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Profa. Ma. Monica Buratto UNIDADE II História, Memória e Patrimônio As contribuições históricas da humanidade são imprescindíveis para o vínculo turístico cultural, assim como para o próprio desenvolvimento do turismo. O turista vai em busca de conhecimentos, lembranças e percepções de si próprio, combinados com a memória do lugar. Ao desvendar a história local, o turista tende a guardar e memorizar o passado por meio de informações que adquiriu com a sua visitação. A percepção dos tempos é fundamental para que possamos traçar uma linha cronológica que indique como se desenvolveu a produção histórico-cultural e como ela pode servir ao mercado turístico. Ao nos reportar às noções históricas que nos levem a compreender a formação das sociedades primitivas, modernas e contemporâneas, podemos entender os antecedentes das viagens e do turismo. Breve história da humanidade Pré-história: período que vai do surgimento do homem na Terra, há cerca de 3,5 milhões de anos, até o aparecimento da escrita, por volta de 4.000 a.C. Tem como marcos a evolução no emprego da pedra como arma e ferramenta, a criação da linguagem oral, o surgimento da arte, a utilização e o domínio da produção do fogo, a domesticação e criação dos animais, a prática da agricultura e a criação da metalurgia. Antiguidade: começa com a utilização da escrita e termina com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Principais marcos: o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, a adoção do escravismo, a construção de cidades- estados e de sistemas políticos monárquicos, o surgimento da democracia na pólis grega e das religiões monoteístas, o crescimento das artes e o aparecimento das ciências. Principais períodos históricos Idade Média: abrange o período que vai do século V da Era Cristã até a queda de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, em 1453. Principais marcos: a expansão dos reinos bárbaros na Europa, a transformação do escravismo em feudalismo, o surgimento dos impérios feudais, a expansão do cristianismo e do islamismo, o renascimento do comércio e das cidades medievais e o apogeu da civilização maia na América. Idade Moderna: período entre a queda do Império Romano do Oriente e a Revolução Francesa, em 1789. Principais marcos: o fortalecimento dos Estados nacionais monárquicos, a expansão marítima e colonial, o fortalecimento e expansão do capitalismo, o renascimento cultural e científico, a fermentação revolucionária do Iluminismo e a independência norte-americana. Principais períodos históricos Idade Contemporânea: cobre o período do final do século XVIII, a partir da Revolução Francesa, até a atualidade. Principais marcos: o período napoleônico (1799 a 1815), a restauração monárquica e as revoluções liberais (1800 a 1848), a Revolução Industrial e expansão do capitalismo (de 1790 em diante), a disseminação das nacionalidades e das doutrinas sociais (a partir de 1789), o surgimento do imperialismo, a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), as revoluções socialistas, a expansão da democracia, o surgimento do fascismo e do nazismo (1917-1938), a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a Guerra Fria (1948-1990) e a desagregação da União Soviética (1991). Principais períodos históricos A Pré-história pode ser dividida em três períodos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. No período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada o homem vivia em cavernas e era nômade, caçava, pescava e coletava frutos com a ajuda de instrumentos pontiagudos feitos de pedra. O domínio humano sobre a pedra era pequeno, ele apenas a lascava e a utilizava para a caça. O surgimento dos eventos a seguir ocorreu nas datas aproximadas: Fogo: 500.000 anos. Ciências míticas: 27.000 anos. Pinturas: 28.000 – 10.000 anos. Pré-história No Neolítico, o homem passou a construir casas chamadas palafitas, desenvolveu a domesticação de animais e a agricultura, que permitiu a sedentarização. As ferramentas feitas de pedra recebiam polimento. Esse é o período da Pedra Polida. Com a Idade dos Metais, o homem aprendeu a moldar os metais aquecidos no fogo: o cobre, o cobre e o estanho e, finalmente, o ferro. Com o uso dos metais, as armas são aprimoradas, dando condições para a formação dos grandes impérios da Antiguidade. Nesse momento, surge a escrita, (4.000 a.C.), determinando o fim da Pré-história. Civilizações são as sociedades baseadas no regime de servidão coletiva, de Estado absoluto (Egito e Mesopotâmia) e as sociedades escravistas (Grécia e Roma). Surgem as cidades. As primeiras civilizações foram teocráticas, isto é, o sistema de governo se submete à religião. Pré-história As civilizações orientais eram governadas por reis absolutos, muitos com poder justificado de forma divina, como é o caso dos faraós no Egito (teocracia). A economia era movida pela agricultura praticada no modo de produção asiático, em que a população camponesa servia coletivamente ao Estado (servidão coletiva). A sociedade sempre se dividia em: os privilegiados (família do rei, ricos, letrados e sacerdotes), camponeses e outras pessoas livres e os escravos. Egito: praticavam agricultura nas margens do rio Nilo, construíram pirâmides e mumificavam corpos. Destacaram-se na criação do papiro e no sistema de escrita hieroglífico (sagrada) e escrita pictográfica (desenhos). Os egípcios eram politeístas e seus deuses eram antropozoomórficos (tinham a forma metade animal, metade humana). Se desenvolveram na escrita, na medicina, na matemática (conheciam diversas operações matemáticas), na geometria, na escultura e na pintura. A antiguidade oriental (até 476 d.C.) Fenícios: foram grandes navegadores e fundaram diversas colônias ao redor do Mar Mediterrâneo, como Cartago. Se desenvolveram no comércio marítimo. Fundaram cidades- estados como Biblos, Sidon e Tiro. Criaram o alfabeto de 22 letras (sem as vogais) e eram ótimos astrônomos, traçaram desenhos com as estrelas do céu, criando os símbolos do zodíaco. Se fixaram onde hoje é o atual Líbano. A antiguidade oriental Mesopotâmia: vários povos e impérios se fixaram na Mesopotâmia, nas margens dos rios Tigre e Eufrates. Realizaram o Código de Hamurabi, o primeiro código de leis escritas. Desenvolveram a escrita cuneiforme, feita de sinais