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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES PED – Z-TORCHS 1. No exame físico inicial de um recém-nascido de termo, masculino, pequeno para idade gestacional, foi notado microcefalia (PC: 31 cm) e presença de petéquias em face. Frente aos achados, foi realizada uma ultrassonografia transfontanela, com achado de calcificações peri- ventriculares, sem outras alterações. Também colhido hemograma, com Hb 16,2, Ht 41%, leucócitos: 11.300, plaquetas: 75.000. Triagem auditiva neonatal: falhou bilateralmente. Nasceu de parto cesárea por iteratividade, filho de mãe de 32 anos, tercigesta, sem comorbidades e com pré-natal inadequado, sem coleta de exames. Os seguintes exames maternos foram colhidos nesta internação: HIV: negativo; VDRL: negativo; Hepatite C: negativo; Hepatite B: Anti-HBs positivo, anti-HBc negativo, Hbs Ag negativo; Toxoplasmose: lgM negativo / lgG negativo; Rubéola: lgM negativo / IgG positivo; Citomegalovírus: IgM negativo / IgG positivo; Frente a principal hipótese diagnóstica, a conduta indicada é: A) Coleta de teste do pezinho ampliado e cariótipo. B) Pesquisa de citomegalovírus por PCR na urina. C) Aplicar vacina e imunoglobulina para hepatite B. D) Pesquisar consumo excessivo de álcool na gestação 2. As infecções adquiridas intraútero ou durante o trabalho de parto são causas de significativa morbidade e mortalidade neonatal. Um recém nascido exposto, que apresente uma ou mais das seguintes manifestações clínicas: rash maculopapular (palmas das mãos e plantas dos pés), rinite persistente, osteocondrite, periostite, e pseudoparalisia de Parrot, possui como diagnóstico mais provável: A) Toxoplasmose. B) Sífilis. C) Rubéola. D) Citomegalovírus. E) Herpes simples. 3. A toxoplasmose congênita é uma doença evitável se os cuidados com a gestante, a interpretação dos exames durante o pré-natal e a indicação do tratamento forem corretos. Nesse contexto, é um erro afirmar que A) a transmissão vertical em gestante com infecção crônica é improvável, exceto se ela for imunodeprimida. B) a espiramicina é medicação para a profilaxia da toxoplasmose congênita. C) se a IgG e a IgM forem positivas para toxoplasmose e resultado de teste de avidez for baixo durante a gravidez, significa que a gestante tem infecção recente e o tratamento para toxoplasmose deve ser iniciado imediatamente. D) havendo soroconversão durante a gravidez, é indicada a pesquisa de DNA do toxoplasma pela técnica de PCR em líquido amniótico para investigar infecção fetal. E) se a IgG e a IgM forem negativas para toxoplasmose no primeiro trimestre de gestação, o feto não será infectado e não está indicado o tratamento da gestante 4. Gestante com 37 semanas e 3 dias de gestação realizou todo pré-natal em PSF. Chega ao hospital em pródromos de trabalho de parto. O residente de pediatria, ao realizar a primeira anamnese com a mãe, no pré-parto, checa os exames, com os seguintes resultados: 1° Trimestre: Toxoplasmose IgM e IgG NR, Citomegalovírus IgM NR e IgG R, Anti-HIV CMV --> Microcefalia, petéquias, calcificações peri-ventriculares, plaquetopenia e perda auditiva TOXO --> calcificações difusas, hidrocefalia, coriorretinite, hepatoesplenomegalia SÍFILIS --> rash maculopapular, rinite, osteocondrite e periostite, pseudoparalisia de Parrot RUBÉOLA --> catarata, cardiopatia congênita, perda auditiva e retardo do crescimento intrauterino HERPES SIMPLES --> vesículas ou cicatrizes mucocutâneas, trombocitopenia, transaminases elevadas, conjuntivite ou ceratoconjuntivite Sífilis congênita precoce = < 2 anos Pseudoparalisia de Parrot --> diminuição da mobilidade dos membros em função da dor relacionada com a osteocondrite Quando a gestante nunca foi contaminadada, há risco de contaminação ao longo da gestação e devem ser dadas orientações no objetivo de evitar a ocorrência disso NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 NR, HBSAg NR, VDRL NR. 3° trimestre: Toxoplasmose IgM e IgG NR, Citomegalovírus IgM NR e IgG R, Anti-HIV NR, HBSAg NR, VDRL