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#Tutoria - M01 - P4 Carcinogênese …@gabrielholandac Objetivos…………………………… …… …… … ● Descrever o ciclo celular e seus mecanismos de regulação ● Identificar as causas que interferem na regulação do ciclo celular ● Compreender a carcinogênese ● Descrever o estadiamento TNM ● Compreender as questões éticas ao paciente oncológico ● Citar os fatores psicossociais que influenciam no paciente, família e cuidador Resumo . Ciclo Celular e reguladores . ● Função de manter e propagar a vida em organismos pluricelulares ● Compreende duas grandes etapas, interfase e mitose propriamente dita ● Crescimento e divisão são regulados para que o ciclo ocorra em um equilíbrio ● Esse controle é feito por diversos produtos gênicos que são regulados por fatores extracelulares (nutrientes e fatores de crescimento) Tempo de proliferação . ● Classificadas em 3 grupos de acordo com o tipo de célula e sua capacidade de proliferação Grupo 01 . ● Células que se dividem continuamente ● Embrionárias e células de renovação rápida ● Epitélio, folículos capilares, sistema linfático e medula óssea ● Sensíveis a agentes ou tratamentos químicos ou físicos que alteram a replicação do DNA Grupo 02 . ● Células que normalmente não se dividem, mas que se estimuladas realizam mitose ● Permanecem por longos períodos em estado não proliferante ● Desprovidas de fatores de crescimento ● Podem ser estimuladas por nutrientes, hormônios de crescimento ou estímulo mecânico ● Fígado, fibroblastos da pele, rim, músculo liso, pâncreas, ovário, pulmão, endotélio, adrenal e osso Grupo 03 . ● Células totalmente diferenciadas sem capacidade proliferativa ● Estão definitivamente no estágio G0 ● Neurônio e músculo estriado esquelético e cardíaco Interfase . ● Ocorre a duplicação dos componentes da célula-mãe e do DNA ● Dividida em G1, S, G2 ● S ocorre a duplicação do DNA ● G1 é o período entre a mitose e a próxima fase S ● G2 é o intervalo entre o fim da S e a mitose (M) ● 95% do ciclo é gasto na intérfase, variando de acordo com o tipo celular, idade, metabolismo, temperatura, O2 e etc ● Dura +/- 12h - 24h dependendo da velocidade de crescimento do organismo ● Depois que a célula entra na fase S, fatores extracelulares não afetam mais o ciclo, apenas intracelulares ● Mitose dura +/- 1h, sendo mais longa em células tumorais ● G2 dura 2h-4h, também aumenta em tumores ● S dura de 7h-8h Eventos bioquímicos . ● Operam mecanismos de controle essenciais para o desenvolvimento coordenado dos ciclos de crescimento, replicação e divisão ● Síntese de RNA é contínua durante toda a interfase, mas DNA ocorre apenas na fase S Fase G1 ● Reinício da síntese de RNA e proteínas ● 80% do RNA sintetizado é rRNA ● Ocorre síntese de enzimas essenciais para a fase S, ○ Catalizadoras da síntese de 3P de desoxirribo nucleosídeos, síntese das DNA-polimerases e ativadoras dos genes das histonas ● Decisão se continua o estágio de proliferação ou entra em estado quiescente (G0), por sinais extracelulares ● As respostas intracelulares são monitoradas por controladores internos, que impedem ou induzem a progressão do ciclo ● Um dos pontos de controle é o Ponto R, no final de G1 ○ É superado quando proteínas sintetizadas em G1 se acumulam em quantidade crítica ● Outro mecanismo de controle é a interrupção temporária, por presença de danos no DNA ● A proteína p53 dá o sinal de parada, por danos no DNA ○ Perda de funções da p53 causa acúmulo de mutações e instabilidade no genoma Fase S ● Início da síntese do DNA ● Ponto de não retorno ● Histonas são as únicas proteínas que são sintetizadas ● Surgem os primórdios de novos centríolos ● Existem mecanismos para manter a integridade do DNA ○ Enzima DNA-polimerase faz “leitura de prova”, confere as bases adicionadas e remove as