talhados em tábuas de madeira e se destacam pelo desenvolvimento da astronomia e por serem os primeiros a dividirem o círculo em 360 partes (graus) e o dia em 12 horas e 120 minutos. Seus governos eram Teocráticos. A Mesopotâmia é o atual Iraque. Hebreus: chegaram à Palestina guiados pelos patriarcas. Fugiram dali por causa da fome e se reinstalaram no Egito, onde foram escravizados. Saíram do Egito e reconquistaram a região da Palestina liderados por Moisés e Josué. Construíram monarquias: Saul, Davi e Salomão. Sua religião foi a única religião monoteísta (um único Deus) do mundo antigo. O povo hebreu tem toda sua trajetória registrada na Bíblia (no Antigo Testamento), que conta a história da formação do povo. Os hebreus viveram na região onde hoje é Israel. A antiguidade oriental Persas: adotaram um eficiente sistema de comunicação e administração. O império era dividido em Satrápias (Estados), construíram estradas para agilizar o sistema de correio. A economia se tornou eficiente com a cunhagem (produção) de moedas, chamadas de dárico. Eram povos comerciantes. Esse sistema de administração extremamente eficiente foi o marco dos principais reis Dário I e Ciro I outro grande rei, libertou os hebreus quando foram escravizados na Mesopotâmia. A religião persa era denominada Mazdeísmo, a luta entre o bem e o mal pregada por Zoroastro. Os persas viveram na região onde hoje é o atual Irã. Persas Indianos e chineses Os indianos se fixaram nas margens dos rios Indo e Ganges. A sociedade indiana é extremamente imóvel, não é permitidaa mobilidade social entre as classes sociais em decorrência da religião bramanista. Filhos de pais de classes diferentes são considerados párias e são excluídos da sociedade. Destacam-se por terem criado os algarismos e elaborado a matemática. Desenvolveram a religião hindu. Os chineses se fixaram nas margens dos rios Yang-Tsé e Hoang-Ho. Destacaram-se por terem feito a pólvora, a porcelana, a imprensa, os fogos de artifícios e a bússola. Plantavam amoreiras para o cultivo do bicho da seda, cujos casulos são usados para extrair os fios de seda. Indianos e chineses Grécia: região habitada por vários povos: os áqueos, os eólios, os jônios e os dórios, que fundaram os genos, que eram cidades de propriedade coletiva. Posteriormente formaram pólis que se desenvolveram em cidades-estados (Atenas e Esparta) independentes umas das outras. As pólis se uniram na Confederação de Delos para combater o inimigo que tentava entrar na região. Porém, Atenas e Esparta brigaram pela hegemonia da Confederação, ocorrendo a Guerra do Peloponeso. Filipe II, rei Macedônico, invadiu a Grécia e seu filho Alexandre, o Grande construiu o império bastante próspero: Império Helenístico. Os gregos criaram a democracia, a filosofia, o teatro, os jogos olímpicos e desenvolveram uma arquitetura e escultura peculiares. Acreditavam nos mitos. Nas artes eram bastante racionalistas e seus templos eram horizontais. Antiguidade clássica Roma: originou-se de um centro de defesa latino contra os ataques etruscos. No início Roma foi governada por reis, sendo que Rômulo (da lenda Rômulo e Remo) foi o primeiro deles. A sociedade era dividida em: patrícios (aristocracia, possuidora de terras), plebeus (homens livres) e escravos (prisioneiros de guerra). Formaram a República, período em que começam as conquistas romanas no mar Mediterrâneo (Mare Nostrum). A República foi substituída pelo Império, sendo que Otávio Augusto foi o primeiro imperador. Os imperadores viviam uma vida de luxo enquanto a população plebeia e de escravos aumentava. A inflação, o déficit, a falta de mão de obra e o cristianismo em crescimento abalam as estruturas do império, que entrou em decadência. Jesus Cristo nasceu na época de Augusto e foi crucificado na época de Tibério. Antiguidade clássica Povos da antiguidade, considerados ótimos comerciantes terrestres e marítimos, respectivamente: a) Persas e mesopotâmicos. b) Persas e fenícios. c) Fenícios e egípcios. d) Gregos e persas. e) Gregos e romanos. Interatividade Povos da antiguidade, considerados ótimos comerciantes terrestres e marítimos, respectivamente: a) Persas e mesopotâmicos. b) Persas e fenícios. c) Fenícios e egípcios. d) Gregos e persas. e) Gregos e romanos. Resposta O feudalismo foi um sistema de produção ocorrido na Europa ocidental por volta dos séculos V ao XV, caracterizado pela produção agrícola e cujas relações sociais eram predominantemente relações servis, as chamadas relações servis de produção ou de prestações de serviços compulsórios do servo ao seu senhor. As origens do feudalismo remontam do declínio do Império Romano, quando os romanos passaram a migrar das cidades para o campo (êxodo urbano) devido aos ataques dos povos germânicos, chamados bárbaros pelos romanos, a fim de se protegerem. Antes iremos tratar de eventos importantes nesse período: Era medieval Império Bizantino Localizado na Turquia, sede de Constantinopla, a capital atual é Istambul. A partir de 395 d.C. Constantinopla se tornou a capital do Império Romano do Oriente, enquanto Roma se tornou capital do Império Romano do Ocidente. O principal governante de Bizâncio foi Justiniano, governo teocrático, absolutista e cristão, religião católica iconoclasta (combatiam imagens) e monofisista, crença que afirmava que Jesus Cristo tinha apenas uma natureza divina e não humana. Um fato importante é o Cisma do Oriente, conflito com a Igreja de Roma em 1054, que originou a Igreja Ortodoxa. Justiniano governava na forma do cesaropapismo, ou seja, a intervenção do imperador na religião. Formação da arte bizantina, caracterizada pelo luxo oriental e sobriedade romana. Era medieval A Arábia era dividida em crenças politeístas e tribos, assim como pessoas que moravam nas cidades e povos do deserto, os beduínos. A divisão religiosa abrangia os xiitas e sunitas. Maomé, beduíno do deserto, recebeu uma mensagem do anjo Gabriel dizendo que havia um único deus, denominado Alah, e que Maomé seria o único profeta dessa crença, por ter recebido esse dom. Ele pregou os princípios recebidos do Islam (submissão ou rendição a Alah) durante 40 anos. Entretanto, os opositores de Maomé, mercadores de Meca, perseguiram o profeta. A Hégira (622 d.C.) marcou a fuga de Maomé de Meca para Medina ou Yatreb. Islamismo Maomé retornou a Meca, destruiu os ídolos da Kaaba (pedra