NR. Foram, então, realizados os testes rápidos: Anti-HIV NR e VDRL 1:1. Solicitado teste treponêmico, com resultado negativo. Qual a interpretação dos exames e conduta no recém-nascido? A) Mãe com sífilis recente. Deve-se iniciar investigação no RN e, mesmo antes dos resultados, iniciar tratamento com penicilina no RN. B) Mãe sem sífilis, VDRL é falso positivo. Não é necessário investigar ou iniciar tratamento para sífilis no RN. C) Mãe com sífilis recente. Deve-se iniciar investigação no RN e, se resultado VDRL maior que 1:8, iniciar tratamento no RN com penicilina. D) Mãe com sífilis recente. Deve-se iniciar investigação no RN e, se resultado VDRL negativo, não é necessário iniciar tratamento no RN. 5. Considerando-se as infecções crônicas congênitas, aponte a opção correta. A) A maioria dos recém-nascidos encontra-se assintomático ao nascer. B) As sequelas tardias, como surdez e cegueira, só aparecem quando a criança apresenta sintomas no período neonatal. C) As manifestações clínicas são específicas para cada agente, em particular, e permitem reconhecimento etiológico. D) Não é possível fazer diagnóstico de infecção congênita antes de 01 ano de idade 6. Selecione, dentre os grupos de vírus abaixo, aqueles mais frequentemente associados a doenças ou mal formações fetais. A) rubéola, hepatite A, parvovírus. B) citomegalovírus, HHV-8, parvovírus. C) rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose. D) sarampo, rubéola, hepatite C. 7. As infecções congênitas e perinatais conhecidas como TORCHS (toxoplasmose, outras infecções - como parvovirose, HIV/AIDS, varicela zoster, hepatites B e C -, rubéola, citomegalovirose, herpes e sífilis) são associadas a risco mais elevado de morbimortalidade neonatal. As principais manifestações clínicas de toxoplasmose congênita são: A) Calcificações periventriculares, microcefalia, trombocitopenia. B) Catarata, cardiopatia congênita (PCA ou estenose pulmonar), perda auditiva. C) Rash maculopapular (palmas das mãos e plantas dos pés), rinite persistente, osteocondrite e periostite. D) Calcificações intracranianas difusas, hidrocefalia, coriorretinite. E) Fissura perioral, meningite, perda auditiva. 8. Recém-nascido com idade gestacional de 30 semanas nasceu pequeno para idade gestacional (PIG), apresenta petéquias, hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, calcificações periventriculares e perda auditiva neurosensorial. Qual a etiologia mais provável para esse quadro? A) Toxoplasmose. B) Rubéola. C) Sífilis. D) Citomegalovírus O teste não treponêmico (VDRL) pode apresentar resultados falso-positivos na vigência de outras doenças. Já os testes treponêmicos, são testes mais específicos. Mesmo quando os RN são assintomáticos, as infecções podem causas lesões graves no futuro A clínica é inespecífica e necessita de pesquisa específica de patógenos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 9. RN de termo, apresentando perímetro cefálico de 28cm, coriorretinite, hepatoesplenomegalia e calcificações intracerebrais periventriculares finas. Estes achados estão relacionados principalmente a: A) Zikavirose congênita B) Citomegalia congênita C) Rubéola congênita D) Toxoplasmose congênita 10. Recém-nascido apresenta hidrocefalia, calcificações cerebrais, coriorretinite, hepatoesplenomegalia, icterícia e anemia. Qual é o diagnóstico MAIS PROVÁVEL? A) infecção congênita por Parvovírus B19 B) infecção congênita pelo Citomegalovírus C) síndrome da Rubéola congênita D) infecção congênita pelo Zika vírus E) toxoplasmose congênita 11. Quanto às Infecções Congênitas podemos afirmar: A) Na Toxoplasmose Congênita o gato e alguns felídeos são os únicos hospedeiros definitivos do Toxoplasma. B) A ""Tétrade de Sabin"" é consequência de infecçãocongênita por citomegalovírus. C) Na citomegalovirose congênita as calcificações aparecem na região dos núcleos da base D) Na rubéola congênita a surdez é incomum, ocorrendo em 10% dos infectados E) A meningite sifilítica surge somente após o 2º ano de vida da criança. 