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1 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 2 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 3 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A SNúcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 6 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Larissa Danielle Melo Costa 7 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Esta unidade fundamentará os conceitos para implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. Especificamente, foram enfoca- dos: a) os conceitos e políticas de gestão ambiental; e b) as etapas e ferramentas utilizadas para implementação de um sistema de gestão ambiental. Trata-se de uma pesquisa aplicada e descritiva, a fim de esclarecer ao máximo os conceitos de sistemas de gestão ambiental, e assim possibilitar a aplicação efetiva destes instrumentos na esfera empresarial. Justifica-se por causa do cenário globalizado e compe- titivo do mercado, em que os consumidores exigem cada vez mais o comprometimento das empresas para com o desenvolvimento sus- tentável de seus produtos, garantindo seus anseios sociais futuristas. A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental proporciona competitividade às empresas tanto para a sobrevivência no mercado, quanto para o controle dos aspectos ambientais. Evidencia também que ao garantir a sustentabilidade do processo de desenvolvimento sustentável, consequentemente, há a melhoria da qualidade ambien- tal e de vida da população. Sistema de Gestão Ambiental. Desenvolvimento Sustentável. Políticas Públicas. Certificação. 9 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 12 34 15 Contextualização e Definição da Gestão Ambiental _____________ Fases de Elaboração do Sistema de Gestão Ambiental __________ Políticas Públicas de Gestão Ambiental __________________________ CAPÍTULO 02 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Contextualização e Conceitos do Sistema de Gestão Ambiental __ 29 25Recapitulando ________________________________________________ 21As Questões Ambientais em um Mundo Globalizado ____________ Recapitulando _________________________________________________ 44 CAPÍTULO 03 DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL À CERTIFICAÇÃO Contextualização da Certificação Ambiental ___________________ 48 Desafios e Tendências do SGA para a Organização ______________ 54 Recapitulando ________________________________________________ 61 Fechando a Unidade ___________________________________________ 65 10 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Referências _____________________________________________________ 68 11 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S O desenvolvimento da civilização humana está intrinsecamen- te relacionado com a incansável busca pela satisfação de suas neces- sidades, o que implica na exploração da natureza. Mesmo possuindo tecnologias suficientes para não comprometer as condições naturais do meio ambiente, a interação das atividades antrópicas com os ecossis- temas é constante. Durante décadas, o meio ambiente não foi levado em conside- ração, visto que havia a concepção de que os recursos e bens naturais eram infinitos, logo não havia motivos para se investir no desenvolvi- mento de tecnologias que tivessem como foco o monitoramento e con- trole dos processos industriais. A questão ambiental passou a ser considerada apenas quan- do as atividades produtivas de uma região começaram a interferir na qualidade de vida de outra. Assim, os aspectos ambientais e impactos potenciais deixaram de ser pontuais ou locais e passaram a ser vistos de forma holística e globalizada. Atualmente, devido à crescente conscientização ambiental da humanidade e, aos esforços atribuídos pelas Organizações Não Gover- namentais (ONGs) e aos Órgãos fiscalizadores, a adoção de práticas que visam melhorar o desempenho ambiental, como a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), é necessária para controlar os aspectos e impactos gerados pelas atividades, diminuírem os danos causados ao meio ambiente e atender as legislações ambientais. No Brasil, a Norma mais adotada para o SGA é a NBR ISO 14.001, pois esta Normaé internacional e abrange requisitos como o comprometimento da empresa com o meio ambiente, o controle das atividades potencialmente poluidoras, a responsabilidade por toda a ca- deia de prestação de serviços e, a melhoria contínua do sistema. 12 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S CONTEXTUALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL O meio ambiente é um dos assuntos de maior foco na socieda- de atual. Rotineiramente há notícias, reportagens, manchetes, artigos publicados, que envolvem este tema. Porém, o interesse e os debates iniciaram apenas nas últimas décadas, quando a qualidade de vida dos seres humanos passou a ser diretamente afetada. É o reflexo na inconsistência das modernas sociedades em se desenvolverem sem considerar as regras do ecossis- tema, em que se enquadram: a utilização sem consciência dos recursos naturais finitos, o impacto da poluição sobre a fauna e a flora do meio ambiente, a interferência nos ciclos ecológicos, entre muitos outros im- CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 12 13 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S pactos diretos e indiretos que podem ocorrer. Para compreender como a gestão ambiental pode auxiliar no desenvolvimento econômico e social, é preciso primeiro entender a ex- pressão meio ambiente, e assim inserir o conceito de desenvolvimento sustentável em todas as atividades humanas. Meio Ambiente é tudo o que tem a ver com a vida de um ser ou de um grupo de seres vivos. Tudo o que tem a ver com a vida, sua manutenção e reprodução. Nesta definição estão: os elementos físicos (a terra, o ar, a água), o clima, os elementos vivos (as plantas, os animais, os homens), elementos culturais (os hábitos, os costumes, o saber, a história de cada grupo, de cada co- munidade) e a maneira como estes elementos são tratados pela sociedade. Ou seja, como as atividades humanas interferem com estes elementos. Com- põem também o meio ambiente as interações destes elementos entre si, e entre eles e as atividades humanas. Assim entendido, o meio ambiente não diz respeito apenas ao meio natural, mas também às vilas, cidades, todo o ambiente construído pelo homem (NEVES; TOSTES, 1992, p. 17). Percebe-se que o meio ambiente não se restringe à vegetação, animais, solos, mas também a todos os elementos que interagem com a natureza. Não é apenas um recurso infinito à disposição do homem, ou objeto de pesquisa. É importante salientar que todos os seres vivos depen- dem diretamente do meio ambiente para sobreviver, e que a geração de riquezas pode sim existir sem que haja a necessidade de comprometê-lo. Tudo o que existe na natureza é denominado recurso natu- ral. Os recursos naturais são globalmente classificados em: Renováveis – Sendo aqueles que não se esgotam facilmen- te, devido à sua alta velocidade em se renovarem e também sua ca- pacidade de manutenção (ex. Biomassa, Energia solar, Solo). Não Renováveis – Sendo os que levam muito tempo para se renovarem, ou não, podem ser regenerados e reutilizados em escala de maneira que possam sustentar a sua taxa de consumo (ex. Petróleo, Água, Carvão Mineral). Ao passo que a humanidade intensifica o consumo dos recur- sos naturais, o crescente risco de colapso nos ecossistemas globais é atenuado, ou seja, a capacidade de renovação fica comprometida, e uma sociedade sem recursos naturais disponíveis, é uma sociedade 14 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S sem futuro (BARBIERI, 2016). Diante disto, é evidente o quanto é importante que haja pesqui- sas científicas, desenvolvimento tecnológico, debates entres as nações, que fundamentem as mudanças de comportamentos, tanto pelas orga- nizações quanto por cada ser humano, visando o bem social comum. Contudo, mudar um hábito é uma tarefa difícil. A exploração do meio ambiente se confunde com a própria história da civilização humana na Terra, pois tudo o que mantinha e alimentava a vida humana advinha dos recursos naturais. Enquanto as ferramentas manuais eram o principal meio de produção dos bens de consumo, manteve-se em equilíbrio com a natureza. Mas, com o acelerado crescimento populacional e de demanda por bens de consumo, teve-se início a crise ambiental e a conscientização da possibilidade de esgotamento dos recursos naturais (MOREIRA, 2013). Os processos industriais não só causaram muitos danos am- bientais devido ao enfoque no lucro rápido e na produção em massa. A industrialização acarretou no aumento de grandes aglomerações ur- banas, intensificou problemas relacionados ao esgoto, poluição hídrica, descarte descontrolado e sem controle de resíduos, desmatamento, en- tre outros (MOREIRA, 2013). Sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), co- meçaram a surgir ativamente muitos movimentos de preservação am- biental e Organizações Não Governamentais (ONGs), período este que deu início ao contexto denominado “despertar da consciência ecológi- ca” (MOREIRA, 2013). A consciência ecológica foi despertada a partir da tentativa de muitos países