Prévia do material em texto
Estudo dirigido Fisioterapia em Pediatria 1º Bimestre: - Defina o recém-nascido pelo tempo de gestação: Recém-nascido pré-termo: nasceu prematuro com menos de 37 semanas. Recém-nascido a termo: nasceu no tempo esperado, de 37 semanas a 41 semanas e 6 dias. Recém-nascido pós-termo: nasceu após 42 semanas de gestação, isso significa que passou do tempo adequado para o nascimento. - Como o recém-nascido prematuro é classificado de acordo com a idade gestacional? Prematuros limítrofes: nascem bem, entre 35 e 36 semanas. Prematuros moderados: nascem entre 30 e 34 semanas, geralmente com peso acima de 2.000g. Prematuros extremos: nascem abaixo de 30 semanas e com peso abaixo de 1.500g. Prematuros em limite de viabilidade: nascem abaixo de 22 semanas. - Quais as características do bebê prematuro? Geralmente eles tem baixo peso ao nascer, pele fina, brilhante e rosada, as veias são visíveis, há pouca gordura sob a pele, pouco cabelo, orelhas finas e moles, cabeça desproporcionalmente maior que o corpo, musculatura fraca, pouca atividade corporal e poucos reflexos de sucção e deglutição. - O que é a idade corrigida? E a idade cronológica do recém-nascido prematuro? Qual é a idade de referência para o cálculo da idade corrigida do bebê? Idade corrigida é quanto tempo faltou para esse bebê prematuro nascer a termo no referencial de 40 semanas. Ela vai servir para evitar erros de interpretação dos sinais e respeita a fisiologia evolutiva normal da criança, vai avaliar o peso até 24 meses, estatura até 42 meses e perímetro cefálico até 18 meses. Idade cronológica do recém-nascido prematuro é a idade real que o bebê tem, ou seja, o tempo de vida dele após o nascimento. Idade de referência para o cálculo da idade corrigida é 40 semanas. IDADE CORRIGIDA = Idade cronológica – (40 – IG) SOMENTE PARA BEBÊS PREMATUROS, ENTÃO SE TIVER UM CASO DE 38 SEMANAS NÃO SE APLICA PORQUE O BEBÊ NÃO NASCEU PREMATURO. Exemplo Idade cronológica 12 meses e 2 semanas Idade gestacional 27 semanas Idade corrigida = 50 – (40 – 27) 50 – 13 Resultado: 37 semanas 9 meses e 1 semana. - O crescimento e o desenvolvimento físico seguem dois princípios de maturação. Explique: Princípio céfalo-caudal: inicia em nível de cervical para controle dos membros inferiores (da cabeça aos pés), por isso a sensação que a cabeça do bebê é proporcionalmente maior que o corpo. Princípio próximo-distal: inicia na linha média para as extremidades, isto é, para ter o controle distal primeiro precisamos ter o controle proximal. - Explique o desenvolvimento motor de 0 a 12 meses e os reflexos presentes: Para avaliar um bebê eu preciso colocar nas posições e ver o que ele faz e o que ele não faz até aquele presente momento. PRIMEIRO TRIMESTRE (1 a 3 meses) SUPINO bebê apresenta principalmente um tônus flexor porque no útero materno ele ficava todo fletido (para testar esse tônus eu posso esticar o membro e o bebê vai voltar para a flexão) pelve fica elevada por conta músculos adutores que estão muito fortes ocorre movimento espontâneo dos 4 membros (extensões/pontapés alternados) no 2º mês ocorre a postura reflexa tônico-cervical assimétrica (RTCA),bebê brinca com as mãos orientação na linha média que ocorre no 3º mês. A assimetria ocorre só no 2º mês, no 1º e 3º mês a simetria prevalece (nesse mês da assimetria, viro a cabeça do bebê para o lado e com isso os dois braços vão ficar abduzidos, só que o que está a frente da face fica abduzido com extensão e o que está atrás com flexão na região occipital). PRONO Eleva cabeça e vira pro lado pra respirar. Eleva pelve e peso vai para cintura escapular. Flexão dos 4 membros. Postura “nos cotovelos”. Manobra de propulsão: se empurra pra frente quando coloca mãos nos pés; até 3 meses. PUXADO PARA SENTAR Ainda não puxa pra sentar, pois cabeça pende pra trás. Reflexo de preensão plantar: quando toca na planta do os dedos flexionam. Depois interrompe pra conseguir andar (até 6 ou 7 meses). Reflexo de preensão palmar: tudo que tocar na mão ele segura. Reflexo de sucção: quando toca os lábios ele suga Reflexo de busca ou dos pontos cardeais: estimula canto da boca ele desloca a boca e a face em direção ao estímulo. Focam objetos a curta distância (25 a 30 cm). Seguirá o objeto até na linha média. SENTADO Flexão da cabeça e de tronco. Reflexo de moro: desencadeado por estímulo sonoro, visual ou sinestésico (2 a 3 meses); mudança súbita no equilíbrio desencadeia (palmas, queda de cabeça e estiramento brusco do lençol). Primeiro: faz abdução de ombros, extensão e abdução de dedos em leque, com o polegar e indicador formando um C. Depois: adução de ombros, flexão de cotovelos e dedos (lactente pode chorar). EM PÉ Reflexo de apoio plantar: faz extensão das pernas quando apoiado sobre superfície. Reflexo de colocação: em suspensão pelas axilas, o avaliador causa um toque na borda de uma superfície com o dorso do pé e imediatamente o pé é colocado para cima da superfície até 2 meses. Reflexo da marcha: em pé sobre a mesa ele inicia marcha 2° semana até 2 meses. Pés cruzados e assimetria nos membros inferiores. Fim do primeiro trimestre: padrão de posição vertical primária diminui e progride para astasia (perda do tônus) vai até 6 meses quando ele senta. Apoio plantar: desencadeado pelo apoio do pé sobre superfície dura (seguro pelas axilas) ocorre extensão das pernas. Reflexo de Galant: fricciona musculatura parabertebral com dedo e bebê forma arco com concavidade para lado do estímulo até 2 meses. Posição vertical: mantem pés cruzados e assimetria de membros inferiores. SEGUNDO TRIMESTRE (4 A 6 MESES) SUPINO Diminui flexão dos membros. Assimetria RTCA. Segura pés e tenta levá-los na boca. Movimento de pedalagem. Tenta rolar ativamente. Empurram-se. PRONO Apoia uma mão e outra usa pra alcançar algo. Faz extensão da cabeça e eleva. Quadril menos elevado. Rola de DV para DD. Tenta transferir o peso. Rasteja pra frente e pra trás. PUXADO PARA SENTAR Cabeça pende menos para trás. Começam a exibir reflexos posturais reações a mudanças de posição ou de equilíbrio. SENTADO Senta estável e ereto senta e apoia mãos na frente no chão (segura e protege o corpo). Tronco encurvado. Inicia retificação da cabeça. Reações protetoras. Reflexo tônico labitíntico (RTL): diz que tem lesão grave no SNC (sempre patológico). Muda posição da cabeça pra supino e gera padrão extensor; em prono gera padrão flexor. EM PÉ Reflexos quase desaparecendo. Volta a suportar o peso nos MMII (MMII abduzidos). Reação de landau I e II: suspende bebê em decúbito ventral; garante que ele vai andar. Fase I: estende cabeça, tronco, quadril e membros. Fase II: flexiona tronco e as extremidades. Se com 10 meses ele não responder, diz que vai ter atraso na marcha. Reflexo de Babinski: hálux se movimenta em direção à parte superior do pé e os outros dedos abrem para fora após a planta do pé ter sido estimulada. Normal em crianças pequenas e anormal após os 2 anos. Reações posturais: Resposta de endireitamento: manter a cabeça orientada com relação ao corpo ou a gravidade. Reações de equilíbrio: ajustam mudanças na orientação do corpo no espaço. Respostas de proteção: aprende a se proteger de quedas. TERCEIRO TRIMESTRE (7 A 9 MESES) SUPINO Rola de supino para prono. Rola e engatinha para se locomover. Eleva as pernas e alcança os pés. Simetria da cabeça e dos membros. PRONO Quadril mais estendido. Faz pivoteio em círculos sob o abdome. Apoia-se nas mãos. PUXADO PARA SENTAR Elevação mais ativa da cabeça. Senta-se ereto e brinca. SENTADO Controle da cabeça estável. Aumenta a base e pernas em flexão. Cifose lombar. Apoio nas mãos a frente. Passa para gatas. EM PÉ Início do apoio nos MMII. Posição favorita. Passa de ajoelhado para em pé. Usa força das extremidades superiores para impulsionar e proteger seu corpo. Alterna os pés fixos e usa flexão plantar. QUARTO TRIMESTRE (10 A 12 MESES) SUPINO Leva objetos a boca. Junta mãos na linha média. Sacode objeto sonoro e bate em objetos suspensos. Prono e supino são transitórias pois preferem posições mais altas. PRONO Arrasta-se. Gira em torno de