negra, provável meteorito que era guardado pelos xiitas) e pregou a união das tribos através do monoteísmo islâmico. Com o tempo, os preceitos foram aceitos, mas continuaram as diferenças entre xiitas e sunitas. O livro sagrado é o Corão. A divisão do Império ocorre entre Bagdá (na Mesopotâmia, Iraque); califado do Cairo, no Egito; califado de Córdoba, na Espanha. O califado de Córdoba durou 800 anos e influenciou as culturas espanhola e portuguesa. Islamismo Chamados assim pelos romanos, invadiram a Europa por volta do século III, provenientes da Ásia (hunos-tártaro mongóis) e indo-europeus como os germanos, os francos, os celtas, os saxões, os vândalos, os suevos, os lombardos, os visigodos etc. A cultura bárbara era composta por aldeões, que se dedicavam ao pastoreio, agricultura e tinham uma família monogâmica. As consequências das invasões foram destruição das instituições romanas, fragmentação do Império Romano, fundação de reinos cristãos, com a conversão dos bárbaros, surgimento do feudalismo e das línguas latinas e interesse pela liberdade. Os primeiros reis bárbaros foram os francos, que governaram a Gália, França. Reis: Odoacro, Clóvis, Dagoberto, Carlos Martel, Pepino, o breve (reis indolentes) e Carlos Magno, rei com poder divino. Era medieval – Povos bárbaros Os servos, homens livres, estavam presos à terra e ao seu senhor e deveriam pagar tributos pelo uso da terra, que era do senhor, as chamadas talha, corveia, mão-morta, capitação e banalidades etc. Os senhores eram donos da terra, provavelmente, ex-patrícios romanos, cuidavam dos cavaleiros para protegerem o feudo dos bárbaros. As relações entre senhores feudais eram chamadas de suserania e vassalagem, um ajuda o outro. As características são êxodo urbano, agricultura, baixa produção, sem grandes inovações técnicas e servidão. O sistema feudal foi um sistema desigual e ilusório, em que as pessoas eram manipuladas pela Igreja Católica a perpetuarem seus costumes e valores nessa condição. Feudalismo O feudo, isto é, grandes extensões de terra ou latifúndios, pertencia a um único dono, o senhor feudal, originando um sistema de exploração consentida pelo servo (o trabalhador da terra), já que o dono, o seu senhor, cobrava tributos pelo uso de suas terras. O servo não era escravo, era um homem livre, porém estava preso à terra, já que dependia da sua própria produção para sobreviver e, além disso, deveria produzir para o senhor feudal como forma de pagar pelo usufruto do lugar. O feudo era autossuficiente, ou seja, produzia tudo para a subsistência dos habitantes do lugar e incluía espaços para a produção de pães, serralheria, olaria, produção artesanal, prados e pasto além das áreas produtivas comuns (usufruto do servo) e particulares (a produção era exclusiva para o senhor) áreas de convivência. Feudalismo Baixa Idade Média Ocorre o fim das invasões bárbaras, aumento da produção, fortalecimento da Igreja Católica. As pessoas começam a voltar para as cidades e fazer um pequenocomércio artesanal para atender a pequena demanda. Assim, o comércio se desenvolve, surgem as corporações de ofício, feiras medievais. Aparece a figura do mercador/burguês, ou seja, aquele que morava nas cidades em volta dos burgos (propriedade senhorial) e que tinha sido emancipado da tutela feudal. As cidades eram amuralhadas. A Igreja desempenha um papel hegemônico. As características são hierarquia, clero regular e secular, ordens mendicantes (beneditinos, dominicanos, franciscanos), ocorrem excomunhão, são os fundadores das universidades medievais. Com as cruzadas, há o fortalecimento do poder real. Era medieval O monge alemão Martinho Lutero se opôs às ideias da Igreja Católica Romana e fundou a Igreja Protestante, formando os primeiros presbiterianos, batistas, metodistas e luteranos. Lutero é excomungado, foge e fica escondido no castelo de um nobre alemão que lhe dá apoio, pois os nobres estavam descontentes com o poder político e interferência da igreja. Com o desenvolvimento do Humanismo na Alemanha e o surgimento da impressão, de Gutemberg, o povo alemão foi alfabetizado com a Bíblia traduzida para o alemão. A Igreja Protestante na Inglaterra foi chamada de Anglicana (fundada por Henrique VIII) e a Igreja Protestante, na Suíça, fundada por Calvino, foi chamada de Calvinista. A Contrarreforma foi a reação da Igreja Católica contra os protestantes, fez surgir o Barroco como estratégia católica e os jesuítas, que vieram para a América catequizar os índios. Era moderna – Reforma protestante Características: poder absoluto do rei, fortalecimento das monarquias nacionais, aliança rei-burguesia, maior poder ao rei e não ao papa, justiça real, criação de companhias de comércio e máquina burocrática, criação do exército real e nacional. O burguês desenvolvia o comércio, pagava impostos ao rei e, em contrapartida, o rei desenvolvia recursos para as navegações. Início das grandes navegações marítimas europeias em busca de produtos, principalmente especiarias do Oriente, que estavam nas mãos dos árabes muçulmanos e que controlavam as rotas de produtos orientais para serem vendidos na Europa. Descoberta da América por Cristóvão Colombo. Início da colonização europeia na América, comandada pelo rei. Absolutismo Surgimento do Humanismo, Naturalismo, desenvolvimento da ciência e da literatura. Os principais personagens do período são Erasmo de Rotterdam, Thomas Morus, Francis Bacon e Shakespeare (sustentado por Elizabeth I, criadora do teatro elisabetano), Miguel de Cervantes e Maquiavel. As características presentes são o desenvolvimento da arte renascentista, que fugia dos padrões medievais (Leonardo da Vinci e Michelangelo), surgimento das ciências modernas, com Galileu Galilei (que escapou da fogueira da Inquisição, ao contrário de seu professor, Giordano Bruno, que foi queimando), com Nicolau Copérnico e com Johannes Kepler. A Europa dispõe de muitos atrativos culturais relacionados à arte renascentista. Renascimento Iluminismo: corrente de pensamento de um grupo de burgueses franceses que criticava o rei pelo seu poder absoluto e pelo mercantilismo, que limitava o poder da burguesia nas decisões comerciais. Tinha como características a ideologia capitalista e a burguesia em ascensão, o surgimento dos enciclopedistas (Diderot e D’Alembert) etc. Alguns reis e nobres, para governar, pediam sugestões