Prévia do material em texto
PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS PARA DIETAS MODIFICADAS Prof. Alex Camara Disciplina: Nutrição do Adulto e Idoso DIETA X DIETOTERAPIA DIETA Conjunto sistematizado de normas de alimentação de um indivíduo, seja ele saudável ou enfermo. Padrão alimentar do indivíduo, o que difere do conceito de cardápio (tradução culinária das preparações e da forma de apresentação das refeições e alimentos). DIETOTERAPIA Tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia através de uma alimentação adequada, considerando-se não só a doença, mas também as condições em que se encontra o indivíduo. NORMAL X ESPECIAL • Alimentação Normal: é aquela balanceada em nutrientes, de fácil preparação, de apresentação agradável, adequada a indivíduos sadios e aqueles doentes que não necessitam de nenhum tipo de modificação na sua dieta; • Alimentação Especial: é aquela que apresentam modificações nas suas características sensoriais, físicas e químicas para atender as necessidades dos enfermos. CONSIDERAR: TIPOS DE REFEIÇÕES RESÍDUOS De acordo com a quantidade de celulose contida nos alimentos e com a rigidez do tecido conectivo de animais. Pode ser : • Isenta de resíduos (repouso gastrointestinal) • Pouco resíduos (frutas e/ou verduras cozidas em forma de purê). • Resíduos brandos (cereais triturados, verduras tenras cruas ou cozidas, frutas cozidas, em compotas ou sem casca). • Rica em resíduos (vegetais folhosos, frutas cruas e com casca, cereais integrais) – estimular o trânsito gastrointestinal. DIETAS HOSPITALARES OU MODIFICADAS • Elaboração de cardápios = mesmas regras utilizadas para um cardápio geral; • Aspectos de ordem administrativa (mercado de abastecedores, instalações, disponibilidade financeira, de equipamentos e utensílios); • Harmonização de cores, sabores e texturas • Pacientes hospitalizados • Alimentação oral, enteral ou parenteral; ALTERAÇÕES Alterações Físicas (Consistência): Normal/Geral Branda Leve Pastosa Líquida ORAL modificada Modificação de consistência (geral, branda, pastosa, semilíquida e líquida) Modificação quantitativa de nutrientes (hipercalórica ou hipocalórica,hiperproteica ou hipoproteica, hipolipídica, hipossódica, rica ou pobre em fibras). Exclusão de nutrientes específicos (glúten, lactose, proteína do leite, fenilalanina). DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA • Variação da textura da dieta; a) DIETA GERAL : Sem alteração de nutrientes e/ou consistência; Maior variedade de alimentos; Consistência: normal; Fracionamento: 5 a 6 refeições; DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA b) DIETA BRANDA: Indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão; dos alimentos (tecidos conectivos e celulose); Fracionamento: 5 a 6 refeições COCÇÃO E/OU AÇÃO MECÂNICA Alimentos excluídos: frituras, especiarias e condimentos fortes (pimenta), doces concentrados (goiabada, doce de leite), bebidas gaseificadas, hortaliças cruas, frutas cruas, leguminosas (apenas o caldo), embutidos e conservas. DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA b) DIETA PASTOSA: Indivíduos com dificuldades de mastigação e deglutição; Fracionamento: 5 a 6 refeições Consistência: purê ou mingau, carnes batidas ou trituradas DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA c) DIETA SEMILÍQUIDA: Indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão, com dificuldade de deglutição e mastigação, preparo de exames, pós-operatórios. - Sopas, purês, carne moída ou desfiada, EXCLUIR: Pães (exceto bisnagas e pão de leite de forma), frutas e hortaliças cruas, doces concentrados, grãos de leguminosas, embutidos e conservas, bebidas gaseificadas, especiarias e condimentos fortes, frituras, biscoitos recheados e amanteigados Obs: são permitidos torradas, bolachas doces (maria e maisena) e bolacha água e sal desde que molhadas em líquido para facilitar a mastigação. DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA c) DIETA LÍQUIDA: Indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão, com dificuldade de deglutição e mastigação, preparo de exames, pós-operatórios. - Alimentos líquidos ou que se liquefazem na boca DIETA LÍQUIDA RESTRITA RECOMENDADOS E EVITADOS DIETA LÍQUIDA RECOMENDADOS E EVITADOS EXEMPLO DE CARDÁPIOS Dietas modificadas em nutrientes ✓ Redução de nutrientes: hipercalórica ou hipocalórica,hiperproteica ou hipoproteica, hipolipídica, hipossódica, rica