Prévia do material em texto
DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS Dra. Elyda Gonçalves INTRODUÇÃO NEMATELMINTOS Nematos=filamento - 500 mil espécies Muitos habitats, grandes pops - 80 mil espécies são parasitas vertebrados - 197 são gastrointestinais - 50 espécies parasitam o homem INTRODUÇÃO • Epidemiologia CARACTERÍSTICAS - Tamanho variado (1mm até > 1m) - Fusiformes, alongados - Boca e ânus - Muitos ovos, casca espessa -Parasitas: dióicos (♂ e ♀), ♀ > ♂ (exceção: Strongyloides) -Parasitas intestinais humanos: monoxenos DESENVOLVIMENTO DOS NEMATÓIDES Estágio embrionário Estágio Larval Estágio Adulto Larvas: menores e sexualmente imaturas, aeróbicas (aeróbico facultativo) ESTRUTURA DO CORPO Cutícula- exoesqueleto * Proteção * Locomoção (extensão-retração) - Estratificada - Poder ter estriações, cristas e expansões - Proteínas, lipídeos e carboidratos - Pouco permeável (SDigestivo e SExcretor) - Entrada de oxigênio - Crescimento-síntese (Ascaris:mm-20cm) SISTEMA REPRODUTOR Machos - 1 testículo - Cloaca - Órgãos acessórios cópula (espículos) - Espermatozóides amebóides Fêmeas - 1 ou 2 ovários - Útero com espermatozóides - Fecundação no útero - Vagina Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima ASCARIDÍASE: Ascaris lumbricoides Sub-reino: Animalia Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Secemen Família: Ascarididae Gênero: Ascaris Espécie: Ascaris lumbricoides R E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) São popularmente conhecidos como lombriga ou bicha, causando a doença denominada ascaridíase, ↓ ascaridose ou ascariose. O A. lumbricoides é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência variada em virtude das condições climáticas, ambientais e, principalmente, do grau de desenvolvimento socioeconômico da população. ASCARIDÍASE: Ascaris lumbricoides Afeta 0,8 bilhões de pessoas, ~ 60 mil mortes/ano 70 - 90% crianças (±10 anos) ASCARIDÍASE: Ascaris lumbricoides • Parasita exclusivamente humano* – A. suum Goeze, 1882- suíno - zoonose • Maior nematóide intestinal humano • ~10 parasitos por pessoa (700) • 200.000 ovos por dia (resistentes) • 90% jejuno (íleo>duodeno, estômago) Boca com três lábios com serrilha de dentículos ASCARIDÍASE: Ascaris lumbricoides • Ascaris lumbricoides é o agente etiológico da ascaridíase; • MORFOLOGIA: Macho: ± 20 - 30 cm Fêmea: ± 30 - 40 cm ADULTO ASCARIDÍASE: Ascaris lumbricoides • MORFOLOGIA:Ovos: ± 50 μm Fértil Infértil Liso (fértil) Memb. Mamilonada Memb. Albuminoide e Memb. Lipídica Embrião em desenvolvimento CICLO BIOLÓGICO • Ciclo evolutivo: monoxênico L3 Fêmeas vivem 12-18 meses ~ 2 meses de ovo a adulto TRANSMISSÃO • Transmissão oro-fecal (ovos) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Proporcional à carga parasitas • Geralmente assintomáticos • Pulmões – Edema inflamatório – Pneumonia – Síndrome de Loeffler (eusinófilos) • Intestino – Dor abdominal – Náusea, emagrecimento – Má absorção de nutrientes – Diarréia – Obstrução intestinal – Perfuração do intestino • Infecções intensas (problemas hepáticos), crianças DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratorial – Exame de fezes (ovos) – Observação do verme – Radiografias – Imunológicos (ruins) colonoscopia Ascaris endoscopia Ascaris TRATAMENTO • Tetramisole (Ascaridil®), Piperazina (Piperazil®) • Mebendazole (Pantelmin®), Albendazole (Zentel®) • Invermectin • Cirurgia • Não são eficazes contra as larvas • Tratamento deve ser repetido • Exame de fezes deve ser repetido PROFILAXIA • Higiene • Saneamento – Ovos sobrevivem a tratamento de esgotos mas não aquecimento a 50⁰C – Ovos podem ser aspirados com poeira, 100 – 250 ovos por grama de terra. Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima TRICURÍASE: Trichuris trichiura Sub-reino: Animalia Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Trichurida Família: Trichuridae Gênero: Trichuris Espécie: Trichuris trichiura R E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos. O Trichuris trichiura é um nematódeo geralmente associado a infecções pelo Ascaris lumbricoides. É um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito frios. • Epidemiologia • Parasito cosmopolita; • Prevalência associada com a ascaridíase; • Bastante frequente áreas rurais e periferia das grandes cidades sem saneamento básico adequado; • Medidas de controle relacionada com parasitos denominados de “geo-helmintos”. TRICURÍASE: Trichuris trichiura TRICURÍASE: Trichuris trichiura 0,6 bilhão de indivíduos parasitados 10.000 mortes / ano (Ojha et al., 2014) TRICURÍASE: Trichuris trichiura • Parasita humano (macacos, suínos) com 3-5cm • Peças bucais rudimentares • Vivem no ceco e no cólon por 4-5 anos • 2-10 parasitos (até 1000) TRICURÍASE: Trichuris trichiura • MORFOLOGIA: Macho: menor Fêmea: maior ADULTO (3 a 5cm) TRICURÍASE: Trichuris trichiura • MORFOLOGIA: ovos – 50um x 22um – 3.000 - 7.000 ovos / dia – Só embrionam no meio exterior (3 semanas) – Viáveis por vários meses – Eclodem no intestino delgado CICLO BIOLÓGICO • Ciclo evolutivo: monoxênico Embrionamento: 3 semanas Ovo com L3 2 mudas Larvas incubam-se no intestino delgado CICLO: 3 MESES CICLO: 3 MESES TRICURÍASE: Trichuris trichiura TRANSMISSÃO PROFILAXIA • Ingestão ovos do ambiente • Cuidados na preparação de alimentos • Higiene corporal • Tratamento dos doentes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Geralmente assintomáticos • Infecções maiores: úlceras e abcessos nos pontos de fixação • Infecções maciças: – Irritações nas terminações nervosas – Dor abdominal, diarreia, perda de peso – Anemia proporcional a parasitemia – (5µl sangue/dia/verme) – Prolapso retal Formas adultas de Trichuris trichiura na mucosa do reto prolapsado. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO • Busca de ovos nas fezes Exame parasitológico de fezes (EPF) • Métodos de sedimentação (Lutz); • Flutuação (Willys) • Tratamento: Benzimidazóis – Mebendazol, Albendazol Pamoato de Oxantel Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima ENTEROBIOSE/OXIUROSE: Enterobius vermicularis Sub-reino: Animalia Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Oxyurida Família: Oxyuridaedae Gênero: Enterobius Espécie: Enterobius vermicularis R E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) A oxiurose atinge a faixa etária de 5 a 15 anos, apesar de ser encontrado em ↓adultos também O gênero Enterobius apresenta 7 espécies que parasitam vários macacos em diferentes regiões (Asia, África, América), mas que não atingem o ser humano. A ÚNICA espécie que atinge o homem é o E. vermicularis, que possui distribuição geográfica mundial, mas tem incidência maior nas regiões de clima temperado. OXIUROSE: Enterobius vermicularis • Enterobius vermicularis é o agente etiológico da enterobíase/ enterobiose ou oxiurose/ oxiuríase. • Cosmopolita (vivem em países desenvolvidos); • Saprófitas; • Vivem na região cecal (livres ou aderidos à mucosa); OXIUROSE: Enterobius vermicularis • MORFOLOGIA: • Ovos: 50 μm x 20 μm (11 - 15 mil ovos na