em promover seu autodesenvolvimento de ma- neira que integrassem a preservação da natureza e dos recursos naturais. Foi a partir deste despertar que surgiram as principais conferências sobre a temática do meio ambiente, e consequente- mente, a sociedade passou a versar sobre as melhores estratégias, metas e ações pautadas sob uma perspectiva ambiental. Links de Acesso: https://nacoesunidas.org/acao/meio-am- biente/, https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/confe- rencias-sobre-meio-ambiente.htm Guia para todas as conferências já ocorridas: https://sus- tainabledevelopment.un.org/conferences 15 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S POLÍTICAS PÚBLICAS DE GESTÃO AMBIENTAL O conceito de políticas públicas deve representar ou demons- trar a maneira como a sociedade deseja resolver as problemáticas e as adversidades que surgem, e as políticas públicas ambientais não são diferentes. Entende-se que o sistema político tem origem com o início de um movimento reivindicatório da sociedade, relacionado a um pro- blema ou discordância (COSTA et al. 2002). Sendo assim, as políticas ambientais são caracterizadas em relação ao seu temperamento e ao nível de entendimento, ou seja, em referência ao caráter delas, podendo ser classificadas em: públicas e privadas, e também quanto a sua abrangência: Políticas Internacionais, Federais, Estaduais ou Municipais (KRAEMER, 2012). As políticas públicas de gestão ambiental devem ter como prio- ridade toda a gestão dos processos, de modo que suas ações protejam o meio ambiente, porém, as ações de políticas ambientais, fundamental- mente, devem ser orientadoras para a finalidade de resolver os conflitos sociais e ambientais existentes, visando principalmente à conservação ambiental e a qualidade de vida da população (HAYASHI; SILVA, 2015). Partindo deste princípio, as políticas internacionais de gestão ambiental têm suas origens a partir de eventos, debates, e desastres ambientais envolvendo grande parte dos países do mundo. Exemplo disto são as conferências que ocorreram nos últimos setenta anos, como: Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvi- mento, e a Rio-92, promovida pela ONU (HAYASHI; SILVA, 2015). Em relação aos aspectos privados das políticas ambientais a nível internacional, utilizam-se como base as considerações divulgadas, principalmente, pela Organização Internacional para Padronização (In- ternational Organization for Standardization – ISO) e pela Organização Mundial de Comércio (OMC). As Normas internacionais da série ISO 14000 (primeira edição em 1996) orienta a criação de sistemas de gestão ambiental para agestão das empresas no mundo, pautando os procedimentos mínimos necessários para a Avaliação do Ciclo de Vida do produto (ACV), e as normas internacionais da série ISO 9000 - NBR ISO 9001 (1980, 1987) orientando a criação de sistemas de gerenciamento da qualidade. A OMC colabora por meio de restrições da comercialização de produtos desenvolvidos por empresas que estão envolvidas com pro- blemas relativos às questões ambientais (HAYASHI; SILVA, 2015). 16 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Algumas políticas ambientais internacionais favorecem o relacionamento comercial das organizações a nível federal e inter- nacional. Veremos mais sobre as normas e princípios para certifica- ção no capítulo 3. Em relação às políticas públicas ambientais no Brasil, desta- ca-se a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) (BRASIL, 1981), cujas funções são direcionadas a assessorar o gover- no federal nas formulações da Política Nacional do Meio Ambiente e diretrizes governamentais ambientais para o país. O SISNAMA é condu- zido por um órgão superior governamental, a presidência da república. O SISNAMA funciona de forma semelhante ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ele é formado pelos órgãos: • CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que é um órgão consultivo e deliberativo a nível federal. • MMA – Ministério do Meio Ambiente, que elabora, aplica e supervisiona as normas ambientas em todo o país. • IBAMA – Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão executivo (BRASIL, 1981). • Órgãos Seccionais são as entidades estaduais responsáveis por todo o processo. • Órgãos Locais controlam e gerenciam as boas práticas am- bientais a nível municipal. No Brasil, as políticas públicas de gestão ambiental e de sus- tentabilidade, seguem as diretrizes para o desenvolvimento das políti- cas ambientais públicas federais e diretrizes complementares estabele- cidas na Constituição da República Federativa do Brasil (1988). A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) Lei n.º 6.938 de 31/08/1981 define diretrizes e normativas das políticas relacionadas ao meio ambiente, e estabelece que as funções e atribuições em relação ao poder público estão centradas na condução e execução. O Decreto n.º 99.274 de 06/06/1990, regulamenta a PNMA. Em nível de Estados, as políticas públicas são estabelecidas e gerenciadas pelas Secretarias de Estado do Meio Ambiente, enquanto os Conselhos Estaduais de Meio Ambiente representam os órgãos con- sultivos e deliberativos, conforme a Constituição Federal (1988). Por outro lado, os órgãos executivos são criados como funda- 17 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S ções ou empresas públicas que tem como finalidade a prestação de ser- viços à administração, como, por exemplo, a CETESB (Companhia Am- biental do Estado de São Paulo), ou no caso de outros Estados, onde o órgão executivo é algum dos departamentos ligados à Secretaria Estadu- al de Meio Ambiente (CAGLIARI; FILHO SIMIONATTO; RAMBO, 2010). Em contra partida, a maioria dos municípios não possuem se- cretaria municipal responsável pelas políticas públicas ambientais, ca- recem de um conselho de meio ambiente que exerça funções consulti- vas e deliberativas, e também de um órgão executivo, deixando a cargo do órgão estadual a responsabilidade executiva através de convênios firmados entre as prefeituras e os Estados (CAGLIARI; FILHO SIMIO- NATTO; RAMBO, 2010). Entenda as principais regras e diretrizes das políticas, leis e decretos. O sítio de cada órgão legislativo as fornece na íntegra. Acesse o link: http://www2.planalto.gov.br/ A gestão ambiental na atualidade enfoca nos elementos natu- rais mais específicos, aqueles elencados como de maior importância para a sociedade, tais como: a biodiversidade, unidades de conserva- ção, recursos hídricos, solos, paisagens excepcionais, os sítios fósseis. Da mesma forma, as políticas públicas ambientais destinadas a fiscalização, o controle e estabelecimento de normas, são elaborados principalmente para os setores e atividades de cunho antrópico, aos processos e produtos com impactos ambientais, seus rejeitos, e sua influência na qualidade de vida, assim como em relação ao ambiente natural (CARVALHO et al, 2005). Paradigmas do Desenvolvimento Sustentável O conceito de desenvolvimento sustentável como norma básica manifestou-se pela primeira vez na Conferência de Estocolmo de 1972, e foi designado, na época, como “Abordagem do ecodesenvolvimento” (SACHS, 1993), e largamente difundido a partir de então. Segundo o autor, o desenvolvimento da sociedade quando voltado para as neces- sidades sociais mais abrangentes, diz respeito à melhoria da qualidade 18 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S de vida da maior parte da população e ao cuidado com a preservação ambiental como uma responsabilidade para com as gerações futuras. Para tanto, é necessário que três critérios sejam obedecidos ao mesmo tempo (SACHS, 1993): 1) Equidade social – visa um conjunto de práticas que pretende demolir todas as barreiras sociais, culturais, econômicas e políticas que impliquem em exclusão ou desigualdade. 2) Prudência ecológica – reconhecendo, antes de qualquer coi- sa, as incertezas existentes sobre as consequências ambientais poten- cialmente perigosas desenvolvidas pelas atividades econômicas. 3) Eficiência econômica – os recursos são utilizados da melhor forma possível para satisfazer as necessidades e desejos da popula- ção. Dito de outra forma, a existência de eficiência é sinônimo de au- sência de desperdício. No ano de 1987, a Comissão de Brundtland elaborou a versão final do Relatório Brundtland, documento este intitulado “Nosso Futuro Co- mum”. Este documento conceitua e define o desenvolvimento sustentável. Procura estabelecer uma relação harmônica do homem com a natureza, como o centro de um processo de desenvolvimento que procura satisfazer as neces- sidades humanas e às aspirações humanas. Enfatiza que a pobreza é incom- patível com o desenvolvimento sustentável e indica a necessidade de que a política ambiental deve ser par te integrante do processo de desenvolvimento e não mais uma responsabilidade setorial fragmentada (DIAS, 2017). Este novo conceito surgiu a partir da necessidade de criação de um modelo de desenvolvimento que considere a questão ambiental, devido ao aumento da intervenção humana na natureza para a extração dos recursos naturais, com enfoque no crescimento econômico, aliado à igualdade social e ao equilíbrio ecológico. O relatório em questão define também as premissas do que seriam o desenvolvimento sustentável, necessidades essenciais à so- brevivência da população, limitações tecnológicas de exploração do meio ambiente, sendo o objetivo principal satisfazer as necessidades e aspirações humanas (DIAS, 2017). A transição de um modelo de desenvolvimento pautado na pre- dação para um sustentável, de maneira a manter o equilíbrio com o meio ambiente, tem diversas implicações: alterar como a sociedade en- xerga o meio ambiente, bem como a sua relação para com ele, tomando consciência de que ele não é somente uma fonte de matéria-prima e um depósito de resíduos; buscar um consumo racional dos recursos natu- rais, modificando assim a atual organização social produtiva; e procurar práticas sustentáveis de produção (SOUZA, 2002). 