por esta Lei. 
A Lei Antitruste, em razão da grande repercussão em toda a nossa sociedade das 
práticas que se caracterizam como infrações contra a ordem econômica, expressa-
mente indica que a sua proteção está voltada para toda a coletividade, pois essa é a 
titular dos bens jurídicos protegidos por essa norma.
Esse sistema é composto:
• pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE);
• pelo Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Promoção da Produtivi-
dade e Advocacia da Concorrência e da Secretaria de Acompanhamento Fiscal, 
Energia e Loteria, em razão da extinção da Secretaria de Acompanhamento 
Econômico do Ministério da Fazenda.
Sem qualquer dúvida, a atuação mais destacada é a do CADE, sendo que ela se 
dá em duas frentes:
• uma atuação repressiva, na qual são combatidas as condutas que se caracteri-
zam como infrações à ordem econômica;
• uma atuação preventiva, na qual são examinados os atos de concentra- 
ção empresarial.
Essas duas formas de atuação das empresas nos mercados relevantes podem 
afetar, de forma bastante sensível, a concorrência, razão pela qual há um destacado 
interesse público na apuração desses desvios.
8
9
Vamos então conhecer as infrações à ordem econômica e os atos de concentra-
ção empresarial!
Infrações à Ordem Econômica
A caracterização das infrações à ordem econômica exige dois elementos:
EFEITOS + CONDUTA
Para a caracterização de uma infração da ordem econômica é necessário que o 
proceder do agente econômico tenha a finalidade ou, ainda que de forma involun-
tária, tenha a capacidade de atingir um dos efeitos listados nos incisos do caput 
do artigo 36 da Lei n.º 12.529/11, ou seja:
Lei n.º 12.529/11
Art. 36 [...]
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou 
a livre iniciativa; 
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
Sobre esses efeitos decorrentes da conduta do agente econômico, temos que des-
tacar que:
• A dominação do mercado decorrente da maior eficiência do agente eco-
nômico em relação a seus concorrentes não caracteriza a infração da 
ordem econômica do inciso II do caput do artigo 36 dessa lei;
• A caracterização da infração da ordem econômica independe de culpa, 
ou seja, os efeitos acima mencionados podem ocorrer:
 » por deliberada intenção da empresa em atingi-los;
 » de forma não intencional.
• A infração da ordem econômica estará caracterizada ainda que os efeitos 
não tenham sido atingidos, ou seja, basta que a conduta tenha potencialidade 
de alcançá-los.
Sempre com o foco de que elas devem causar ou ter potencialidade de causar os 
efeitos acima apresentados, o § 3º do artigo 36 da Lei n.º 12.529/11 apresenta 
uma listagem exemplificativa das condutas que se caracterizam como infra-
ções à ordem econômica.
9
UNIDADE A Concentração Empresarial
Lei n.º 12.529/11
Art. 36 [...]
§ 3º As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configu-
rem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam 
infração da ordem econômica:
I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qual- 
quer forma:
a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente;
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada 
de bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou 
limitada de serviços;
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial 
de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, 
fornecedores, regiões ou períodos;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública;
II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial unifor-
me ou concertada entre concorrentes;
III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvi-
mento de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financia-
dor de bens ou serviços;
V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-pri-
mas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição;
VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos 
meios de comunicação de massa;
VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços 
de terceiros;
VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para 
limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a pro-
dução de bens ou prestação de serviços, ou para dificultar investimentos 
destinados à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição;
IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistase 
representantes preços de revenda, descontos, condições de pagamento, 
quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras 
condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros;
X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio 
da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda 
ou prestação de serviços;
XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condi-
ções de pagamento normais aos usos e costumes comerciais;
10
11
XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de rela-
ções comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra 
parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis 
ou anticoncorrenciais;
XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos interme-
diários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação 
de equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade 
industrial ou intelectual ou de tecnologia;
XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do 
preço de custo;
XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a co-
bertura dos custos de produção; 
XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa 
causa comprovada;
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização 
de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de 
outro ou à aquisição de um bem; e
XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial, 
intelectual, tecnologia ou marca.
Importante!
Por ser essa listagem exemplifi cativa, podem ocorrer outras condutas que se carac-
terizam como infrações da ordem econômica, sendo que, para tanto, faz-se necessário 
verifi car se a conduta do agente econômico causou ou tinha potencialidade de causar 
qualquer dos efeitos mencionados nos incisos do caput do art. 36 da Lei n.º 12.529/11.