si. Fica de gatas e faz balanceio base para engatinhar. Engatinha. Engatinhar plantígrado é o próximo passo na gradual elevação do tronco contra a força da gravidade. Variações da postura de quatro apoios: com os joelhos apoiados, com um pé e um joelho apoiado e com os pés apoiados no chão. SENTADO Tronco inteiramente retificado, braços livres para alcançar e segurar objetos. Apoio lateral. Rotação dentro do próprio eixo. Pernas em extensão. Passa para prono ou gatas. Usa várias posições sentada de lado ou em “W”. EM PÉ Apoiado pelas axilas, sustenta o peso do corpo sobre as pernas e saltita. Mantem-se em pé, segurando na grade do berço. Percorre a borda dos móveis segurando-se. Agacha-se. Passos iniciam-se na direção diagonal (para frente ou na direção lateral). Passa da locomoção com duas mãos apoiadas para com uma mão somente. Primeiros passos com base mais alargada. Braços em proteção superior. Consegue levantar uma perna coo se fosse subir um degrau. Locomoção torna-se progressivamente suave e coordenada. - Defina as características de cada escala/teste estudado para avaliação: TIMP (teste de performance motora para bebês) 32 semanas até 4 meses de idade corrigida. Testa postura e movimento. Avalia o controle e o alinhamento postural para execução de atividades funcionais. Muito usada na UTIN. Escala dividida em itens observados e elucidados: 13 observados, dicotomizados (resposta presente ou ausente). 29 elucidados, pontuados numa escala que varia de 3 a 6 níveis. Escores brutos totais 0 a 142. Alta precisão. AIMS (escala motora infantil de Alberta) Teste sólido, normatizado e baseado no desempenho. Medir maturação motora de lactantes a termo até a idade da marcha independente. Medida observacional da performance motora infantil. Avalia desenvolvimento sequencial de marcos motores no lactante, ao que refere ao desenvolvimento progressivo e integração do controle muscular antigravitacional em quatro posturas: Prono 21 itens. Supino 9 itens. Sentado 12 itens. Em pé 16 itens. 58 itens no total. Critérios avaliados: alinhamento postural, movimentos antigravitacionais e superfície de contato (sustentação de peso). Escore total é a soma de todos os escores. Abaixo de 10% aos 4 meses e abaixo de 5% aos 8 meses atraso. Pode ser aplicada em qualquer idade para avaliar um lactante do nascimento até 18 meses de idade. 20 a 30 min até 1 semana (se a criança chorar em um dia, você pode retomar sem perder as coletas em até 1 semana). GMFM (Medida de Função Motora Grossa) Avaliar mudanças na função motora grossa de crianças com PC. Quantifica as limitações nas atividades físicas avalia mobilidade funcional. Requer que a criança demonstre as várias habilidades motoras. Desenvolvida para crianças com PC, mas também válida para crianças com Síndrome de Down. 45 a 60 min. Composto por 88 itens agrupados em 5 dimensões: Dimensão A: deitar e rolar 17 itens. Dimensão B: sentar 20 itens. Dimensão C: engatinhar e ajoelhar 14 itens. Dimensão D: em pé 13 itens. Dimensão E: andar, correr e pular 24 itens. Pontuação: 0 - Criança não inicia a atividade proposta no item. 1 - Inicia, ou seja, realiza menos que 10% do total da atividade. 2 - Completa parcialmente, ou seja, realiza entre 10% a menos que 100% do total da atividade. 3 - Completa, realiza 100% da atividade. Capacidade funcional deambulatória Escala com 5 níveis decrescentes do nível de independência funcional: Nível 1: locomove-se sem restrições. Nível 2: limitação da marcha em ambiente externo. Nível 3: necessita de apoio para locomoção. Nível 4: há necessidade de equipamentos de tecnologia assistida para a mobilidade. Nível 5: restrição grave de movimentação, mesmo com uso de tecnologias mais avançadas. GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa - Defina e explique os tipos de Paralisia cerebral: Paralisia cerebral espástica (mais comum) ocorre um aumento do tônus muscular (hipertonia – lesão no córtex motor), consequentemente tem a presença de espasticidade. Dentro desse tipo de paralisia temos as distribuições em