fêmea) • Adulto: - Macho: 5 mm x 0,2 mm (macho vive 7 semanas) - Fêmea: 1 cm x 0,4 mm (fêmea vive 1-3 meses ) CICLO BIOLÓGICO • Ciclo evolutivo: monoxênico Ovo infectante em 6h Eclode no ID (L3 de 150μm) CICLO: 1,5 - 2 MESES CICLO: 1,5 - 2 MESES Ovos resistem até 3 semanas no ambiente doméstico e têm fácil disseminação CICLO BIOLÓGICO Ovos retidos na pele e mucosa perianal, às vezes nas fezes (geralmente 1- poucas fêmeas). TRANSMISSÃO • Heteroinfecção (ovos na poeira ou alimento atingem novo hospedeiro) • Indireta (ovos na poeira ou alimento atingemo mesmo hospedeiro) • Auto-infecção externa (oral) • Auto-infecção interna (retal) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Prurido anal (noturno) • Hemorragia anal • Diarréia, colite e emagrecimento • Vaginite (Vermes nos genitais femininos) • Perfurações da parede do peritônio DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratorial • Fita gomada (em 3 dias consecutivos logo cedo anal”) • Exame de fezes • Eosinofilia TRATAMENTO • Mebendazol • Piperazina • Pamoato de Pirvíneo • Pamoato de Pirantel PROFILAXIA • Cuidado com roupas do doente • Tratamento dos doentes • Corte unhas • Limpeza doméstica com aspirador ESTRONGILOIDÍASE Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima ESTRONGILOIDÍASE: StrongyIoides stercoraIis Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Rhabditida Família: Strongyloididae Gênero: Strongyloides Espécie: Strongyloides stercoralis R E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) S. stercoralis é uma verminose que apresenta distribuição mundial, especialmente nas regiões tropicais, a maioria infectando mamíferos, entre eles cães, gatos e macacos. - Há pelo menos 52 espécies descritas do nematódeo do gênero Strongyloides, 2 parasitam o homem: - S. stercoralis (Bavay, 1876) - S. fuelleborni (Von Linstow, 1905) - 2 subespécies: S. f. fuelleborni e S. f. kellyi. StrongyIoides stercoraIis • StrongyIoides stercoraIis é o agente etiológico da estrongiloidíase, estrongiloidose ou anguilulose no Brasil. • O parasito do cão é morfobiologicamente indistinguível do humano. • A estrongiloidíase é uma parasitose geralmente crônica e assintomática. Contudo, sua forma mais grave é invasiva e frequentemente fatal. StrongyIoides stercoraIis • MORFOLOGIA • Ovos StrongyIoides stercoraIis • MORFOLOGIA Fêmea partenogenética: ± 2,5 mm Larva rabditóide: ± 200 μm Larva filarióide: ± 500 μm Fêmea de vida livre: ±1,5 mm Macho de vida livre: ± 0,7 mm CICLO BIOLÓGICO TRANSMISSÃO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TRANSMISSÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Hetero ou primoinfecção • Auto-infecção interna ou hiperinfecção • Auto-infecção externa ou exógena • Gastrintestinais (dor abdominal, diarréia, náuseas, vômitos) • Respiratório (Tosse, hemoptise, dispnéia) • Sistema Nervoso Central (cefaléia, alteração do nível de consciência convulsão, coma) • Cutâneas (púrpuras peri- umbilicais) • Raras (peritonite, endocardite, meningite) DIAGNÓSTICO • Clínico • Laboratorial • (E.P.F., intradermorreação; testes imunológicos) TRATAMENTO E PROFILAXIA TRATAMENTO PROFILAXIA Tiabendazol Cambendazol Dieta rica e leve • Sanitarismo • Educação sanitária • Proteção dos pés e outra regiões de penetração de larvas ANCILOSTOMOSE Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima ANCILOSTOMÍASE Reino: Animalia Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Strongylida Família: Ancylostomatidae Gênero: Ancylostoma e NecatorR