erradas ○ Ainda sim algumas conseguem escapar ● Macromoléculas biológicas podem sofrer alterações químicas por erros durante a síntese ou por fatores externos ● DNA sofre ação de agentes químicos e físicos que podem alterar sua estrutura Fase G2 ● Ocorrem os preparativos para a mitose ● Fundamental que a replicação do DNA tenha ocorrido e que os danos tenham sido reparados ● Existem mecanismos sensores que detectam anormalidades e enviam sinais negativos para o sistema de controle do ciclo ● Ocorre acúmulo de um complexo proteico citoplasmático, ciclina-Cdk, que atua na regulação de todo o ciclo ● Considerado o regulador geral da transição de G2 para M e atuando na condensação cromossômica, ruptura da carioteca, montagem do fuso e degradação da ciclina ● Todos esses processos só se interrompem na mitose Mitose Prófase ● Condensação gradual da cromatina até formar cromossomos ● Induzida pela ciclina-Cdk ● Centrossomos ocupam posições opostas e desmontagem da carioteca Metáfase ● Cromossomos chegam em um estado avançado de condensação ● Alinhamento na região equatorial, formando a placa metafásica ● Mantidos nessa posição por forças igualmente distribuídas entre os polos pelos microtúbulos do fuso Anáfase ● Começam os eventos finais ● Ruptura do equilíbrio metafásico com a separação das cromátides- irmâs ● Surgem os cromossomos-filhos ● Deslocamento depende dos microtúbulos Telófase ● Cromossomos-filhos chegam aos seus polos ● Ocorre o desaparecimento do microtúbulos cinetocóricos ● Reconstituição do núcleo e divisão do citoplasma ● Cromatina é descondensada, e a capacidade de transcrição volta ao normal ● Complexo ciclina-Cdk é inativado, fazendo com que as fosfatases ajam, desfosforilado essas proteínas Controle genético do ciclo ● Feito por uma família de enzimas quinases de proteínas, chamadas de dependentes de ciclina (Cdk) ● Cdk são ativadas e inativadas ao longo do ciclo, causando padrões cíclicos de fosforilação de proteínas que desencadeiam ou regulam os principais eventos ● Atividade de Cdk varia de acordo com as ciclinas ● São sintetizadas na intérfase e degradadas no final da mitose ● Os níveis de Cdk se mantêm constantes em todo o ciclo ● Existem 11 Cdk conhecidas (1-11) ● Ciclinas são uma família de proteínas presentes em todos os organismos ● Existem 10 ciclinas conhecidas (A-J) ● Atuam com diferentes combinações com as Cdk em diferentes momentos do ciclo ● Precisam se associar às Cdk para que elas tenham sua função quinase, formando o complexo ciclina-Cdk ● A atividade do complexo é coordenada pelo padrão de acúmulo e degradação das ciclinas ● A ativação da ciclina-Cdk causa a fosforilação de um aminoácido específico próximo ao sítio ativo da Cdk, por ação da proteína Cak ● Também é controlada pela proteoquinase Wee 1, que fosforila 2 aminoácidos no sítio da Cdk, inibindo-a ○ Ação pode ser restaurada pela desfosforilação dos aminoácidos pela Cdc25 ■ É ativada quando outra proteína, PLK (polo-quinase)m fosforila alguns dos seus sítios, PLK é ativada pelas quinases Bora e Aurora A ■ O próprio complexo que sofreu ativação também causa fosforilação da Cdc25 e Wee 1(inibe também) ○ A inativação das proteínas inibitórias leva ao desenvolvimento de tumores ● Esse processo ocorre no final de G2, fazendo com que todos os complexos M-Cdk sejam ativados ● CKI são proteínas inibitórias de Cdk e do complexo, causando uma inativação temporária ○ Atuam no controle da fase S e G1 ● Cada ciclina e seu complexo ciclina-Cdk atuam em um momento do ciclo Ciclina Fase Ação E G1 Comprometem a célula com duplicação do DNA A S Iniciam a duplicação do DNA B M Promovem eventos da mitose D G1 Transposição do ponto R ● Ciclinas forma 4 tipos de complexos com as Cdk, referidos como G1-Cdk, G1/S-Cdk, S-Cdk e M-Cdk Ciclina Cdk D Cdk4 e Cdk6 E Cdk2 