19 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Para Barbieri e Cajazeira (2009), o desenvolvimento sustentá- vel está apoiado nos seguintes pilares: • Sustentabilidade social: consiste na equidade da distribuição dos bens e da renda, com o propósito de melhorar a qualidade de vida da população e desta forma reduzir as desigualdades sociais. • Sustentabilidade econômica: consiste no conjunto de práticas econômicas,financeiras e administrativas que visam à distribuição efi- ciente dos recursos produtivos. • Sustentabilidade ecológica: consiste na proteção dos recur- sos naturais, visando o aumento da capacidade de carga do planeta causando o menor impacto ambiental possível. • Sustentabilidade cultural: busca o reconhecimento e o res- peito para com todas as diversidades de costumes e tradições sociais. • Sustentabilidade espacial: refere-se ao equilíbrio de todos os demais pilares da sustentabilidade. Pautados nestes cinco pilares do desenvolvimento sustentável, é comum que eles sejam resumidos em apenas três dimensões essen- ciais: Social, Econômica e Ambiental. Coral (2002) apresenta um modelo de sustentabilidade a ser aplicado pelas organizações na (figura 1.1). Figura 1.1 – Tripé da Sustentabilidade. Fonte – CORAL, 2002. 20 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Dimensões essenciais: 1. Econômica – as empresas têm que ser economicamente viáveis. 2. Ambiental – a organização deve estar pautada na ecoe- ficiência de todos os seus processos produtivos, adotando e apli- cando o conceito de produção mais limpa, e abrangendo uma cul- tura ambiental organizacional. 3. Social – deve satisfazer aos requisitos de proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus colaboradores, buscando contemplar a diversidade cultural existente na sociedade em que atua. Segundo Bebbington et al. (2007) e Singh et al. (2012), existe ampla e reconhecida necessidade de indivíduos, organizações e socie- dades em encontrarem modelos, métricas e ferramentas para articular a medida e a extensão da sustentabilidade de atividades atuais. Nesse sentido, para alcançar o progresso em sustentabilidade, o desenvolvi- mento de indicadores de sustentabilidade precisa ser sistematicamente monitorado, medido, quantificado e interpretado (Hardi; Zdan, 2010). Nesta mesma ótica, diversos quadros que contemplam as vari- áveis de sustentabilidade já são conhecidos e bem difundidos. Segundo os estudos de Buson (2009) e Buson et al. (2009), existem ao menos 15 variáveis de sustentabilidade baseadas nas dimensões econômica, ambiental e social e que podem ser facilmente utilizadas pelos gestores de projetos. O (quadro 1.1) apresenta essas variáveis. Quadro 1.1 – Variáveis das dimensões de sustentabilidade. 21 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Fonte: adaptado de BUZON (2009). AS QUESTÕES AMBIENTAIS EM UM MUNDO GLOBALIZADO A globalização se faz tão presente que é praticamente impossí- vel pensar em um mundo sem as características que lhe foram impres- sas. A intensificação dos mecanismos de produção em massa, a prolife- ração das empresas transnacionais, a divisão do trabalho, a imposição da arbitrariedade sobre os preços e pessoas, a volatilidade das econo- mias, o aumento das especulações em bolsas de valores, caracteriza a economia mundial atual. O desenvolvimento de tecnologias evidencia a percepção so- bre como as barreiras territoriais diminuíram - a internet, os computado- res e aparelhos celulares, a criação do Global Position System (GPS) identificando com precisão a localização de pessoas e objetos em qual- quer ponto terrestre, a vasta gamas de redes sociais disponíveis – esta- belecendo conexão em tempo real e proporcionando o fluxo de informa- ções, pessoas, capitais, produtos e serviços (figura 1.2). 22 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Figura 1.2 – Globalização: conectando pessoas. Fonte – JEMASTOCK, 2019. Neste processo de transformação, o ser humano se reinventa a todo o momento. Ele cria novas culturas, produz bens materiais, agre- ga valores, amplia os modos de fazer e de pensar, de interagir entre si e com toda a natureza. São essas condutas e diversificação que determi- nam a magnitude dos problemas ambientais (QUINTAS 2006). Em paralelo ao desenvolvimento tecnológico, é possível obser- var que os debates sobre a conservação ambiental têm expandindo. No contexto empresarial, a gestão ambiental é uma ferramenta que viabili- za uma produção modernizada, aumenta a competitividade de merca- do, auxilia na redução de custos e, ao mesmo tempo, possibilita que a organização faça uso responsável dos recursos naturais e minimize os danos gerados sobre o meio ambiente (CAMPO; MELO 2008). Ao optar por utilizar um sistema de gestão ambiental, segun- do Lopes (2004), as empresas possuem três níveis de opções: fazer o mínimo para estar conforme aos requisitos legais, adotar uma postura proativa ou aderir uma gestão voltada para a sustentabilidade. É importante ressaltar que simultâneo ao processo de globalização, várias es- pécies de problemas ocorrem. Alguns com efeitos imediatos e outros com efei- tos imperceptíveis em curto prazo. Para os primeiros problemas, as legislações dos Estados buscam soluções práticas, como a imposição de sanções e obri- gações de reparar os danos provocados. Já para os segundos, não há meio de se prever o que poderá ocorrer, como é o caso das emissões de gases-estufa, a contaminação de águas por metais pesados, a poluição causada por acidentes nucleares. Na esfera internacional, ocorrem tratativas no sentido de preservar o meio ambiente, diminuindo os riscos de danos ecológicos, bem como no sentido de minimizar as agressões já existentes. Em relação ao meio ambiente, em que as normas de Direito Internacional não têm cogência, e, portanto, não impõem sanções jurídicas para quem não as cumpre, a ausência de imposição não é elemento determinante para que a coletividade de Estados pactuantes deixe de observá-las. Especificamente em relação ao Protocolo de Kyoto, norma jurídica 23 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S de Direito Internacional, composta com conteúdo moral e, ao mesmo tempo, au- sente de cogência, na qual está disposto que os Estados devem colaborar para reduzir as emissões de gases-estufa (prevenindo o aquecimento da temperatura global), mesmo que não se tenha mecanismo sancionatório para quem deixe de cumprir o que está estabelecido, existe o dever – ao menos o moral – de todos os países colaborarem, restando, quanto àqueles que aderem ao disposto na norma, a efetividade da obrigação. É exatamente o que ocorre em decorrência da carga valorativa colocada no texto do Protocolo de Kyoto (um dos mais im- portantes documentos ambientais). Existe disposição expressa na normativa no sentido de que é necessária a coordenação dos países integrantes das Nações Unidas a fim de que os efeitos nocivos ao meio ambiente sejam amenizados e, como consequência, a humanidade, os seres vivos e o planeta, como um todo, possam coexistir em harmonia (CAGLIARI; FILHO; RAMBO, 2010, p. 284). Muitas vezes, estar em conformidade legal não é um requi- sito respeitado pelos responsáveis. A falta de fiscalização e possíveis sanções acabam incenti- vando a continuidade do desenvolvimento predatório. Poderíamos concluir que os Estados são incapazes, sozinhos, em encontrar as soluções cabíveis? Em relação às normas de Direito Ambiental, entretanto, o fator base é o princípio da responsabilidade. Rico (2004) explica que o pla- nejamento estratégico deve englobar os conceitos e práticas da respon- sabilidade social empresarial. Este tipo de gestão é baseado na ética e transparência da empresa, perante seus clientes, fornecedores e demais pessoas vinculadas em seu ciclo de vida. O mercado consumidor valoriza a conduta de responsabilidade social e ambiental que a empresa pratica. Portanto, a partir da década de 1970, as empresas deixam de enxergar os gastos com o aprimoramento no desempenho ambiental como despesas, e passam a considerá-los como investimentos, que podem gerar uma vantagem competitiva no mercado ao qual estão ou querem se inserir. Além disso, as catástrofes ambientais, os debates, conferências, tratadosinternacionais, contribuíram para que o meio ambiente, a questão de conservação ambiental, e o desenvolvimento sustentável, fizessem, a partir de então, parte da ótica de visão das or- ganizações (CAMPO; MELO 2008). 