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APG 05 – MYRELLA TURBANO AGENTE ETIOLÓGICO A doença de Chagas, ou tripanossomíase americana, é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, o qual tem o barbeiro (triatomíneo) como vetor. O triatomíneo libera o T. cruzi por meio das fezes, e os parasitas podem infectar o hospedeiro por meio de lesões na pele ou em mucosas. Outras formas de transmissão da doença são por infecção congênita, transfusão sanguínea e via oral (ingestão de alimentos contaminados ou leite materno). Sua taxonomia é: REINO: protista; ORDEM: Kinetoplastida – todos que pertencem a essa ordem possui o cinetoplasto, local de uma única mitocôndria que armazena o DNA mitocondrial. FILO: Sarcomastigophora; SUBFILO: Mastigophora; FAMÍLIA: Trypanosomatidae; GÊNERO: Trypanosoma FORMAS DO T. CRUZI TRIPOMASTIGOTA: forma infectante não proliferativa. O cinetoplasma tem uma forma arredonda e está bem distante do núcleo. Localizada no sangue do hospedeiro e no reto do vetor. É alongada, com cinetoplasto proeminente na parte posterior da célula, flagelo longo (porção anterior da célula) e membrana ondulante, responsáveis pela infecção. Os tripomastígotas apresentam polimorfismo, possuindo tanto formas mais delgadas, como formas mais largas. a) FORMA DELGADA: a forma delgada mais infectante e de mais fácil penetração celular, por serem menores, menos capaz de se desenvolver, mais sensivel aos anticorpos (opsonização = isolamento), presentes no início da infecção e parasitam celulas do sistima nononuclear fagocitário (SMF) do baço, fígado e medula óssea, sendo chamadas de macrofagotrópicas (preferência por macrófagos). b) FORMAS LARGAS: Já a formas largas são menos infectantes, mais resistentes à ação de anticorpos circulantes, permanecendo mais tempo na corrente circulatória, presente na fase tardia da infecção e parasitam celulas musculares lisas, cardíaca e esquelética, sendo chamadas de miotrópicas (preferência por células musculares). AMASTIGOTA: pouco infectante, proliferativa dos hospedeiros vertebrados. Forma intracelular. arredondada ou oval, com flagelo curto não exteriorizado. Localizada no interior de células apresentadoras de antígenos, fibroblastos e células musculares lisas e estriada cardíaca e esquelética, responsáveis pela multiplicação EPIMASTIGOTA: não infectante, proliferativa no hospedeiro invertebrado. Possui o cinetoplasto em forma de bastão, pertinho do núcleo. localizada no intestino do barbeiro, é alongada, com flagelo lateralmente disposto, com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo, forma de transição. CICLO DE VIDA DO T. CRUZI MYRELLA TURUBANO – T12 CICLO DO HOSPEDEITO VERTEBRADO Os triatomíneos vetores se infectam ao ingerir as formas tripomastígotas presentes na corrente circulatória do hospedeiro vertebrado durante o hematofagismo. No estômago do inseto eles se transformam em formas arredondadas e epirnastígotas. No intestino médio, os epimastígotas se multiplicam por divisão binária simples, sendo, portanto, responsáveis pela manutenção da infecção no vetor. No reto, porção terminal do tubo digestivo, os epimastígotas se diferenciam em tripomastígotas (infectantes para os vertebrados), sendo eliminados nas fezes ou na urina. CICLO DO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Amastígotas, epimastígotas e tripomastígotas interagem com células do hospedeiro vertebrado e apenas as epimastígotas não são capazes de nelas se desenvolver e multiplicar. Considerando o mecanismo natural de infecção pelo T. cruzi: 1. Os tripomastígotas metacíclicos eliminados nas fezes e urina do vetor, durante ou logo após o repasto sanguíneo, penetram pelo local da picada e interagem com células do SMF da pele ou mucosas. 2. Neste local, ocorre a transformação dos tripomastígotas em amastígotas, que aí se multiplicam por divisão binária simples. 3. A seguir, ocorre a diferenciação dos amastígotas em tripomastígotas, que são liberados da célula hospedeira caindo no interstício. 