A Cdk1 e Cdk2 B Cdk1 Controle do G1-Cdk e G1/S-Cdk ● G1-Cdk faz a decisão da célula de entrar ou não em divisão ● Ativado por fatores extracelulares ● Na transição de G1 para S é ativado o G1/S-Cdk é ativado, estimulando a duplicação do centrossomo e fosforilação de outras proteínas Controle do S-Cdk ● Ativado no final de G1 ● Fosforila o complexo ORC ● Desencadeia a replicação do DNA ● Após a replicaçãocausa a dissociação de proteínas presentes no complexo pré-replicativo (pré-RC) ● Atividade permanece alta durante toda G2 e início de M Controle do M-Cdk ● Aumenta no final de G2, porém inativo, até ser ativado pela Cdc25 para desencadear a mitose ● Induz a condensação cromossômica, fragmentação do núcleo e reorganização do citoesqueleto ● Fosforila proteínas no complexo das condensinas e histonas H1 e H3 ● Desmontagem dos microtúbulos do citoesqueleto ocorre quando o M-Cdk fosforila as MAP, reduzindo a estabilidade ● Fosforila e ativa as catastrofinas que desmontam os microtúbulos ● Ativa uma ligase de proteína-ubiquitina, o complexo promotor de anáfase ● A degradação da ciclina M inativa o M-Cdk e faz com que as fosfatases desfosforilem os substratos da Cdk ○ Causa desmontagem do fuso, descondensação cromossômica e restauração da carioteca ○ Faz a célula sair da mitose e progredir para a intérfase do próximo ciclo Reparo do DNA Reparo por excisão de base (BER) ● Bases oxidadas são primeiramente corrigidas pelo processo de BER ● Começa pelo reconhecimento e excisão da base danificada pelas DNA glicosilases, com ou sem 3’-AP liase ● A lacuna gerada é preenchida por polimerização e ligação de novos nucleotídeos ao DNA Reparo por excisão de nucleotídeos (NER) ● Atuam principalmente em danos causados por agentes exógenos que distorcem a dupla hélice ● Envolve mais de 30 proteínas e atuam em 5 passos ○ 1- Reconhecimento da lesão ○ 2- Abertura da dupla hélice do DNA na lesão ○ 3- Dupla incisão distante alguns sítios da lesão, nos lados 3’ e 5’ ○ 4- Síntese de novo DNA por molde da fita não danificada ○ 5- Ligação da porção 5’ da nova fita sintetizada ● Depende da RNA polimerase II, reparo acoplado à transcrição (TCR) Reparo por recombinação ● Uma das lesões reparadas é a dupla quebra da cadeia, criada por agentes exógenos e endógenos ● Existe a recombinação homóloga (HR), que garante um reparo preciso ● E a junção de pontas não homólogas (NHEJ), que pode haver erros Reparo por emparelhamento errôneo de DNA (MMR) ● Corrige pares errados de bases e alças desemparelhadas ● Envolvido em meiose e recombinação Proteína ATM e checkpoints ● Papel central na cascata de sinalização da quebra da dupla fita, uma das lesões mais citotóxicas ● É homóloga à família das fosfatidilinositol-3’-quinases ○ Membros dessa família estão envolvidos na detecção de danos no DNA e controle do ciclo ● Atividade é induzida por radiação ionizante ● Checkpoint é o reconhecimento e sinalização de danos no DNA, sendo a primeira resposta celular contra lesões ○ Ativam uma rede de sinalização ○ Envolvidos no controle da ativação dos mecanismos de reparo do DNA, transcrição gênica, posicionamento e comprimento dos telômeros e apoptose ● A sinalização tem um sistema sensor e transdutor que converte o sinal de dano para vários efetores ● Proteínas sensoras detectam inicialmente as alterações e iniciam a sinalização ● São desconhecidas, mas os candidatos são: PARP, DNA-PK, BRCA1, complexo Nbs1-MRE11-RAD50 e MLH2, sendo proteínas envolvidas no reparo de bases ● A transdução ocorre na etapa seguinte, sendo a ATM uma das primeiras transdutoras via fosforilação de efetores ● Controle dela começa com a ativação e estabilização da p53 ● Também fosforila a histona H2AX, sendo essencial no recrutamento de fatores de reparo, RAD51 e BRCA1 ● CHK2, ativada pela ATM, é uma proteína