24 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S A responsabilidade social empresarial teve início nos Es- tados Unidos, mas infelizmente, ainda não é uma realidade global. Além disso, as empresas devem guiar suas metas empresa- riais de modo a convergir com os conceitos de desenvolvimento susten- tável, promover a redução da desigualdade socioeconômica para com as gerações futuras, buscar a conservação do meio ambiente e mitiga- ção dos danos ambientais. Existem três razões que influenciam a organização em buscar a melhora de sua performance ambiental, sendo elas: enquadrar-se aos padrões internacionais de proteção ambiental, que tem apontado para exigências de comercialização dos produtos; a divulgação em mídias sobre os danos ambientais causados pela organização; pressão ecoló- gica por parte dos consumidores, investidores e também da concorrên- cia, a fim de obter melhor reputação no mercado (SOUZA, 2002). Portanto, o conceito de desenvolvimento sustentável aliado à preocupação e responsabilidade social empresarial expressa a capaci- dade de as empresas produzirem bens de consumo ou serviços econo- mizando recursos e energia (VINHA, 2010), diminuindo o desperdício dos recursos naturais e ampliando o conceito de ecoeficiência empresarial. É relevante destacar que, conforme Dias (2006), as empresas exploram o meio ambiente, utilizando um bem comum para obter lucro individual, porém os danos ambientais que elas podem causar afetam o bem-estar de toda a população. A partir disso, justifica-se a necessida- de da gestão ambiental nas atividades organizacionais, de forma que a empresa respeite os recursos naturais, e utilize os recursos tecnológi- cos, humanos e financeiros. O impacto ambiental causado pelas atividades pode ser me- dido, corrigido e gerenciado por procedimentos que permitem a previ- são e a mitigação dos danos ambientais (RODRIGUES et al. 2006). As Avaliações de Impacto Ambiental (AIA) servem como instrumento para minimizar os eventuais danos ao meio ambiente, indicam tecnologias que maximizem a produção e a utilização dos recursos naturais, a partir da implementação do SGA (RODRIGUES et al., 2006). 25 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: COPASA Prova: Analista de Sa- neamento - Biólogo Nível: Médio. A normatização sobre política e gestão ambiental no Brasil inclui os Níveis Federal, Estadual e Municipal. São dispositivos legais vigentes do Nível Municipal: a) Decretos. b) Portarias. c) Resoluções CONAMA. d) Leis urbanísticas. QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: COPASA Prova: Analista de Saneamento – Engenheiro Ambiental Nível: Médio. São critérios úteis para se definir as questões relevantes, quando do planejamento de um estudo de impacto ambiental, exceto: a) A experiência profissional dos analistas. b) A opinião do público. c) O custo das medidas mitigatórias. d) Os requisitos legais. QUESTÃO 3 Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Enge- nheiro de Meio Ambiente Júnior Nível: Fácil. Sobre o desenvolvimento sustentável, considere o trecho abaixo: Esta é uma Agenda de alcance e significado sem precedentes. Ela é aceita por todos os países e é aplicável a todos, levando em con- ta as diferentes realidades nacionais, as capacidades e os níveis de desenvolvimento, respeitando as políticas e as prioridades na- cionais. São objetivos e metas universais que se aplicam ao mun- do todo, tanto aos países desenvolvidos quanto aos em desenvol- vimento. Eles são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvi- mento Sustentável. Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/ images/ed_ desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2018. Adaptado. Quais são as três dimensões do desenvolvimento sus- tentável a que o texto faz referência? a) Ambiental; Geográfica e Social. 26 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S b) Ambiental; Transnacional e Ética. c) Diversidade; Social e Transnacional. d) Econômica; Energética e Social. e) Econômica; Social e Ambiental. QUESTÃO 4 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova: FCC - 2016 - SE- GEP-MA - Analista Ambiental – Engenheiro Ambiental Na última Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável − Rio+20, foi firmado uma nova agenda através do do- cumento Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o De- senvolvimento Sustentável, que definiu 17 objetivos para os pró- ximos 15 anos. São objetivos ligados à sustentabilidade ambiental expressos no documento: a) Estimular medidas para combater agentes nocivos à camada de ozônio. b) Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. c) Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. d) Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável. e) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos. QUESTÃO 5 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: Assistente Social Nível: Médio. Segundo Kibert (2003), construção sustentável é: a criação e ges- tão responsável de um ambiente construído saudável, tendo em consideração os princípios ecológicos para evitar danos ambien- tais e a utilização eficiente dos recursos. No âmbito do ciclo de vida e do uso de recursos ambientais, Kibert estabeleceu os prin- cípios básicos que consistem, dentre outros, em: a) 1. Manter e restaurar a biodiversidade; 2. Minimizar o consumo de recursos; e 3. Minimizar a poluição do ar, solo e água. b) 1. Criar uma estrutura de abordagem e terminologia que adicione valor às agendas nacionais ou regionais e sub setoriais; 2. Criar uma agenda para atividades locais realizadas pelo CIB e pelas suas organi- zações internacionais parceiras; e 3. Criar um documento fonte para a definição de atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D). c) 1. Identificar estratégias e discutição do conceito de construção sus- tentável; 2. Identificar os principais tópicos de sustentabilidade pertinen- tes à indústria da construção; ambiente e construção sustentável; e 3. Implementação de um programa de ação, apresentando as recomenda- 27 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S ções no sentido do estabelecimento de metas políticas claras. d) 1. Reduzir o consumo de recursos; 2. Reutilizar os recursos sempre que possível; e 3. Reciclar materiais em fim de vida do edifício e utilizar recursos recicláveis. e) 1. Aumentar a sensibilização para as questões ambientais; 2. Despo- luir o ar e a água; e 3. Incentivar as melhores práticas dos condomínios fechados. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O setor de concessionárias de veículos pesados é constituído por em- presas de grande porte multinacionais. Estas empresas se destacam pela revenda de caminhões e por prestar serviços de manutenção. Para atender às exigências do consumidor, obter vantagens competitivas e diferenciais no mercado nacional e internacional, o setor buscar aprimo- rar suas atividades ao desenvolvimento sustentável diminuindo desper- dícios e passivos ambientais. Como instrumento de práticas sustentá- veis, utilizam a gestão ambiental para favorecer a gestão de negócios. Com base nas informações acima, descreva as principais ações que este setor empresarial deve tomar em relação aos pilares da susten- tabilidade. Leve em consideração os pilares da sustentabilidade e as dimensões essenciais. TREINO INÉDITO A responsabilidade social empresarial, quando relacionada ao de- senvolvimento ambiental,pode ser definida como: a) consequência da globalização e normas estabelecidas pelo mercado. b) Utilizando os recursos naturais até o seu esgotamento. c) Aplicação da gestão pautada no desenvolvimento e proporcionando ambiente de trabalho adequado. d) capacidade de as empresas produzirem bens de consumo ou serviços economizando recursos naturais, ou pela diminuição do desperdício. e) Resultado de suas metas econômicas associadas com suas políticas internas. NA MÍDIA BANCO DO BRASIL É CONSIDERADO O MAIS SUSTENTÁVEL DO MUNDO O Banco do Brasil foi considerado a instituição financeira mais sustentá- vel do mundo e está entre os tops 10 Corporações Mais Sustentáveis no ranking Global 100 de 2019, da Corporate Knights. O anúncio foi feito hoje (22), no Fórum Mundial Econômico em Davos, na Suíça. Alocação de R$ 193 bil na economia verde impulsionou classificação do BB no 28 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S ranking – Arquivo/Agência Brasil. Dentre as mais de 7.500 empresas avaliadas, o BB ficou em primeiro lugar no segmento financeiro e em oitavo no ranking mundial. Segundo o BB, um dos destaques do banco para a classificação na lista de 2019 foi à alocação de R$ 193 bilhões em setores da chamada eco- nomia verde, que tem como caraterísticas a baixa emissão de carbono, eficiência no uso de recursos e busca pela inclusão social. O Global 100 é um índice que classifica as empresas pela excelência em sustentabilidade, considerando as dimensões econômica, social e ambiental. A metodologia de avaliação é baseada em 21 indicadores de desempenho como: práticas de governança corporativa; racionalização de recursos naturais, resíduos e emissões; gestão de fornecedores; boas práticas com funcionários; capacidade de inovação; receita obtida de pro- dutos ou serviços com benefícios sociais ambientais, entre outros. Para determinar o ranking, foram analisadas 7.536 empresas de 21 paí- ses diferentes com base em dados públicos, dados financeiros e relató- rios de sustentabilidade, dentre outros e por meio do contato direto com empresas com ações negociadas em bolsas de valores, com receita bru- ta anual superior a US$ 1 bilhão e questionário específico, onde as em- presas selecionadas são convidadas a complementar suas informações. Fonte: Jornal de Piracicaba Data: 22 jan 2019. Leia a notícia na íntegra: http://www.jornaldepiracicaba.com.br/banco-do-brasil-e-considerado-o- -mais-sustentavel-do-mundo/ NA PRÁTICA Os debates e discussões acerca do desenvolvimento sustentável são essenciais para o crescimento econômico. A produção de produtos e for- necimento de serviços que visam o consumo consciente dos recursos naturais são questões atuais no ambiente empresarial, seja como estra- tégia competitiva de mercado ou como atendimento aos requisitos legais. Infelizmente, as legislações ambientais não são globalmente obrigató- rias e padronizadas, causando uma instabilidade na balança da susten- tabilidade se analisada pela ótica em que o meio ambiente não é um recurso individual e infinito. A população tem o papel central e fundamental em pressionar o governo e as organizações, a fim de transformar as leis e a gestão empresarial em requisitos eficientes e suficientes para o desenvolvimento sustentável. 