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DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL · Relacionado à ativação persistente e inadequada do sistema imune da mucosa intestinal; · Vai ter a mudança na topografia intestinal; · Ambas podem ter alterações extraintestinais, como uveíte, poliartrite migratória, sacroileíte, espondilite anquilosante, eritema nodoso, dedos em baqueta de tambor... · Quando só o colon for acometido, a diferenciação entre DC e RCU é complicada -> Dá-se o nome de colite indeterminada. · Epidemiologia: - mulheres - adolescentes ou adultas jovens; idosos - países industrializados; - indivíduos brancos - maior prevalência no norte (América do Norte e Europa) e Austrália · Etiopatogenia incerta: - combinação entre disfunção do epitélio intestinal + microbiota intestinal + respostas imunes exacerbadas da mucosa. - Bactérias são apresentadas às células dendríticas, as quais vão estimular as células T com padrões de resposta: *Th1 -> produção de IFNy, estimulam macrófago e produzem TNF, que aumenta a permeabilidade da barreira mucosa; É o padrão da DC. *Th2 -> produz IL-13, que recruta e ativa os neutrófilos e macrófagos, aumentando o fluxo de material através da barreira intestinal; É o padrão da RCU. *Th17 -> produz IL-17, que produz quimiocinas que recrutam neutrófilos e outras células inflamatórias para a submucosa. OS: Lembrando que DC vai ter Th1 na fase aguda e Th2 E Th17 envolvidas na fase crônica. · Tratamento: imunossupressores e imunomoduladores. · Patogênese: - Predisposição genética -> história familiar positiva em 15%, principalmente gêmeos monozigóticos e parentes de primeiro grau. - NOD2 – gene de suscetibilidade na DC; ele reconhece proteínas bacterianas dentro do citoplasma dela. -> apesar de acometer menos de 10% das pessoas com essa mutação, é considerada um marcador; - Genes associados a autofagia (ATGI6L) e a imunomodulação (IRGM) -> podem causar distúrbio na resposta inflamatória - Microbiota: não se sabe muito bem como, mas acredita-se que tem grande impacto no tratamento. · Diagnóstico: - historia clinica - exames de imagem - achados laboratoriais - exame patológico (histopatológico) – avaliação macro e micro. · Laboratório: - pANCA (anticorpo antineutrofilico perinuclear) -> RCU - ASCA (anticorpo contra o polissacarídeo mannan do S. cerevisae) -> DC Doença de Crohn (DC): · Epidemiologia: - Qualquer idade; pico maior nas 2ª e 3ª décadas de vida; - Mulheres; - Brancos; -TABAGISTAS. · Qualquer região da boca ao ânus, principalmente intestino delgado distal e ânus; · Acomete mais íleo terminal, válvula ileocecal e ceco; · Lesões segmentadas/salteadas; · Inflamação transmural (mucosa, submucosa, serosa e camada muscular) · Presença de ulceras, fissuras ou fistulas; · Granulomas não caseosos; · Sintomas: - Podem surgir de acordo com o emocional e estado físico; - Diarreia leve, febre, dor abdominal, com períodos assintomáticos. - Um quadro agudo pode surgir e sugerir abdome agudo -> pode confundir com apendicite. · Achados da colonoscopia/macro: - ulcerações de aspecto aftoides = lesões de centro amarelado com halo avermelhado - ulceras longelineas e tortuosas = coalescência das ulceras aftoides - Parede intestinal de aspecto borrachoso; - Edema -> deixa pregueamento da mucosa fica menos evidente; - Hipertrofia da camada muscular própria - Gordura mesentérica ao redor da serosa em casos com extensa doença transmural. - Aspecto de pedra em calçamento = por úlceras lineares envolvendo tecido saudável. - Estenose/estreitamento da luz pelo espessamento da parede. - Mucosa hiperemiada com partes amareladas por processo inflamatório. · Micro: - Infiltrado neutrofílico em lesão precoce (principalmente na placa de Peyer); - Granulomas epitelioides não caseosos: em áreas afetadas macroscopicamente ou não, o que pode estar associada às reincidivas; sua ausência não afasta diagnóstico de DC; são formados por células epitelioides, células gigantes do tipo Langerhans, com halo linfocitário, sem necrose caseosa central. - Metaplasia pseudopilórica (gástrica) ou de células de Paneth (do colon esquerdo); - Inflamação transmural afetando todas as camadas; - Acúmulos linfoides; podemos ver fissuras que são as úlceras; - Abcesso de cripta = destruição das criptas pelos neutrófilos; eles podem ser vistos na luz da cripta e permeando as células das criptas; mais presente na RCU; - Transição abrupta entre mucosa normal e ulcerada; - Distorção arquitetural glandular (maior da RCU); - Atrofia da mucosa; - Atenuação das vilosidades; · Tratamento: corticoites, imunomoduladores, agentes biológicos, antibióticos... Cirurgia pode ser feita, mas não traz cura como na RCU; seria mais para alívio de sintomas oclusivos. · Complicações: estenoses fibrosantes (mais no íleo terminal), fistulas, perfurações, abcessos; enteropatia perdedora de albumina, má absorção de B12 (anemia perniciosa) e de sais biliares (esteatorreia); · Risco de câncer de colon é maior na RCU Retocolite ulcerativa (RCU): · Epidemiologia: - mulheres - Brancos - 20 a 25 anos - ex tabagistas. · Tabagismo pode ser fator protetor (tirar cigarro de quem tem RCU pode piorar o quadro); · Distribuição difusa com predomínio