quinase ligada ao checkpoint da fase G1/S e S ● Células com ATM deficiente são hipersensíveis a efeitos tóxicos do H2O2, NO3 e O2- ● Também não apresentam checkpoints em G1 e G2 ou indução da p53 Fatores externos e sinais extracelulares ● Fatores de crescimento (FC) agem controlando a progressão de G1-S, ultrapassando o ponto R ● Fatores PDGF e FGF tornam as células em G0 proliferativas novamente ● EGF causa a progressão das primeiras etapas de G1 e IGF faz a transposição do ponto de restrição ● FGF e PDGF são fatores de competência e EGF e IGF são fatores de progressão ● Esse mecanismo de regulação por fatores externos envolve a ação de receptores de membrana, estimulando vias de sinalização intracelulares Fatores que alteram o ciclo celular ● Outros fatores podem agir como inibidores do ciclo ● Agentes que danificam o DNA, fatores ambientais adversos ou contatos celulares ● Agem pela indução de proteínas inibidoras de Cdk ● Em alguns tecidos a proliferação é inibida por proteínas chamadas de calonas ○ Explicam o processo de hipertrofia compensadora Estresse Oxidativo ● Células vivas são expostas a possíveis danos causados por espécies reativas de oxigênio (ROS) ○ Originadas endógena e exogenamente ● ROS são causadas por Luz UV, irradiação ionizante, agentes químicos, processos metabólicos intracelulares e processos inflamatórios ○ Nem sempre são consequência do metabolismo, podendo ser geradas por oxidases em resposta a FC e citocinas, podendo servir como segundo mensageiro ● Principais alvos são DNA, lipídeos, proteínas e açúcares Agentes antioxidantes ● Enzimas que removem radicais e ROS ○ SOD, catalases, glutationa redutase e peroxidase ● Proteínas que diminuem a disponibilidade de pró-oxidantes ○ Transferrinas, ferritinas, metalotioneínas e haptoglobinas ● Proteínas que protegem processos contra danos oxidativos ○ Proteínas de estresse ● Moléculas de baixo peso que captam ROS via auto-oxidação ○ Glutationa, ⲁ-tocoferol, ácido ascórbico e β-caroteno ● No estresse oxidativo a formação de ROS excede a capacidade de controle dele Oxidação do DNA ● Lesões ocorrem por oxidação direta dos ácidos nucleicos ● Causam formação de quebras em uma das cadeias ou quebras simples em posições simétricas nas duas cadeias ○ Guanina tem o menor potencial de ionização ● Guanina oxidada pode causar emparelhamento errôneo com a adenina, causando transversão de GC para TA Psiconeuroimunologia ● É a interação entre o SNC e o sistema imunológico ● No organismo existem comunicações bidirecionais entre os sistemas neuroendócrino, neurológico e imunológico ● Estressores físicos e psicossociais podem alterar a resposta imune Estresse ● Significa estar sob pressão ou ação de estímulo persistente ● Pode ser físico, psicológico ou misto ● Reações não específicas do estresse são chamadas de SAG, síndrome da adaptação geral ○ Dividida em 3 fase: ○ Alarme: organismo recebe a ação estressora e usa mecanismos para manter o equilíbrio ○ Resistência: adaptação desenvolvida por canais de defesa ○ Exaustão: estressor permanece no organismo por muito tempo, aumentando a produção de corticoide ● Estresse agudo: organismo sofre alterações fisiológicas provocadas pelo SN e volta ao normal ● Estresse crônico: impossível de voltar ao estado fisiológico normal rapidamente ○ Gera deficiências nas funções afetivas, cognitivas, risco aumentado para depressão, diabetes, doenças ACV, doenças autoimunes, IVAS e retardo na cicatrização ○ Tendência à obesidade, diabetes, etilismo e tabagismo ● De forma lenta e gradual a homeostase pode se romper Cortisol ● O estresse resulta na liberação do cortisol, o principal hormônio modulador das defesas do organismo ○ Funções de manutenção da PA, modulação da excitabilidade do SNC e etc ● A reação fisiológica está ligada a dois sistemas: o