29 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Para gerir ambientalmente um empreendimento, qualquer que seja o empreendimento rural ou urbano, de pequeno, médio ou grande porte, é possível fazê-lo a partir dos conhecimentos e funções que já existem, por meio das pessoas que estão envolvidas, para atingir os ob- jetivos desse empreendimento de forma eficiente. Portanto, para colocar a gestão ambiental em prática, o enfoque deve estar direcionado tanto no objetivo da organização, quanto nos processos que ela executa. É sabido que gestão é o ato de gerir, gerenciar, administrar, organizar, planejar, pensar. A partir disto, a gestão ambiental pode ser SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 29 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 30 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S definida como o ato de gerir o processo de maneira eficiente, do ponto de vista das técnicas, das pessoas e do ambiente do qual são retirados os recursos de natureza que são transformados em produto no mercado (DAL FORNO, 2017). O conjunto de exigências legais às quais as organizações estão submetidas compõem os chamados Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). O SGA está imediatamente ligado à gestão dos impactos ambientais gera- dos em cada processo que a organização executa: Quais são as atividades e os aspectos ambientais que causam impactos? Quais os resíduos gera- dos pelo processo de produção? Esses impactos são positivos ou negati- vos? Afeta o meio ambiente e a sociedade? Em qual magnitude? O planejamento consiste em implementar de forma efetiva o sistema de gestão ambiental. Ele auxilia de forma a melhorar o processo, a prevenir ou minimizar os impactos e a utilizar, cons- cientemente, os recursos da natureza, independentemente se o objetivo final da organização é o de ter um produto certificado, um produto com selo verde (DAL FORNO, 2017). O SGA, segundo a ABNT (2015), é o conjunto formado pela estrutura organizacional, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos necessários para implementar e manter o geren- ciamento ambiental. O SGA mais conhecido e aceito internacionalmen- te é o elaborado pela British Standard Institution (BSI) e especificado pela BS 7750 (Specification for Environmental Management Systems) em 1992. Esta especificação é compatível com a ISO 9000 Sistemas de Gestão de Qualidade da União Europeia. Segundo Nahuz (1995), o SGA pode ser resumido nos seguintes requisitos para implementação: • Política ambiental – definir e documentar a política ambiental relevante às suas atividades. Ela também deve ser divulgada e de fácil acesso a todas as pessoas da empresa e público interessado; • Organização e pessoal – ter equipe multidisciplinar, além de definir e documentar suas responsabilidades e autoridades; • Normas ambientais e registro de efeitos – definir e manter os procedimentos adequados para conhecer toda a legislação ambien- tal aplicável à área de atuação da organização. Além de estabelecer e manter formas de identificar, avaliar e registrar os diversos tipos de impacto ambiental em sua área de atuação; 31 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S • Objetivos e metas – estabelecer e quantificar os objetivos e metas ambientais compatíveis com as atividades da organização; • Programa de gestão ambiental – estabelecer e manter um programa para atingir os objetivos e metas propostas, com todos os meios necessários (pessoas, recursos, tempo, etc.); • Manuais – elaborar e atualizar os manuais e documentações necessárias para implementar o programa estabelecido; • Controle operacional – definir as funções, atividades e os pro- cessos que possam afetar significativamente o ambiente, e sobre ele incidir cuidadosos controles; • Registros – estabelecer e manter registros para demonstrar o preenchimento dos requisitos ambientais legais, além dos objetivos e metas alcançados; • Auditorias – definir critérios e procedimentos para a aplicação de auditorias ambientais periódicas; • Revisões – revisar periodicamente o SGA para avaliar a sua eficácia, e buscar seu contínuo aperfeiçoamento. Existem metodologias propostas para otimizar o planejamento de um SGA. A melhoria contínua de um processo, demonstrado pela (fi- gura 2.1), é uma delas, e está representada numa espiral onde o ciclo tem o seu início, passa por todas as etapas e sempre se repete após as análises críticas dos representantes da empresa, a partir da aplicação dapolítica ambiental, a implementação e a operação dos processos, a verifi- cação e as ações corretivas para sanar um problema que foi identificado. Figura 2.1 – Melhoria contínua do processo. Fonte: ABNT, 2015. 32 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Para exemplificar, analise o seguinte problema: Uma empresa gasta água excessivamente para executar os seus processos. A água que ela devolve ao meio ambiente está fora dos padrões de lançamento. Em uma situação como esta qual é o procedimento mais adequado para corrigir esta situação? Após verificados todos processos e as possibilidades, de- ve-se sempre buscar a melhoria contínua do processo, de maneira analítica dos ciclos de vida de seus produtos, e assim, após verifica- das as possibilidades da busca de uma outra matéria-prima, de uma fonte energética, ou demais possibilidades de melhoria para o ciclo. Com esta ação, o sistema de produção estará muito mais limpo. As leis e as normas devem estabelecer os meios para avaliar empresas e produtos. Para que uma empresa tenha um SGA com uma performance ambiental eficiente, é preciso desenvolver estratégias para que o desenvolvimento sustentável ocorra. Para tanto, as normas e as leis disponíveis rótulos, selos, certificados, entre outros auxiliam na eficácia. Ademais, no contexto empresarial, a gestão ambiental é uma das mais importantes ferramentas para a modernização da produção, competitividade dos concorrentes (Campos; Melo 2008), redução de custos e, ao mesmo tempo, a diminuição dos danos ocasionados e uso responsável dos recursos ambientais. As empresas ao optarem pela utilização de um SGA, segundo Lopes (2004), possuem três níveis de escolhas: 1. Podem se limitar em atender as conformidades legais vigentes; 2. Podem além de atender as conformidades legais, também adotar uma postura proativa para com o meio ambiente; 3. Ou, além das opções anteriores, ainda orientar-se para a sustentabilidade (fluxograma 2.1). 33 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Fluxograma 2.1 – Estrutura do SGA. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Conforme abordado, o SGA configura-se como um conjunto de políticas, planejamentos e ações que envolvem a esfera social, técnica, econômica e produtiva, com o intuito de desempenhar um papel coe- rente com o conceito do desenvolvimento sustentável sustentado pelas legislações ambientais em vigência (NASCIMENTO, 2012). A Norma ISO 14000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), regulamenta os procedimentos padrões neces- sários para a implementação, a operação e a certificação dos SGA. Esta Norma visa traçar procedimentos que auxiliem as organiza- 34 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S ções na identificação e no gerenciamento de seus próprios danos causados sobre o meio ambiente. Desta maneira, as ações voltadas à redução dos riscos ambientais passam, então, a compor o processo regular de ges- tão empresarial. Com a implementação e implantação adequada do SGA, há a possibilidade da certificação ambiental (selo verde) de seus produtos e serviços, que passam a ser reconhecidos interna- cionalmente (NASCIMENTO, 2012; POMBO e MAGRINI, 2008). Assim, o Sistema de Gestão Ambiental é composto por diferen- tes elementos que atuam de forma direta em cada etapa de produção, possibilitando a adequação às normas ambientais estabelecidas inter- nacionalmente (figura 2.2). O processo percorrido pelo SGA envolve desde a elaboração da política ambiental da empresa, passando pela concepção, planejamento, implementação/operação, monitoramento e avaliação do sistema executado (TIBOR; FELDMAN, 1996). Fluxograma 2.2 – Fases/Etapas do Sistema de Gestão Ambiental. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. FASES DE ELABORAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Fase 1: Política ambiental A política ambiental é caracterizada pelo conjunto de ações que aborda as questões ambientais com a produção. Para tanto, a ISO 14001 estabelece que a alta administração da empresa seja responsável por de- finir os objetivos e metas que compõem a política ambiental (ABNT, 2015). Segundo a ABNT (2015), a política deve estar de acordo tanto com a natureza, quanto com a escala dos impactos ambientais que po- dem ser causados em cada processo que a empresa executa, e ainda, deve se comprometer a criar ações para prevenir os danos ambientais, e buscar constantemente por melhorias em seu desempenho ambiental. A ISO 14004 é a Norma que estabelece os procedimentos in- 35 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S ternos do SGA. Ela recomenda os critérios que devem conter a política ambiental, considerando todos os elementos do SGA descritos na série ISO 14000. Os princípios que podem orientar o desenvolvimento da política ambiental são (BARBIERI, 2016): • Missão, visão, valores e crenças da organização; • Integração com outras políticas da organização; • Requisitos das partes interessadas e comunicação com elas; • Princípios orientadores; • Condições locais ou regionais específicas; • Compromissos com a prevenção da poluição e a melhoria contínua; • Compromisso com o atendimento aos requisitos legais e ou- tros subscritos pela organização. Todos os impactos ambientais que as atividades empresariais causam, podem ser medidos, corrigidos e gerenciados através de pro- cedimentos que permitem a previsão, a análise e a mitigação dos danos ambientais (RODRIGUES et al. 2006). A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é a principal ferramenta para a minimização destes efeitos negati- vos, que além de indicar tecnologias para maximizar a eficiência da pro- dução e a utilização dos recursos naturais, também promovem a imple- mentação de sistemas de gestão ambiental (RODRIGUES et al., 2006). Estar em conformidade com a legislação vigente é uma obrigato- riedade, e depende, necessariamente, do comprometimento da alta admi- nistração em fornecer estruturas adequadas para a implantação e a me- lhoria contínua dos objetivos e metas pré-definidos no início do SGA. Além disto, a política ambiental deve sempre estar acessível ao público interno e externo da organização, estar devidamente documentada, implementada, e abranger os diferentes setores da empresa (NASCIMENTO, 2012). A Norma ABNT ISO 14001 requer que seja definida a Polí- tica Ambiental dentro do escopo do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da sua empresa: a) Deve ser apropriada ao propósito e contexto da organi- zação, incluindo natureza, escala e impactos ambientais das ativi- dades, produtos e serviços. b) Os verbos devem estar no infinitivo; c) Evidencie o comprometimento em atender os requisitos legais e a proteção ao Meio Ambiente; 36 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S d) Considere a prevenção de poluição e outros compro- missos específicos pertinentes ao contexto da organização. e) Esteja comprometida com a melhoria continua do SGA, para aumentar o desempenho ambiental. Acesse o link: https://www.iqualidade.com.br/como-deve- -ser-a-politica-ambiental/ Fase 2: Planejamento Após a definição da política ambiental, a administração é a res- ponsável pelo planejamento do SGA. Nesta etapa, a equipe multidiscipli- nar deve mapear e analisar as atividades da organização, a fim de identifi- car os aspectos ambientais e seus respectivos impactos. O planejamento deve ser fundamentado nos requisitos legais, na política ambiental seus objetivos e metas, e nos recursos financeiros que a organização dispõe para investir em tecnologias disponíveis (DAL FORNO, 2017). Além das informações levantadas pelo mapeamento e pela análise dos processos, a percepção dos funcionários quanto às ques- tões ambientais também é de suma importância. Informações como a geração e destinação de resíduos e eficiência no consumo de águae energia são algumas das informações relevantes para o planejamento do SGA, e obtidas através dos funcionários. Os programas são definidos de acordo com o tipo de aborda- gem nas quais os problemas ambientais serão tratados, podendo ser (SANTANA, 2012): • Controle da poluição: representa um custo financeiro para a empresa ao aplicar a ação corretiva e atender os requisitos legais. • Prevenção da poluição: desenvolver ações corretivas e pre- ventivas com a finalidade de evitar os danos ambientais. Esta aborda- gem tende reduzir os custos e melhorar a economia de insumos através do seu uso eficiente ao utilizar tecnologias limpas. • Abordagem estratégica: representa vantagem competitiva quando reduz os custos e melhora a economia de insumos através do seu uso eficiente ao utilizar tecnologias limpas. É importante frisar que a análise de melhoria contínua dos pro- gramas deve ser feita e atualizadas de acordo com a alteração ou inser- ção de novas atividades produtivas e serviços na empresa. 37 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Aspectos Ambientais Os aspectos ambientais, segundo ABNT (2015), são definidos como os elementos das atividades, produtos ou serviços da organiza- ção que interagem com o meio ambiente, podendo causar ou não danos ambientais. O aspecto ambiental é a causa, e o impacto ambiental é o efeito, ou seja, a condição de modificação do meio ambiente. Segundo Dal Forno (2017) é a partir da identificação dos as- pectos ambientais que os programas de gestão ambiental são definidos. Cada programa deve ser coerente com a realidade da empresa e de- vem possibilitar o alcance de seus objetivos, levando em consideração os impactos significativos, e garantindo sua execução com eficiência e com maior probabilidade de êxito tanto no estabelecimento, quanto na implementação e manutenção do SGA. A norma recomenda que para cada aspecto ambiental significa- tivo, sejam selecionados: as emissões atmosféricas, os lançamentos em corpos d’água e no solo, o uso de matérias-primas, energia e recursos naturais, emissões de energia, resíduos e subprodutos (fluxograma 2.3). Fluxograma 2.3 – Planejamento do SGA. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Para determinar a significância dos aspectos ambientais, é reco- mendado levar em consideração os critérios ambientais – escala severida- de e duração do impacto, tamanho e frequência; requisitos legais – limites 38 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S de emissão e lançamento; e a relevância do valor que o impacto tem para a comunidade interna e externa da organização (BARBIERI, 2016). As escalas podem ser qualitativas: baixa, média ou alta fre- quência de ocorrência, ou quantitativas com valores de 1 a 5, onde 1 representa uma frequência baixa, e 5 muito alta. De forma geral, segundo Barbieri (2016), os seguintes critérios devem ser considerados na avaliação dos aspectos ou impactos am- bientais: 1) Abrangência: se geram consequências nacionais ou globais; 2) Severidade: indica o grau de intensidade dos danos ao meio ambiente; 3) Frequência da ocorrência: periodicidade diária, semanal, mensal, anual; 4) Controle: probabilidade de escapar ao controle. Requisitos Legais É obrigação da organização estabelecer, implementar e man- ter os procedimentos para a identificação dos requisitos legais referen- tes aos aspectos ambientais avaliados. Os requisitos aplicáveis devem abranger a esfera federal, estadual, municipal e interna. A aplicação dos requisitos legais deve ser efetiva em todas as fases do SGA, pois o critério de conformidade legal não se aplica ape- nas na fase inicial do sistema de gestão. A validação dos aspectos ambientais geralmente é feita em formato de Checklist. Em relação aos requisitos legais, o pre- enchimento do Checklist deve ser feito em função de: está Confor- me (C), Não Conforme (NC) e Não se Aplica (NA). Caso seja necessário, também é possível colocar um cam- po de observação, para incluir detalhes sobre aquele item, e até mesmo à qual legislação ele está submetido. Fase 3: Implementação e Operação De acordo com a Norma ABNT (2015), na fase de implemen- tação e operação, a organização deve identificar as operações e ati- 39 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S vidades que estão associadas aos aspectos ambientais significativos, pré-definidos em sua política ambiental. A organização é responsável por capacitar, treinar, educar e fornecer quaisquer recursos para que as pessoas que trabalham com ela, ou em seu nome, exerçam suas funções sem causar potenciais im- pactos ao meio ambiente (BARBIERI, 2016). O nível de capacitação dos colaboradores fica a critério de decisão da alta administração, porém, a Norma ISO 14004 recomenda os seguintes elementos como guia: a) Identificação das necessidades de treinamento dos colabo- radores. b) Desenvolvimento