E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) Cerca de 900 milhões de pessoas são parasitadas por A. duodenale e N. americanus, desta população, 60 mil morrem anualmente. Dentre mais de 100 espécies de Ancylostomidae descritas, apenas 3 são agentes etiológicos das ancilosmoses humanas: - Ancylostoma duodenale (Dubini, 1843), - Necator americanus (Stiles, 1902), - Ancylostoma ceylanicum (Loss, 191 1). ANCILOSTOMÍASE Mundo: 0,6 bilhões (Hotez et al. 2008) 75% Necator, 25% Ancylostoma ANCILOSTOMÍASE • No Brasil há 3500 anos (múmias). • Primeiro Ancylostoma (da Ásia), depois Necator (dos escravos da África). • Atualmente é mais frequente infecção por Ancylostoma, especialmente na área rural • Regiões do Pará, Maranhão, Piauí, São Paulo (áreas do interior e litoral com 70-80% de positivos) ANCILOSTOMÍASE • Aproximadamente 1 cm • Cápsula bucal • Habitat: intestino delgado • 5.000 a 20.000 ovos/dia (Necator ~9.000, Ancylostoma ~20.000) • Vivem de 1 a 5 anos Larva rabditóide Larva filarióide ANCILOSTOMÍASE Ancylostoma duodenale (agkylos agkylos =ganchos) Necator americanus (do latim: matador) ANCILOSTOMÍASE • MORFOLOGIA: Ancylostoma duodenale • Adulto Descrição: (aspecto, cor, cápsula bucal) Fêmea: 10-18 mm. Macho: 8 - 11 mm. Ancylostoma: dentes ANCILOSTOMÍASE • MORFOLOGIA: Necator americanos • Adulto Descrição: (aspecto, cor, cápsula bucal) Fêmea: 9-11 mm Macho: 5-9 mm ANCILOSTOMÍASE • MORFOLOGIA: • Ovos: em média 60 x 40 μm CICLO BIOLÓGICO • Ciclo evolutivo: monoxênico TRANSMISSÃO • Via oral • Via transcutânea MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Etiologia primária: • Amarelão (anemia, coceira, tosse e dor abdominal) • Etiologia secundária: • Problemas pulmonares • Intestinos • Dilacerações • Infecções • Modificação das pregas intestinais • Perda de sangue: -30 (Necator) -260 µl (Ancylostoma) dia/verme Período de Incubação: Semanas ou meses após a infecção inicial. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnóstico Clínico Laboratorial EPF por meio dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-se, também, a contagem de ovos pelo Kato-Katz. - Mebendazol -Albendazol -Levamisol -Pirantel -Reposição de Fe Tratamento PROFILAXIA • Saneamento, • Educação sanitária, • Suplementação alimentar, • Uso de anti-helmínticos, • Produção de vacina. FILARIOSE LINFÁTICA Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima FILARIOSE LINFÁTICA: Wuchereria bancrofti Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Spirurida Família: Onchocercidae Gênero: Wuchereria Espécie: Wuchereria bancroftiR E F I C O F A G E (COMITÊ DE SISTEMÁTICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PROTOZOOLOGIA) São vermes finos e delicados, encontrados nos vasos linfáticos, vasos sanguíneos, tecido subcutâneo Ordem Spirurida→ parasitam ↑espécies (mamíferos, aves, répteis) 3 espécies causam a filariose linfática humana: Wuchereria bancrofti (Cobbold, 1877), Brugia malayi (Ásia) Brugia timori FILÁRIAS • Fusiformes, alongadas e não segmentadas • ♂ e ♀ (♀ 2x ♂ ) • MORFOLOGIA • Adulto • corpo delgado e branco-leitoso • ♀ 8 - 10cm, ♂ 2 - 4cm • Vivem 5 - 10 anos • Microfilaria (embrião - 250 a 300μm) • Larva (encontradas no inseto) • 4 estágios larvais • Vivíparas (geram microfilárias) • Vetor invertebrado hematófago • Multiplicação no hospedeiro vertebrado DESENVOLVIMENTO DAS MICROFILÁRIAS NO ÚTERO DA FÊMEA E = “membrana do ovo” (sem casca)—bainha da microfilária em algumas spp (Wuchereria) DESENVOLVIMENTO DAS FILÁRIAS FILARIOSE LINFÁTICA • Filariose ou