4. Estes tripomastígotas caem na corrente circulatória, atingem outras células de qualquer tecido ou órgão para cumprir novo ciclo celular ou são destruídos por mecanismos imunológicos do hospedeiro. Podem ainda ser ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular. No início da infecção do vertebrado (fase aguda), a parasitemia é mais elevada, podendo ocorrer morte do hospedeiro. Na espécie humana, a mortalidade nesta fase da infecção ocorre principalmente em crianças. Quando o hospedeiro desenvolve resposta imune eficaz, diminui a parasitemia e a infecção tende a se cronificar. Na fase crônica, o número de parasitas é pequeno na circulação, só sendo detectados por métodos especiais (xenodiagnóstico, hemocultura e inoculação em camundongos). A evolução e o desenvolvimento das diferentes formas clínicas da fase crônica da doença de Chagas ocorrem lentamente, após 10 a 15 anos de infecção ou mais. A doença de Chagas crônica evolui por anos, e os órgãos predominantemente atingidos são o coração e o trato digestivo (esôfago e intestino grosso). No trato digestivo, o parasita causa danos no plexo mioentérico, o que resulta na dilatação do cólon (megacólon) e do esôfago. Já no coração, o dano às fibras miocárdicas e às vias de condução resulta em cardiomiopatia dilatada e arritmias cardíacas. Macroscopicamente, o coração se encontra dilatado, arredondado e com tamanho e peso aumentados, sendo frequente a presença de trombos murais. A interação entre o parasito e a célula hospedeira ocorre em três fases sucessivas: 1) Adesão celular: quando ambos se reconhecem e o contato membrana- membrana ocorre; MYRELLA TURUBANO – T12 2) Interiorização: quando ocorre a formação de pseudópodes e a conseqüente formação do vacúolo fagocitano. A concentração de Ca2+ tem sido também considerada um fator importante na penetração do parasita na célula hospedeira e facilita a chegada dos lisossomas para as proximidades do parasita chegando mesmo a fazer parte da membrana do vacúolo fagocitário; 3) Fenômenos intracelulares: quando as formas epimastígotas são destruídas dentro do vacúolo fagocitário (fagolisossoma) e os tripomastígotas sobrevivem resistindo as ações das enzimas lisossômicas e desenvolvendo-se livremente no citoplasma da célula, onde se transformam em arnastígotas (três horas após a interiorização). Em cultivo do T.cruzi em macrófagos foi verificado que os amastígotas se multiplicam por divisão binária simples, a cada 12 horas, num total de nove gerações, totalizando cerca de 540 parasitos, que a seguir se diferenciam em tripomastígotas por um mecanismo denominado "alongamento". A célula hospedeira, repleta de parasitos, se rompe, liberando no interstício os tripomastígotas ou mesmo amastígotas que ainda não se diferenciaram, além de detritos celulares da célula hospedeira. EVOLUÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS FASE AGUDA Pode ser sintomática (aparente) ou assintomática (inaparente). Esta é mais freqüente. Ambas estão relacionadas com o estado imunológico do hospedeiro. A fase aguda inicia-se através das manifestações locais, quando o T cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romana) ou na pele (chagoma de inoculação). Estas lesões aparecem em 50% dos casos agudos dentro de 4-10 dias após a picada do barbeiro, regredindo em um ou dois meses. Concomitantemente os linfonodos- satélites são comprometidos e no conjunto forma-se o complexo cutâneo elou conjuntivo- linfonodal. SINAL DE ROMAÑA: (figura 4) O sinal de Romana se caracteriza por edema bipalpebral unilateral, congestão conjuntival, linfadenite- satélite, com linfonodos pré- auriculares, submandibulares e outros aumentados de volume/palpáveis, além da presença de parasitos intra e extracelulares em abundância. Local de entrada do protozoário, quando você coça o olho a qual a sua mão está infectada. Figura 4. Sina de Romaña. CHAGOMA PRIMÁRIO:(figura 5) O complexo cutâneo-linfonodal caracteriza-se pelo aparecimento, em qualquer parte do corpo, do chagoma primário e da linfadenite- satélite. O primeiro é representado pela inflamação aguda local na derme e hipoderme, no ponto de inoculação do parasito. Microscopicamente, a lesão lembra um furúnculo que não chega à supuração, seguida de regressão lenta acompanhada de descamação. Em resposta a entrada do t. cruzi. MYRELLA TURUBANO – T12 MANIFESTAÇÕES GERAIS: As manifestações gerais são representadas por febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomeglia e, às vezes, insuficiência cardíaca e perhirbações neurológicas. - Aumento da parasitemia; - Lifonodomegalia - Casos raros ver-se: miocardite e meningocefalite FASE CRÔNICA ASSINTOMÁTICA (forma indeterminada) Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo período assintomático (10 a 30 anos). Esta fase é chamada de forma indeterminada (latente) e caracterizada pelos seguintes parâmetros: 1) positividade de exames sorológicos elou parasitológicos; 2) ausência de sintomas elou sinais da doença; 3) eletrocardiograma convencional normal, e 4) coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. - Parasitemia baixa. FASE CRÔNICA SINTOMÁTICA (formas cardíacas e digestivas) Certo número de chagásicos após permanecerem assintomáticos por vários anos, com o decorrer do tempo apresentam sintomatologia relacionada com o sistema cardiocirculatório (forma cardíaca), digestivo (forma digestiva), ou ambos (forma cardiodigestiva ou mista). Isto devido ao fato de mudar inteiramente a fisionomia anatômica do miocárdio e do tubo digestivo (esôfago e cólon, principalmente). FORMA CARDÍACA: A forma cardíaca atinge cerca de 20% a 40% dos pacientes no centro- oeste e sudeste do Brasil. Na CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA SINTOMÁTICA: o fato clínico principal é a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e isto se deve a diminuição da massa muscular que se encontra muito destruída devido a substituição por áreas de fibrose interrompendo fibras e fascículos; a destruição do SNA simpático e parassimpático e ao próprio exsudato inflamatório em atividade são os responsáveis pelos sintomas. - Além disso a Cardiopatia chagásica crônica ocorre em indivíduos de 15 a 20 anos; - É a principal causa de morte; - As alterações são vistas por meio de eletrocardiografias; - Tem-se miocardite crônica progressiva, dilatação das cavidades ventriculares e hipertrofia ventricular o que leva para uma ICC. - Observa-se frequentemente aneurismas de ponta e cardiomegalia. Além da insuficiência cardíaca, devido ao retardamento da circulação e da hipóxia, são frequentes os fenômenos tromboembólicos. Os trombos cardíacos são freqüentes (76% dos casos que desenvolvem insuficiência cardíaca), mas também podem se formar nas veias dos membros inferiores. A partir destes trombos, desprendem-se êmbolos que podem originar infartos no coração, pulmões, rins, baço, encéfalo, etc., causando assim a morte súbita. O comprometimento do sistema autônomo regulador das contrações cardíacas (nódulo sinusal, nódulo atrioventricular e feixe de Hiss) traz como conseqüência uma grande variedade de perturbações, tanto na formação dos estímulos (anitmia, extra- sistoles) como na sua propagação (bloqueio atrioventriculares de grau variável, bloqueio do ramo direito do feixe de Hiss, esta última alteração considerada patognomônica da doença de Chagas). Quando os mecanismos de compensação cardíacos se tornam incapazes de superar as deficiências de sua força decontração, surge o quadro de ICC, que se traduz clinicamente por dispnéia de esforço, insônia, congestão visceral e edema dos membros inferiores evoluindo em dispnéia continua, anasarca e morte. Pacientes com este quadro apresentam cardiomegalia intensa. MYRELLA TURUBANO – T12 FORMA DIGESTIVA: No Brasil, a forma digestiva da doença está presente em cerca de 7% a 11% dos casos. As manifestações digestivas são representadas principalmente no Brasil e na Argentina pelos megas, onde aparecem alterações morfológicas e fimcionais importantes, como, por exemplo, a incoordenação motora (aperistalse, discinesia) caracterizando o megaesôfago e o megacólon. Lesões, necroses e fibrose leva a destruição dos plexos miontéricos, que progride para disfunção e redução do peristaltismo. - Se tiver a redução do peristaltismo pode-se ter: hipertrofia, atonia, estase, dilatação e megas (megaesôfago, megacolon) Os sintomas principais são: disfagia, odinofagia, dor retroestemal, regurgitação, pirose, soluço, tosse e sialose. As complicações mais graves do megacólon são a obstrução intestinal e a perfuração, está levando à peritonite. FORMA NERVOSA: Está presente naqueles pacientes cujo quadro clínico dominante são as manifestações neurológicas (alterações psicológicas, comportamentais e perda de memória) diferenciando assim das lesões neurológicas que participam da evolução dos megas. O mecanismo patogênico básico nesta forma