de um plano de treinamento que atenda às necessidades definidas. c) Verificação da conformidade do programa com os requisitos legais e/ou organizacionais. d) Treinamento de grupos específicos de colaboradores. e) Documentação e avaliação do treinamento recebido. Deve-se, também, desenvolver controles operacionais asso- ciados aos seus aspectos ambientais significativos a partir do estabele- cimento, implementação e manutenção de procedimentos documenta- dos, incluindo critérios operacionais. A efetiva implementação da política ambiental e cumprimento dos seus objetivos e metas, depende do desenvolvimento de mecanis- mos de apoio à sua sustentação. Para tanto, a ABNT (2015) estabelece sete critérios fundamentais: • Estrutura e responsabilidade – definir, documentar e comunicar a estrutura do SGA. Promove recursos (humanos, tecnológicos, financei- ros). Estabelece representantes e respectivas responsabilidades; • Treinamento, conscientização e competência – capacitação dos recursos humanos baseada na educação, treinamento e experiên- cias de todos os envolvidos; • Comunicação – comunicação interna possibilitando aos co- laboradores o contato com as informações e experiências em todos os níveis do SGA. Comunicação externa proporcionando transparência e o aumento da credibilidade da empresa; • Documentação do SGA – deve ser elaborada de forma di- reta, objetiva, e mantidas em forma eletrônica ou física (papel). Deve também descrever os elementos centrais, e promover relação com os demais documentos da empresa; • Controle de documentos – os documentos devem ser manti- dos em local seguro e de fácil acesso, possuir datas e versões, assegu- rando que estejam acessíveis e disponíveis numa versão atualizada e sejam revisados (quando necessário); 40 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S • Controle operacional – é necessário conhecer e controlar as atividades que causam impactos ambientais significativos, relacionar os parâmetros chaves para a performance ambiental, comunicar as diretri- zes internas para os fornecedores e clientes, e revisar os procedimen- tos visando a melhoria da performance ambiental; • Preparação e atendimento a emergências – devem ser reali- zados testes periódicos e pró-ativos dos planos de ação e após a ocor- rência de acidentes, revisar os planos para a melhoria contínua. Na fase de implementação e operação, os processos devem ser analisados individualmente conforme o (fluxograma 2.4). Fluxograma 2.4 – Implementação e operação do SGA. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Fase 4: Verificação e Ação Corretiva Monitorar significa acompanhar uma atividade a partir das in- formações coletadas ou observadas. Portanto, é nesta fase, de verifi- cação e elaboração de ações corretivas, em que há a averiguação e determinação se o SGA está ou não operando em conformidade legal, e propõe correções quando pertinentes. Segundo Nicolella, Marques e Skorupa (2004), a verificaçãoe correção são compostas por quatro características básicas: monitoramento e medição; não conformidades, ações corretivas e preventivas; registros e auditoria. O monitoramento e a medição são realizados em todas as fa- ses do SGA, prevendo as ações de monitoramento e controle a fim de identificar a existência de eventuais problemas e os meios de corrigi-los 41 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S (NICOLELLA; MARQUES; SKORUPA, 2004). Para tanto, é acompanha- da a evolução dos dados dos processos e do desempenho ambiental da empresa, mantendo-os dentro dos limites preestabelecidos. Estes limi- tes são estabelecidos pelas legislações ambientais, e devem ter suas características medidas e resultados comparados periodicamente. O (quadro 2.2) exemplifica como deve ser o monitoramento e a medição. Quadro 2.2 – Exemplo de monitoramento e medição de aspecto ambiental. Fonte: BARBIERI, 2016. Quando algum aspecto ambiental está em não conformidade, ou seja, não atende a algum requisito do SGA, é necessário eliminar a causa desta não conformidade a partir de uma ação corretiva. A elabo- ração da ação preventiva é essencial para que esta não conformidade tenha uma probabilidade menor de recorrência. Para que a organização cumpra a sua responsabilidade de es- tabelecer, implementar e manter procedimentos capazes de tratar as não conformidades, sejam elas potenciais ou reais, ela deve seguir al- guns requisitos base para estes procedimentos (BARBIERI, 2016): • Identificar e corrigir não conformidades, e se necessário, exe- cutar ações para mitigar seus impactos ambientais; • Investigar as causas das não conformidades, e executar ações preventivas; • Avaliar a necessidade de ações preventivas, com o intuito de evitar a sua ocorrência; 42 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S • Registrar os resultados das ações corretivas e preventivas executadas; • Analisar a eficácia dessas ações. Para auxiliar na identificação dos impactos ambientais, existem algumas metodologias mundialmente utilizadas. No Bra- sil, as principais são: método AD-HOC, método checklist, métodos de matrizes de interação, e redes de interação. Para saber mais sobre cada método e informações sobre outros métodos, leia a seguinte bibliografia: CREMONEZ, Filipe Eliazar, et al. Avaliação de impacto am- biental: metodologias aplicadas no Brasil. Remoa: Santa Maria, v. 13, n. 5, p. 3821-3830, 2014. Todas as fases do SGA devem ser registradas e mantidas em lo- cal seguro. Estes registros devem ser claros e objetivos quanto ao seu con- teúdo, e estarem prontamente disponíveis para consulta. O tempo de re- tenção da documentação deve ser estabelecido e registrado (ABNT, 2015). Ao final da fase de verificação e correção do SGA, é im- portante que a organização seja auditada (auditoria interna), para validar os requisitos do SGA e fornecer informações e resultados para a alta administração. A auditoria deve ser feita periodicamente. Fase 5: Análise e Avaliação Crítica A fase de análise e avaliação crítica constitui a última etapa do SGA, como mostrado no fluxograma 2.1. Segundo a ISO 14001, periodi- camente, a alta administração da organização deve analisar o SGA para assegurar a melhoria contínua dos requisitos aplicados (ABNT, 2015). Este é o momento da administração identificar a necessidade de possíveis alterações em sua Política Ambiental, nos seus objetivos 43 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S e metas, ou em outros elementos do sistema. De forma geral, aqui o processo de gestão pode ser revisado, validado, e melhorado. 44 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2014 Banca: Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ Órgão: Câmara Municipal do Rio de Janeiro Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Munici- pal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo - Engenharia e Arquitetura Na implantação do Sistema de Gestão Ambiental conforme a NBR ISO 14001:2004 – Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso, na etapa referente ao planejamento, a em- presa deve, entre outros requisitos: a) Estabelecer, implementar e manter procedimentos para determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente. b) Assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema de gestão ambiental. c) Identificar as necessidades de treinamento associadas com seus as- pectos ambientais e seu sistema da gestão ambiental. d) Estabelecer, implementar e manter procedimentos para a comunica- ção interna entre vários níveis e funções da organização. QUESTÃO 2 Ano: 2014 Banca: IBGE Órgão: CAEMA/MA Prova: Técnico Am- biental Nível: Médio. A Gestão Ambiental é o principal instrumento para obter um desen- volvimento industrial sustentável. Sobre a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é incorreto afirmar que: a) O processo de gestão ambiental nas empresas está profundamente vinculado a normas que são elaboradas pelas instituições públicas (pre- feituras, governos estaduais e federais) sobre meio ambiente. b) As normas legais são referências obrigatórias para as empresas que pretendem implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). c) Há inúmeras vantagens e benefícios que as empresas poderão obter ao optarem por adotar políticas preventivas em relação à gestão ambiental. d) Em função da cultura ambiental predominante nas empresas, a maior parte dos esforços tecnológicos e financeiros que são aplicados ao SGA, está ligada à aplicação de técnicas corretivas. e) A gestão ambiental é aplicável apenas para empresas de médio e grande porte, tendo em vista que são poluidores em grande potencial e que mais prejudicam o meio ambiente. QUESTÃO 3 Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: IF-SP 45 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S Prova: FUNDEP - 2014 - IF-SP - Professor - Direito O princípio ambiental que orienta que as questões ambientais de- vem ser consideradas em todas as atividades humanas é o: a) Princípio da educação ambiental. b) Princípio da ubiquidade. c) Princípio da função socioambiental. d) Princípio da equidade. QUESTÃO 4 Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: CODEBA Prova: FGV - 2016 - CODE- BA - Analista Portuário - Sanitarista O método que surgiu da necessidade de se identificar os impactos indiretos ou de ordem superior, destacados dos impactos primá- rios ou diretos, que possui uma metodologia que estabelece uma sequência de impactos ambientais a partir de uma determinada in- tervenção, utilizando um método gráfico para definir as relações de precedência entre as ações praticadas pelo empreendimento e os consequentes impactos de primeira e demais ordens é denominado: a) Método Ad Hoc ou grupo multidisciplinar. b) Método das listagens ponderais. c) Método das redes de interação. d) Método da superposição de cartas. e) Método das matrizes de interação. QUESTÃO 5 Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Presidente Pru- dente – SP Prova: Tecnólogo em Gestão Ambiental Nível: Médio. Em um sistema de gestão ambiental, podemos classificar os indi- cadores de desempenho ambiental em: indicadores de desempe- nho de gestão e indicadores de desempenho operacional. Como indicadores de desempenho operacional, é correto citar: a) Relações com a comunidade e emissões para a atmosfera. b) Implantação de políticas e programas e conformidade legal. c) Manutenção das instalações físicas e número de programas educa- cionais ambientais. d) Gastos associados com a gestão e controle ambiental e fornecimento de insumos. e) Entrada de materiais e resíduos gerados sólidos, líquidos etc. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser aplicado em qualquer setor de atividade,e ele não é uma exigência legal. Com base nesta 46 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S afirmação, defina o que é sistema de gestão ambiental e como é possí- vel obter a certificação ambiental. TREINO INÉDITO Uma empresa tem a intenção de implantar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) para obter a certificação ambiental. Um elemento imprescindível para a elaboração da política ambiental é estabele- cer a (o): a) Missão, visão, valores e crenças da organização. b) Frequências dos impactos ambientais. c) Viabilidade técnica dos processos. d) Treinamento inicial dos colaboradores. NA MÍDIA EMPRESAS LIDERAM O BIG-BANG ECOLÓGICO Pelo quarto ano consecutivo, a operação editorial Solutions&Co reúne 20 importantes jornais econômicos de todo o mundo para destacar soluções concretas da ofensiva contra as mudanças climáticas. Em 2015, nações de todo o mundo mandaram uma forte mensagem ao assinarem o Acordo de Paris, na COP 21. No entanto, a batalha contra as mudanças climáti- cas está longe de terminar. Os países signatários ainda não se compro- meteram com medidas concretas. Enumerá-las é uma meta da COP 24, que acontece de 3 a 14 de dezembro, em Katowice, na Polônia. Apesar desses passos, seria um erro pensar que somente os governos poderão conter o aquecimento global. O último relatório de cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é claro: para limi- tar nosso impacto sobre o clima, devemos todos nos comprometer com "mudanças rápidas, de longo alcance e sem precedentes, em todos os aspectos da sociedade". Para as empresas, é uma ótima oportunidade para repensar seus modelos de negócios e inseri-los na sociedade. Nos Estados Unidos, muitos no setor privado entendem o que está em jogo e estão se preparando para liderar a batalha climática após a decisão do governo do país de se retirar do Acordo de Paris. Nos últimos anos, empresas em todo o mundo aliaram lucros ao respeito ao meio ambiente. Mas elas devem ir mais longe e se tornar pontas de lança desse big-bang ecológico, acelerando e ampliando soluções concretas para conter o au- mento das emissões dos gases estufa. Para limitar as consequências devastadoras das mudanças climáticas e garantir condições de vida sus- tentáveis para as diferentes espécies do planeta incluindo seres huma- nos, devemos reduzir nossas emissões de CO2 em até 45%, em relação aos níveis de 2010, antes de 2030; e atingir a neutralidade de carbono até 2050. Em outras palavras, cada grama de CO2 emitido na atmosfera 47 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S terá que ser compensado por práticas sustentáveis. A missão não é im- possível, segundo o IPCC. Alguma das medidas necessárias para nos mantermos abaixo de um aumento de 1,5°C já estão em andamento, mas é vital ampliar e acelerar sua implementação. Fonte: Valor Econômico Data: 03 dez 2018. Leia a notícia na íntegra: https://www.valor.com.br/agro/6009445/empresas-lideram-o-big-bang- -ecologico NA PRÁTICA A utilização do Sistema de Gestão Ambiental é uma das principais fer- ramentas que buscam o desenvolvimento sustentável. O SGA pode ser aplicado em qualquer ramo de atividade, e devem obedecer algumas recomendações que a série ISO 14000 faz. A estrutura dele segue a se- guinte ordem: elaboração da política ambiental, planejamento, implan- tação, verificação e certificação. O SGA tem como base os aspectos e impactos ambientais identificados em todos os processos que a organização exerce. Eles podem gerar impactos ambientais positivos ou negativos, e para cada impacto nega- tivo, deve haver programas e planos de ações a fim de corrigir, prevenir e até mitigar o dano causado. A alta administração deve manter uma política de avaliação contínua em cada fase do SGA, visando à máxima eficiência do sistema. Para tanto, é realizada auditoria interna, que fornece os resultados e informa- ções necessárias para as tomadas de decisões administrativas. Após todos estes procedimentos, a organização, pode ainda, ser certifi- cada ambientalmente pela ISO 14001. 48 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S CONTEXTUALIZAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL Cada vez mais as organizações estão buscando formas de de- monstrar o seu desempenho ambiental e sua conduta ambientalmente correta. Isto tem sido alcançado com a prevenção, redução e controle dos impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços. Estas condutas tem como fator inicial o atendimento aos re- quisitos legais, que refletem a crescente exigência da população sobre os impactos que estas organizações podem causar no meio ambiente. A legislação brasileira é uma das mais completas do mundo (Al- buquerque, 2011), punindo com multas que chegam ao valor de R$ 50 mi- lhões de reais às ações consideradas crimes ambientais. A utilização das DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL À CERTIFICAÇÃO SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S 48 49 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S padronizações sistemáticas definidas no SGA possibilita que a organização atenda aos requisitos legais de modo a prevenir a autuação da empresa. A série ISO 14000 é uma Norma internacional que teve início em 1996, e trata do Sistema de Gestão Ambiental. A partir desta data, outras normas foram elaboradas sobre este mesmo assunto, como: au- ditoria e rotulagem ambiental, e avaliação do ciclo de vida do produto. Estas normas tem por base o ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA). O ciclo PDCA (figura 3.1) foi criado para efeito da gestão da qua- lidade, e passou a ser o modelo padrão de gestão quando o assunto é implementar melhorias de modo sistemático e contínuo. O objetivo deste ciclo é tornar os processos de gestão mais ágeis, claros e objetivos. A criação do PCDA está fundamentada em cinco passos: • Perceber a dificuldade; • Localizar o problema; • Definir o problema; • Sugerir possíveis soluções e desenvolver através do raciocí- nio as influências sugeridas; • Observar posteriormente as soluções aplicadas, que levam a sua aceitação ou rejeição. Figura 3.1 – Ciclo PCDA. Fonte – HORIZONTE EDUCACIONAL, 2018. O estágio inicial do ciclo PDCA é o planejamento da ação, após o planejamento estar completo, tudo o que foi planejado é executado, gerando a necessidade de verificar constantemente cada ação que foi executada. Concluída estas três etapas iniciais, o gestor passa a im- 50 SI ST E M A D E G E ST Ã O A M B IE N TA L - G R U P O P R O M IN A S plantar medidas de correção das ações que tiveram falhas durante o processo (PERIARD, 2011). A etapa de planejamento foca na parte estratégica, ou seja, é a etapa onde há o levantamento e analise de informações para estabele- cer os objetivos e metas. Após isto, é necessário definir qual a metodo- logia utilizada para chegar ao objetivo final, bem como as pessoas que comporão a equipe executora do processo. A etapa de planejamento é dividida e quatro fases: 1) Identificação do problema; 2) Observação do problema; 3) Análise do problema; 4) Plano de ação. Na fase de execução (DO), é onde efetivamente se coloca em prática a execução do plano de ação criado no planejamento. Essa é uma das etapas mais importantes do ciclo e deve ser executada confor- me planejado. É importante anotar e evidenciar os resultados bons ou ruins de cada tarefa concluída. Isso permite um aprendizado necessário ao time envolvido durante o processo. No Check, é onde acontece a verificação do que foi executado e dos resultados obtidos com o plano de ação. Essa fase pode ser de- senvolvida ao longo da execução do Plano de Ação ou, então, formal- mente ao término do mesmo, podendo inclusive envolver pessoas ou grupos externos ao time responsável pela solução do problema. Essa verificação consiste em confirmar se o que