12. Recém-nascido apresenta ao nascimento fontanelas amplas e comunicantes e perímetro cefálico aumentado para idade gestacional. Realizados USG transfontanela e TC de crânio que evidenciaram dilatação do sistema ventricular e várias calcificações, bilaterais, em parênquima cerebral. A hipótese diagnóstica é A) Sífilis. B) Citomegalovirose. C) Infecção pelo vírus Zika. D) Toxoplasmos 13. Quais são os principais exames complementares solicitados na investigação da criança com síndrome congênita do Zika Vírus? A) EEG, neuroimagem e BERA. B) EEG, neuroimagem e sorologias STORCH. C) ECG, BERA e sorologias STORCH. D) BERA, neuroimagem e sorologias STORCH. 14. A mãe traz seu filho de 2 meses com quadro de irritabilidade e choro fácil. Relata não ter feito pré-natal e a criança nasceu com 35 semanas de parto normal com 2000 g e perímetro cefálico = 34,5 cm; comprimento = 46 cm. Ao exame físico percebe-se dor à mobilização de braço esquerdo com choro intenso, coriza mucossanguinolenta bilateral; presença de fissuras radiadas perioral, além de palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia com baço palpável a 3 cm do rebordo costal esquerdo. A radiografia de ossos longos evidenciou lesões osteolíticas TTO = ganciclovir 6mg/kg/dose 12/12h IV por 6 semanas TOXO = coriorretinite, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, anemia, anormalidades liquóricas, estrabismo, crises convulsivas, erupção cutânea, hidrocefalia, calcificações cerebrais DIFUSAS, macro ou microcefalia, restrição de crescimento intrauterino, prematuridade, distermias e sangramentos Os felideos são hospedeiros definitivos e o homem o hospedeiro intermediário Tétrade de Sabin (coriorretinite, calcificações, hidrocefalia e retardo mental) é da TOXO periventriculares RUBÉOLA = catarata, cardiopatia e surdez A meningite sifilítica está presente em 40% dos casos de sífilis congênita com alguma alteração clínica ou laboratorial Calcificações em parênquima = toxo calcificações periventriculares = cmv Tríade de Sabin = coriorretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia SUSPEITA DE ZIKA: notificar, realizar PCR para zika no soro e na urina do RN, sorologia para zika materno e RN, exame de imagem do SNC (USG transfontanela ou TC de crânio) e avaliação oftalmológica com fundo de olho. Realizar também sorologias das demais STORCH para afastar diagnósticos diferenciais NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 em epífise e espessamento periosteal. Considerando os achados clínicos e radiológicos, qual a principal hipótese diagnóstica A) Sifílis congênita. B) Toxoplasmose congênita. C) Citomegalovirose congênita. D) Rubéola congênita. 15. A pseudoparalisia de Parrot, é uma condição clínica que pode ser encontrada em recém-nascidos, caracterizada pela falta de movimentação ativa do membro, que assume posição de defesa, semiflexionado e doloroso à mobilização. A condição supracitada está classicamente relacionada a: A) Toxoplasmose congênita. B) Citomegalovirose congênita. C) Síndrome da rubéola congênita. D) Sífilis congênita. E) Herpes Congênito. 16. Sobre a toxoplasmose congênita, é correto afirmar que: I. Recém nascidos de gestantes com diagnóstico confirmado ou suspeito de infecção aguda por Toxoplasmose, devem ser avaliados ainda na maternidade para se diagnosticar infecção congênita e iniciar tratamento. II. O diagnóstico sorológico no recém-nascido é particularmente difícil devido a alta concentração de anticorpos IgG maternos que atravessam a barreira transplacentária e atingem a corrente sanguínea do recém-nascido III. A presença de anticorpos IgM ou IgA no sangue do recém nascido revela infecção congênita, pois essas duas classes de imunoglobulinas não atravessam a barreira transplacentária, embora a ausência de IgM ou IgA não exclua a infecção na criança IV. Fundo de olho, tomografia de crânio, análise de LCR, fazem parte da investigação diagnóstica V. O tratamento da criança com toxoplasmose suspeita ou documentada deve ser feito desde o nascimento utilizando o esquema tríplice A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: A) I, II, III, IV e V B) I, III e V C) II e IV D) I e V E) IV e V 17. RN nascido a termo, apresentou icterícia no primeiro dia de vida (Bilirrubinas totais 8,8 mg/dL, Bilirrubina direta 7,2 mg/dL, Bilirrubina Indireta 1,6 mg/dL), associada a hepatoesplenomegalia, perímetro cefálico de 38 cm e crises convulsivas. Mãe realizou pré-natal incompleto e não realizou sorologias. Alega ter apresentado quadro febril no segundo trimestre da gestação, com exantema. Realizada tomografia computadorizada de crânio do RN que demonstrou a presença de múltiplas calcificações difusas no parênquima cerebral e fundoscopia que evidenciou córiorretinite bilateral. Nesse contexto, assinale a Rinite sifilítica (obstrução nasal intensa com secreção serossanguinoleta), pênfigo palmoplantar (lesões vesicobolhosas encontradas na região palmar e plantar), pseudoparalisia de Parrot (imobilidade do membro por dor nos casos de osteocondrite) e lesões de mucosa (condiloma) Tríade de Sabin = coriorretinite + calcificações + micro/hidrocefalia TTO TOXO ==> pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 alternativa que contem o diagnóstico mais provável e o tratamento indicado, respectivamente: A) Citomegalovírus congênito/ Ganciclovir endovenoso B) Sífilis congênita/ Penicilina G Benzatina C) Toxoplasmose congênita/ Pirimetamina, Sulfadiazina e Ácido folínico D) Citomegalovirus congênito/ Aciclovir endovenoso E) Toxoplasmose congênita/ Pirazinamida, espiramicina e acido folínico 18. Diante das várias alterações que um recém-nascido com síndrome congênita pelo zika vírus pode apresentar, chamam muito a atenção as calcificações cerebrais visualizadas na tomografia computadorizada de crânio (TC). Qual o principal diagnóstico diferencial da síndrome congênita pelo zika vírus, em relação às alterações visualizadas na TC de crânio? A) Rubéola congênita. B) Toxoplasmose congênita. C) Sarampo. D) Herpes vírus. GABARITO: 1. B Nesta questão estamos diante de um RN com as seguintes características: microcefalia, petéquias, calcificações peri-ventriculares, plaquetopenia e perda auditiva, compatível com infecção congênita pelo Citomegalovírus. Para revisão, as principais manifestações clínicas das infecções congênitas mais prevalentes são: Toxoplasmose (calcificações intracranianas difusas, hidrocefalia, coriorretinite e hepatoesplenomegalia); Sífilis (rash maculopapular, rinite, osteocondrite e periostite, pseudoparalisia de Parrot); Rubéola (catarata, cardiopatia congênita, perda auditiva e retardo do crescimento intrauterino); Herpes simples (vesículas ou cicatrizes mucocutâneas, trombocitopenia, transaminases elevadas, conjuntivite ou ceratoconjuntivite). Em relação ao diagnóstico no período neonatal, a presença do CMV (por isolamento viral ou pela detecção doDNA viral pela PCR) na urina e/ou na saliva do RN nas primeiras 3 semanas de vida é considerada como marcador definitivo de infecção congênita por esse vírus. A ausência do vírus na saliva e/ou na urina ao nascimento até 3 semanas de vida exclui o diagnóstico de infecção congênita 2. B As infeções adquiridas intrautero podem se estabelecer por disseminação hematogênica transplacentária, levando aos quadros de infecções congênitas. As crianças infectadas desta forma podem apresentar diversas alterações clínicas presentes no momento do nascimento e,ainda que assintomáticas ao nascer, podem desenvolver manifestações ao longo do tempo. Vários sinais e sintomas são inespecíficos e podem ser encontradas em infecções distintas, mas alguns dados são bem peculiares. Tudo o que foi descrito do enunciado é encontrado na sífilis congênita. A sífilis congênita precoce, que se desenvolve nos primeiros dois anos de vida, cursa com várias manifestações cutâneas, mucosas e ósseas. Cabe lembrar que além de um rash maculopapular, podemos também encontrar em rash vesicobolhoso nas extremidades, que recebe o nome de pênfigo palmoplantar. A pseudoparalisia de Parrot corresponde a uma diminuição da mobilidade dos membros em função da dor relacionada com a osteocondrite 3. E