clínica seria a denervação, contestada por alguns autores por consistir em agregados de células gliais e linfóides sem encontro de parasitas. Admite-se, todavia, que na fase crônica da doença a perda ou diminuição dos neurônios possa ser consequência da isquemia devido à ICC e anitmias cardíacas, bem como de processos auto-imunes, já discutidos anteriormente. FORMAS DE CONTAMINAÇÃO VETOR: de 5 a 15 dias para o início dos sintomas; ORAL: de 3 a 22 dias; SANGUE: de 30 a 40 dias IMUNIDADE NA DOENÇA DE CHAGAS A infecção por T.cruzi mobiliza vários mecanismos humorais e celulares da resposta imune inata e adquirida. Em consequência, o parasita passa a ser continuamente combatido, tendo sua multiplicação reduzida. Entretanto, ele persiste indefinidamente no hospedeiro, assim como a resposta imune. Como consequência, lesões teciduais resultantes desta atividade imunológica prolongada acumulam-se, podendo desencadear as diversas formas clínicas da doença. ATUAÇÃO DOS MACRÓFAGOS: Os macrófagos são as principais células onde os parasitam localizam-se, então elas produzem moléculas inflamatórias como óxido nítrico, superóxido, IL-12 e TNF que ajudam na destruição dos parasitas e estimulam outras células da resposta imune (linfócitos). Os linfócitos se dividem em TH1 que produzem células inflamatórias (IL-1, IFN-Y) e TH2 que produzem células antinflamatórias (citocinas que baixam a resposta inflamatória). IMUNIDADE HUMORAL: Há uma forte ativação do sistema imunológico ocorre durante a fase aguda da doença de Chagas, ocorrendo primeiro uma grande mobilização do sistema imune com o objetivo de conter o parasito e os danos da infecção. O parasito promove a ativação inespecífica de macrófagos e células natural killer (imunidade celular) acompanhado de ativação de linfócitos T e B, resultando numa produção de imunoglobulinas (imunidade humoral). O surgimento de IgM e IgG são precoces, atingindo níveis elevados que coincidem com o aumento da parasitemia. IMUNIDADE CELULAR: O parasito ativa as células NK a sintetizarem o IFN-y (ativam mais macrófagos). Esta citocina constitui um importante mediador da resistência a infecção e passa nos estágios posteriores da MYRELLA TURUBANO – T12 infecção a ser produzida por células T CD4' e T CD8'. As células T CD4 são mais importantes na proteção contra a infecção por T.cruzi na fase aguda da infecção, devido a produção de citocinas e pelo estímulo de produção de anticorpos líticos que auxiliam na destruição dos parasitas intra e extracelulares. As células T CD8 tem participação mais importante na fase crônica da infecção e na gênese das lesões, estando associadas a fenômenos de citólise, fibrose tecidual e, portanto, as manifestações cardíacas e intestinais da doença. AUTO-IMUNIDADE: A ocorrência de lesões progressivas, associadas a fenômenos degenerativos intensos(inflamação, fibrose e denervação), em pacientes com baixa parasitemia na fase crônica da infecção apresentando as formas clínicas graves da doença, sugerem que a auto-imunidade exerce um papel importante na gênese das lesões na doença de Chagas. Este fato seria explicado pelo fato de que tecidos e órgãos do hospedeiro adquirem componentes do parasito sendo, portanto, reconhecidos por anticorpos e células que atuariam sobre o mesmo. DIAGNOSTICO FASE AGUDA EXAMES PARASITOLOGICOS - Exame de sangue a fresco, com gotas de sangue colocada entra lâmina e lamínula. - Exame de sangue em gota espessa. Este método tem mais chances de detectar o parasito do que o anterior, concentra uma maior quantidade de sangue em um mesmo espaço. - Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa. Permiti observar a morfologia do parasito, mas só em parasitemia muito elevada. - Cultura de sangue ou material de biopsia (linfonodos); - Inoculação do sangue (0,5ml) ou creme leucocitário em camundongos, nesse creme se encontra parasitas. - Métodos de concentração, consiste em deixar o sangue coagular e retrair o coagulo. Os parasitos são retirados do coagulo à medida que este se retrai, concentrando-se no soro, que pode ser centrifugado para exame do sedimento ou inoculação em animais de laboratório. - Xenodiagnostico e a hemocultura são muito sensíveis na fase aguda. EXAMES SOROLÓGICOS - Reação de precipitação ou precipitina, pois apresenta cerca de 95% de