Importante!
Vamos exemplificar algumas dessas situações:
Combinação de Preços
Uma das condutas que podem se caracterizar como infração da ordem econô-
mica é a de combinar com concorrentes os preços de bens e serviços ofertados 
individualmente (art. 36, § 3º, inciso I, alínea “a”). Dessa forma, se um grupo de 
proprietários de postos de combustíveis de uma região da cidade combinarem seus 
preços de venda aos consumidores:
a) estará caracterizada a infração da ordem econômica se eles 
aumentarem seus preços além daqueles praticados pelo mercado se 
essa conduta tiver por objetivo aumentar arbitrariamente os lucros 
(inciso III do caput do art. 36);
b) não estará caracterizada a infração se esse acordo tiver por objetivo 
a venda abaixo dos preços de mercado, por poucos dias, dentre de uma 
campanha publicitária elaborada para a divulgação dos estabelecimentos 
comerciais daquela região da cidade.
11
UNIDADE A Concentração Empresarial
Venda de Mercadoria ou Serviço abaixo do preço de custo
Outra conduta que pode se caracterizar como infração da ordem econômica é a 
de vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do preço de custo 
(art. 36, § 3º, inciso XV). Nessa situação, suponhamos que o mercado de cervejas 
seja explorado em determinada região de nosso país por apenas uma grande empresa 
(que também atua em diversas outras partes de nosso território). Nessa região, o preço 
de produção de cada lata de 300 ml é de R$ 1,00, sendo esse produto é vendido para 
os comerciantes por R$ 1,50. Em dado momento, a empresa, mesmo mantendo o 
mesmo custo de produção, passa a vender a lata de cerveja por R$ 0,80:
a) estará caracterizada a infração da ordem econômica se o objetivo 
da empresa é o de prejudicar a livre concorrência (inciso I do caput do 
art. 36), pois na região está sendo instalada uma pequena cervejaria que 
poderia dividir esse mercado. Para uma empresa que está se instalando, 
seria inviável conquistar parcela desse mercado (ou mesmo a continuida-
de do empreendimento) se o produto da concorrente tem seus preços 
artificialmente reduzidos;
b) não estará caracterizada qualquer conduta ilícita se essa diminuição 
dos preços praticados se der em razão da empresa constatar que há uma 
grande quantidade de matéria-prima para a produção de cervejas em 
estoque, sendo que há o risco de que toda essa mercadoria se estrague 
se não for rapidamente utilizada.
Sintetizando essas informações, podemos indicá-las da seguinte forma:
 
INFRAÇÃO À
ORDEM
ECONÔMICA
CONDUTAS DO
ARTIGO 36, § 3º, DA 
LEI N.º 12.529/11
OU SIMILARES
COM A FINALIDADE OU 
COM A CAPACIDADE 
DE ATINGIR
AINDA QUE OCORRAM 
DE FORMA NÃO 
INTENCIONAL
OS EFEITOS DOS INCISOS DO
CAPUT DO ARTIGO 36 DA LEI
N.º 12.529/11
Figura 1
12
13
Penas em Razão da Prática de Infração da Ordem Econômica
Caracterizada a prática de infração da ordem econômica o agente econômico 
está sujeito às seguintes penas:
Lei n.º 12.529/11
Art. 37 – [...]
1) para a empresa:
a. multa de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do valor 
do faturamento bruto da empresa, grupo ou conglomerado obtido, no úl-
timo exercício anterior à instauração do processo administrativo, no ramo 
de atividade empresarial em que ocorreu a infração;
b. essa multa não pode ser inferior à vantagem auferida, quando for pos-
sível sua estimação;
2) para as demais pessoas físicas ou jurídicas em que não for possível a utiliza-
ção do valor do faturamento bruto , a multa será fixada entre R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais);
3) para o administrador (pessoa física), direta ou indiretamente responsá-
vel pela infração cometida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, a 
multa será fixada de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela 
aplicada à empresa ou às demais pessoas jurídicas acima mencionadas.
Em caso de reincidência, as multas são aplicadas em dobro (art. 37, § 1º, 
da Lei n.º 12.529/11).
Sem prejuízo das penas acima, estabelece o artigo 38 a possibilidade de 
serem cumuladas, de forma isolada ou cumulativas, outras sanções, desde que 
se demonstre:
• a gravidade da conduta; ou
• o interesse público.
Essas outras sanções estão previstas no artigo 38 da Lei n.º 12.529/11, cuja re-
dação é a seguinte:
Lei n.º 12.529/11
Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas no art. 37 desta Lei, quando 
assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, poderão 
ser impostas as seguintes penas, isolada ou cumulativamente:
I - a publicação, em meia página e a expensas do infrator, em jornal in-
dicado na decisão, de extrato da decisão condenatória, por 2 (dois) dias 
seguidos, de 1 (uma) a 3 (três) semanas consecutivas; 
13
UNIDADE A Concentração Empresarial
II - a proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e parti-
cipar de licitação tendo por objeto aquisições, alienações, realização de 
obras e serviços, concessão de serviços públicos, na administração pública 
federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em entidades 
da administração indireta, por prazo não inferior a 5 (cinco) anos; 
III - a inscrição do infrator no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor; 
IV - a recomendação aos órgãos públicos competentes para que: 
a) seja concedida licença compulsória de direito de propriedade intelectual 
de titularidade do infrator, quando a infração estiver relacionada ao uso 
desse direito; 
b) não seja concedido ao infrator parcelamento de tributos federais por ele 
devidos ou para que sejam cancelados, no todo ou em parte, incentivos 
fiscais ou subsídios públicos; 
V - a cisão de sociedade, transferência de controle societário, venda de 
ativos ou cessação parcial de atividade;
VI - a proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como repre-
sentante de pessoa jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; e 
VII - qualquer outro ato ou providência necessários para a eliminação dos 
efeitos nocivos àordem econômica.
Acordo de Leniência
O CADE, por intermédio da Superintendência-Geral, pode celebrar o chamado 
acordo de leniência, cujo objetivo é o de extinguir a ação punitiva da Administra-
ção Pública ou reduzir de um a dois terços as penalidades aplicáveis às pessoas 
físicas ou jurídicas que forem autoras de infrações à ordem econômica, desde que:
• elas colaborem efetivamente com as investigações ou processos administrati-
vos instaurados; e
• dessa colaboração deve resultar na:
 » identificação dos outros envolvidos na infração à ordem econômica;
 » obtenção de informações e documentos que demonstrem a infração à ordem 
econômica noticiada ou sob investigação.
A realização do acordo de leniência está condicionada à presença dos seguintes 
requisitos (cumulativos):
• no caso de envolvimento conjunto de mais de uma empresa nas condutas que 
se caracterizam como infração à ordem econômica, somente pode ser conce-
dido esse benefício à primeira empresa que se apresentar e propor o acordo;
 » no caso da participação de pessoas físicas, esse requisito não é obrigatório, 
ou seja, o acordo pode ser realizado com mais de uma pessoa natural;
14
15
• a empresa deve cessar completamente seu envolvimento na infração noticiada 
ou sob investigação a partir da data de propositura do acordo;
• não pode a Superintendência-Geral dispor de provas suficientes para a con-
denação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e 
• a empresa deve confessar sua participação no ilícito e cooperar plena e per-
manentemente com as investigações e o processo administrativo, compare-
cendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, 
até seu encerramento.
O acordo de leniência também é previsto em outras leis, tais como na Lei 
n.º 12.846/13 – que trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública.
Veja o acordo de leniência lavrado pela J&F Investimentos S.A., holding do Grupo JBS, com 
o Ministério Público Federal, que apresenta vários fundamentos legais, entre eles a Lei n.º 
12.529/11 e a Lei n.º 12.846/13. Disponível em: https://goo.gl/2c9A3A
Ex
pl
or
Concentração Empresarial
A concentração empresarial pode ser extremamente perniciosa para a concorrên-
cia, pois reduz o número de agentes econômicos que atuam sobre determinados mer-
cados relevantes, razão pela qual o CADE, dentro de sua atuação preventiva, tem 
especial preocupação com elas.
Essa preocupação é tanta que os atos de concentração econômica somente 
podem ser consumados se houver prévia aprovação pelo CADE, sendo que a 
desobediência dessa determinação acarreta a imposição de multa diária não inferior 
a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta mi-
lhões de reais), sem prejuízo da abertura de processo administrativo para a imposição 
de sanções decorrentes da caracterização de infração à ordem econômica.
Formas de Concentração
Os atos de concentração econômica podem ocorrer de duas formas básicas:
• Concentração Horizontal: são atos de concentração que envolvem agentes 
econômicos distintos e que ofertam os mesmos produtos ou serviços ou produ-
tos semelhantes – que podem ser substituídos uns pelos outros. É o que ocorre, 
por exemplo, na seguinte situação:
15
UNIDADE A Concentração Empresarial
 
EMPRESA “A” - 
FABRICANTE DE
REFRIGERANTES
EMPRESA “C” - FABRICANTE DE
SUCOS DE FRUTAS PARA
PRONTO CONSUMO
EMPRESA “B” - FABRICANTE
DE REFRIGERANTES
ADQUIRE
Figura 2
• Concentração Vertical: são atos de concentração que envolvem agentes eco-
nômicos distintos que ofertam produtos ou serviços que pertencem a diferen-
tes etapas de uma mesma cadeia produtiva. Observe o exemplo a seguir:
EMPRESA “A” 
ADQUIRE
EMPRESA “B”
MINERADORA
EMPRESA “C”
SIDERÚRGICA
EMPRESA “D”
FABRICANTE DE
FERRAGENS
PARA CONSTRUÇÃO
Figura 3
Atos de Concentração que Devem ser Comunicados ao CADE
Estabelece a Lei n.º 12.529/11, em seu artigo 88, as situações em que se torna 
obrigatória a prévia comunicação ao CADE dos atos de concentração. O caput 
desse artigo tem a seguinte redação:
Lei n.º 12.529/11
Art. 88. Serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação 
os atos de concentração econômica em que, cumulativamente: 
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registra-
do, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios 
total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a 
R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e
16
17
II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registra-
do, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios 
total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a 
R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).
Observe que aqui deve haver uma somatória dos dois requisitos, os quais podem 
ser representados graficamente da seguinte forma:
ATO DE
CONCENTRAÇÃO
ENVOLVE
EMPRESA “A” EMPRESA “B”
POSSÍVEIS
OUTRAS
EMPRESAS
FATURAMENTO NO
ANO ANTERIOR DE,
PELO MENOS,
R$ 400.000.000,00
FATURAMENTO NO
ANO ANTERIOR DE,
PELO MENOS,
R$ 30.000.000,00
EM RELAÇÃO ÀS DEMAIS 
(POSSÍVEIS) EMPRESAS, 
NÃO É NECESSÁRIO 
QUALQUER RESQUISITO 
ESPECIAL
Figura 4
Esclarece o artigo 90 da lei as hipóteses em que os atos de concentração estão 
caracterizados:
Lei n.º 12.529/11
Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei, realiza-se um ato de concen-
tração quando: 
I - 2 (duas) ou mais empresas anteriormente independentes se fundem; 
II - 1 (uma) ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por 
compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários con-
versíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual 
ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou 
outras empresas; 
III - 1 (uma) ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; ou
IV - 2 (duas) ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio 
ou joint venture. 
Parágrafo único. Não serão considerados atos de concentração, para os 
efeitos do disposto no art. 88 desta Lei, os descritos no inciso IV do caput, 
quando destinados às licitações promovidas pela administração pública 
direta e indireta e aos contratos delas decorrentes.
17
UNIDADE A Concentração Empresarial
Importante!
Vamos entender esses conceitos?
Os conceitos mencionados no artigo 90 da Lei n.º 12.529/11 se referem a formas 
de reorganização empresarial, ou seja, situações em que empresas modificam sua 
conformação mediante a compra, venda, junção etc. com outras empresas, podendo 
gerar, ou não, novas pessoas jurídicas.
Importante!
• FUSÃO – inciso I
Nela duas ou mais pessoas jurídicas se unem para gerar uma nova entidade jurí-
dica, sendo que as inicialmente existentes se extinguem.
No exemplo a seguir, as Empresas “A” e “B” se fundem, sendo criada a Empresa 
“C”, sendo que “A” e “B” deixam de existir.
 
EMPRESA “A” EMPRESA “B”
EMPRESA 
“C”
Figura 5
• AQUISIÇÃO DO CONTROLE DE OUTRA EMPRESA – inciso II
Neste caso, uma ou mais empresas fazem a aquisição de parte do capital social 
de outra pessoa jurídica, de tal forma que todas elas continuam a existir. É o que 
ocorre, por exemplo, se a Empresa “D” compra 60% das ações da Empresa “E”. 
Nesse caso, as duas empresas continuam a existir, contudo, a condução da última fica 
subordinada às diretrizes fixadas pela primeira.
• INCORPORAÇÃO – inciso III
Na incorporação, uma pessoa jurídica faz a aquisição de outra, sendo que essa 
última deixa de existir ao término dessa operação.
EMPRESA 
“F”
EMPRESA 
“F”
EMPRESA 
“G”
Figura 6
18
19
• CONTRATO ASSOCIATIVO, CONSÓRCIO ou JOINT VENTURE – inciso IV
Nessa forma de reorganização empresarial (que na verdade possui algumas va-
riantes), duas ou mais empresas se associam para criar outra(s) empresa(s) (manten-
do as empresas anteriores) ou resolvem estabelecer parcerias de atuação em seus 
setores de atuação.
É o que ocorre, por exemplo:» se um fabricante de aviões se associa com outras empresas para a produção 
de seus motores ou de partes específicas;
 » se duas empresas de aviões comerciais resolvem se associar e juntas criam 
uma terceira empresa destinada à fabricação de aviões de uso militar.
Concentrações Proibidas
Não será autorizada pelo CADE a conclusão de negociações empresariais que:
• impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de merca-
do relevante;
• possam criar ou reforçar uma posição dominante;
• possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços 
(§ 5º do artigo 88 da Lei n.º 12.529/11).
Muito embora atinjam esses efeitos, esses atos de concentração poderão ser au-
torizados se causarem:
• o aumento da produtividade ou da competitividade; 
• melhoraria da qualidade de bens ou serviços; 
• a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico.
Poderá, também, ser autorizada a concentração se parte relevante dos bene-
fícios dela decorrentes forem repassados aos consumidores (§ 5º do artigo 88 
da Lei n.º 12.529/11).
Pode o CADE autorizar o ato de concentração de forma condicionada, ou 
seja, poderá estabelecer algumas exigências que criem condições de continuidade 
de um nível satisfatório de concorrência do mercado relevante.
Veja o seguinte exemplo:
Ato de Concentração nº 08012.005846/1999-12
Esse ato de concentração criou a Companhia de Bebidas da América (AmBev), 
resultado da reunião acionária das empresas que controlavam a Cia. Antarctica Pau-
lista e a Cia. Cervejaria Brahma. É relevante destacar que essas empresas detinham, 
dentre outras, as marcas de cervejas Antarctica, Brahma, Skol e Bavária. 
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UNIDADE A Concentração Empresarial
Muito embora o CADE tenha reconhecido que a operação, em razão da alta 
concentração, limitava a concorrência no mercado relevante de cervejas, acabou por 
autorizá-la em razão:
• do aumento da produtividade;
• da melhoria da qualidade dos bens ofertados;
• da geraria de eficiências e desenvolvimento tecnológico.
Esses elementos eram capazes de compensar os prejuízos potenciais à concorrên-
cia advindos da associação.
Entre as condições impostas pelo CADE para autorizar a operação, devem ser 
destacadas as seguintes:
• a venda da marca Bavária;
• a alienação de cinco fábricas;
• o compartilhamento de sua rede de distribuição em cada um dos cinco merca-
dos geográficos relevantes identificados no processo.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Constituição Federal
https://goo.gl/zaRrL
 Leitura
Guia – Programa de Leniência Antitruste do CADE
https://goo.gl/CZf5JQ
Lei n.º 12.529/11 – Regula o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
https://goo.gl/mbKYq5
Lei n.º 12.846/13 – Trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra 
a administração pública, nacional ou estrangeira
https://goo.gl/XytIot
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UNIDADE A Concentração Empresarial
Referências
ALMEIDA, Luiz Carlos Barnabé de. Introdução ao direito econômico: direito 
da economia, economia do direito, direito econômico, law and economics, análise 
econômica do direito, direito econômico internacional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2012. (e-book)
ARAGÃO, A. S. Agências Reguladoras e a Evolução do Direito Administrativo 
Econômico. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
ARAÚJO, E. R. Direito Econômico. São Paulo: Impetus, 2010. 
BAGNOLI, Vicente. Direito econômico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2013. (e-book)
DOMINGUES; J. O.; GABA, E. M. Direito Antitruste: o combate aos cartéis. São 
Paulo: Saraiva, 2009.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 40. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2015. 
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de direito econômico. 9. ed. rev. e atual. 
Rio de Janeiro: Forense, 2016. (e-book).
GRAU, E. R. A ordem econômica na Constituição de 1988. 12. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2007.
SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2010.
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