SNA e o sistema de glândulas endócrinas (SGE) ○ SN precisa de estimulação rápida e o SGE precisa de uma ação geral e prolongada ● Após o cérebro interpretar os estímulos (sensibilidade, associação, integração e tomada de decisão), impulsos são enviados para o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) ● Hipotálamo libera o CRF (corticotrofina) ● CRF vai para a adenohipófise, causando a liberação do ACTH (adrenocorticotrofina) ● ACTH chega ao córtex da suprarrenal e inicia a secreção de cortisol ● Glicocorticóides possuem ação anti-inflamatória durante o estresse ● Reduzem a produção de IL-2 que ativa e induz a proliferação celular das NK ● Inibem a síntese e secreção de outras citocinas (IL-1, IL-6, IL-8, TNF e interferon-g), que regulam a imunidade celular● Ocorre um aumento expressivo de neutrófilos e redução de linfócitos ● De forma geral, o estresse crônico causa deficiências no sistema imunológico, podendo gerar imunossupressão, sendo um fator significante para o desenvolvimento do câncer Carcinogênese ● Caracterizada por mutações genéticas herdadas ou adquiridas pela ação de agentes ambientais, químicos, hormonais, radioativos e virais ● Compreende 4 estádios ○ O início é a exposição aos carcinógenos com mutação e formação de clones celulares atípicos ○ A promoção é a multiplicação desses clones celulares ■ A supressão do contato com carcinógenos pode interromper o processo ○ A progressão e a conversão maligna das células formam o 3º e 4º estádios ■ As células possuem autonomia para se proliferar e com a perda da coesão se tornam invasivas ● Os principais alvos da alteração genética são os proto-oncogenes, genes supressores tumorais, genes que controlam a apoptose e genes reparadores do DNA ● Proto-oncogenes promovem o crescimento e diferenciação celular de forma organizada ○ São transformados em oncogenes pelo descontrole da expressão ou mutação, gerando síntese de um produto anormal, as oncoproteínas ● Oncogenes podem aumentar a expressão dos genes das ciclinas e Cdk ● Os genes Rb, p53, BRCA-1 e BRCA-2 são supressores tumorais e regulam a transcrição nuclear e o ciclo celular ○ A pRb é uma fosfoproteína nuclear que inibe a progressão da fase G1 para S ● Os genes NF-1 e APC regulam a transdução de sinais e os receptores de membrana (TGF-b e caderinas) ○ A APC degrada a β-catenina, uma proteína que pode penetrar no núcleo e ativar a transcrição dos genes promotores do crescimento ○ Neurofibromina, vinda do NF-1, regula a transdução de sinais pela proteína ras e ativa a GTPase, que facilita a inativação da ras ● Receptores de membrana podem controlar o crescimento, como os do TGF-β, que regula a transcrição dos genes inibidores do crescimento e proteínas que regulam a adesão celular das caderinas ● Genes que impedem (Bcl 2, Bcl-XL) ou induzem (Bax, Bad) à apoptose também atuam na carcinogênese Estadiamento TNM ● Processo para determinar a localização e a extensão do câncer ● Os médicos precisam conhecer a extensão da doença e sua localização para poder definir as melhores opções de tratamento ● Existem diferentes tipos de exames e testes para determinar o estadiamento Tipos de estadiamento Estadiamento Clínico . ● Estimativa da extensão da doença com base nos resultados do exame físico, exames de imagem e biópsia ● Podem ser usados exames de sangue ● Estágio clínico é usado para decidir o melhor tratamento Estadiamento Patológico . ● Se o tratamento cirúrgico for realizado, usa-se o estadiamento patológico ● Também denominado estadiamento cirúrgico ● Baseia-se nos resultados dos exames e testes junto como o que foi observado durante a cirurgia ● Informações mais precisas que podem ser utilizadas para prever a resposta ao tratamento e seus resultados Sistema TNM . A cada tipo de câncer é atribuída uma letra ou número