Filaríase linfática, Elefantíase • Origem: Ásia- África- (escravos)- América • Principais agentes etiológicos: • Wuchereria bancrofti no Brasil • Brugia malayi na Ásia • O homem é o único hospedeiro definitivo • EPIDEMIOLOGIA • 1,4 bilhões de indivíduos em risco • 120 milhões de indivíduos infectados • 40 milhões de indivíduos incapacitados ou desfigurados PREVALÊNCIA DA FILARIOSE LINFÁTICA 73 países (WHO) BR: urbano- Norte, NE- Belém, Recife, Jaboatão, Olinda, Maceió TRANSMISSÃO • Deposição de larvas infectantes na pele das pessoas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Há 4 principais formas clínicas da filariose linfática: • Assintomática ou doença subclínica (são aqueles com microfilárias no sangue mas sem sintomatologia aparente) • Manifestações agudas (linfangite retrógrada, adenite, febre e mal-estar) • Manifestações crônicas (linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase); • Eosinofilia pulmonar tropical (EPT)(síndrome caracterizada por sintomas de asma brônquica) Casos de elefantíase de Kagoshima (Kyushu, Japão) L1 L3 TRATAMENTO • DEC (dietilcarbamazina)10-14 dias • oral, mais usada. Ação depende do sistema imune. Altera metabolismo do ácido aracdônico na microfilária e no endotélio • Microfilaricida (90%), efeitomenor sobre adultos, alguns efeitos colaterais. • DEC+ Ivermectina, DEC+ albendazol – microfilaricida. 1 dose • Ivermectina- agonista de GABA. • Casos complicados: Drenagem e cirurgia PROFILAXIA • Tratamento doentes (medida de maior impacto) • Combate ao inseto vetor • inseticidas para mosquitos e larvas • controle biológico larvas (peixes larvófagos, Bacillus) • telas domésticas e mosquiteiros (com piretróides) LARVA MIGRANS Dra. Elyda Gonçalves @professoraelydadelima /professoraelydadelima LARVA MIGRANS CUTÂNEA (LMC) Larva migrans cutânea Larva migrans visceral Larva migrans ocular NÃO COMPLETAM SEU CICLO REALIZAM MIGRAÇÕES Hospedeiro “errado” Larva migrans cutânea (LMC) “Bicho geográfico” • Também denominada dermatite serpiginosa e dermatite pruriginosa • Principais agentes e ológicos → larvas de Ancylostoma braziliense e A. caninum (intestino delgado de cães e gatos) • Penetram pela pele e migram no tecido subcutâneo 2-5cm/dia CICLO BIOLÓGICO larva L1 Larva Migrans L3 infectante SOFRE 2 MUDAS EM 7 DIAS 2 SEMANAS ATINGEM FASE ADULTA SINTOMAS • Momento da penetração pode passar despercebido ou ser acompanhado de eritema e prurido • No local da penetração aparece primeiramente uma lesão eritemopapulosa que evolui para um aspecto vesicular. • Prurido As partes do corpo atingidas com mais frequência são aquelas que entram em maior contato com o solo (pés, pernas, nádegas, mãos) *Casos mais graves há comprometimento pulmonar apresentando sintomas alérgicos (síndrome de Löefler). TRATAMENTO E PROFILAXIA TRATAMENTO PROFLAXIA Tiabendazol tópico Mebendazol Albendazol• Conscientização populacional no sentido de não levar esses animais a locais públicos e realizar neles exames parasitológicos, acompanhados do tratamento adequado. • Evitar o contato com a areia ou terra, utilizando- se proteções como chinelos, sapatos, toalhas, etc. Larva migrans visceral • Agentes es ológicos → Toxocara canis ou Toxocara catis • Habitat: Intestino delgado de cães e gatos (Parecido com Ascaris) • 200 mil ovos por dia CICLO BIOLÓGICO Larva migrans visceral • Transmissão se dá pela Ingestão de ovos com larvas L3 • Corrente sanguínea e órgãos: granulomas • Fígado> pulmões> cérebro> olhos> gânglios • Geralmente assintomática ou