quadriplegia (vai ter os 4 membros afetados pela lesão – tipo mais grave, frequente associação com epilepsia), diplegia (mais comum no PC espástico, acomete os 4 membros, mas o maior acometimento é nos MMII – marcha em tesoura) e hemiplegia (acomete os membros de um mesmo lado, mais acometimento nos MMSS, presença de sincinesias que são movimentos involuntários que acompanham movimentos voluntários). É a maioria dos PCs e eles vão ter geralmente problemas de coordenar o movimento, bem como a manutenção da postura como consequência da hipertonia. Sinal do canivete (movimentação passiva de extensão e flexão do membro observa-se uma resistência de grupos musculares no iníco do movimento que cede após algum esforço). Para avaliar a espasticidade é utilizada a escala de ASHWORTH. Paralisia cerebral discinética são aqueles que tem movimentação involuntária/descordenada, mas apenas quando tem a intenção de fazer o movimento voluntário (lesão nos gânglios da base). Eles são em média de 6% dos PCs, bem menos comum esses casos. Categorias: atetose, coreoatetônica, distonia e rígida. Atetose é quando tem movimentos contorcidos lentos da face e das extremidades, afetando a musculatura distal, são muito inteligentes, possuem problemas de deglutição e coordenação da fala, comprometimento do motor fino e marcha. Coreatetônica possui como característica movimentos abruptos, rápidos e irregulares, mais frequente na face e nas extremidades, funções cognitivas preservadas, encefalopatia bilirrubínica. Distonia é quando ocorre distorções ritmicas e mudanças no tônus envolvendo principalmente tronco e as extremidades proximais, consequentemente, causa movimentos lentos levando a uma tendência de posturas fixas, encefalopatia hipóxico isquêmica grave, aumento generalizado e anormal do tônus (extensores do tronco), inteligência prejudicada. Rígida é quando há uma contração simultânea dos músculos agonistas e antagonistas e sugere uma descerebração grave. Balismo são movimentos grosseiros das extremidades caracterizados por uma grande amplitude de movimento e tremor é o movimento fino de balanço da cabeça e das extremidades. Paralisia cerebral atáxica Alteração principalmente de equilíbrio e a sensibilidade profunda (lesão cerebelar), muito dificil para eles ganharem a marcha independente, geralmente necessitam de dispositivos auxiliares ou uma terceira pessoa para auxiliar. Correspondem aproximadamente 6% dos PCs (acomete principalmente o cerebelo).Há redução da propriocepção, hipotonia, dismetria. Nistagmo, movimentos rápidos, rítmicos, repetitivos dos olhos, tremor de intensão. Paralisia cerebral hipotônica Raro, em média 1% dos casos de PCs. Tem muita dificuldade de ganhar postura contra a gravidade, é muito difícil desenvolverem a marcha independente, vão ter atraso no desenvolvimento motor, ficando geralmente na fase do sentado, gatas, e posturas mais altas eles não conseguem, hipotonia persiste, associação com alterações corticais (deficiência intelectual e crises epilépticas). Paralisia cerebral mistas Mistura de todas, são bem comuns, manifestações clínicassugestivas de duas ou mais das outras formas de apresentação de PC, mistura de sinais neurológicos envolvem tipicmente atetose espástica, atetose atáxica ou rigidez espástica. - O que é o torcicolo congênito? Quais os principais acometimentos? Torcicolo congênito é uma deformidade postural, caracterizada pelo encurtamento unilateral do músculo esternocleidomastóideo e com principais acometimentos na limitação da ADM de movimento cervical, onde a cabeça fica lateralmente fletida em direção ao músculo encurtado e com o queixo rodado para o lado oposto (lado contralateral). - O que é o pé torto congênito? Quais os principais acometimentos? Pé torto congênito é uma deformidade que compromete a cartilagem e posterior ossificação do pé. Isso torna o pé rígido, em uma posição equinovaro, que leva aos principais acometimentos de flexão plantar de tornozelo (por isso ele perde dorsiflexão), retropé varo com bastante descaga medial e antepé aduzido.