para descrever o tumor, linfonodos e metástases ● T para o tumor primário ● N para linfonodos. O câncer que se disseminou para os linfonodos próximos ● M para metástase. O câncer que se disseminou para partes distantes do organismo Categoria T . Informações sobre aspectos do tumor primário, como seu tamanho, profundidade e quanto invadiu os tecidos adjacentes ● TX significa que o tumor não pode ser avaliado ● T0 significa que não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado) ● Tis significa que as células cancerígenas estão se desenvolvendo apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos. Também pode ser chamado de câncer in situ ● Os números que aparecem após o T (como T1, T2, T3 e T4) descrevem o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença nas proximidades. Quanto mais alto o número atribuído a T, maior o tumor e/ou mais disseminado nos tecidos próximos se encontra Categoria N . ● Descreve se o câncer se disseminou para os linfonodos próximos ● NX significa que os linfonodos não podem ser avaliados ● N0 significa que os linfonodos vizinhos não contêm câncer ● Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) descrevem o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com a doença. Quanto mais alto o número atribuído a N, mais o câncer está disseminado para os linfonodos Categoria M . ● Descreve se o câncer se disseminou (metástases) para locais distantes do corpo ● M0 significa que nenhuma disseminação foi encontrada ● M1 significa que o câncer se disseminou para tecidos e órgãos distantes ● A maioria dos tipos de câncer tem sua própria versão desse sistema de classificação, logo as letras e os números não significam sempre o mesmo para cada tipo de câncer ● Existem classificações que podem ter subcategorias, como T3a e T3b, enquanto outros podem não ter uma categoria N3 ● T, N e M, são combinados para atribuir uma nota global. Para a maioria dos cânceres, o estágio utiliza um número romano de I a IV ● Algumas vezes os estágios são subdivididos, usando letras como A e Ética na oncologia ● A concepção mecanicista da vida ● Medicina se baseia na noção do corpo como uma máquina, da doença como uma avaria desta máquina e é centrada na ideia de que a função do médico é reparar essa avaria ● A medicina moderna perde a noção do ser humano em sua integralidade e, ao reduzir a saúde a um mero funcionamento mecânico ● A isto se faz da medicina de hoje em especialidades e, delas, as áreas de atuação ● As dimensões sutis e imponderáveis, às quais estão relacionados os aspectos emocional, cultural, social, familiar e espiritual, influenciam a forma como o ser humano adoece e também os processos de cura ● Quando os avanços científicos e tecnológicos são insuficientes para prover soluções, como as que envolvem o cuidado a pacientes terminais, as limitações do modelo biomecânico (diagnóstico-tratamento-resultado) são evidentes, pois este não atende às necessidades de pacientes e familiares e, tampouco, de profissionais e estudantes da área de saúde ● Da ética, em seus Princípios Fundamentais assinala que “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional” ● Do artigo 34, mais direto impossível: “ Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal” ● O dano pode advir, sim, da própria terapêutica instituída, clínica, cirúrgica, radioterapia ou multimodal; mutiladora ou não, mas na certeza, não indeléveis ou permanentes faíscas na integridade física e moral de nosso assistido. O dano da verdade. Sim, é dura a notícia, mas pode ser como a quem perdoa seu ofensor, liberta a alma de ambos e cria-se o estado da verdade. Relativa ou absoluta ● Vem o questionamento ao profissional e ao paciente: o que queremos? o que podemos? Até onde iremos?
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