autolimitada • Casos fatais DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Clínico Laboratorial Sorologia (ELISA), radiológico, biópsia de fígado Tiabendazol, albendazol e dietilcarbamazina (DEC) Corticosteróides (inflamação) PROFLAXIA • Tratamento periódico cães e gatos • Proteção parques infantis • Redução cães e gatos vadios • Higiene ARTRÓPODES VETORES DOENÇAS CAUSADAS POR DÍPTEROS Dra. Elyda Gonçalves FILO ARTHROPODA • Arthropoda=( podos=pés; arthro=articulação) • Invertebrados metazoários, triploblásticos, celomados, simetria bilateral. • Corpo segmentado (ao menos nas fases imaturas) e apêndices articulados FILO ARTHROPODA • Filo com maior número de indivíduos • Divididos em 5 classes, sendo 3 com importância médica: • Insecta • Aracnida • Crustacea Características gerais dos artrópodes • Exoesqueleto quitinoso (cutícula) Características gerais dos artrópodes • Epicutícula: proteína e cera; • Exo e endocutícula: quitina (polímero da N-acetilglicosamina) e proteína); Características gerais dos artrópodes O exoesqueleto reduz perda de água e dá sustentação, mas impede que o animal cresça, exigindo um processo específico para que o crescimento seja possível: a ecdise (ou muda). Características gerais dos artrópodes • Ecdise: controlada hormonalme- nte Classe Insecta • Artrópodes que apresentam o corpo subdividido em cabeça, tórax e abdome Morfologia Externa Tipos de aparelhos bucais: Desenvolvimento • Ecdises: mudança de estágio do ciclo de vida. • 3 diferentes tipos de desenvolvimento em insetos: ametabolia, hemimetabolia e holometabolia. Ametabolia • Sem metamorfose. • Formas jovens são semelhantes aos adultos. Exemplo: Ordem Thysanura - traças Hemimetabolia • Metamorfose incompleta. • Insetos que passam pelas formas de ovo→ ninfa→ adulto Exemplo: Ordem Odonata – libélulas Ordem Hemiptera – percevejos Holometabolia • Metamorfose completa. • Insetos que passam pelas fases de ovo→ larva→ pupa→ adulto Exemplos: Ordens Diptera (moscas e mosquitos) e Siphonaptera (pulgas) Vetores Mecânicos Moscas (Diptera) sinantrópicas das famílias Sarcophagidae, Muscidae e Calliphoridae Bactérias, Fungos, Vírus, Protozoários – cistos, Helmintos - ovos) Miíase Família Cuterebridae e Família Sarcophagidae Dermatobia hominis e Cochliomyia macellaria→ Miíase Miíase é considerada uma zoodermatose caracterizada pelo acometimento da pele ou orifícios por larvas de moscas. • Larvas secretam enzimas proteolíticas • Ferimento aumenta de tamanho • Decomposição de material no ferimento Miíase Classificam-se em: • Obrigatórias (primárias ou biontófagas - oviposição somente em seres vivos) • Facultativas (secundárias ou necrobiontófogas - oviposição em tecidos necrosados ) • Pseudomiíase (acidental) As moscas responsáveis por esta condição preferem um ambiente quente e úmido. Miíase • Miíase Primária: Causada pela larva de Dermatobia hominis (mosca berneira) ou raramente pela Callitroga americana. • Miíase Secundária: Causada por larvas de Callitroga macelária e espécies do gênero Lucília. • Pseudomiíase (acidental): Ocorre por ingestão de ovo e/ou larvas de dípteros presentes em alimentos contaminados. TRATAMENTO E CONTROLE TRATAMENTO CONTROLE • Limpar ferimento (com anestesia local) • Remoção individual das larvas • Aplicação de um antibiótico de largo espectro • Limpeza do ambiente • Tratamento dos animais: castração/descorna do gado no inverno • Tratamento do gado com Ivermectina/Doramectin a para diminuir a densidade populacional das moscas • Condições hospitalar