ou pobre em fibras; ✓ Exclusão de nutrientes específicos: glutén, lactose, proteína do leite, fenilalanina; DIET E LIGHT ✓ Alimentos para fins especiais; ✓ Alimentos dietéticos: (Portaria SVS/MS n°29, 13 de Janeiro de 1998) ✓ Alimentos para dietas de restrição de açúcar, gordura, colesterol, sódio, aminoácidos, proteínas, alimentos para redução de peso e dietas enterais; ✓ Alimentos que tem formulação especial para atender pessoas com distúrbios metabólicos (diabetes, hipertensão, alergias alimentares), sem a necessidade que o produto seja reduzido em calorias; ✓ Deve apresentar a TOTAL ausência do ingredientes (ex:.açúcar, sal) DIET E LIGHT ✓ Alimentos modificados; ✓ Alimentos lights: (Portaria SVS/MS n°27, 13 de Janeiro de 1998) ✓ OBRIGATORIAMENTE, 25% de redução de algum nutriente específico em relação ao alimento tradicional; ACEITAÇÃO DE DIETAS MODIFICADAS ? Desnutrição Hospitalar 30 a 50 % dos pacientes internados Melhorar a qualidade de vida dos pacientes menos paciente, mais cliente Gastronomia Hospitalar Dietoterapia + Gastronomia Satisfação da “clientela” “ É a arte de conciliar a prescrição dietética e as restrições alimentares de clientes à elaboração de refeições saudáveis, nutritivas, atrativas e saborosas, a fim de promover a associação de objetivos dietéticos, clínicos e sensoriais e promover a nutrição com prazer.” “ Agregar prazer aos pratos produzidos, voltando-se para a apresentação, o sabor, e o atendimento das preferências do paciente e dos seus acompanhantes” “ Adaptação da Nutrição às tendências inovadoras da gastronomia.” ✓Desmistificar a imagem negativa da comida de hospital; ✓Dietas equilibradas + boa apresentação; ✓Diferencial para a qualidade dos serviços de nutrição e dietética dos hospitais; ✓Ligada diretamente ao prazer e a recuperação dos “clientes”; ✓Individualidade; Gastronomia Hospitalar Adequação dietética Adequação sensorial Apresentação Variedade do cardápio Treinamento especializado Cordialidade, rapidez Agrados Recursos econômicos Satisfação do cliente (individualidad e) ✓Preocupação com os hábitos alimentares do paciente (individualização); ✓Preocupação com os processos de cocção (preservação de nutrientes, manutenção de coloração); ✓Preocupação com o sabor (condimentos, ervas) ; ✓Consistência; ✓Apresentação (utilização de louças brancas, detalhes no posicionamento dos pratos/decoração, utilização de cortes especiais de legumes, folhas); ✓Variedade (Opções SUS e Convênio – guarnição e prato principal); ✓Diálogo do paciente com o responsável pelo serviço de nutrição (impacto destes fatores no “cliente” e em sua saúde); Comfort food Comida emocional (conforta, desperta sensações agradáveis e evoca o prazer e o bem-estar ligado à infância, a boas recordações e história de vida de cada um). Individualidade do “cliente” Tendências atuais da alimentação Tendências atuais da alimentação SAUDABILIDADE SENSORIALIDADE Valorização de alimentos que promovem a saúde e bem-estar Alimentos que promovem o prazer e ligados ao boom do mercado gourmet e dos grandes chefs. Integração entre a ciência, o saber e a criatividade para unir objetivos dietéticos, clínicos e sensoriais. Nutricionista Gastrônomo QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE = TREINAMENTO, ESTÍMULOS, CONCURSOS VEJA, 22 de Outubro de 2008 Qual você comeria? • BEZERRA, A. C. Gastronomia na prescrição de dietas hospitalares e as influências geradas pela indústria hoteleira. 2003. 47g. Monografia(Especialização) – Universidade de Brasília, Centro de Excelência em Turismo, Brasília, 2003. • FERREIRA, D.; GUIMARÃES, T. G.; MARCADENTI, A. Aceitação de dietas hospitalares e estado nutricional entre pacientes com câncer. Einstein, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 41-46, Mar. 2013. • MOREIRA, D. C. F. Teor de minerais veiculados por dietas hospitalares orais. 2011. 122f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto, Programa de Pós- Graduação em Saúde e Nutrição, Ouro Preto, 2012. • RAUPP, D. et al. Nutrition screening in public hospital emergency rooms: Malnutrition Universal Screening Tool and Nutritional Risk Screening-2002 can be applied. Public Health, Londres, n. 165, p. 6-8, 2018. • TANAKA, N. Y. Y; BRANDÃO, E. C. M; MARCHINI, J. S. Padronização de Dietas Hospitalares. In: VIEIRA, M. N. C. M.; JAPUR, C. C. Gestão de Qualidade na Produção de Refeições. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.