distal; · Exclusiva do colon, com inicio no reto e de sentido proximal (reto sempre está envolvido); · Não tem fistulas, estreitamento e nem granulomas -> DC tem · Lesões contínuas, sem áreas entremeadas por tecido sadio; · Ulceras mais superficiais -> Inflamação até a submucosa (Acometimento de mucosa e submucosa); · Pode se manifestar como pancolite ulcerativa, envolvendo todo o colon; · Doença recidivante · Sintomas: diarreia mucossanguinolenta que pode persistir por vários dias ou por surtos esporádicos; dor abdominal com espasmos que melhoram após a defecação; primeira crise precedida por momento estressante; dor predominante no lado esquerdo; · Pode desenvolver anemia pela perda de sangue pelas fezes. · Colonoscopia: - desaparecimento do padrão de vascularização; - hiperemia; - congestão; - friável (sangra facilmente); - erosões múltiplas com aspecto granuloso na mucosa; - exsudação de muco e pus. - Alterações na musculatura da parede colonica, tendo perda das haustrações (aspecto em cano de chumbo). - PSEUDOPÓLIPOS – ulceração extensa com pontos de mucosa se regenerando. São ilhas de protrusão mucosa tentando de regenerar; - Úlceras rasas e largas (Na DC a ulcera é fina, linear e mais profunda). - Súbita divisão entre área com processo inflamatório e área saudável. · Pancolite grave pode causar ileite retrograda pela incompetência da válvula ileocecal, fazendo com que haja refluxo do conteúdo para o íleo e inflamando-o. É uma complicação, mas a RCU não pega íleo, diretamente. · Doença crônica: atrofia progressiva da mucosa, apagamento das pregas da superfície da mucosa; · Não ocorre espessamento da parede ou constrições; serosa fica normal. (ao contrario da DC) · Micro: - abcessos de criptas; - NÃO existe granulomas; - infiltrado inflamatório difuso; - Exposição da camada muscular pela ulcera; - fibrose da mucosa; - desorganização arquitetural; - atrofia da mucosa; - acúmulos de neutrófilos permeando as criptas - proliferação de fibroblastos - exsudato fibrinoleucocitário; - presença de mononucleares - nucléolos mais evidentes - núcleos aumentados (processo ativo da inflamação); - congestão vascular. · Pode voltar ao normal tecido normal se tiver a remissão prolongada da doença. · Tratamento: corticoides, imunossupressores... · O processo de cura é ao contrário, então o reto é a ultima parte a se regenerar. · Pancolite a 10 ou mais anos -> maior risco de ter RCU · Forte relação com câncer de colon!! RCU em longa data pode levar a atipia e perda de diferenciação citoplasmática, tanto na mucosa inflamada quando a não inflamada -> monitorar pelo risco de câncer. · Displasia é diferente do abcesso de criptas! Vai ter atipias, mitose, núcleos irregulares... -> displasia de alto grau é indicado à retirada cirúrgica do segmento. · Lesão da camada muscular própria e plexos neurais -> função neuromuscular fica prejudicada -> perda do tônuse do peristaltismo -> cólon dilata, se torna gangrenoso -> MEGACÓLON TÓXICO, principal complicação · Colite indeterminada: - difícil determinar se é DC ou RCU - intestino delgado não é acometido, só cólon - tratamento similar · Neoplasia associada a colite: - Processo iniciado com displasia - risco maior após 8 a 10 anos - risco maior em pct com pancolite - inflamação ativa aumenta o risco - deve ser feito acompanhamento por 8 anos após o diagnotico da RCU; mas quem tem colangite esclerosante primaria tem que ter acompanhamento imediato. - displasia de baixo e alto grau terão condutas diferentes -> colectomia em quem tem displasia de alto grau; - pancolite e doença a mais de 8 anos são fatores de risco e os pacientes devem ser submetidos a colonoscopia em busca de displasias ou até carcinomas invasivos precocemente. - vê-se displasia com aumento dos núcleos, hipercromatismo, polaridade, mudança da arquitetura da célula, crescimento viloso... -> é importante ver qual displasia para decidir o tratamento - sindorme do colon irritável, colite infecciosa, processo inflamatório de turberculose intestinal, linfoma (principalmente com DC)... tudo pode ser diagnóstico diferencial · Diverticulite - Complicação da Doença Diverticular - >60 anos - não tao comum no japao e países industrializados - processo patológico da DD é com evaginações da parede do colon (mucosa e submucosa) com processos inflamatórios como complicação. Associada a pressão intraluminal no cólon sigmoide, com contrações peristálticas devido a uma dieta pobre em fibras - obstrução dos divertículos leva a alterações inflamatórias porque acumula-se material dentro deles, podendo ter proliferação bacteriana. - pode evoluir para perfuração, peritonite - pode ter dor abdominal, constipação e diarreia - intervenção cirúrgica é menos frequente - projeções saculares que são os divertículos (de mucosa, submucosa e, raramente, muscular própria)/ evaginações pseudodiverticulares; (o divertículo seria toda a parede muscular, mas aqui é so mucosa e submucosa) - os divertículos formam fileiras paralelas e ficam entre as tenias -> isso causa a obstrução - diverticulite recorrente pode levar a colite, cursando com fibrose e estenose luminal -> diagnóstico diferencial com as DII.
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