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CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ESTUDO DIRIGIDO - CARCINOGÊNESE APÓS LEITURA DO CONTEÚDO DAS PÁGINAS 27 A 30 DO LIVRO DE PATOLOGIA ORAL, SÉRIE ABENO, ESCRITO PELO PROFESSOR OSLEI PAES DE ALMEIDA, RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO. 1. Quais são as capacidades adquiridas pelas células neoplásicas, segundo Hanaham e Weinberg? - Autossuficiência com relação a fatores de crescimento; - Insensibilidade a inibidores de proliferação; - Escape da apoptose (morte celular programada); - Potencial replicativo infinito; - Indução de angiogênese; - Invasão tecidual e metástase; - Alterações no metabolismo de energia; - Escape da destruição pelo sistema imune; - Instabilidade genética e mutação; - Indução de reação inflamatória. 2. Que classes de genes são os principais alvos da lesão genética em neoplasias malignas? Quatro classes de genes são os principais alvos da lesão genética em neoplasias malignas: os genes promotores e inibidores do crescimento e os genes reguladores da apoptose e reparo do DNA. 3. O que são proto-oncogenes e oncogenes? Os genes que promovem o crescimento celular autônomo são chamados de oncogenes e seus equivalentes normais são os proto-oncogenes. Os proto-oncogenes são reguladores fisiológicos da proliferação e diferenciação, enquanto os oncogenes se caracterizam por promover o crescimento celular de forma independente dos sinais mitogênicos normais. 4. Como os proto-oncogenes podem se transformar em oncogenes? Os proto-oncogenes podem transformar-se em oncogenes de duas maneiras: 1. Mudanças na estrutura gênica causadas por pequenas mutações ou por translocações cromossômicas, resultando na síntese de oncoproteínas com função aberrante; 2. Mudanças na regulação da expressão gênica, com aumento ou produção inadequada de proteínas reguladoras do crescimento. A amplificação gênica pode resultar em várias cópias de um proto-oncogene nas células malignas. 5. Quais são as principais categorias de oncogenes? São quatro as principais categorias de oncogenes: - Fatores de crescimento; - Receptores de fatores de crescimento; - Proteínas envolvidas na transdução de sinais; - Proteínas reguladoras nucleares. CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE 6. O que são genes supressores de tumor? Os genes supressores de tumor codificam proteínas que inibem a divisão celular. Por desempenharem esta função e terem sido descobertos em neoplasias malignas, receberam esta denominação que, apesar de imprópria, é consagrada pelo uso. A falta de inibição do crescimento é uma das alterações fundamentais da carcinogênese. O primeiro gene supressor de tumor descrito foi o RB (RB1), localizado no cromossomo 13q14 e associado ao desenvolvimento do retinoblastoma, neoplasia maligna da retina que afeta aproximadamente uma em 20 mil crianças. O P53 (TP53) é o gene supressor de tumor mais comumente alterado em neoplasias malignas humanas. Alterações nestes genes são detectadas em cerca de 70% dos cânceres de colo do intestino, 30% a 50% dos de mama e 50% dos de pulmão. Além dos tumores epiteliais, mutações em P53 são encontradas em leucemias, linfomas, sarcomas e tumores neurogênicos. 7. Quais são os estágios da carcinogênese? As causas de alteração genética associadas à transformação maligna são numerosas e variadas, como carcinógenos químicos, radiação e infecção por vírus oncogênicos. A oncogênese (ou carcinogênese) é um processo de múltiplas etapas e dividido em dois estágios principais: iniciação e promoção. Na iniciação as células são expostas a agentes que causam alterações permanentes no DNA (mutação) e na promoção ocorre a proliferação das células transformadas 8. Os agentes carcinógenos podem ser divididos em categorias. Quais são elas? Carcinogênese química: Uma grande quantidade de substâncias químicas (naturais ou sintéticas) possui potencial carcinogênico. Aquelas que não necessitam de transformação química para promover a carcinogênese são chamadas de carcinógenos de ação direta, e as que requerem conversão metabólica para que seus produtos finais tenham potencial carcinogênico são conhecidas como carcinógenos de ação indireta ou pró-carcinógenos. Os