dos Iluministas. Eram chamados de déspotas esclarecidos: Catarina da Rússia, Marquês de Pombal etc. Liberalismo econômico: eram antiabsolutistas. Os indivíduos deveriam cuidar de seus interesses individuais e o Estado não deveria interferir. Os teóricos liberais são Adam Smith, David Ricardo e Quesnay. Idade moderna Na Inglaterra ocorre o surgimento das primeiras fábricas têxteis no século XVII e os movimentos operários como o ludismo, o cartismo e as trade unions (sindicatos), devido à exploração da mão de obra inglesa. A burguesia manufatureira inglesa foi responsável pela revolução que protagonizou, talvez, um dos maiores impactos sofridos nas estruturas econômicas, culturais, sociais e políticas da época, com a mudança para o sistema produtivo mecanizado, a Revolução Industrial e suas características, que proporcionaram o surgimento do Capitalismo como o conhecemos hoje. Era moderna – Revolução Industrial Movimento burguês na França, contra os reis Bourbons, que atrasavam a economia francesa, pois eram reis perdulários. A revolução durou dez anos e foi dividida em três fases: 1ª fase – Assembleia (1789-1792): queda da Bastilha, abolição dos direitos feudais, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, constituição republicana, constituição civil do clero, o rei é preso, mas foge. 2ª fase – Convenção (1792-1795): abolição da monarquia, girondinos (alta burguesia) no poder, ameaça externa, decapitação do rei Luiz XVI e sua família. Jacobinos (radicais) tomam o poder e impõem uma ditadura jacobina que provocou o “terror”. Os líderes são Robespierre, Danton, Marat, Saint-Just; todos executados. Era moderna – Revolução Francesa 3ª fase – Diretório (1795-1799): girondinos voltam ao poder. Napoleão Bonaparte, jovem general que lutou contra os inimigos da França, dá um golpe e toma o poder. Essa fase foi chamada de “18 de Brumário”. Era Napoleônica (1799-1815): a era napoleônica se divide nas seguintes partes: Consulado: Napoleão Bonaparte se torna o primeiro cônsul francês. São características do Consulado o aumento das finanças francesas, criação do Banco da França e do Código Napoleônico. Era moderna – Era napoleônica Império: Napoleão se torna imperador e anula todas as liberdades individuais. Instaura o Bloqueio Continental na tentativa de impedir que a Inglaterra se desenvolvesse comercialmente. Napoleão impôs vários protetorados na Europa, vitória francesa na Guerra Franco-prussiana. Portugal e Rússia fogem do Bloqueio Continental. Napoleão manda invadir Portugal e o rei Dom João VI foge para o Brasil (este é um fator que influenciará a independência do Brasil). Napoleão invade a Rússia, mas perde e volta para Paris, onde é preso e mandado para a ilha de Elba. Na época da Restauração, Napoleão foge e prepara uma guerra contra a Inglaterra. Perde na Batalha de Trafalgar e das Nações em Leipzig. Napoleão é mandado para ilha de Santa Helena, onde morre. Era moderna – Era napoleônica A Revolução Francesa foi um dos movimentos sociais e políticos mais importantes da Europa e teve influência em várias regiões do mundo, como, por exemplo, no Brasil, através da Conjura Mineira e Conjura Baiana. Nela a burguesia francesa destituiu o rei e tomou o poder, inaugurando uma nova fase política, econômica e social para a França. Amparados pelas ideias iluministas de “igualdade, liberdade e fraternidade” a burguesia francesa assumiu o poder se preparando em direção ao capitalismo industrial em seu país. A Revolução Industrial teve enorme impacto sobre as estruturas econômicas e sociais da época e teve grande repercussão em todo o mundo, pois mudou o sistema produtivo da época. A substituição da energia humana pela máquina teve grande significado e ressonância na vida humana. Assinale a alternativa correta sobre os eventos e fatos ocorridos na Era Moderna: a) Martinho Lutero, que se opôs às doutrinas da Igreja Católica, foi influenciado pelas ideias renascentistas. b) Napoleão Bonaparte impôs vários protetorados na Europa, submetendo a Rússia e a Inglaterra. c) A Revolução Industrial teve enorme impacto sobre as estruturas econômicas e sociais da época em que ocorreu, revolucionando a maneira de se produzir. d) As origens do feudalismo remontam ao declínio do Império Bizantino. e) A Revolução Francesa influenciou, inclusive, a Independência do Brasil. Interatividade Assinale a alternativa correta sobre os eventos e fatos ocorridos na Era Moderna: a) Martinho Lutero,que se opôs às doutrinas da Igreja Católica, foi influenciado pelas ideias renascentistas. b) Napoleão Bonaparte impôs vários protetorados na Europa, submetendo a Rússia e a Inglaterra. c) A Revolução Industrial teve enorme impacto sobre as estruturas econômicas e sociais da época em que ocorreu, revolucionando a maneira de se produzir. d) As origens do feudalismo remontam ao declínio do Império Bizantino. e) A Revolução Francesa influenciou, inclusive, a Independência do Brasil. Resposta No século XIX desenvolvem-se diversos acontecimentos históricos: É o período do liberalismo, imperialismo e socialismo. A geografia da Europa muda, a aristocracia enfraquece, o capitalismo liberal triunfa na Inglaterra, que expande a Revolução Industrial para outros países (2ª Revolução Industrial). Início das atividades turísticas com a burguesia europeia, a ida aos banhos e à praia. A Revolução Industrial prova os conflitos de classes, começa a marcha do socialismo de Marx e Engels. Ocorre a Comuna de Paris, um foco socialista na França, comandado pelo primo de Napoleão, Luís Bonaparte, que toma Paris durante dois meses (influenciado pelos socialistas Louis Blanc, Proudhon e Blanqui), mas fracassa. Surge o anarquismo. Era contemporânea Desenvolvimento do imperialismo americano após a sua maior guerra, ocorrida entre as colônias do Sul (escravistas) e as do Norte (abolicionistas e capitalistas), a chamada Guerra de Secessão Americana ou Guerra Civil, com a vitória das colônias do Norte em 1865. Nesse período ocorre a independência das colônias latino-americanas. No século XIX eclode o Neocolonialismo ou Imperialismo, que é a partilha da África e Ásia pelos europeus a fim de conseguirem mão de obra barata, matérias-primas e mercado consumidor para suas fábricas. Inglaterra e França têm os maiores territórios. No Japão, a indústria se desenvolve. Os acontecimentos do século XIX irão