Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geriatria - Internato Seminários Envelhecimento dos Aparelhos e Sistemas Mecanismo Biológicos do Envelhecimento Envelhecimento: - Mudanças de forma e função do longo da vida, que ocorrem após maturação sexual e progressivamente comprometem a capacidade de resposta ao estresse ambiental e à manutenção da hemostasia Tais mudanças são: - Deletérias (diminui funcionalidade) - Progressivas (estabelecem gradualmente) - Intrínsecas (sem envolvimento ambiental modificável, mesmo que possam se sobrepor) - Universais (mesmas mudanças em todos os indivíduos, independente de padrões individuais) Leva à: Falência de órgãos/sistemas, e morte Teorias do Envelhecimento: → Estocásticas: Deterioração associada à idade avançada devido acúmulo de danos moleculares ao acaso. ⇒ Uso e desgaste: acúmulo de agressão ambiental leva ao decréscimo da eficiência do organismo e por fim a morte ⇒ Proteínas alteradas: mudanças em moléculas protéicas provocaram alterações conformacionais e mudariam atividade enzimática comprometendo a atividade da célula gerando modificações oxidativas ⇒ Mutações somáticas, dano ao DNA e instabilidade genômica: Deleções, acréscimos, substituições e rearranjos alteram informações codificadas de parte do genoma ⇒ Erro catastrófico: Processos incorretos na transcrição e/ou tradução de ác. nucleicos que diminuem a eficiência celular ⇒ Desdiferenciação: Desvio de estado apropriado de desdiferenciação ⇒ Dano oxidativo e radicais livres: longevidade é diretamente proporcional a ativ. de defesas antioxidantes e inversamente proporcional à extensão do dano oxidativo e por radicais livres ⇒ Lipofuscina e acúmulo de detritos: Envelhecimento causada pelo acúmulo intracelular de prod. do metabolismo que não podem ser destruídos/ eliminados, exceto pelo processo de divisão celular → Sistêmicas: ⇒ Metabólicas: Alterações da taxa metabólica induzida por temperatura e/ou dieta produziriam mudanças na longevidade - Taxa de vida: longevidade inversamente proporcional a taxa metabólica - Dano à mitocôndria: danos cumulativos de O2 sobre mitocôndria ⇒ Genéticas: mudanças na expressão gênica causariam modificações senescentes nas células ⇒ Epigenética e silenciamento gênico: Modificações da cromatina (inibe transcrição de genes e geram silenciamento) ⇒ Apoptose: morte programada ⇒ Fagocitose e Autofagia: Cél. senescentes apresentam prot. de membrana que seriam reconhecidas por macrófagos, insuf. do catabolismo ⇒ Neuroendócrinas: Falência de células levariam ao colapso da homeostasia ⇒ Imunológicas: Disf. da imunidade inata e humoral ⇒ Hormese e resistência ao estresse: Exposição branda e regular ao estresse estimula reparação e proteção de células, o que aumenta a longevidade Sistema Nervoso: - Cérebro: atrofia, diminui peso e volume. Sulcos alargam, aprofundam, atrofia em lobo fronto temporal. Ventrículos e líquor aumentam. Meninges se espessa. Cerebelo e neurônios diminuem - Tálamo: diminuição de neurônios - Vasos: ateromatose - Fisiológicas: alteração de visão, audição, cognição e comportamento, ativ. aumentada de SN simpático - Histológica: Retração neuronal e de espaços interneuronais, emaranhados neurofibrilares (prot TAU), degeneração grânulo vascular, árvore dendrítica e sinapses diminuem, neuroglia com fibrose e hiperplasia de astrócitos, acúmulo de lipofucsinas, placas senís de beta amilase e angiopatia amilóide Sistema Cardiovascular: - Coração: diminui tamanho e aumenta volume de miócitos, alt. de colágeno, aumento de espessura de VE e AE - Pericárdio: espessamento fibroso, aumenta gordura, espessamento fibroelástico, substituição de tec. muscular por conectivo - Miocárdio: acúmulo de gordura, fibrose, depósitos de lipofuscina, degeneração basofílica, hipertrofia concêntrica, calcificação e amiloidose - Valvas: calcificação, amiloidose - Coronárias: diminui fibras elásticas, aumenta colágeno, calcificação, depósito de lipídio, amiloidose, tortuosidades e dilatação de calibre - Artérias: aumenta rigidez→ aumenta pressão de pulso e sistólica→ aumenta pós carga e espessura do VE - Aorta: aumenta calibre, espessura e rigidez de parede, perda de fibras elásticas - SNA: falha em receptores beta adrenérgicos em coração e vasos mesmo com catecolaminas altas - Função: diminui resposta de aumento de FC aos esforços, diminui complacência do VE, eleva pressão diastólica, diminui complacência arterial, com aumento da resistência periférica elevando PAS Sistema Respiratório: - Parênquima pulmonar: mudança de configuração do colágeno gerando perda da retração elástica - Espaço morto e Cap residual funcional: aumenta - Parede torácica: complacência diminui - Pressão inspiratória máx, CVF, VEF 1, ventilação voluntária máx: diminui - Neutrofilos aumentam e diminui macrofagos Sistema Digestório: - Esôfago: reduz inervação intrínseca, alt. de motilidade, aperistalse ou aumento de contratilidade, dist. funcional do EEI e EES, limiar de dor aumenta - Estômago: reduz relaxamento do fundo gástrico (saciedade precoce), aumenta tempo de esvaziamento, diminui secreção de ác. clorídrico (diminui cél parietais), diminui fator intrínseco (diminui absorção de B12), diminui prostaglandinas - Pâncreas: diminui peso, aumenta densidade, cistos fibrose, diminui secreção de tripsina, lipase, bic e insulina - Fígado: aumenta hepatócitos; fluxo sanguíneo, albumina, secreção de colesterol e ác biliares diminuem e diminui metabolização de medicamentos - Intestino Delgado: reduz superf. mucosa, vilosidades, e absorção de vit. D, ác fólico, B12, cálcio, cobre, zinco, ác graxos e colesterol - Cólon: constipação, neoplasia, divertículos - Reto/ânus: incontinência, espessamento esfíncter Sistema Geniturinário: - Rim: diminui peso, e área de filtração glomerular - Vasos: esclerose, diminui elasticidade, disf endotelial, fluxo sang, diminui - Glomérulos: redução, expansão de cél mesangiais e espessamento de memb basal (diminui TFG) - Túbulos: diminui comprometido e vol, subst, por tec conectivo, hiperpotassemia, ADH alto com receptor prejudicado - Ureter: maior contratilidade, expansão da cam muscular - Bexiga: desarranjo de músc estriados (voluntário) e liso (autônomo) - Uretra: homem comprom por hipertrofia da próstata e em mulher diminui pressão uretral Sistema Endócrino: - Aumenta: LH, FSH, PTH, Testosterona (homem) - Normal ou elevado: ACTH, T3, T4 - Diminuído: cortisol, aldosterona, vit D, GH; TSH (homem), Estradiol, estrona, testosterona (mulheres) Sistema Osteoarticular: - Osso: atrofia de osso cortical (> 50a), menor formação óssea, hipovit D gera balanço de cálcio negativo e maior ativ de paratormônio, diminui enzima 1 alfa hidroxilase renal que converte vit D em forma ativa (calcitriol) - Cartilagem: menor poder de agregação de proteoglicanos gera menor resistência mecânica, colágeno adquire menor hidratação, rede colágeno torna-se rígida - Músc Esquelético: diminui massa muscular com subs de colágeno e gordura, diminui força e veloc. de contração, diminui altura, peso e IMC - Nervo: diminui velocidade de condução nervosa, e reflexos e aumenta reação Sistema Imunológico: - Células T: Função diminuída, perda de capacidade replicativa e involução de timo - Aumento na proporção de cél de memória em relação as cél virgens: diminui potencial de reconhecimento de novos Ag - Citocinas: IL2 diminui (maturação de linf T), e IL6 aumenta (relacionada a dist inflamatórios crônicos) - Anticorpos: resp a novos Antígenos diminui e a Ag próprios aumenta Uso de Medicamentos na Geriatria Alterações Fisiológicos e Farmacocinéticas relacionadas à idade: → Absorção: - Reduz secreção gástrica (aumenta pH) - Retardo do esvaziamento gástrico - Diminui motilidade TGI, fluxo esplâncnico, sup de absorção intestinal ⇒ Efeito: Afeta poucos absorção da maioria das drogas em geral → Distribuição: - Diminui massa corpórea, massa magra, água e albumina sérica - Aumenta depósito de gordura e alfa 1 glicoproteína ác ⇒ Efeito: Vd diminui em drogas hidrossolúveis e maior concentração sérica Vd aumenta em drogas lipossolúveis e reduz seu nível séricos,tendo maior meia vida de eliminação→ possuem distribuição mais extensa em tec. periféricos Menor taxa de droga ligada a albumina portanto maior fração livre disponível Vd ou volume aparente de distribuição = relação da quantidade de fármaco no corpo e no plasma, quanto maior indicam grandes volumes teciduais em comparação com o plasma → Metabolização Hepática: - Diminuição da massa hepática, do fluxo sanguíneo e do clearance metabólico de algumas drogas ⇒ Efeito: Metabolismo de primeira passagem reduz biotransformação de algumas drogas → Eliminação Renal: - Diminuição do fluxo sanguíneo e da taxa de filtração glomerular ⇒ Efeito: Diminui depuração das drogas Interações Medicamentosas - Consiste na ação de uma droga que pode modificar a atividade, o metabolismo ou a toxicidade de outra droga usada concomitantemente Fatores de Risco para Reação Adversa: - idade > 85 anos - >= 6 doenças crônicas concomitantes - >= 12 doses de medicamentos / dia - >= 9 medicamentos em uso - RAD prévia - Baixo peso ou índice de massa corpórea - Clearance de creatinina < 50 mL/min Critério de Beers * 1- Medicamentos que são potencialmente inapropriados (MPI) para idosos 2- Aqueles que normalmente devem ser evitados em idosos com certas condiç~oes 3- Medicamentos para serem usados com cautela 4- Interações medicamentosas 5- Ajuste de dose de drogas com base na função renal Critérios de Stopp/Start - Screening Tool of Older Person’s Prescriptions/Screening Tool to Alert Doctors to Right Treatment - Critérios Stopp: identificam os medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) no idoso, cada critério possui uma explicação sucinta para o fato de se evitar o medicamento particular - Critérios Start: apresentam os medicamentos potencialmente omissos (MPO) que podem ser iniciados de acordo com a patologia do idosos e com a evidência científica disponível até o momento Princípios de Prescrição no Idoso - Iniciar o tratamento com doses baixas, aumento lento e gradativo, considerando a farmacocinética do idoso - Evitar iniciar duas drogas ao mesmo tempo - Determinar se a nova terapêutica terá mais benefícios do que riscos - Verificar se há medidas não farmacológicas para tratar a condição - Revisão de toda a prescrição periodicamente Instabilidade e Queda Queda: Deslocamento não intencional do corpo para nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, provocado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade com ou sem perda da consciência ou lesão - São mais frequentes entre os idosos, e estes, quando caem, correm mais riscos de lesão. - Impacto psicológico das quedas é fator importante. - Estão relacionadas com a postura e marcha que por sua vez, sofrem influências do envelhecimento normal e patológico Incidência: 28-35% - > 65 anos 35% - > 70 anos 32-42% - > 75 anos Controle Postural e Queda: - Possuímos o centro de massa (anterior a 2ª vértebra sacral) que encontra-se em uma base (pés) de suporte para o equilíbrio postural - Processo: SNC provoca padrões de ativ. muscular para coordenar as duas variáveis. Envolve mecanismo aferentes ou sistemas sensoriais e mecanismos eferente ou sistemas motores - Para ocorrer queda: Perturbação do equilibrio + Falência do sist. de controle postural ⇒ Mecanismos Aferentes: Sistemas visual, vestibular e propriocepção enviam informação para sist. de controle postural ou de equilíbrio. - Diminuição da acuidade visual e percepção de profundidade - Diminuição da sensibilidade, discriminação de 2 pontos e da sensibilidade vibratório nos MMII - Perda rápida das células ciliares dos canais semicirculares ⇒ Mecanismos Centrais: Avalia e integra a informação sensoriais→ seleciona estratégia de correção postural apropriada - Há alentecimento geral no processamento de informação - Diminuição da velocidade de condução nervosa e distúrbio na geração de resposta postural ⇒ Mecanismos Eferentes: Estratégias de correção - calcanhar, da bacia (articulações coxofemurais) e sobrepasso (alt da marcha) - Há redução da força muscular + diminuição do tamanho e número de fibras e motoneurônios Complicações: - Morte: acidentes são a 5º maior causa de morte e quedas constituem 2/3 destas. Quase todas são consequentes à fratura de colo femoral - Lesões - Medo de quedas: perda de confiança na capacidade de deambular pode aumentar declínio funcional, depressão, sentimento de inutilidade e isolamento social. - Decúbito de longa duração: após queda, mesmo sem lesões podem não conseguir levantar sem auxílio. Causas: - Fatores associados ao envelhecimento: Tendência a lentidão dos mecanismos de integração central, importantes para reflexos posturais. - Doenças específicas: epilepsia, parkinson, miopatias, neuropatias periféricas, síncope cardiogênica, espondilose, hidrocefalia, demências, hipotensão postural, etc - Medicações: Classes específicas associadas a este evento incluem substâncias psicotrópicas, corticosteróides e AINH Avaliação: - História Clínica e exame físico: Investigação das circunstâncias relacionadas com a queda pode trazer informações sobre a causa e pistas para fatores de risco importantes. Necessário estabelecer se a queda foi devida a evento neurológico e cardiovascular específico. - Teste de empenho físico: avaliado papel que as deficiências no equilíbrio, força e resistência exercem na restrição das atividades diárias do idoso. Mia usado é a Avaliação de Mobilidade Orientada ao Desempenho - POMA (< 19 pontos indica risco 5x maior de queda) Conduta: - Após avaliação e tratamento de lesões, avaliar as causas e individualizar a terapêutica - Avaliação do ambiente por terapeuta ocupacional Depressão no Idoso - Está entre as 10 principais causas de anos de vida ajustados para incapacidade (AVAI) - Prevalência de 4,8 a 14,6 % - Em idosos hospitalizados/ institucionalizados são de 22% Fisiopatologia: - Alteração no sistema de NT e ana sensibilidade dos neuroreceptores pré e pós sinápticos - Fatores genéticos Fatores de Risco: - Dç cerebrovascular, psiquiátricas - Idade, mulher, estado civil, incapacidade, escolaridade, viuvez, institucionalização - Uso de álcool e de medicamentos - Transtornos de sono, privação sensorial - Morar sozinho, falta de confidente, perda de contato, suporte social Comorbidades: - Associação entre depressão e dç clínica DM 8-28% Alzheimer 15-57% Parkinson 20-70% Dç arterial coronariana 23% CA 11-50% AVE 26-54% Esclerose múltipla 27-54% IAM 45% Critérios Diagnósticos: DSM- V Apresentação Clínica: - Frequentes queixas de dano cognitivo nos idosos - Tendem a queixar mais de sintomas somáticos e cognitivos do que de humor deprimidos, sintomas afetivos ou culpa ⇒ Diferenças entre depressão de início precoce e tardio: ● Menos: - Menor história familiar, disforia, sensação de menos valia, culpa ● Mais - Maior prevalência de demência e sano auditivo - Transtorno de sono, alt de memória, redução de concentração - Fadiga, retardo neuropsicomotor - Diminui interesse pela vida, desesperança - Processamento cognitivo lento e disfunção executiva Subtipos de Depressão: 1- Depressão vascular: Redução do interesse, retardo psicomotor, prejuízo na percepção, pouca agitação ou culpa, piora na incapacidade. Sintomas cognitivos mais presentes. Suspeita quando 1º ep > 85 anos e não tem história familiar 2- Síndrome de depressão: causada por disf. fronto estriatal e caracterizada por retardo psicomotor, redução do interesse, danos nas atividades instrumentais, crítica limitada e sinais vegetativos. Resposta pobre, lenta, instável aos antidepressivos 3- Depressão psicótica: com alucinação e ou delírio, maior risco de auto lesão 4- Depressão melancólica: incapacidade de reagir a estímulos positivos, piora do humor pela manhã, sentimento de culpa, despertar precoce, retardo ou agitação motora, perda do apetite ou peso Depressão X Demência - Podem estar associadas ou simular uma a outra - 25% dos pcts com demência inicial são diagnosticados com depressão - Minoria das depressões têm déficits cognitivos graves (maiorialeve), se tem é uma "pseudodemência depressiva” - Por outro lado, paciente com demência podem apresentar quadros depressivos em diferentes fases da doença Depressão Demência - Início preciso - Progressão rápida - Início pouco preciso - Progressão lenta - Discurso coerente - pouco colaborativo - resposta a uso de antdep - Discurso com mais falhas - Colaborativo - Não tem resposta Diagnóstico: - Escalada de depressão geriátrica (GDS): até 10 ausencia; 11-20 leve; 21-30 grave Tratamento: ⇒ Biológicos: → Farmacoterapia: 1- Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina, Clomipramina 2- ISRS: Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina** 3- IRSN: Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina** 4- IRND: Bupropiona 5- Dupla ação serotoninérgica e noradrenérgica por antagonismo alfa 2: Mirtazapina 6- IMAO ** Melhor tolerância, não podem ser suspendidos abruptamente → Fitoterapia → Eletroconvulsoterapia: Possui efeito rápido e imediato, mais usado se ideação e risco de suicida → Fototerapia → Excitação elétrica cerebral profunda ⇒ Não biológicos: Psicoterapia Síndrome de Fragilidade em Idosos - Na última década mudou a definição de natureza funcional para base fisiopatológica Idosos frágeis apresentam: - Baixa reserva funcional - Disfunção de diferentes sistema orgânicos O que leva a: - Diminuição da capacidade de restabelecimento das funções após agressões - Diminuição da eficiência terapêutica de reabilitação - Diminuição da resposta dos sistemas de defesa - Diminuição de interação com o meio - Diminuição da capacidade de sobrevida Definição Atual: Síndrome de declínio espiral de energia, embasada por um tripé de alterações relacionadas com o envelhecimento composto por: - Sarcopenia - Desregulação neuroendócrina - Disfunção imunológica → Esses idosos estão propensos a redução da massa muscular e a um estado inflamatório crônico que se associados a fatores extrínsecos levariam a ciclo vicioso de redução de energética e aumento de dependência e suscetibilidade a agressores Desfechos Negativos: - Maior taxa de hospitalização - Mais quedas - Piora nas atividades de vida diária - Maior mortalidade Fisiopatologia: 1- Redução dos eixos hormonais anabólicos 2- Instalação da sarcopenia 3- Presença de um estado inflamatório crônico - Estas 3 alterações quando intensas interagem de maneira deletéria - Inflamação + Alt hormonais (diminuição GH, esteróides sexuais)→ Sarcopenia→ diminui atividade física→ promove mais inflamação e alt hormonais - Doenças agudas e crônicas + Alt do próprio envelhecimento _ efeito de medicamentos + quedas → Contribuem para que a pessoas idosa entre no ciclo de fragilidade Características Clínicas: → Quadro Multissistêmico → Instalação lenta → Promove vulnerabilidade da regulação homeostática - Perda de peso não intencional - Fraqueza muscular - Fadiga - Redução da velocidade da marcha - Redução do nível de atividade física Outros sintomas presentes: - Anormalidade da marcha e balanço - Ocorrência de quedas - Sintomas depressivos - Redução de massa óssea - Alterações cognitivas - Déficits sensoriais - Vulnerabilidade a processos infecciosos e traumáticos - Má resposta a terapêuticas instituídas Diagnóstico: → Critérios de Fragilidade: - Redução da força de preensão palmar - Redução da velocidade da marcha - Perda de peso não intencional - Sensação de exaustão - Atividade física baixa 3 ou + = Frágeis 1 ou 2 = Pré Frágeis Sem nenhum = Não Frágeis Tratamento: - Suplementação alimentar - Suplementação hormonal (quebra do ciclo) - Medicações (AINE, miostáticos, anabolizantes, etc) - Atividade física: aumentar massa muscular + exercício de flexibilidade, equilíbrio e capacidade aeróbica Prevenção: - Mudança estilo de vida - Suspender tabagismo, excesso de álcool e substâncias psicoativas - Tratamento rigoroso de dçs crônicas e rápido de dçs agudas - Alimentação balanceada e diversificada - Manutenção de atividade física adequada - Uso cuidadosos de medicamentos - Prevenção de quedas - Reposição de vitaminas e minerais quando apropriado Delirium Delirium: vem da palavra delirare que literalmente significa “fora dos trilhos”, e em sentido figurado significa "estar perturbado, desorientado” - Manifestação neuropsiquiátrica de dç orgânica, que acomete principalmente pacientes idosos hospitalizados - Após estudos concluíram que delirium é consequente a redução da taxa de metabolismo cerebral, documentada pelo alentecimento difuso no padrão do eletroencefalograma Definição: - Sd cerebral orgânica sem etiologia específica caracterizada pela presença simultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção, do pensamento, da memória, do comportamento psicomotor , das emoções e do ritmo sono vigília, A duração é variável e a gravidade varia de formas leves a muitos grave - Pode ser única ou principal forma de apresentação de uma dç física grave - Pode ser confundida com demência ou depressão - Deve ser considerada uma urgência médica e seu diagnóstico deve ser corretamente estabelecido e terapêutica instituída rapidamente Quadro Clínico: - Apresentam distúrbio da cognição, atenção, consciência, ciclo sono vigília e no comportamento psicomotor - Início agudo e curso flutuante - Nos idosos o início pode ser relativamente insidioso precedido por algumas pródromos: diminuição da concentração, irritabilidade, insônia, pesadelos ou alucinações transitórias - Disfunção global da cognição é manifestação essencial (prejuízo no pensamento, vago, fragmentado, varia de lendo a acelerado e sem lógica e coerência nas formas graves) - Memória comprometida - Anormalidades da sensopercepção (ilusões e alucinações visuais - não essenciais para o diagnóstico mais presentes em 40-75%) - Distúrbio da atenção - Estado de alerta: reduzido ou aumentado - Desorganização do ritmo circadiano: sonolência diurna e sono noturno reduzido ou fragmentado - Comportamento psicomotor: Estado de hiperatividade (+ em intoxicação ou abstinência), hipoativo (dist. metabólicos ou processos infecciosos) - podem estar associados - Sintomas como raiva, medo, ansiedade, euforia e manifestações autonômicas Etiologia: - Multifatorial podendo ser atribuído a qualquer afecção médica, uso ou abstinência de drogas - Substância: álcool e hipnóticos, sedativos, anticonvulsivantes, antidepressivos, fármacos, corticoide, digitálicos, bloqueadores H2, narcóticos, fenotiazinas - Infecções: Meningite, pneumonia, septicemia, pielonefrite - Dç Cardíaca: Arritmia, ICC, IAM - Dist Metabólico: Dist Hidroeletrolitico, Hipercalcemia,hipo e hipoglicemia, hipóxia, insuf hepática e renal - SNC: epilepsia , dç vascular - Neoplasia: metástase cerebral, TU primário cérebro - Traumatismo: Anestesia, Queimadura, fratura, cirurgia - Mudança de ambiente: Hospitalização (+ em UTI) Fatores de Risco: → Fatores Predisponentes: Já presentes na admissão - Deficit cognitivo prévio, dç grave, uremia, déficit sensorial - História prévia de delirium, depressão, álcool, história AVE, > 75 a → Fatores Precipitantes: contribuem para desenvolvimento do delirium - Restrição física, má nutrição, albumina < 3g/dl, uso de mais de 3 medicações, sonda vesical iatrogenia - Pode contribuir: estresse, perda de suporte social, ambiente, privação de sono Fisiopatologia: → Teoria Neuroquímica: - Disfunção de NT - Efeito modulador sobre a atividade de neurônios corticais - Deficiência de acetilcolina - Anormalidades da transmissão colinérgica leva a diminuição do nível de consciência e de excitabilidade bem como prejuízo da memória * Medicação anticolinérgica que atravessa barreira hematoencefálica pode precipitar delirium e condições que reduzem a síntese de acetilcolina como hipóxia, hipoglicemia e defic de tiamina estão relacionadas com o delirium - Excesso de dopamina (bloqueadores dos receptores de dopamina como haloperidol podem auxiliar no tto sintomático do delirium) → Hipótese Neuro Inflamatória: - Diversas condições clínicas e cirúrgicas como trauma, infecção ou cirurgia→ aumenta mediadores inflamatórios provocando reação exacerbada e comprometimento do SNC- Envelhecimento provoca imunossenescência deixando o idosos mais suscetíveis ao delirium - Elevação do cortisol também pode contribuir Identificação: → Avaliação: - Instrumentos de avaliação - Escalas, questionários e algoritmos - Mais usado é o CAM (Confusion Assessment Method) → Critérios Diagnósticos: - Distúrbio da atenção e da consciência - Mudança da cognição que não é melhor explicada por demência preexistente - Distúrbio se desenvolve após curto período de tempo e tende a flutuar durante o dia - Evidencia por meio da história, ex físico ou achados laboratoriais de que o distúrbio seja de causa fisiológica Diagnóstico: - Sindrômico: com base na história, exame físico e critérios diagnósticos - Etiológico: investigação clínica e laboratorial - Listar todos medicamentos em uso, suspender os não essenciais e reduzir dose dos essenciais - HMG, urina, cultura, rx tórax e de acordo com suspeitas - Exame clínico minucioso - Considerar abstinência ao álcool ou BZD Diagnóstico Diferencial: Delirium Demênci a Depressão Psicose Início subito insidioso coincide com alt da vida subito Curso flutuante estável efeitos diurnos, menos flutuações estável Atenç ão desordem normal distrativo desordem Consc iência reduzida clara clara clara Cogni ção prejudica da prejudica da intacta seletivam ente prejudicad a Alucin ação frequente ausente ausente + auditiva Lingu agem incoerent e, lenta ou rápida dificulda de normal normal lenta ou rápida Tratamento: - Correção da causa base, minimizando sintomas - Identificação dos fatores etiológicos, bem como terapêutica - Terapia suporte - Medidas não farmacológicas: psicossociais e ambientais - Tratamento farmacológico reservado para delirium hiperativo com agitação grave → Antipsicóticos (Haloperidol): Em geral o de escolha, evitar IV → Antipsicóticos Atípicos (Risperidona, Olanzapina, Quetiapina): Menos efeito extrapiramidal que o Haloperidol, pode aumenta intervalo QT e risco de AVE em pcts com demência → BZD (Lorazepam): = em abstinencia de alcool e de BDZ, sonolência → Antag do receptor de 5HT (Trazodona): sonolência, testado apenas em estudos Prevenção: - Conhecer fator de risco e predisponentes precipitantes - Intervenção e identificação de FR - Orientação e estímulo cognitivo - Redução de ruído noturno - Prevenção no pós operatório Prognóstico: - Podem cursar com pior prognóstico tanto na internação quanto no pós alta - Associado a maior tempo de internação e a quedas, úlceras de pressão, incontinência e prejuízo funcional Úlcera de Pressão Definição: Úlcera por pressão (ou de pressão) como uma área de lesão de pele, tecidos subjacentes – ou ambos – decorrente de pressão extrínseca aplicada sobre a superfície corpórea (e que persiste mesmo depois de removida a pressão sobre o local). Fricção, forças de cisalhamento e umidade também contribuem para a formação das lesões. - São afecções de ocorrência significativa em indivíduos com comprometimento da mobilidade e têm impacto prejudicial importante na morbidade, mortalidade e qualidade de vida Fatores de Risco: - Principal fator de risco: Falta de mobilidade (geralmente sequela de doenças neurológicas ou ortopédicas) - Fatores extrínsecos: relacionados com condições externas desfavoráveis à integridade cutânea (pressão, fricção, forças de cisalhamento e umidade, agindo sobre a pele) - Fatores intrínsecos: incluem condições individuais predisponentes às lesões (comprometimento da mobilidade e alterações de sensibilidade) Particularidades da pele idosa que favorecem escoriações, ulcerações da pele e infecções, além de cicatrização dificultada e alentecida: - Espessura e turnover da epiderme diminui e ocorre achatamento da junção dermoepidérmica, reduzindo a adesão entre as duas camadas→ Mais provável a perda da camada superficial e exposição da derme em pequenos traumas. - Diminuição da produção e perda da elasticidade das fibras dérmicas de colágeno e elastina→ menor complacência da pele e sua capacidade de suportar forças de cisalhamento. - Diminuição da vascularização da derme. - Número de glândulas sebáceas e sudoríparas funcionantes é menor→ pele seca e sem lubrificação. - Diminui o número de células de Langerhans→ compromete a resposta imunológica. - Redistribuição da gordura do subcutâneo para camadas mais profundas. Fisiopatologia: - Pressão extrínseca sobre determinada área da pele (+ em áreas de proeminência óssea)→ Privação da circulação nos tecidos + Cone de pressão→ Dano gerado das camadas mais internas para mais externas→ Lesão isquêmica (Pressão extrínseca excede pressão média de enchimento capilar de 32 mmHg)→ Redução do fluxo e da oxigenação tecidual local - Cone de pressão: Pressão sobre a epiderme é propagada para camadas mais profundas, com espraiamento da área de ação, de modo que nas proximidades do osso, áreas maiores sofrem compressão Mecanismo Fricção e Cisalhamento: - Fricção: entre pele e superfície resulta em perda de estrato córneo cutâneo, tornando pele mais suscetível a lesões expondo camadas subjacentes - Cisalhamento: quando o contato a detém no lugar quanto a gravidade ou outra força desloca o corpo para baixo ou outra direção, leva a ruptura da epiderme ou de vasos perfurantes que suprem as camadas dérmicas comprometendo a circulação - Exposição a umidade fragiliza a camada córnea exacerbando a fricção. Fezes, urina e suor também possuem irritantes químicos. - Comprometimento circulatório é multiplicado na presença de patologias que já se relacionam com alteração do fluxo (DM, HAS, choque, sepse, insuficiência vascular…) Ação sobre o corpo: Principalmente nas proeminências ósseas e com pouco tecido adiposo Principais localizações: - Região sacral - Tuberosidade isquiática - Grande trocanter - Calcanhares - Maléolos - Hálux - Joelhos - Cotovelos - Região escapular - Região occipital - Coluna torácica (processos espinhosos) - Pavilhão auricular Classificação: - Se faz com base na profundidade do acometimento e nos limites entre os tecidos lesados → Estágio I: eritema com pele íntegra, persistente mesmo após o alívio da pressão. É eritema não branqueável, localizado em uma área específica, geralmente de proeminência óssea → Estágio II: perda tecidual envolvendo epiderme, derme ou ambas. Com interrupção da continuidade da pele. Formam-se exulceração, úlcera e às vezes bolha. Pode haver crosta. → Estágio III: comprometimento de tecido subcutâneo, podendo-se estender mais profundamente, até fáscia muscular subjacente, mas não através da mesma → Estágio IV: comprometimento mais profundo, com destruição extensa de tecidos, ou dano muscular, ósseo ou em estruturas adjacentes. A lesão atravessa a fáscia muscular. → UP inclassificável: profundidade de comprometimento não se pode identificar, devido à presença de crosta necrótica ou tecido desvitalizado cobrindo seu leito Complicações: - Mais frequentes estão relacionadas com infecções (local ou sistêmico) devido a solução de continuidade na pele e proliferação dos microorganismos que colonizam úlceras em geral. Infecção local dificulta a cicatrização e a cura podendo levar a: - Abscessos, cavidades ou fístulas - Celulite ou erisipela (infecção se alastra ao redores da úlcera) - Osteomielite - Bacteremia e sepse (aumenta mortalidade) - Endocardite, meningite e artrite séptica - Outras complicações possíveis: infestação larvária da úlcera (miíase), formação de carcinoma sobre úlceras crônicas, amiloidose, reações de hipersensibilidade ou toxicidade sistêmica decorrentes de tratamentos tópicos, manifestações psíquicas Prevenção: - É o aspecto mais importante na abordagem das úlceras por pressão. - Identificar e avaliar indivíduos de risco que necessitam de prevenção (identificar fatores de risco) - Garantir condições adequadas para manter a integridade da pele e sua tolerância a sobrecargas e irritantes - Proteger tecidos contra efeitos das forças mecânicas externas (pressão, fricção e cisalhamento) - Reduzir a incidência por programas educacionais. - Pacientes acamados com imobilidade ou dependênciafísica devem ser reposicionados em intervalos máximos de 2 horas, de forma sistematizada. O uso de escalas orientando o posicionamento é recomendado. Tratamento: - Multidisciplinar + Controle de afecções concomitantes e doenças de base - Avaliação global do paciente: comorbidades e dçs de base - Avaliação da úlcera - Promoção e manutenção da viabilidade tecidual - Tratamento da dor - Abordagem nutricional - Tratamento medicamentoso, cirúrgico, curativos Desbridamento: - Remoção de áreas necróticas e tecido desvitalizado da lesão. Essencial para a cicatrização. Auxilia na remoção de bactérias da úlcera, Pode ser mecânico (cirúrgico ou não), químico/enzimático ou autolítico. 1- Desbridamento Mecânico: → Cirúrgico: com lâmina/bisturi, ou tesoura, feito à beira leito ou em sala cirúrgica, a depender das características da lesão, condições do paciente e patologias associadas. → Não Cirúrgico: por técnicas de irrigação de jato de solução salina sob pressão, ducha ou turbilhão. Eficaz para úlceras largas e fundas, quando há dificuldade para obtenção de plano excisional com lâmina. 2- Desbridamento Autolítico: Cobrir a úlcera com curativos oclusivos/ semi oclusivos, permitindo que os fluidos teciduais da própria lesão (com neutrófilos, macrófagos, enzimas) acumulem-se levando à dissolução do tecido necrótico. Evitar se infecção ou tecido necrótico extenso e em úlceras extensas com cavidades. 3- Desbridamento Químico/Enzimático: Com produtos enzimático para aplicação tópica (fibrinolisina/desoxirribonuclease, colagenase, papaína) esses produtos hidrolisam necrose superficial. Pode ser boa alternativa ao cirúrgico, apesar de mais lento e necessária aplicações sequenciais para resultado satisfatório Limpeza da úlcera: - Realizada na primeira avaliação e a cada troca de curativo. - Soro fisiológico é a substância recomendada - Em geral, devem ser evitadas soluções limpadoras ou agentes antissépticos (peróxido de hidrogênio, povidine, clorexidina), pode ocorrer citotoxicidade e comprometimento do tecido viável. Curativos e Coberturas - Finalidade: proteção + promover ambiente que favoreça a cicatrização. → Hidrocolóides: com material polissacáride e protéico em contato com a lesão. Hidrata, impermeável a contaminantes, facilita desbridamento autolítico, acelera cicatrização, alivia dor. Usados se secas ou pouco a moderado exsudato. → Hidrogéis: alto conteúdo de água/ glicerina, absorve fluidos, hidrata e facilita autólise, favorece epitelização, alivia dor. Usados se mínimo exsudato ou secas em estágios II - IV e pode usar se infectada → Alginatos: polissacárides naturais de algas. Em contato com exsudatos, forma gel hidrofílico biodegradável com propriedade hemostática. Ideais se muito exsudato e sangramento. → Hidrofibras: com fibras de carboximetilcelulose. Funções semelhantes às de alginato e hidrocolóide ao mesmo tempo. → Espumas: Absorve grande quantidade de exsudato. São esponjas porosas ou lâminas de espuma. Compatíveis com estágios II a IV. Aliviar dor. → Filmes poliméricos: Sobre curativos não aderentes como cobertura complementar, permite passagem de vapor de água e bloqueando líquidos, bactérias, contaminantes. indicados para estágios I e II com pouco ou sem exsudato. → Curativos com prata: Ação bactericida. opção para úlceras infectadas, colonizadas ou alto risco de infecção, pois diminui carga bacteriana da ferida. → Açúcar e mel: Cria ambiente com pressão osmótica elevada (absorve exsudato), inibe proliferação de bactérias e estimula tecido de granulação. Cuidados com a colonização e Infecção bacteriana: - Todas as úlceras de graus II, III e IV são colonizadas por bactérias. - Minimiza-se a colonização com a limpeza adequada da ferida e com o desbridamento, quando indicado → Sinais indicativos de infecção na úlcera incluem: modificação do aspecto da secreção ou aparecimento de secreção purulenta, odor fétido, dor, aumento das dimensões, apesar dos cuidados, sinais flogísticos → Agentes antimicrobianos tópicos pode ser considerado em lesões em que, após 2- 4 sem de tratamento adequado, haja ainda dificuldade de cicatrização e/ou presença de secreção. Cuidados Paliativos Definição: Abordagem que promove qualidade de vida aos pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio de sofrimento, o que requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas da natureza física, psicossocial e espiritual. - A medida que a doença avança e os tratamentos se tornam ineficazes o cuidado paliativo cresce em importância. Além da morte, estende-se ao suporte após o luto para a família do falecido. Se baseiam em princípios, a ética e no respeito buscando: - Promoção de alívio: Uso de medidas farmacológicas, não farmacológicas e abordagens psicossocial e espiritual - Afirmação da vida e consideração da morte como um processo normal. - Não aceleração e nem adiantamento da morte. (Prática da ortotanásia e se possível da kalotanásia) - Integração dos aspectos psicológicos e espirituais no cuidado: Entender que é momento que traz ao paciente muita angústia, sentimentos de desespero e depressão, bem como uma busca por introspecção e momentos de reflexão. A dicotomia entre corpo e alma começa a se desfazer e traz uma percepção de unidade entre essas 2 entidades. - Suporte para o paciente e familiares durante a doença e luto: Fazer o paciente e a família participar ativamente do processo de finitude, a família também é essencial nesse momento pois verbaliza os desejos e as necessidades do indivíduo, pois conhece e resgata toda sua biografia no fim da vida por isso deve ser acolhida e paliada da mesma forma - Abordagem multiprofissional. - Melhora da qualidade de vida e influência positiva no curso da doença. - Início precoce: O cuidado se inicia no diagnóstico de doença grave e incurável e tem pequeno papel nesse momento, porém aumenta a sua importância de acordo com a progressão da doença e insucesso de outras tentativas de tratamento. Princípios Bioéticos: → Autonomia: paciente deve participar do processo de decisão sobre o tratamento que vai receber. → Beneficiência: o médico deve visar sempre ao bem-estar do paciente, no interesse deste, e não na visão de terceiros. → Não maleficência: não se deve causar dano, dor ou sofrimento desnecessário ao paciente. → Justiça: igualdade na distribuição de recursos para equânime proveito da população, visto que não há recursos infinitos. Conceitos: → Eutanásia: ato ou omissão que leva deliberadamente à morte, como forma de aliviar definitivamente o sofrimento do indivíduo. É ilegal no Brasil. → Distanásia: submeter o paciente terminal a procedimentos dolorosos sem finalidade terapêutica útil. → Ortotanásia: processo de morte no tempo certo, sem prolongamento nem encurtamento subjetivos. → Mistanasia: relacionada com a falta de recursos. → Kalotanásia: boa morte, acima da ortotanásia. Código de Ética Médica: - vedado ao médico abreviar a vida do paciente, mesmo que seja em seu pedido - resguarda o médico por aplicar a ortotanásia, bem como por primar pela prática humanista da medicina. - diretivas antecipadas de vontade do paciente, que devem ser registradas no prontuário e respeitadas por toda a equipe médica e pela família. Prognóstico: - Avaliação funcional intimamente relacionada com prognóstico e com o sofrimento, pois a limitação física não permite ao indivíduo exercer completamente sua autonomia. Para avaliar o declínio funcional utilizamos a escala de Karnofsky ou PPS. - Avaliação dos sintomas: podemos usar a escala de avaliação Edmonton symptom assessment scale: Dor, cansaço, náusea, depressão, ansiedade, sonolência, apetite, falta de ar, bem estar, outro problema - Aspecto comum aos portadores de doenças crônicas na fase terminal é o desenvolvimento dos 3 fs: Fragilidade, Declínio Funcional, Falência orgânica Comunicação de Más Notícias: → Protocolo SPIKES: - Set up (ambiente adequado/ postura profissional) - Perception avaliação do conhecimento dopaciente - Invitation (percepção do Desejo do paciente pela informação) - Knowledge (Comunicação clara e respeito ao ritmo do paciente) - Emotion (Acolhimento do silêncio e/ou das emoções) - Strategy and summary (Estratégia e síntese) Fases do Sofrimento: - Negação - Raiva - Barganha - Depressão - Aceitação Tratamento: - Fúteis - Ordinários: mandatórios e trazem benefício mesmo com riscos associados - Extraordinários: terapêuticos associados a gastos excessivos, grande empenho, dor ou incômodo sem possibilidade razoável de benefício Sarcopenia Definição: - Não apenas processo de perda de massa muscular relacionada com o envelhecimento mas também inclui a perda da força e da função muscular - Síndrome caracterizada por progressiva e generalizada perda de massa e força muscular com risco de eventos - Para diagnóstico utilizar: diminuição da força muscular e diminuição da massa muscular Introdução: - À medida que envelhece, ocorrem modificações na composição corporal. Diminuição da massa muscular é a de maior importância clínica e funcional - A perda de massa muscular não deve ser encarada como problema que se inicia somente na idade avançada, deve ser considerada sob a perspectiva de um modelo contínuo de vida - Pico de massa muscular ocorre por volta de 25 anos. Assim como a força a massa muscular é mantida praticamente entre 25 e 50 anos com redução de 5% do número de fibras e cerca de 10% do tamanho das fibras. - É entre 50-80 anos que ocorre a maior perda de massa muscular - O número de fibras sofre uma redução de 35% enquanto o tamanho é reduzido em cerca de 30% - Síndrome geriátricas resultam de interações não completamente compreendidas entre doenças e envelhecimento dos múltiplos sistemas, produzindo sinais e sintomas que levam a consequências. Algumas delas: - Incapacidade - Dependência - Institucionalização - Morte Instrumentos Diagnósticos: - Massa muscular esquelética - Força muscular - Desempenho físico Identificação - Massa muscular: TC, bioimpedância, ressonância, densitometria - Força muscular: força de preensão, flexão/ extensão do joelho, Pico de fluxo expiratório - Desempenho físico: SPPB, Veloc da marcha, TUGT, SCPT Fatores de Risco: - Falta de atividade física - Elevados níveis de citocinas - Baixa ingestão calórica de proteínas - Perda de função neuromuscular - Modificações hormonais - Disfunção mitocondrial - Apoptose Classificação: Massa Força Desempe nho físico Pré Diminuída Sarcopenia Diminuída + Diminuída ou Diminuíd Grave Diminuída + Diminuída + Diminuíd Tratamento: - Não farmacológicas: atividade física, ingestão nutricional adequada - Farmacológicas: Testosterona, IECA, estrógeno, tibolona, GH, DHEA, vit D, Creatina Osteoporose - Doença osteometabólica sistêmica, caracterizada pela redução na densidade e qualidade óssea - O desfecho clínico mais importante a ocorrência de fraturas por baixo impacto particularmente na coluna, antebraço e quadril - A fragilidade óssea decorre da diminuição da quantidade óssea, estimada pela medição da densidade mineral óssea (DMO) e do comprometimento da qualidade óssea, decorrente de um conjunto de propriedades que incluem a microarquitetura óssea e a taxa/grau de remodelação óssea → Resistência óssea = Densidade óssea + Qualidade óssea (microarquitetura, taxa e grau de remodelação) Epidemiologia: - Afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das principais causas de morbi mortalidade em idosos - cerca de 30% das mulheres e 13% dos homens com idade >= 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida (+ pop branca) - Ocorre mais em mulheres na pós menopausa Fisiologia Óssea: - Dois tipos de tecido ósseo: osso cortical e osso trabecular - Cortical: de revestimento, tem estrutura compacta na qual tecido mineralizado tem pouca superfície de contato com o meio→ Diminuição da resistência: Aumenta porosidade, afilamento do diâmetro externo - Trabecular: ocupa espaço interno dos ossos, cujo estrutura esponjosa permite alojar as céls da medula óssea hematopoiética e resulta em grande superfície de contato com o meio externo→ Diminuição da resistência: afilamento das trabéculas, perda da conectividade - Cada sítio ósseo do esqueleto tem composição própria de tecido cortical e trabecular influenciando mecanismos locais de perda óssea e predisposição a fratura e resposta ao tratamento → Remodelamento: 1- Ativação: sinal recebido para que aquele sítio ósseo seja remodelado. Osteócitos é o reagente do processo de remodelação e responsável pela ativação. 2- Reabsorção: Osso velho é reabsorvido, através da ação dos osteoclastos que recrutados e ativados, secretam ácido e enzimas na cavidade de reabsorção para digerir o osso velho (2-3 sem) 3- Reversão: Há sinal para finalizar a reabsorção e começar a formação de osso novo. Essa é a fase mais obscura dos mecanismos, não são bem compreendidos 4- Formação: Osteoblastos recobre a cavidade reabsorvida e iniciam produção de colágeno e demais proteínas da matriz óssea criando osso novo (2-3 meses) 5- Mineralização: A partir de um ambiente mineral propício, com adequada disponibilidade de cálcio e fosfato, há deposição de cristais de hidroxiapatita na matriz colágena, conferindo rigidez ao osso → Vias de Sinalização: 1- Via RANK L OPG: - RANK-L (Osteoblastos secretam) + Receptores RANK nos osteoclastos = Reabsorção - Modular: OPG (Osteoclastos secretam) que ocupam receptores RANK = Inibe Reabsorção - Estrogênio: menopausa leva aumento do RANK L (Aumenta reabsorção) 2- Via WNT: - WNT ativa receptores específicos: LRP5→ leva a maior formação óssea (mecanismo inibido pela SOST - Osteócitos) 3- Via PTH: - PTH / PTH=RP→ PHT1R - Estímulo contínuo: Reabsorção - Estímulo intermitente: Formação por inibição da SOST 4- Glicocorticóides; - Exposição a altas doses de GC causam diminuição crônica da formação óssea, perda de osteócito e aumento da reabsorção. Fisiopatologia da Osteoporose: - Pico de massa óssea inadequado: importante saber saúde na infância pois a economia de massa óssea é feita na infância e adolescência - Perda óssea com a menopausa e o envelhecimento (Primária): A partir da 5º década de vida maior reabsorção com menos formação + afilamento cortical, perda da conectividade das trabéculas - Doenças, medicações ou condições que causam osteoporose secundária: Causas endócrinas (tireotoxicose, acromegalia, DM, etc), causa nutricionais ou gastrointestinais (alcoolismo, anorexia, def de cálcio e vit D, dç hepática crônica, disabsorção), Medicações (GC, anticonvulsivante, QT, lítio, heparina, etc), Miscelânea (HIV, dç crônica, DPOC, Hemofilia, Insuf renal, etc) Fatores de Risco: → Modificáveis: - Álcool, tabagismo, baixo IMC, má nutrição, deficiência Vit D, desordem alimentar, sedentarismo, quedas frequentes, baixa ingestão de cálcio → Não modificáveis: - Idade, sexo feminino, raça, história familiar, menopausa precoce, história de queda, osteoporose secundária, baixo indice de massa corporéa Diagnóstico: - Avaliação da DMO por absorciometria radiológica dupla energia (DXA) feita em densitômetro (padrão ouro) Classificação Normal Osteopenia Osteoporose Osteoporose severa T score (desvio padrão) > - 1,0 Entre -1 e -2,4 <= -2,5 <= 2,5 associada a fraturas por fragilidade O diagnóstico pode ser realizado em homens > 50 anos ou mulheres na pós menopausa quando houver: - Densidade mineral óssea Escore T <= - 2,5 em coluna ou quadril - Osteopenia + fratura vertebral, úmero proximal, rádio distal ou pelve - Ocorrência de fraturas por fragilidade em quadril - Risco elevado de fratura calculado por FRAX * FRAX: ferramenta que estima probabilidade de fratura nos próximos 10 anos é calculada a partir da idade, índice de massa corporal, fatores de risco dicotomizados → Indicações para realizar DXA: - Mulheres >= 65 anos - Homens >= 70 anos - Adultos com fraturas de fragilidade - Adultos com dç ou condição associada a perda de massa óssea - Mulheres na pós menopausa < 65a e homens com FR (50-70a) - Pct onde terapia farmacológica esteja sendo considerada - Pctem tto a fim de monitorar a eficácia * Sempre pedir em 2 sítios: geralmente coluna e fêmur → Interpretação: - Cheque a técnica - Coluna L1 - L4 - Fêmur: total e colo - Tenha a radiografia de coluna - Sempre realizada na mesma máquina → Exames Laboratoriais: - Possibilita afastar algum fator que contribui para a osteoporose primária (associado a menopausa e envelhecimento) e identificar causa de osteoporose secundária (dç específica ou uso de medicação) → Medicamentos associados: GC, terapia antirretroviral, DIU de alça, terapias com deprivação hormonal, IBP, pioglitazona, medicação neurológica, anticoagulantes, Inibidores de calcineurina Tratamento: → Não Farmacológico: - Exercícios físicos e reabilitação pós fratura (alívio da dor, fisioterapia, órteses) - Prevenção de quedas - Cálcio: 1200 mg/dia e reposição quando impossibilidade de aporte dietético (carbonato de cálcio 500mg 1cp 8/8h) - Magnésio: preferir suplementação pela dieta - Vitamina D: adequado para população geral 20-60 e para pop de risco 30-60 (risco intoxicação > 100); deficiência < 20; reposição com colecalciferol 50.000UI 1cp por semanas por 8 sem + 7000UI 1 cp por semana por 8 sem → Farmacológico (Terapia Anti Reabsortiva): - Bifosfonatos: Inibem a enzima FPPS (que confecciona o citoesqueleto do osteoclasto); aumentam a densidade óssea e diminui risco de fratura. Alendronato de sódio 70mg 1x por sem VO (ou risedronato) - Modulador seletivos do receptor de estrógeno (SERM): capacidade de ligar ao receptor de estrógeno e estimula a produção de osteoprotegerina que inibe ativação e maturação de osteoclasto. Raloxifeno 60mg. - Desonumabe (DMAB): Anticorpo monoclonal que se liga especificamente ao ativador do RANK L. Mimetiza a OPG inibindo o RANK L. Prolia 60mg/ml 1 amp IM 1x/mês Manejo da Dor Crônica - Dor crônica pode causar transtornos de humor, incapacidade física, comprometimento funcional, isolamento e alteração da dinâmica familiar e também acarreta a fadiga, anorexia, alteração do sono, constipação, dificuldade de concentração e comprometimento cognitivo. E com essa limitação da mobilidade que acompanha a dor, pode ocasionar também outras comorbidades como TVP, TEP e fraturas. Definição: Dor: Experiência sensorial e emocional tipicamente aversiva causada ou semelhante a lesão tecidual real ou potencial. - Subjetiva e influenciada (fatores biológicos, psicológicos e sociais) - dor é percepção da nocicepção e nocicepção é ativação das fibras nervosas responsáveis pela condução do estímulo danoso Dor Crônica: aquela que persiste além do tempo razoável para a cura de uma lesão (mínimo de 3 a 6 meses), ou aquela associada a processos patológicos crônicos, que causam dor contínua ou recorrente. Classificação: 1- Nociceptiva: dano de um tecido nao neuronal que leva à ativação de receptores nociceptivos - Somática: receptores periféricos de tecidos cutâneos e estruturas profundas - Visceral: receptores viscerais secundário a infiltrações, compressão ou estiramento 2- Neuropática: lesão de raízes nervosas, plexos ou troncos nervosos ou lesão do SNC 3- Psicogênica: associada a alguma anormalidade psicoafetiva que piora ou causa as dores, sem nenhum dado clínico de lesão real Fisiopatologia: → Nociceptiva: - Transdução (ativação dos receptores)→ Transmissão dos sinais por fibras A e C para coluna, fibras ascendentes e SNC→ Modulação na via neuroaxial→ Percepção da dor no SNC → Neuropática: - Hiperexcitabilidade dos neurônios periféricos→ Lesão nervosa→ hiperexcitabilidade dos neurônios centrais + perda do controle de inibição das descargas anormais→ sensibilização central Dor no Idoso: - Há um aumento do limiar de dor (mais difícil de sentir a dor) mas tolerância diminuída aos estímulos dolorosos, quando são sentidos - Tende a usar uma polifarmácia→ levar em consideração comorbidades, interações e efeitos adversos - Alguns efeitos colaterais podem ser amplificados por causa de alterações fisiológicas do idosos - Idoso tende a ter pior adesão ao tratamento (custo, déficits cognitivo, reações adversas) Principais Causas de Dor: - Dores músculo esqueléticas: artrite e gota - Dores neuropáticas: neuropatia diabética dolorosa e doença discal degenerativa - Dores oncológicas Abordagem Clínica: - Avaliar necessidade de procedimento diagnósticos complementares - Se déficit cognitivo ou linguagem, cuidadores devem ser entrevistados - Avaliar todo impacto psicológico, funcional, social, cultural e espiritual que essa dor causa - Pesquisar toda a história da dor - Exame físico geral e neurológico → Escalas de Avaliação: 1- Unidimensionais: - Escala numérica verbal: escala de 0 a 10 - Escala de descrição verbal: com descritores - Escala visual analógica (EVA) - Escala de faces de dor 2- Multidimensional: - Inventário breve da dor (BPI – brief pain inventory) - Questionário de dor de McGill (SF-MPQ-2) - Questionário de dor no idoso (GPM – geriatric pain measure) 3- Especificos: - PACSLAC (check list de avaliação de dor no idoso com habilidade limitada) - PAINAD (escala de dor em demência avançada) → As duas acima avaliam expressões, respiração, linguagem, etc - Escala para diagnóstico de dor neuropática: entrevista + Exame físico Tratamento: → Não farmacológico: - Abordagem psíquica - Abordagem fisiátrica e fisioterápica - Terapia Ocupacional - Outros: procedimento anestésicos e bloqueios de troncos e plexos → Farmacológico: - Sempre associado ao tto não farmacológico - Sempre avaliar necessidade de medicação adjuvante - Evitar polifarmácia - Preferência pela via oral - Começar com dose baixa e escalonar - Ajustar dose se comorbidade hepática / renal - Reavaliar terapêutica ao longo do tto 1- Analgésicos Não Opióides: Paracetamol: - sempre a primeira linha para a dor nociceptiva - um dos medicamentos mais seguros com menos efeitos adversos 2- AINES: - Efeito teto: Não há mais efeito adicional analgésico a partir de determinada dose, apenas os efeitos adversos aumentam. - Inibidores das ciclooxigenases 1 e 2 (cox 1 responsável pela produção de prostaglandinas, proteção da mucosa gástrica e a adesividade das plaquetas→ efeitos adversos principalmente nos idosos, como hemorragias, dispepsia, úlceras, nefrite, etc) - Evitar no idoso 3- Analgésico Opióide: - Efeitos colaterais: sedação, tontura, constipação, prurido, náuseas e vômito, retenção urinária, mioclonia e depressão respiratória - Nos idosos os efeitos colaterais podem ser amplificados, aumentando o risco de queda e fraturas - Sedação excessiva: reduzir dose ou aumentar o intervalo entre dose - Constipação: hidratação, uso de óleo mineral, laxantes - Náusea/ vômito: metoclopramida 10 mg 6/ 6 h - Começar com doses baixas e escalonar - Sempre ajustar a dose se nefropata ou hepatopata Divididos em: → Fracos (Tramadol e Codeína) - Tramal: diminuição do limiar convulsivo e sd serotoninérgica, menos obstipante - Codeína: Se > 360mg/dia substituir por forte, Menos nauseante → Fortes (Morfina e Metadona): - Morfina: 1ª escolha, mais acessível e menor risco - Metadona: antagonista NMDA, mais usado para dor neuropática, só usa em último caso pois aumenta intervalo QT predispondo a arritmias 4- Medicamentos Adjuvantes: - Não tem efeito primário de analgesia - Uso fundamental nos casos de dor neuropática a) Antidepressivos: - Duais (venlafaxina e a duloxetina): efeitos de náusea, boca seca, fraqueza, perda de apetite, mas são mais seguros do que os tricíclicos - Tricíclicos (Amitriptilina e Nortriptilina): efeitos de sonolência, confusão mental, hipotensão postural; devem ser evitados nos idoso b) Anticonvulsivantes: - Gabapentina (Análogo GABA): 1ª linha para dor neuropática - Carbamazepina: tendência a neurotoxicidade, efeito de borramento visual, sonolência, tontura, cefaleia, confusão - Pregabalina: efeito de sonolência, tontura e edema c) Neurolépticos (Bloqueadores de receptor de dopamina) - Olanzapina (aumento de peso e hiperglicemia) e Clorpromazina - Efeito de hipotensão ortostática, sonolência, ansiedade, alteração do humor e sd extrapiramidal Aulas Saúde noIdoso índice de Envelhecimento - Proporção de jovens de 0 a 14 anos tende a reduzir e representará 16,3% da população total - Essa relação (razão de idosos e jovens) corresponde ao índice de envelhecimento: 43,9% (2018) para 173,4% (2060) Expectativa de Vida: - Relaciona-se a qualidade de vida (saúde, socioeconomia, educação, saneamento, assistência social, segurança do trabalho, índice de violência - BR: média de 74 anos (mulher 80,1 e homens 73,1) Conceito: - Longevidade: característica ou qualidade de longevo, duração da vida mais longa que o comum → Para prolongar a vida de forma saudável: cessar tabagismo, ingerir alimentos saudáveis, atividade física, boa noite de sono, hidratação, manter vida social ativa, prevenção com vacina e exames - Envelhecimento: ato ou efeito de envelhecer, ato ou efeito de tornar-se velho, mais velho ou de aparentar velhice ou antiguidade → Caracterizado pelas modificações qualitativas e quantitativas do sistema imune e esse fenômeno é conhecido como Imunossenescência. → Imunossenescência: desregulação das citocinas aumentando citocinas pró inflamatórias e redução das anti inflamatórias, desencadeando resposta inflamatória de baixo grau e níveis elevados de citocinas como INF alfa, PCR e IL 6 → Resulta do impacto da acumulação de uma grande variedade de danos moleculares e celulares ao longo do tempo → Associado a transições de vida (aposentadoria, mudança, morte) Avaliação Funcional e Anamnese: 1- Índice de KATZ - 6: independência - 4: dependência parcial - 2: necessidade de assistência indicando dependência importante 2- Índice de Tinetti: → Escala de Avaliação do Equilíbrio: → Escala de Avaliação da Marcha: - Total de 28 de pontuação incluindo escala de equilíbrio e marcha - < 19: indica risco 5x maior de queda - quanto menor maior risco de queda 3- Escalas de Performance: - Muito usado em cuidados paliativos - ECOG: avalia como a doença afeta as habilidades de vida diária do paciente - Karnofsky: avalia a capacidade física e autossuficiência Síndromes Demenciais - São caracterizadas pelo declínio cognitivo persistente que interfere na capacidade funcional do paciente (desempenho profissional ou social) - Observa-se um declínio em relação ao nível prévio que decorre do comprometimento de pelo menos uma ou mais funções cognitivas ou do comportamento: Memória, Linguagem, Função executiva, Aprendizagem, Atenção, Capacidade de abstração Diagnóstico: - História clínica detalhada com o objetivo de identificar a cronologia e a velocidade das perdas cognitivas e funcional do paciente, bem como afastar possíveis diagnósticos diferenciais - Testes de rastreio ajudam qual função cognitiva está mais comprometida e para acompanhar a evolução do quadro 1) MEEM - 20 pontos para analfabetos - 25 pontos para pessoas com escolaridade de 1 a 4 anos - 26,5 para 5 a 8 anos - 28 para aqueles com 9 a 11 anos - 29 para mais de 11 anos 2) MOCA 3) Teste de desenho do relógio - As disfunções executivas podem preceder as alterações da memória demência 4) Teste de Fluência Verbal 5) Escalas de Avaliação de Funcionalidade: - Escala de Lawton (AIVD) - Escala de Katz (ABVD) Exames Complementares: - Exame de imagem: TC ou RNM de crânio - Exames Laboratoriais: hmg completo, creatinina/ ureia, enzimas hepáticas, TSH e T4 livres, Glicemia, Vit B12, Cálcio sérico, Sorologia (Sífilis e HIV) → