Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão de Branding Quando falamos em marca de uma empresa, de um produto ou serviço, qual é a primeira imagem que nos vem à cabeça? Com certeza, você se lembra de algum anúncio ou algum logotipo que lhe marcou, não é mesmo? Atualmente, como somos bombardeados todo o tempo por publicidade e propaganda, algumas campanhas sempre ficam marcadas em nossa lembrança e, geralmente, elas são acompanhadas de memória afetiva. Nada disso é por acaso, mas sim resultado da construção elaborada de gestão eficaz e eficiente de imagem, que garante o sucesso de uma determinada marca. Isso não é fruto da sorte, mas sim de planejamento e técnica, que nas áreas de Marketing e Design se chama Gerenciamento da Marca ou Gerenciamento de Branding. Uma boa gestão de marca fará com que a empresa se diferencie de muitas outras que comercializam produtos e serviços similares, a partir de um reconhecimento mais afetivo e direto da marca com seu público consumidor, tornando o negócio mais competitivo e inovador no mercado. Objetivos Ao final desta disciplina, você deverá ser capaz de: • Identificar o valor e a identidade da marca para uma assertiva gestão de branding. • Analisar o posicionamento da marca frente ao mercado e ao comportamento do consumidor. • Discutir os elementos para criatividade e inovação da marca e definição dos planos de Branding. • Desenvolver o plano de Branding de forma a conduzi-lo em consonância com as estratégias da organização. Conteúdo Programático Esta disciplina está organizada de acordo com as seguintes unidades: • Unidade 1 – Introdução à Gestão de Branding • Unidade 2 – Posicionamento de Mercado • Unidade 3 – Criatividade e Inovação • Unidade 4 – Planejamento Estratégico Autoria Hugo Costa Gripastrong Designer e mestre em Antropologia do Consumo, com pós-graduação em Marketing e MBA em Estratégia Empresarial. Especialista em consumo, estratégia e design. Atua no mercado de design desde 1999, com grande experiência na implementação de projetos de inovação e design por meio de consultoria de empresas e pesquisa de tendências. Consultor de inovação e professor universitário nos temas Design, Design Thinking, Antropologia do Consumo, Modelagem de Novos Negócios e pesquisa de Tendências. Introdução à Gestão de Branding O processo de gestão de branding, ou gestão da marca, tem se mostrado cada vez mais importante para construir e solidificar a identidade de uma empresa junto aos seus consumidores e demais públicos de interesse. Atualmente, o planejamento e o gerenciamento de branding abordam diversas estratégias de marketing com o objetivo claro de despertar sentimentos positivos a respeito da marca de determinada empresa junto às pessoas que interagem com ela. Quando bem feita, a gestão de marca é capaz de conduzir uma comunicação integrada, que produz relações de pertencimento, de afeto e de rápida identificação com o consumidor alvo do negócio. Nesta unidade iremos entender os conceitos e objetivos da gestão de branding no mundo dos negócios e de suas marcas, a partir do entendimento do que são valor e identidade da marca para trocas comerciais no mundo contemporâneo. Igualmente, por meio do entendimento dos tipos de branding existentes hoje no mercado profissional de marketing e design, suas aplicações e benefícios para a constante inovação de empresas. Objetivo Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Identificar o valor e a identidade da marca para uma assertiva gestão de branding. Conteúdo Programático Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: • Tema 1 - Conceitos e Objetivos da Gestão de Branding • Tema 2 - Valor e Identidade da Marca: construindo o Brand Equity • Tema 3 - Estilos de Branding Mesmo gravado em 2014, o vídeo Branding: como criar uma marca de sucesso é tão ou mais atual que antes, pois conta com os ensinamentos de Ana Couto, uma das maiores especialistas em branding e gestão de marcas do Brasil. Ana Couto, da Ana Couto Branding, explica critérios que uma marca precisa ter para alcançar sucesso: Diferenciação, Relevância, Propriedades e Consistência. https://www.youtube.com/watch?v=QP8mEAr7zbY Tema 1 Conceitos e Objetivos da Gestão de Branding Você acredita que uma marca forte nasce por acaso? Decerto que não e vamos juntos entender por quê. Atualmente, no mundo das trocas comerciais e sistemas de produtos e serviços, as marcas possuem o grande poder de agregar valores sensoriais e intangíveis, que representam propósitos planejados e predefinidos. Também contribuem para diferenciar múltiplas opções de consumo em um mercado capitalista de livre comércio, cada vez mais competitivo e inovador, tudo isso tendo como cenário a mente lúdica dos consumidores. A marca funciona, então, como uma espécie de “marcação” para categorizar e classificar produtos e serviços, assumindo os sentidos do bem material que possuem mais prestígio ou não para determinado consumidor. “Marcar” é a palavra mais correta aqui. Para a Associação Americana de Marketing – AMA, marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinada a identificar produtos ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores e para diferenciá-los dos concorrentes (AMA, 2022). No Brasil, para o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, marca é um sinal distintivo, cujas funções principais são identificar a origem e distinguir produtos ou serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins e de origem diversa (INPI, 2022). Além da esfera gráfica, marca também representa a reputação de um negócio, seu valor simbólico no mundo dos negócios. A marca também representa a reputação de uma empresa, atributos intangíveis que, se geridos de forma assertiva, influenciam a cotação de mercado da empresa e suas ações nas bolsas de valores, além do público consumidor em suas escolhas e experiências de consumo. Exemplo Atualmente, existem marcas que valem mais do que o patrimônio das empresas que representam e os valores de vendas de produtos que fabricam — como Apple e Coca-Cola. Caso essas empresas fossem colocadas à venda, suas marcas valeriam mais do que seus ativos. Os principais atributos que compõem uma marca são sua identidade, a percepção do cliente sobre a empresa e a soma dessas características. Esses três elementos, somados, agregam valor patrimonial à marca. Com referência a esses mesmos elementos é possível criar diversas estratégias e ações para desenvolver uma estrutura com vida própria para a marca, como um personagem vivo, atribuindo a ela personalidade e propósito. Nesse sentido, podemos entender que marca resume a identidade própria de um produto ou empresa. É como um símbolo, que inclui, além de elementos físicos, aspectos emocionais, contribuindo para associações sensoriais e culturais de consumidores em seus processos de escolha e consumo. Isto posto, passamos a discursar sobre o conceito fundamental de branding para o marketing e para o design. Branding é considerado o conjunto de medidas diretamente ligadas a gestão de marcas, incluindo ações pensadas com muita estratégia e planejamento para elevar simples marcas de produtos e empresas a um nível superior no senso comum dos consumidores. Além de seu valor econômico, o branding transita também na esfera cultural, na medida em que faz parte do imaginário e desejo de consumo e influencia diretamente a vida das pessoas de determinada sociedade. Esse sistema de gerenciamento de marcas é comumente orientado pela influência de consumo que proporciona e pelo valor agregado que gera para a empresa, a partir do momento em que aumenta as vendas e melhora o relacionamento com os clientes. Assim,branding é considerado a gestão da marca, composta por um processo planejado e estruturado pela equipe de criação da empresa, ou da agência terceirizada, para orientar e atrair clientes e aumentar sua fidelidade com o produto ou serviço que a marca representa. O branding projeta a marca de maneira que ela se torne única, reconhecível pelo maior número possível de usuários e de alto valor simbólico. O branding vem de encontro às transformações de consumo e dos negócios dos últimos anos, na medida em que os produtos e serviços são iguais ou muito similares, mais acessíveis, e também na medida em que novas estratégias de competição precisam ser desenvolvidas. O branding aumenta a performance e o alcance das marcas na medida em que se comunica diretamente com mentes e corações dos consumidores, além do óbvio que uma boa marca precisa dar conta. Neste sentido, a gestão de branding tem como objetivo principal propor uma política objetiva e clara para dividir valores e propósito do negócio, para além de comunicar um produto ou serviço. Gestão de marca engloba todas as ações de marketing que têm a meta de posicionar uma marca para que seja amplamente conhecida, admirada e desejada pelos consumidores. Este conceito inclui desde a fase inicial de criação da identidade visual da marca, o design da marca, até ações cotidianas de utilização da marca e comunicação, como regras de atendimento e campanhas de divulgação da empresa. Em suma, pode ser considerado um processo cultural e organizacional do negócio, que deve ser estendido aos colaboradores, parceiros e demais stakeholders. Por isso é tão complexo. Os benefícios gerados por uma boa gestão de branding atingem toda a rede de valor da empresa, desde o fornecedor da matéria-prima, passando pelo revendedor ou prestador do serviço, até o cliente final, o usuário, de maneira que este consegue encontrar e escolher determinado produto mais facilmente. Além disso, o produto representado pela marca mantém sua unicidade, o vendedor tem mais facilidade para ofertá-lo e convencer o cliente final a levá-lo, distinguindo esse produto de maneira mais competitiva dentre tantos outros similares em um ponto de venda físico ou digital. Para atingir tamanho sucesso, a gestão de branding precisa construir a história da marca e, assim, permitir que a empresa não venda apenas uma mercadoria. E o que é história da marca? Para Lais Conceição Ribeiro: “ [...] história da marca é muito mais do que apenas a criação de conteúdo ou de uma narração, pois essa ferramenta ultrapassa o que está registrado em sites, textos ou apresentações comerciais. A história da marca não é aquilo que é contado às pessoas, mas aquilo que elas acreditam ser o produto ou o serviço, com base em sinais emitidos. (RIBEIRO, 2021, p. 32) ” Quando uma marca não possui uma história, um produto é apenas uma mercadoria sem “alma”, sem propósito, rapidamente substituído no mercado atual, cada vez mais competitivo. Não é lembrado nem reconhecido rapidamente pelo consumidor. Porém, uma história abre novos caminhos de diferenciação. Assim, a criação da história da marca trata não apenas de identidade, mas do propósito pelo qual é viável que o consumidor realmente se importe e deseje ter acesso a ela. A história da marca é a base e, igualmente, uma estratégia assertiva de crescimento exponencial da empresa para o futuro. Neste sentido, construir uma história da marca a partir de sua gestão é de extrema importância para alavancar e consolidar qualquer negócio. Entre os principais benefícios da gestão de branding é possível citar: • Aumento de reconhecimento da marca. • Apresentação do valor da marca para o público-alvo. • Influência de mercado ou segmento. • Cultivo de relações de confiança duradouras com clientes e clientes em potencial. • Aumento dos lucros do negócio em longo prazo. Para refletir Conhecendo esses possíveis benefícios, vem a pergunta: mas como fazer uma boa gestão de branding? Por onde começar? Isso é o que veremos a seguir. No entanto, deve- se ter em mente que uma boa gestão de marca se confirma quando um consumidor recebe recomendações positivas sobre uma marca por intermédio de outras pessoas. O segredo aqui é que a história que ele vai ouvir pode e deve ser planejada de forma estratégica. Tema 2 Valor e Identidade da Marca: construindo o Brand Equity Você acha que uma marca valiosa no mercado é constituída apenas pelo patrimônio físico que a empresa possui? Já entendemos que criamos nomes, slogans, logotipos e aplicamos cores e texturas às organizações por meio da marca para que as pessoas possam reconhecer seus atributos sensoriais mais facilmente, influenciando suas escolhas de consumo e agregando valores em suas mentes. Isso contribui para as empresas construírem reputação. Observação Uma marca com boa reputação atrai, vende mais e permanece por mais tempo na memória dos consumidores. Estes, inconscientemente, a assimilam em seu sistema de valores com um ranqueamento de prestígio, que orienta suas próximas experiências como consumidores. Neste sentido, o valor de uma marca é justamente seu poder de influenciar uma experiência futura, pois ocupa um lugar de prestígio no imaginário de consumo ou do senso comum de preferência, escolha ou indicação. Da mesma maneira, o valor de marca forte também influência o desejo das pessoas de compartilhar, participar, ser voluntário e muitas outras experiências sociais que envolvem escolha. O valor da marca, então, equivale ao valor (negativo ou positivo) que um produto possui a partir da percepção dos consumidores, o que está diretamente ligado à proposta de valor da empresa, incluindo a experiência dos consumidores com seu portfólio de produtos ou serviços. O que é considerado valor de marca é o motivador diferenciador intangível, o diferencial competitivo imaginário, que faz com que o cliente prefira um produto em lugar de outro. Não à toa, em alguns casos as marcas se convertem nos ativos mais valiosos de uma empresa, como Apple e McDonald’s, exemplos de empresas que alcançaram alto valor de marca no mercado. Para Philip Kotler (2012), o valor percebido