desembocar nos eventos históricos do século XX enumerados a seguir. Era contemporânea Teve origem na política expansionista e imperialista, no sistema de alianças, nos atritos coloniais e na crise balcânica. Foi um conflito da burguesia europeia que acabou envolvendo outros países como, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália, países de língua inglesa que auxiliaram a Inglaterra. O estopim foi o assassinato do arquiduque da Áustria-Hungria, Francisco Ferdinando, por um sérvio. Formaram-se alianças de interesses, como a Tríplice Aliança, composta por Império Austro-Húngaro, Alemanha e Itália, e a Tríplice Entente, com a Inglaterra, Rússia e França. Primeira Guerra Mundial (1914-1917) Teve como características ser uma guerra de trincheiras, com submarinos, aviões de guerra. Ocorreu o avanço alemão e a rendição das forças ententes. A Rússia saiu da Guerra em 1917. O presidente Wilson, dos EUA, lança os 14 Pontos de Wilson , um tratado de rendição. Não é aceito. Em 1919, o Tratado de Versalhes impõe condições penosas e humilhantes à Alemanha, teve como consequência a queda dos impérios e governantes, 42 milhões de soldados mortos e crises sociais em praticamente toda a Europa. Primeira Guerra Mundial (1914-1917) A Rússia estava atrasada em relação à industrialização e na era da Dinastia Romanov, 87% da população era pobre e morava no campo. Em 1901 foi criado o Partido Socialista Revolucionário. Um evento histórico foi o Domingo Sangrento, em São Petersburgo, o czar manda a guarda imperial executar os manifestantes contrários ao regime imperial. Lênin funda o Partido Bolchevique. Em 1917, cai o czar e a família real é executada. Cria-se o Conselho dos Comissários do Povo, comandado por Lênin. É formado o Exército Vermelho. A Nova Política Econômica (NEP) é implantada. Em 1924, Lênin morre e Stálin assume o poder. Revolução Russa O desenvolvimento capitalista vertiginoso dos EUA provoca a primeira grande crise do capitalismo: a Crise da Bolsa de New York, em 1929. Após socorrer a Europa, que estava arrasada pela Primeira Guerra, os americanos não tinham para quem vender seus produtos que ficaram estocados, provocando a Grande Depressão. O presidente Roosevelt lançou o New Deal, plano para aquecer a economia americana, que foi recuperada em 10 anos. Os cafeicultores brasileiros também quebraram, pois não tinham para quem vender o seu produto, assim, a cafeicultura sofre uma queda. Getúlio Vargas sobe ao poder no Brasil (1930). Período entre guerras e o novo capitalismo Na Alemanha e na Itália houve a ascensão do nazifascismo, que tem como características o militarismo, o anticomunismo, racismo, patriotismo, nacionalismo etc. Hitler é escolhido chanceler na Alemanha e prepara a revanche contra Inglaterra e França (Segunda Guerra Mundial) e Mussolini é eleito ao poder em 1924. Matteotti é assassinado pelos fascistas e Gramsci é preso. Na Espanha, eclode a Guerra Civil (1939-1975) e a consequente ditadura de Franco, que apoiava os fascistas. Período entre guerras Em 1937 ocorreu a formação do eixo Berlim-Roma, invasão da Tchecoslováquia e anexação da Áustria à Alemanha (Anschluss). Em 1939, Hitler invade a Polônia, em 1940, a Dinamarca e a França, que se parte em duas: a França ocupada, da resistência (De Gaulle), e a França livre, que colabora com os nazistas (general Pétain). A Inglaterra é bombardeada pela Luftwaffe (força área alemã). Italianos invadem o Egito, contraofensiva inglesa e formação dos África Korps pelos alemães. Em 1941, Roosevelt e Churchill assinam a Carta do Atlântico. Ocorre o ataque japonês a Pearl Harbor e a entrada dos EUA na Guerra. Apesar do tratado de não agressão, Hitler invade a URSS. Segunda Guerra Mundial Em 1943, os russos vencem a Batalha de Stalingrado, também ocorre a contraofensiva inglesa e norte-americana na África. Em 1944, aliados recuperam Roma. No dia D (6 de junho de 1944), tropas aliadas desembarcam na Normandia e na Provença. Em 1945, os russos entram e destroem Berlim, os aliados entram em Berlim semanas depois. Hitler se suicida, Mussolini é preso e executado pelos partigiani, grupo de resistência antifascista. Com a insistência japonesa no Pacífico, os americanos jogam duas bombas atômicas: uma em Hiroshima e outra em Nagasaki. No Brasil, a ditadura de Getúlio Vargas cai. Segunda Guerra Mundial A Alemanha é dividida em duas influências: URSS e EUA. A República Democrática Alemã (RDA), capital Berlim, ficou sob o domínio soviético; e a República Federal da Alemanha (RFA), capital Bonn, ficou sob influência dos americanos. Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a 2ª Guerra (URSS, EUA, França e Inglaterra), porém, em 1961, foi construído o Muro de Berlim, dividindo a cidade sob influência capitalista (EUA) e socialista (URSS). Evidentemente, cada lado ficaria sob o jugo desses dois países. Os países alinhados aos soviéticos se transformaram em países socialistas. Cortina de Ferro: Polônia, Tchecoslováquia, Romênia, Hungria e Bulgária, e outros. Inglaterra, França, Espanha, Holanda, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia, os países latino-americanos, com exceção de Cuba, ficaram alinhados aos EUA. Muro de Berlim Após a Segunda Guerra, os EUA e a URSS passaram a disputar a hegemonia política, militar e econômica do mundo, pois isso seria conveniente para a conquista de novos mercados. Os soviéticos, com sua economia planificada, necessitavam de mercados fornecedores de matérias-primas para suas indústrias, assim como os americanos que estavam em plena expansão capitalista. Esse período, chamado de Guerra Fria, foi de grande disputa ideológica, que também representava uma concorrência por mercados. Ela não foi uma guerra declarada, foi uma guerra ideológica e de influência. A ONU, nascida em 1945, que substituiu a Liga das Nações, finalizada em 1942, teve inúmeros problemas em preservar a paz mundial sobre esse quadromundial polarizado. Guerra Fria 1945 – Organização da ONU. 1947 – Plano Marshall, independência da Índia. 1948 – Brasil rompe relações com URSS – início da Guerra Fria. 1949 – Revolução Chinesa. 1950-1953 – Guerra da Coreia. 1957 – Corrida espacial entre EUA e URSS. 1959 – Revolução Cubana. 1961-1975 – Guerra do Vietnã. 1989 – cai o Muro de Berlim e as duas Alemanha são reunificadas. 1990 – Gorbachev acelera o fim do socialismo na URSS. Cronologia de eventos da Guerra Fria Principais atrativos relacionados aos eventos históricos de cada período. Oferta turística relacionada à Pré-história: pinturas rupestres nas grutas de Altamira (Espanha), em Niaux, Font-de-Gaume e Lascaux (França), Tassili n’Ajjer (Saara), Vênus de Savinhano e Vênus de Willendorf (Áustria), Dolmens em Stonehenge, Inglaterra. Oferta turística relacionada ao Egito: templo da Rainha Hatshepsut em Deir el-Bahari, Sarcófago de Tutancâmon (Museu do Cairo), Templo de Abu-Simbel na Baixa Núbia, Pirâmide de Djoser (de degraus) em Sacará, Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, o Escriba Sentado (estatueta no Museu do Louvre), Templo de Amon em Luxor. Produção cultural e artística da humanidade Oferta turística relacionada aos gregos: cidades gregas e do mundo grego, como Atenas e Creta. As esculturas importantes são Discóbolo, Zeus de Artemísio, Kouros. Na arquitetura, temos Paternon de Atenas, Vaso de Clítias e Ânfora de Exéquias. Oferta turística relacionada aos romanos: Teatro de Epidauro, Teatro de Marcelus, templos, basílicas em Roma, Termas de Caracala, Circo Máximo. Anfiteatros, como o Coliseu de Roma, Arco de Tito, Fórum Romano, Coluna Triunfal de Trajano. E pinturas como mosaicos e afrescos, em Pompeia e Herculano. Produção cultural e artística da humanidade Oferta turística relacionada à arte bizantina: mosaico do imperador Justiniano, em Ravena, na Itália, Basílica de Santa Sofia em Istambul. Oferta turística relacionada à Idade Média: igrejas românicas como a Basílica de Saint-Sernin (Toulouse), Catedral de Pisa, afrescos como Cristo em Majestade (Catalunha), Abadia de Saint-Denis, Catedral de Chartres, Notre-Dame de Paris, Catedral de Sainte-Chapelle. Manuscritos-iluminuras, como a ilustração da Bíblia de Toledo, pintura: Giotto, Jan van Eyck. Produção cultural e artística da humanidade Fonte: Catedral de Chartres. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/ Cath%C3%A9drale_Notre-Dame_de_Chartres#/media/File:Chartres_cathedral.jpg Oferta turística relacionada à Renascença: catedrais, pintura e escultura, principalmente nas cidades italianas. Pintores renascentistas: Leonardo da Vinci, Michelangelo etc. Oferta turística relacionada aos povos pré-colombianos: Olmecas – 1.100 a.C. a 200 d.C. (México): esculturas rústicas feitas inclusive com jade. Maias – 1.000 a.C. a 250 d.C. (Península de Iucatã): arquitetura trapezoidal encontrada no sul do México, Guatemala e Honduras, palácios e pirâmides, esculturas sob a forma de monólitos isolados e cerâmicas. Astecas (México): fundadores da cidade de Tenochtitlán, templos piramidais. Mochica – 200 e 800 (Peru): ourivesaria e cerâmica. Produção cultural e artística da humanidade Tiahuanaco – 1000 (Bolívia): arquitetura maciça. Chimu – 1300 e 1438 (Bolívia): cerâmica, ourivesaria, vasos zoomórficos e antropomórficos, ídolos e máscaras cerimoniais. Inca – 1400 e 1532 (Peru): arquitetura trapezoidal encontrada em Cuzco e Machu Picchu. Produção cultural e artística da humanidade Oferta turística relacionada ao Barroco: pintores Caravaggio (italiano), Velázquez (espanhol), Rembrandt (holandês), Palácio Nacional de Mafra (Portugal), Igreja de Santiago de Compostela (Espanha). Cidades mineiras no Brasil, como Ouro Preto, Mariana, Diamantina, entre outras, Nossa Senhora de Guadalupe (México). Oferta turística relacionada ao Rococó: Petit Trianon e Palácio de Versalhes, em Versalhes, na França. Oferta turística relacionada ao Neoclassicismo: Jacques Louis David (Bonaparte atravessando os Alpes) e Jean-Auguste Ingres (Banhista de Valpiçon). Vários edifícios na Europa e Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Produção cultural e artística da humanidade Oferta turística relacionada à arte romântica: aproxima-se do barroco. Francisco Goya (temas históricos – Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808), Eugène Delacroix (documentava hábitos – Liberdade guiando o povo), Joseph Turner (pintura paisagística – Grande canal de Veneza), John Constable (natureza, paisagens do lugar onde nasceu – Carroça de feno). Oferta turística relacionada à arte hindu: o templo Jaini, de Jaya Sthamba, em Ranakpur, Palácio de Akshardham, Palácio de Taj Mahal. Produção cultural e artística da humanidade Podemos definir a Guerra Fria: a) Como um sistema de alianças entre os países vencedores da Segunda Guerra Mundial. b) Uma guerra sangrenta envolvendo EUA e URSS, na qual morreram muitas pessoas. c) Uma disputa ideológica entre os países europeus e soviéticos. d) Uma guerra como consequência da construção do Muro de Berlim, na Alemanha. e) Uma disputa ideológica por mercados e territórios, envolvendo EUA e URSS. Interatividade Podemos definir a Guerra Fria: a) Como um sistema de alianças entre os países vencedores da Segunda Guerra Mundial. b) Uma guerra sangrenta envolvendo EUA e URSS, na qual morreram muitas pessoas. c) Uma disputa ideológica entre os países europeus e soviéticos. d) Uma guerra como consequência da construção do Muro de Berlim, na Alemanha. e) Uma disputa ideológica por mercados e territórios, envolvendo EUA e URSS. Resposta As discussões sobre da temática do turismo suscitam algumas definições que tendem a mesclar-se com outros conceitos, como os de deslocamento e viagem. É fato que os deslocamentos são bastante antigos e iniciaram-se com o surgimento das hordas humanas que estavam em busca de locais que fornecessem água e alimentos, além de matérias- primas para a confecção de artefatos que pudessem auxiliar na sua sobrevivência. Com o tempo, as trocas comerciais, as circulações de objetos e as guerras contribuíram para que os deslocamentos humanos se tornassem mais frequentes. As viagens também se desenvolveram com bastante intensidade, seja por motivos culturais, sociais, econômicos ou políticos. História do turismo Com a ocupação dos espaços e o surgimento das cidades, as trocas culturais ocorreram de forma acentuada, uma vez que muitas das cidades da Antiguidade negociavam seus excedentes econômicos. Além disso, as cidades paulatinamente se tornaram centros irradiadores de cultura, proporcionando encontros entre os habitantes locais e de outros lugares, como é o caso de Alexandria (Biblioteca de Alexandria), no norte do Egito, considerada como um dos maiores centros de conhecimento da Antiguidade e bastante visitada por diferentes povos que habitavam o entorno. As viagens educativas eram muito comuns nessa época. História do turismo As mudanças ocorridas no mundo antigo, que envolviam mobilidade, eram marcadas por disputas locais, falta de incentivo econômico, escravidão, ausência de terras férteis e condições de existência, por perseguições religiosas, curiosidade intelectual, entre outros. Grandes deslocamentos ou êxodos ocorreram na região do Oriente Médio, como é o caso dos hebreus, que retiraram-se da Palestina em busca de melhores condições de vida e se estabeleceram no Egito, mas foram escravizados e perseguidos. Ao retornarem à Palestina, vagaram 70 anos pelo deserto. Apesar de perigosas, as viagens ocorriam timidamente na Idade Média, pois era necessário o contato entre suseranos e vassalos neste período. Ao finalizar a invasão dos povos bárbaros, as viagens foram estimuladas pelas trocas comerciais entre a Europa e o Oriente. História do turismo Com a formação das monarquias nacionais, fortalecimentoe enriquecimento da burguesia, o mercantilismo, a expansão marítima, o renascimento científico e cultural, os descobrimentos de novos territórios, ocorreram transformações profundas na Europa a partir do século XVII, o que mudou o panorama das viagens e dos deslocamentos: objetos e seres humanos circulavam intensamente entre o Mar Mediterrâneo e os Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Nos séculos XV, XVI e XVII, o mundo assistiu ao desenvolvimento das grandes navegações ocorridas a partir do continente europeu com a finalidade de descobrir novos territórios que fornecessem matérias-primas e trocas comerciais para abastecer as cidades europeias e como efeito da política mercantilista. Com isso, ocorreram grandes deslocamentos como resultado das descobertas no Novo Mundo. História do turismo Mas foi com a Revolução Industrial que aconteceram grandes impactos nas estruturas econômicas e sociais da época, trazendo grande repercussão em todo o mundo, pois modificou o sistema produtivo da época. A substituição da energia humana pelo maquinário teve grande significado e ressonância na vida humana. As mudanças ocorridas com a Revolução Industrial, na Inglaterra, rapidamente se propagaram pelo mundo, pois o empreendimento capitalista minava a ordem social dos outros povos que, em sua maioria, se tornaram dependentes das empresas capitalistas europeias. Com base nessa perspectiva, podemos compreender as configurações que abrangem o fenômeno turístico como conhecemos hoje. História do turismo Para que o turismo ocorra é necessário que haja condições estruturais que promovam a incrementação da viagem, isto é, o espaço visitado, a modalidade da viagem, os meios de locomoção, a infraestrutura etc. Como consequência do desenvolvimento capitalista na Europa, a viagem adquiriu uma nova formatação, uma operação complexa muito diferente dos deslocamentos e viagens da Antiguidade, da Era Medieval e do mundo moderno. Desde o crescimento industrial, as relações sociais se transformaram, pois a sociedade passou a depender da forma pela qual os indivíduos organizavam a produção social dos bens de produção. História do turismo O fenômeno industrial não foi apenas uma revolução tecnológica que correspondeu à passagem da energia humana para a energia motriz, mas uma autêntica revolução em todos os sentidos da vida social, cultural e de mentalidades. A economia industrial protagonizou mudanças nos homens, nas mercadorias e nos serviços, que desencadearam outras mudanças que iriam culminar nas transformações do século XIX: o processo de produção se modificou do artesanato para o sistema manufaturado e máquino-faturado: o trabalhador era agente da produção, fazia seu trabalho por intermédio da máquina, mas não controlava a confecção do produto até seu final, responsabilizando-se apenas por uma parte do produto realizado. História do turismo Nesse período, a classe operária vivia em péssimas condições, era destituída dos meios de produção e submetida a longas jornadas de trabalho (até 16 horas por dia), recebia salários baixos, não havia programas médicos e sociais, entre outros problemas. Por outro lado, os donos dos meios de produção, os burgueses, tinham um tempo livre, já que recebiam grandes somas de dinheiro a partir da exploração do trabalhador. O século XIX é marcado pela luta do trabalhador em busca de melhores condições de sobrevivência. Com o aparecimento do proletariado, surgiram novas ideias que apresentaram propostas de como reverter esse quadro de exploração social por meio de movimentos populares. História do turismo Com as novas conquistas sociais, salários melhores e novas experiências culturais, o trabalhador pode usufruir de maior tempo de lazer e aumento da expectativa de vida. Nesse momento surge a utilização do tempo livre da fábrica por intermédio do lazer. Podemos caracterizar o lazer como uma atividade orientada com prioridade para a expressão pessoal. Como resultado do tempo livre, ele manifesta o prazer de usar o livre-arbítrio e o devaneio. História do turismo Antes da Revolução Industrial, o tempo tinha características cíclicas, isto é, ele era marcado por repetições que compreendiam começo, meio e fim. Essa noção espiral do tempo foi adotada pela forma como o homem tratava a natureza e retirava dela o seu sustento. São os ciclos da natureza. Com o surgimento da máquina, o tempo passou a ser linear, isto é, passou a ser marcado pelo relógio, cronometrado, automatizado e fragmentado. Isso ampliou as perspectivas de lazer; o tempo livre era o resultado do tempo em que não se estava na fábrica, na produção. História do turismo Juntamente com o turismo, o lazer promove no indivíduo desenvolvimento cultural e integração social se olharmos do ponto de vista coletivo. Isso se deve à redefinição do lazer e das viagens a partir do século XIX: elas se tornam paliativos para abrandar o estresse. Com o desenvolvimento dos transportes e dos serviços turísticos na sociedade pós- industrial, ocorreu um maior uso e adequação do tempo sem trabalho, que muitos autores definem como escapismo: a prática de idas aos banhos termais se tornou comum entre a burguesia no final do século XIX. Essa ação, concebida com o desenvolvimento industrial, é anterior aos banhos de mar. Muitos autores identificam o início do turismo com o desenvolvimento dos balneários surgidos no século XVIII para práticas medicinais. História do turismo A prática balneária se intensificou com a transformação das termas em um ambiente melhor e também com a modificação da arquitetura do lugar. Associada a isso, estava a valorização da natureza e da história local relacionando-as com o Romantismo, corrente predominante do século XIX. Aos poucos foram delineados espaços distantes das grandes cidades poluídas pelas chaminés das indústrias, nos subúrbios, onde se originam propriedades campestres ou à beira-mar: a vilegiatura. História do turismo Fonte: Rio de Janeiro no século XIX, disponível em: https://journals.openedition .org/confins/18065 É importante diferenciar o público visitante dos lugares termais: a burguesia industrial, ao tentar copiar o turismo aristocrático do século XIX, vai em busca de lugares aquáticos no verão, onde o clima era mais brando, a fim de descansar. Já, o operário não utilizava esses serviços por questões econômicas, mas no futuro eles serão adaptados e barateados para o consumo dessa classe social. Com isso, intensificaram-se atividades e instalações dedicadas à talassoterapia (ida ao mar e às águas), termalismo (termas), climatismo (ar puro) e crenoterapia (terapia da cura através das águas minerais). A valorização do tratamento termal é acompanhada pela valorização da natureza romântica e pela apreciação da vida social no campo. História do turismo A vilegiatura, dos fins do século XIX (derivada das villas romanas, onde o romano rico tinha propriedade), estava distante dos subúrbios industrial-proletários, pois era um lugar destinado aos nobres e posteriormente aos burgueses para refrescarem a alma, era um local de meditação e repouso. Ela era sustentada pelo âmbito imobiliário de segunda residência, fenômeno que teve seu auge no século XX e que ainda é muito comum, que é o deslocamento do lar no período de férias. História do turismo Esses espaços de ócio, destinado às classes mais abastadas, estão distantes das definições de viagens turísticas propriamente ditas, porém estão próximos dos significados de utilização do tempo livre, matéria-prima do turismo atualmente. Com o aumento da tecnologia, a velocidade nos meios de transportes e o aumento da circulação de mercadorias, o fenômeno turístico adquiriu um folego impressionante, se distanciando desse tipo de ocupação do tempo livre ocorrida na vilegiatura. História do turismo Vale lembrar queo turismo moderno permite que a diversão seja tomada pelo tempo livre, desapegando-se apenas do contexto de restauração biológica e repouso. Nesse sentido, a felicidade criada pela restauração da vida em família foi transferida para uma rotina divertida que acompanha as viagens e que pode também incluir a vida familiar. Os espaços turísticos desenvolverão esforços para rearranjar a distração. O desenvolvimento industrial ocorrido no século XIX afetou a vida de muitos indivíduos a partir do crescimento econômico, a difusão dos meios de transportes, o aumento de riquezas e, como consequência, novas configurações sociais, como aumento de classes mais endinheiradas como a classe de comerciantes, além dos proprietários das fábricas. História do turismo A palavra turismo originou-se no século XIX: [...] a primeira agência de viagens nasce inglesa e no século XIX, 1845. Variante do antigo vocábulo tour – o equivalente inglês para a viagem, a palavra turismo nasceria na Inglaterra em 1811 (AMBRÓZIO, 2005, p. 106). Com isso, gradativamente, o turismo se desenvolveu de forma mercadológica, acompanhado das inovações trazidas pela Thomas Cook & Son, agência de viagens criada em 1851 na Inglaterra, com roteiros e pacotes. Conceituação – Turismo Thomas Cook já havia proporcionado, em 1840, a primeira viagem em grupo organizada de forma comercial, tornando acessíveis excursões ao litoral e posteriormente viagens para Antuérpia e França. A campanha turística de Cook contava com o apoio de publicidade e marketing que incrementavam o desejo pela viagem. Com o tempo, a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora fez com que Cook tornasse a viagem disponível para esse grupo social, que era absolutamente numeroso na Inglaterra. O consumo do produto turístico pela abundante classe trabalhadora fez surgir o turismo de massa, isto é, o fabrico em massa da atividade turística, apesar do conflito que isso ocasionou nas diversas esferas da oferta e da demanda. História do turismo Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em meados do século XX, a atividade turística evoluiu progressivamente em função da retomada econômica da Europa, apesar dos conflitos políticos e sociais gerados pela Guerra Fria, mas também ocorreu um avanço tecnológico que ocasionou o aumento do tempo livre e um incremento da produtividade dos negócios turísticos, tais como interesses hoteleiros, criação do credit card e desenvolvimento dos transportes aéreos. Hoje em dia ocorrem deslocamentos como resultado de movimentos migratórios mundiais: populações em busca de melhores condições de vida nos países mais ricos ou fugas causadas por guerras ou epidemias. Esses deslocamentos não estão relacionados com o fenômeno turístico. O aparecimento do fenômeno turístico propriamente dito surge com: a) O desenvolvimento industrial e o surgimento do capitalismo, que modificaram as estruturas do deslocamento e a utilização do tempo livre. b) A melhoria das condições de vida das classes burguesas, com o desenvolvimento industrial. c) As melhorias nas estruturas que incrementavam a viagem para as classes trabalhadoras. d) O desenvolvimento dos transportes aéreos, que diminuíram o tempo das viagens. e) O crescimento mercadológico no período do desenvolvimento do capitalismo. Interatividade O aparecimento do fenômeno turístico propriamente dito surge com: a) O desenvolvimento industrial e o surgimento do capitalismo, que modificaram as estruturas do deslocamento e a utilização do tempo livre. b) A melhoria das condições de vida das classes burguesas, com o desenvolvimento industrial. c) As melhorias nas estruturas que incrementavam a viagem para as classes trabalhadoras. d) O desenvolvimento dos transportes aéreos, que diminuíram o tempo das viagens. e) O crescimento mercadológico no período do desenvolvimento do capitalismo. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!