sensibilidade a partir do sétimo dia de infecção. - Reação de imunoflorecencia indireta (RIFI). Apresenta alta sensibilidade a partir do 15° dia de infecção, detectando anticorpos da classe IgM. - Enzime-linked-immunosorbent (ELISA). Detecta classes especificas de anticorpos, utilizando-se conjugado com anti IgM. FASE CRONICA EXAMES PARASITOLOGICOS - Hemocultura é realizado em paralelo com o xenodiagnóstico - Inoculação em camundongos jovens. EXAMES SOROLOGICOS - Reação de fixação de complemento (RFC). É feita com antígeno homólogo (extrato de formas de cultura do parasito sob diferentes preparações). - Reações de imunofluorescência indireta (RIFI). Consiste em fazer reagir sobre antígenos fixos em lâminas de microscópio, anticorpos do soro do paciente adicionados posteriomente do conjugado MYRELLA TURUBANO – T12 (antiimunoglobulina marcada com substância fluorescente). - Lise mediada por complemento (LMCo). Esta técnica detecta anticorpos líticos capazes de agir sobre tripomastígotas vivos reconhecendo uma molécula de 360kd na membrana do parasita, lisando-os na presença de complemento humano. - Pesquisa de anticorpos antitripomastígotas vivos (AAW. Mais recentemente uma nova técnica de imunofluorescência, alternativa a lise mediada por complemento, realizada em microplacas e empregando suspensão de tripomastígotas vivos foi padronizada com o objetivo de detectar a cura da infecção através da detecção de anticorpos 1íticos. - ELISA - Reação de hemaglutinação indireta (RHA). É uma técnica muito simples e sensível (mais de 90%), muito utilizada para o diagnóstico de fase aguda e crônica. O antígeno é obtido de formas de cultura do parasito por vários métodos de preparação. Consiste em fazer atuar sobre hemácias sensibilizados com antígenos de T cruzi o soro do paciente. POLÍTICAS DE SAÚDE INDÍGENAS POVOS INDÍGENAS: Os povos indígenas estão presentes em todos os estados brasileiros, exceto no Piauí e Rio Grande do Norte, vivendo em 579 terras indígenas que se encontram em diferentes situações de regularização fundiária e que ocupam cerca de 12% do território nacional. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS: A Política Nacional de Atenção à Saúde tem como propósito desta política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura. DIRETRIZES: Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes, que devem orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas: • Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam; • Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural; • Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas; • Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde; • Promoção do uso adequado e racional de medicamentos; • Promoção de ações específicas em situações especiais; • Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas; • Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena; • Controle social. DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA: um modelo de organização de serviços - orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado -, que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo- gerenciais necessárias à prestação da assistência, com controle social. MYRELLA TURUBANO – T12 REFERÊNCIAS PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010. Neves, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005. CARDOSO, Andrey Moreira; SANTOS, Ricardo Ventura; COIMBRA JR, Carlos EA. Políticas Públicas em saúde para os povos indígenas. Barros DC, Silva DO, Gugelmin SA. Vigilância Alimentar e Nutricional para a Saúde Indígena. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, p. 75-91, 2008. Organização Pan-Americana da Saúde. Área de Vigilância Sanitária e Manejo de Doenças. - Guia para vigilância, prevenção, controle e manejo da doenças de chagas aguda transmitida por alimentos - Brasília; Orgnização Pan-Americana da Saúde; 2009. 94 p. ilus, tab. Pereira PC, Navarro EC. Challenges and perspectives of Chagas disease: a review. J Venom Anim Toxins Incl Trop Dis. 2013 Dec 19;19(1):34. doi: 10.1186/1678-9199-19-34. PMID: 24354455; PMCID: PMC3898031. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, elaborada pela FUNASA e aprovada pela Portaria MS n.254, de 31 janeiro de 2002.
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