Todos os esforços devem ser adotados para evitarmos a infecção fetal que leva ao quadro de toxoplasmose congênita, pois as consequências são devastadoras. Acerca desta condição, vejamos cada uma das opções. A opção A está correta; o quadro de infecção fetal TOXO ==> calcificação DIFUSA CMV ==> calcificação PERIVENTRICULAR NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 ocorre, a princípio, apenas quando a gestante é infectada após a concepção. O risco de transmissão quando a infecção da mulher ocorreu antes da gestação é observado essencialmente quando a gestante é imunodeprimida. A opção B também está correta; a espiramicina deve ser administrada tão logo o diagnóstico de toxoplasmose seja estabelecido na gestante, pois tem como objetivo principal evitar a passagem do toxoplasma pela placenta e, deste modo, evitar a infecção fetal (neste contexto, é entendida como sendo uma profilaxia para o feto). A opção C também está correta, mas vale fazermos uma ressalva; a interpretação dos resultados sorológicos na avaliação da toxoplasmose não é fácil, pois os títulos de IgM permanecem elevados por muito tempo após a infecção inicial e não nos permitem afirmar que a infecção é aguda. Neste sentido, a pesquisa do índice de avidez da IgG pode nos ajudar, pois um aumento no índice de avidez indica que a infecção ocorreu mais do que 16 semanas antes da avaliação. A ressalva que devemos fazer é a seguinte – não é possível afirmar que a infecção é recente apenas porque o índice de avidez é baixo, pois este pode levar mais do que 16 semanas para aumentar... A opção D também está correta; um dos indicadores de infecção materna aguda é a soroconversão durante a gravidez. Diante disso, costuma ser recomendada a realização de amniocentese para identificação do DNA de toxoplasma no líquido amniótico. Isto tem o objetivo de identificar a infecção fetal. E, por fim, a opção E está errada; estes achados indicam que a gestante nunca foi contaminada, mas há risco de contaminação ao longo da gestação e devem ser dadas orientações no objetivo de evitar a ocorrência disso 4. B Estamos diante de uma gestante que, na maternidade, apresentou VDRL 1:1 e teste treponêmico com resultado negativo. O teste não treponêmico (VDRL) pode apresentar resultados falso-positivos na vigência de outras doenças, como o lúpus. Já os testes treponêmicos, são testes mais específicos, úteis na exclusão de resultados de VDRL falso-positivos. Sendo assim, no caso dessa gestante, estamos diante de um VDRL falso-positivo e ela não foi contaminada com sífilis. Logo, não é necessário investigar ou iniciar tratamento para sífilis no RN. 5. A Aí está o perigo das infecções congênitas (ex: toxoplasmose, CMV, sífilis...). A grande maioria dos RNs nascem assintomáticos (alternativa A correta). Entretanto, mesmo nesses RNs assintomáticos, essas infecções podem causar lesões graves no futuro, tais como: surdez, atraso de DNPM, perda visual... (alternativa B incorreta) A clínica das infecções congênitas, quando presente, pode ser muito inespecífica e dificilmente permite reconhecer o agente etiológico sem a pesquisa específica desses patógenos (alternativa C incorreta) O diagnóstico de algumas infecções congênitas pode ser desafiador durante o primeiro ano de vida. O principal exemplo é no RN exposto a toxoplasmose, assintomático e com o seguinte resultado da sorologia: IgM não reagente e IgG reagente, pois o IgG pode ser de origem materna. Porém, em diversas outras situações, o diagnóstico pode ser realizado no primeiro ano de vida (p. ex: presença de IgM reagente), tornando a alternativa D incorreta 6. C Questão simples e conceitual: Dentre os grupos de vírus citados na questão, aqueles mais frequentemente associados à doenças ou mal formações fetais são: rubéola (deficiência auditiva, malformações cardíacas, catarata, glaucoma, retinopatia pigmenta), citomegalovírus (prematuridade, cabeça pequena, Baixo peso de nascimento, icterícia, Pequenas equimoses na pele, Fígado ou baço aumentado, Inflamação dos pulmões ou olhos e toxoplasmose (corioretinite, convulsão, micro ou hidrocefalia, calcificações cranianas, icterícia, anemia, hiperproteinaquia, febre, hipotermia, hepatoesplenomegalia, icterícia, vômitos, diarréia, NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 linfoadenomegalia, pneumonite, apneia, taquipneia, diátese hemorrágica, rash, catarata, glaucoma, microftalmia). 7. D Questão classica de infecções congênita, presença de calcificações cerebrais. Gravem: Calcificações cerebrais sempre devem nos fazer pensar em duas outras doenças congênitas: toxoplasmose e citomegalovirose. Porém, na toxoplasmose as calcificações são difusas. Já na citomegalovirose, geralmente, são periventriculares. Alterações como hidrocefalia e coriorretinite fazem parte da tríade clássica da toxoplasmose congênita associado a calcificações difusas encefálica 8. D Questão classica de infecções congênita, presença de calcificações cerebrais. Gravem: Calcificações cerebrais sempre devem nos fazer pensar em duas outras doenças congênitas: toxoplasmose e citomegalovirose. Porém, na citomegalovirose as calcificações são periventriculares. Já na toxoplasmose, geralmente, são difusas. 9. B Qual é a palavra chave que surge nesse enunciado? “Periventriculares”. Essa alteração é tipicamente encontrada na infecção congênita pelo CMV (lembre que na toxoplasmose temos calcificações difusas). Comumente também encontramos relatos de RCIU, hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia e lesões oculares (coriorretinite e atrofia óptica). O tratamento é realizado com ganciclovir (6 mg/Kg/dose, 12/12 h, IV, durante seis semanas). 10. E Questão simples e que cai ano sim ano também nas provas de residência médica, Vamos aproveitar para relembrar: A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que resulta da transferência transplacentária do Toxoplasma gondii para o concepto, decorrente de infecção primária da mãe durante a gestação ou por reagudização de infecção prévia em mães imunodeprimidas. As alterações mais encontradas em recém-nascidos com toxoplasmose congênita são: coriorretinite, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, anemia, anormalidades liquóricas, estrabismo, crises convulsivas, erupção cutânea, hidrocefalia, calcificações cerebrais, macro ou microcefalia, restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, distermias e sangramentos. Nas provas, quando encontramos: hidrocefalia, calcificações cerebrais e coriorretinite não podemos ter dúvidas e devemos marcar como diagnóstico a TOXOPLASMOSE CONGÊNITA. A hepatoesplenomegalia, a icterícia e a anemia estão presentes não somente na toxoplasmose congênita como também em outras infecções neonatais. 11. A Vamos analisar as alternativas: A) Correta: Felídeos são os hospedeiros definitivos do Toxoplasma (onde ocorre a reprodução sexuada). O homem é hospedeiro intermediário. B) Incorreta. A tétrade de Sabin (coriorretinite, calcificações intracranianas, hidrocefalia e retardo mental) é característica da toxoplasmose congênita. Vale ressaltar que muitas vezes podemos ver tríade de Sabin(coriorretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia) ao invés da tétrade. C) Incorreta. No CMV congênito as calcificações são preferencialmente periventriculares D) Incorreta. As manifestações clássicas da rubéola congênita são: catarata, cardiopatia e surdez. A surdez ocorre em aproximadamente 60% dos casos. E) Incorreta. A meningite sifilítica está presente de maneira sintomática ou assintomática em 40% dos casos de sífilis congênita com alguma alteração clínica ou laboratorial. A manifestação clínica da sífilis congênita em RNs não tratados ocorre ainda durante o primeiro ano de vida 12. D A "informação de ouro" para acertarmos essa questão é a descrição de calcificações em todo parênquima cerebral. Essa alteração é tipicamente encontrada na infecção congênita pelo toxoplasma gondii (a citomegalovirose congênita as calcificações são periventriculares e não grosseiras). A Tríade clássica de Sabin, formada por coriorretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia, é o quadro clássico da NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 Toxoplasmose congênita. A sífilis congênita pode manifestar-se com coriorretinite, mas não é comum ocasionar calcificações cerebrais. Por fim, a síndrome do zika congênito pode cursar com diversas manifestações como microcefalia, calcificações cerebrais, alterações em nervo óptico e retina, artrogripose, excesso de tônus muscular (limitando os movimentos após o nascimento). A mais clássica é a microcefalia. 13. D Na suspeita de infecção congênita por Zika é necessário: notificar, realizar PCR para Zika no soro e na urina do RN, sorologia para Zika materno e no RN. Exame de imagem do sistema nervoso central (pode ser USG transfontanela ou TC de crânio), e avaliação oftalmológica com fundo de olho. Exames gerais como hemograma e enzimas hepáticas são importantes, pois as doenças congênitas podem cursar com alterações hepáticas ou citopenias. Ademais, é necessário realizar sorologias das demais STORCH (principalmente sífilis, toxoplasmose, CMV e HIV) para afastar diagnósticos diferenciais que podem, inclusive, mudar conduta! Por exemplo, se for microcefalia por CMV está indicado tratamento com ganciclovir ou valganciclovir. Para completar, toda criança com infecção congênita deve realizar BERA pelo risco de surdez neurossensorial e iniciar reabilitação precoce. Apesar de não contemplar fundo de olho e os próprios exames de Zika (sorologia e PCR), dentre as alternativas, a melhor resposta é a letra D 14. A A questão traz um recém-nascido com alterações características da sífilis congênita preococe. A sífilis congênita é o resultado da transmissão hematogênica, por via transplacentária, do Treponema pallidum e possui manifestações não encontradas na sífilis adquirida na fase pós natal. As manifestações clínicas dividem-se em dois grupos: sífilis congênita preococe (surgem nos primeiros dois anos de vida) e sífilis congênita tardia (surgem após os primeiros dois anos de vida e nada mais são do que sequelas do quadro anterior). As manifestações encontradas na forma precoce incluem manifestações inespecíficas, que podem ser encontradas em outras infecções congênitas, mas também incluem alterações bem sugestivas desse diagnóstico. As mais características são a rinite sifilítica (obstrução nasal intensa com secreção serossanguinolenta), pênfigo palmoplantar (lesões vesicobolhosas encontradas na região palmar e plantar), pseudoparalisia de Parrot (imobilidade do membro por dor nos casos de osteocondrite) e lesões de mucosa (condiloma) 15. D Questão bem tranquila. A Pseudoparalisia de Parrot é uma impotência funcional por dor à manipulação de membros, ocasionada por uma osteocondrite, que é algo característico da sífilis congênita precoce, isto é, que se apresenta clinicamente nos primeiros 2 anos da criança. Devemos lembrar da toxoplasmose congênita quando falamos de coriorretinite, calcificações intracranianas difusas e hidrocefalia. O CMV está relacionado às calcificações intracranianas periventriculares e surdez. A síndrome da rubéola congênita se caracteriza por catarata congênita, malformações cardíacas e surdez. O herpes congênito é raro e se manifesta com alterações cutâneas, oculares e micro ou hidrocefalia. 16. A Questão interessante e bem abrangente sobre a toxoplasmose congênita. Segundo o Ministério da Saúde, a notificação, investigação e o diagnóstico oportuno dos casos agudos em gestantes viabilizarão a identificação de surtos, o bloqueio rápido da fonte de transmissão e a tomada de medidas de prevenção e controle em tempo oportuno, além da intervenção terapêutica adequada e consequente redução de complicações, sequelas e óbitos. Já a investigação em RN permitirá a intervenção precoce em casos em que a doença seja confirmada. A comparação dos títulos de IgG obtidos por meio de um mesmo teste laboratorial em duas amostras consecutivas de sangue, colhidas com pelo menos três semanas de intervalo, permite o diagnóstico de infecção NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 aguda materna se forem detectados soroconversão (exame previamente negativo torna-se positivo) ou aumento dos níveis de anticorpos IgG associado à presença de IgM. Em geral, os títulos de testes sorológicos para detecção de IgG no RN são bastante semelhantes aos títulos maternos no momento do parto. Os anticorpos IgG transferidos da mãe durante a gestação são gradativamente degradados pela criança ao longo do primeiro ano de vida. Considerando-se as dificuldades existentes na interpretação dos resultados de testes sorológicos realizados no período neonatal, em muitos RN o diagnóstico de toxoplasmose congênita só pode ser confirmado ou descartado por meio do acompanhamento da evolução dos títulos de IgG ao longo do primeiro ano de vida, pois os anticorpos IgG anti-T. gondii produzidos pela criança persistem ou aumentam nas crianças infectadas. A infecção congênita pode ser excluída com a negativação dos anticorpos IgG antes de 12 meses de idade. A soronegativação deve ser confirmada com novo exame, colhido após dois meses de intervalo (itens I e II corretos). Ainda segundo o MS, no RN, a detecção de anticorpos IgA ou IgM antitoxoplasma tem a mesma interpretação e sensibilidade semelhante. Alguns estudos relatam o aumento da sensibilidade quando as sorologias para IgM e IgA são realizadas em conjunto para identificar a infecção. Por isso, recomenda-se, quando possível, a determinação simultânea de IgM e IgA no RN. A presença destas classes de imunoglobulina no RN menor que seis meses de idade confirma a toxoplasmose congênita, já que elas não ultrapassam a barreira placentária. O caso pode ser excluído definitivamente pela ocorrência de negativação dos títulos de IgG antitoxoplasma antes de 12 meses de idade (item III correto). Todo RN suspeito para toxoplasmose congênita deve ser submetido à investigação completa para o diagnóstico final, incluindo exame clínico e neurológico, exame oftalmológico completo com fundoscopia, exame de imagem cerebral (ecografia ou tomografia computadorizada), exames hematológicos e de função hepática, podendo-se colher LCR também (item IV correto). Caso se confirme a suspeita ou enquanto ainda não se pode descartar a doença, deve-se iniciar o tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico (item V correto) 17. C A questão apresenta um caso fortemente suspeito de TORCH, pois temos um RN a termo que apresentou icterícia no primeiro dia de vida associada a hepatoesplenomegalia, macrocefalia (PC > 37 cm ao nascimento) e crises convulsivas, associado a antecedente de pré-natal inadequado, sem sorologias maternas e com história de doença exantemática durante a gestação. Foi realizada a avaliação complementar e esta foi crucial para o diagnóstico, pois mostrou evidências da tão conhecida tríade de Sabin (coriorretinite+ calcificações periventricular + micro ou hidrocefalia), característica da toxoplasmose congênita. Apesar de não estar confirmada a presença de hidrocefalia, o RN em questão apresentou macrocefalia ao nascimento, o que levanta a suspeita desta patologia. Mesmo que você ainda não esteja convencido que a toxoplasmose seja a infecção congênita mais provável para este caso, vale lembrar que existem duas infecções congênitas que estão muito associadas com a presença de calcificações intracranianas, que são a citomegalovirose e a toxoplasmose congênita. No entanto, enquanto a toxoplasmose cursa calcificações difusas, a citomegalovirose apresenta calcificações periventriculares. Já a sífilis, raramente apresenta corioretinite. Logo, considerando a toxoplasmose o diagnóstico mais adequado, o seu tratamento é composto por pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínicO 18. B Questão clássica de infecções congênita: presença de calcificações cerebrais. Gravem: Calcificações cerebrais sempre devem nos fazer pensar em duas outras doenças congênitas: toxoplasmose e NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 citomegalovirose. Porém, na toxoplasmose as calcificações são difusas. Já na citomegalovirose, geralmente, são periventriculares.