produtos de combustão do tabaco (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos), asbesto, arsênico e cloreto de vinil são exemplos de substâncias que apresentam potencial carcinogênico. Radiação: A radiação sob a forma de raios ultravioleta da luz solar e radiações eletromagnéticas (raios x e raios gama) e particuladas (partículas alfa, beta, próton e neutron) podem provocar alterações genéticas relacionadas com o desenvolvimento de neoplasias malignas. Os raios ultravioleta podem causar o carcinoma basocelular e o melanoma na pele. As radiações ionizantes de origem médica (radioterapia), ocupacional (mineiros de elementos radioativos) e a bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki estão associados a uma grande variedade de tumores malignos. Carcinogênese viral: Vários tipos de vírus (DNA ou RNA) têm mostrado potencial para induzir a transformação maligna. Estima-se que aproximadamente 20% das neoplasias malignas conhecidas estejam associadas à infecção viral. Atualmente, sete tipos de vírus têm sido consistentemente ligados a diferentes tipos de cânceres humanos: EBV (vírus epstein-barr), HPV de alto risco (papilomavírus humano, tipos 16 e 18), HBV (vírus da hepatite B), HCV (vírus da hepatite C), HHV-8 (herpes vírus humano 8), MCVP (poliomavírus de célula de Merkel) e HTLV1 (vírus linfotrópico da célula humana do tipo 1). Entre os mecanismos mais estudados e conhecidos estão aqueles utilizados pelos vírus HPV 16 e 18, cujo potencial carcinogênico está relacionado a duas proteínas virais, E6 e E7, as quais são capazes de interagir com proteínas que regulam o ciclo celular e que atuam como supressoras de tumores, como a p53 e pRb. Essa interação provoca a degradação e a CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE inativação das proteínas celulares, o que conduziria à transformação, imortalização celular, e posteriormente, formação de neoplasias. 9. O que diferencia um carcinógeno de ação direta de outro de ação indireta? Aquelas que não necessitam de transformação química para promover a carcinogênese são chamadas de carcinógenos de ação direta, e as que requerem conversão metabólica para que seus produtos finais tenham potencial carcinogênico são conhecidas como carcinógenos de ação indireta ou pró-carcinógenos. 10. Cite exemplos de neoplasias malignas relacionadas à carcinogênese física. Os raios ultravioleta podem causar o carcinoma basocelular e o melanoma na pele. As radiações ionizantes de origem médica (radioterapia), ocupacional (mineiros de elementos radioativos) e a bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki estão associados a uma grande variedade de tumores malignos. 11. Quais são os vírus que estão associados à carcinogênese humana? Atualmente, sete tipos de vírus têm sido consistentemente ligados a diferentes tipos de cânceres humanos: EBV (vírus epstein-barr), HPV de alto risco (papilomavírus humano, tipos 16 e 18), HBV (vírus da hepatite B), HCV (vírus da hepatite C), HHV-8 (herpes vírus humano 8), MCVP (poliomavírus de célula de Merkel) e HTLV1 (vírus linfotrópico da célula humana do tipo 1). 12. Qual o papel da carcinogênese química, física e biológica no desenvolvimento do câncer de boca? O carcinoma espinocelular (CEC) corresponde a cerca de 95% das neoplasias malignas orais. A radiação solar é o principal fator etiológico para o CEC de lábio, e o consumo de tabaco associado ao de álcool o principal fator etiológico do CEC da cavidade oral, que afeta principalmente homens acima dos 40 anos de idade. Existe um risco significativamente maior de desenvolvimento do CEC da cavidade oral em indivíduos tabagistas e etilistas do que na população em geral, com evidente sinergismo entre estes fatores. A infecção por vírus da família HPV tem sido associada aos CECs que acometem tonsila, base da língua e orofaringe, os quais têm apresentado incidência aumentada em adultosjovens de ambos os sexos, possivelmente em razão de mudanças no comportamento sexual. Alguns estudos também apontam que dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais e rica em gordura pode estar associada ao risco de desenvolvimento de CEC oral.
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