pelo cliente é baseado na diferença do que ele conquista ao escolher determinado produto, em seus benefícios percebidos em relação ao valor pago que ele assume, entre as opções diferentes de produtos similares ofertados no mercado. Kotler explica que: “ [...] o valor percebido pelo cliente é a diferença entre a avaliação que o cliente potencial faz de todos os benefícios e custos relativos a um produto e as alternativas percebidas. [...] A empresa pode elevar o valor da oferta para o cliente por meio de uma combinação entre o aumento dos benefícios funcionais ou emocionais e/ou a redução de um ou mais dos vários tipos de custo.” (KOTLER, 2012, p. 131) ” O autor ainda explica que, quando a empresa mede sua marca e percebe que ela tem alto valor de mercado, consegue aumentar o preço de seus produtos, pois o benefício que o consumidor irá considerar ganhar supera o investimento de aquisição. Valor da marca é uma vantagem da empresa diretamente ligada à identidade da marca somado ao valor percebido pelo cliente da empresa, o que veremos a seguir. Identidade da marca, então, é justamente a síntese de propósito do negócio e refere- se a tudo que está definido na missão, valores e visão da empresa. Justamente por isso, o logotipo, o portfólio de produtos, a estrutura de oferta de serviços e diversos outros processos que se associam à marca compõem sua identidade. Neste sentido, toda identidade visual da marca deve ser única. O consumidor deve identificá-la rapidamente ao vê-la e sentir uma percepção positiva e recompensadoraa seu respeito. Existem dimensões que compõem a identidade da marca: Dimensão física Refere-se aos elementos que fazem a marca ser inédita e suas aplicações em superfícies e canais digitais. Dimensão cultural Trata-se dos valores e crenças da sociedade em que a empresa está inserida e que devem ser respeitados. Dimensão de intersubjetividade É a dimensão relativa à humanização da marca, criando conexões sensoriais na mente do cliente e que o fazem tomar a decisão de compra. Dimensão de mentalização Refere-se a como a marca passa a fazer parte da personalidade e da maneira de pensar do consumidor. Dimensão do significado Cria um contexto, uma história entre os produtos ou serviços que a marca representa e o comportamento do cliente a partir de seu uso. Em suma, uma identidade de marca forte torna a empresa forte também. Assim, a gestão de branding consegue seguir convertendo cada vez mais clientes. Importante ressaltar que, com o passar do tempo, o consumidor se perceberá conectado com a marca ao ponto de assumir um papel de evangelizador, isto é, de promotor voluntário e ideológico da marca. Voltando ao conceito de valor da marca, é importante registrar que esta também é mundialmente conhecida por seu termo em língua inglesa: Brand Equity. Cristina Maria de Aguiar Pastore (2018) explica que, no Brasil, os termos em inglês Brand Equity (BE), Brand Value e Consumer Brand Equit (CBBE) são traduzidos como “valor de marca”. Como a autora relata “são a mensuração do valor do bem chamado marca para uma empresa, assim como se mede o valor de suas máquinas e patentes. É o ativo financeiro que a marca representa” (PASTORE, 2018, p. 81). O Brand Equity pode ser medido ou estimado considerando-se grandes categorias e como esses elementos se organizam no negócio. São eles: Lealdade do cliente à marca. Qualidade percebida. Reconhecimento do nome. Associações da marca. Ativos da empresa, como patentes. Relacionamento com cliente nos canais existentes. Esses elementos são capazes de sintetizar os objetivos e metas que uma boa gestão de marca possui quando desenvolve um projeto de branding para uma empresa. Uma empresa alcança brand equity positivo quando mais consumidores reagem mais favoravelmente ao seu produto e o indicam voluntariamente quando a marca é identificada. Ao mesmo tempo, é possível dizer que uma empresa possui uma marca com brand equity negativo quando mais consumidores reagem menos favoravelmente às ações de marketing da empresa sob as mesmas circunstâncias (KOTLER, 2012). Assim, o grande dilema da gestão de branding na construção de uma marca forte no mercado parece ser assegurar que mais consumidores tenham experiências recompensadoras com os produtos e serviços com que interagem. Desse modo, podem construir cada vez mais repetições e interação desejadas de experiências de consumo e, consequentemente, fidelizar cada vez mais a marca em questão, podendo inclusive passar a indicá-la para outros consumidores. Tema 3 Estilos de Branding Para cada propósito de comunicação da marca existe um tipo de branding ou todo branding é igual? Assim como a alma da empresa, as marcas possuem funções próprias para desempenhar que ultrapassam a identificação básica de uma empresa, diferenciação de uma mercadoria ou serviço entre concorrentes. No mercado atual, altamente competitivo, as marcas têm funções mais complexas. Entre elas: Função concorrencial Marcas que carimbam seus serviços e produtos concorrem entre si. Função individualizadora Quando um produto, em conjunto com uma marca, torna-se um só diante das opções de marcas existentes. Função identificadora Marcas que identificam um produto individualmente. Função publicitária Quando uma marca promovida por uma campanha de publicidade faz com que um produto deixe de ser anônimo e se torne conhecido do grande público. Função de diferenciação interna Quando um mesmo produto se apresenta em diferentes versões para manter o status do consumidor a partir da primeira versão adquirida. Função reveladora Quando a marca é capaz de revelar um produto ao consumidor, dá ciência a ele de que aquele produto existe e que antes não era conhecido. Um exemplo prático de diferenciação interna é a marca de chocolates Ferrero Rocher, que cria versões especiais de alguns chocolates para presente a partir de uma versão tradicional do produto. No universo do marketing, a gestão de branding assume um lugar de comunicação, um tipo de comunicação que advém do marketing tradicional, clássico, e também de conceitos de identidade visual corporativa do design gráfico, passando pelo planejamento estratégico da marca quando inclui a missão, os valores e a visão da empresa em processos de criação. Assim, a gestão de marca tem o poder de estabelecer vínculos emocionais dela com o consumidor. Nesse contexto complexo enxerga-se a marca em si como um ser vivo, um personagem que nasce, cresce, amadurece e muitas vezes morre. Por tudo isso, é preciso avaliar como a marca se reinventa, se atualiza junto ao mercado de consumo e, também, como atravessa gerações e se mantém atual (RIBEIRO, 2021). No mercado globalizado em que vivemos atualmente, o consumidor possui muita facilidade de pesquisar, comprar e escolher produtos e serviços mundialmente em instantes, sem grandes fronteiras ou barreiras, tudo ao alcance da palma da mão. Neste sentido, grande parte das escolhas de um consumidor por um produto em detrimento de outra opção igual ou similar passa por uma relação afetiva ou indicada que a marca estabelece com ele. Em suma, o cliente não opta por uma marca apenas por ela ser nova ou estar em promoção. Sempre há muito mais envolvido. No contexto atual, o consumidor escolhe porque sente a marca, se identifica e cria uma conexão de propósito, de pertencimento ideológico em comum com ela. Essa estratégia pode ser entendida a partir do consumidor e planejada para ser incorporada à marca por meio da gestão de branding. Para identificar tudo isso com clareza e orientar os gestores da marca de forma assertiva, é preciso conhecer os principais tipos de gestão de marca existentes e suas abrangências. São eles: Cobranding Projeto de branding em parceira com outra empresa, marca ou com um influenciador para potencializar o alcance da marca. Digital branding Gestão de marca aplicado na internet, em canais digitais como redes sociais, impulsionamento, otimizações robotizadas e links patrocinados. Todos esses aspectos do Marketing Digital, Marketing de Conteúdo e do Marketing de Influência são utilizados em acréscimo ou substituição dos principais canais de comunicação tradicionais e físicos tradicionalmente conhecidos. Marca de causa Quando a marca é alinhada com uma causa humanitária, social ou sustentável. Marca pessoal Quando a gestão é planejada para o desenvolvimento de reputação pessoal, é o branding pessoal. É possível exemplificar aqui qualquer influenciador digital da atualidade no Brasil ou no exterior ou, ainda, uma celebridade, que conta com uma equipe para cuidar de sua imagem pessoal, sua maneira de falar, vestir e viver a rotina do dia a dia. Marca de país Quando a gestão é planejada para representar a cultura de uma nação, de uma sociedade. Geralmente é desenvolvida para atrair turismo e investimentos internacionais. Marca corporativa É a mais popular e utilizada devido à sua importância para o mundo dos negócios. Baseia-se no planejamento de uma marca em torno do conceito central e propósito de uma organização empresarial. Como exemplo é possível cita a Netflix, que não só transformou o mercado de entretenimento audiovisual doméstico ao criaro serviço sob demanda de consumo de séries e filmes, uma inovação disruptiva, mas também ao construir a imagem de marca humanizada e próxima do público a partir de bem marcadas interações em redes sociais e do uso de inteligência artificial para conhecer o gosto de seus clientes e, assim, indicar com mais assertividade produções de seu acervo. Marca do produto Também muito comum, em especial em empresas que possuem um produto ou portfólio de produtos exclusivos em seu segmento. Neste tipo de branding as estratégias giram em torno da abrangência e das funcionalidades do produto para posicionar a empresa no mercado. Marca política A construção da imagem profissional aliada à pessoal de uma figura pública é uma prática que vem sendo praticada fortemente nos últimos anos, no cenário político mundial. Chamado de branding político por causa das diversas técnicas e diferentes ferramentas que são aplicadas para construir esse tipo de branding, está em constante transformação devido ao avanço da tecnologia e das plataformas digitais a cada período de eleições. Um bom exemplo é do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que durante muitos anos era conhecido como um milionário excêntrico, porém, em 2017, após um árduo trabalho de branding político, se distanciou dessa imagem negativa e conseguiu se eleger como o 45º presidente do país mais poderoso do mundo. Marca do empregador Considerada uma estratégia para desenvolver e manter uma imagem positiva da empresa no imaginário dos colaboradores. Por exemplo, a Apple estimula e facilita o uso de seus produtos por seus funcionários, que são usuários ativos e frequentemente fãs dos produtos. Assim, tornaram-se evangelizadores da marca. Isso contribui para a melhorar a imagem geral da marca e também a experiência de seus clientes. Marca emocional Por fim, é um tipo de branding em que posicionam-se e planejam- se estratégias para estabelecer conexões sensoriais com o consumidor e assim fortalecer a fidelização entre o negócio e seu público. Pode ser observado com facilidade em empresas de seguro, que utilizam o medo de um iminente evento trágico para estimular a comprar de apólices, e assim o público pode se proteger financeiramente de qualquer evento dessa natureza. Em todos esses tipos de gestão de branding é possível perceber critérios distintos relacionados aos atores envolvidos, para o fim de aplicação da gestão de marca e propósito de comunicação dela para os diversos tipos de públicos e canais envolvidos. No entanto, em todos os tipos descritos o objetivo do branding é o mesmo: “ [...] dotar bens e serviços com o poder de uma marca. Tem tudo a ver com criar diferenças. [...] O branding diz respeito a criar estruturas mentais e ajudar o consumidor a organizar seu conhecimento sobre os produtos de modo a tornar sua tomada de decisão mais clara e, nesse processo, gerar valor à empresa.” (KOTLER, 2012, p. 259) ” Encerramento Você acredita que uma marca forte nasce por acaso? Não, de maneira alguma. Uma marca forte se constrói com muito planejamento e gestão de branding para criar e comunicar uma boa história da marca, além de sua representação gráfica, e assim gerar valor agregado para a empresa. Você acha que uma marca valiosa no mercado é constituída apenas pelo patrimônio físico que sua empresa possui? De maneira alguma. Uma marca com alto valor também é constituída a partir do valor agregado percebido pelos consumidores ao escolher essa marca em detrimento das demais concorrentes no mercado. Para cada propósito de comunicação da marca existe um tipo de branding ou todo branding é igual? Existem diversos tipos de gestão de branding a partir de seu propósito, seu fim os atores envolvidos. Resumo da Unidade Nesta unidade você aprendeu o conceito central de branding e gestão da marca no mundo contemporâneo do marketing e do design para negócios. Entendeu suas aplicações, objetivos para geração de valor agregado para a empresa e seus benefícios para os negócios quando bem empregado, a partir do conhecimento do valor e identidade da marca. Igualmente, dos tipos de gestão de branding praticados no mercado. Referências AMA. American Marketing Association. INPI. Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. KOTLER, P; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. PASTORE, C. M. A. Gestão de marcas. Curitiba: Intersaberes, 2018. RIBEIRO, L. C. Gestão de marca e branding. Curitiba: Intersaberes, 2021. https://www.ama.org/topics/branding/ http://manualdemarcas.inpi.gov.br/projects/manual/wiki/02_O_que_%C3%A9_marca Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da disciplina.
Compartilhar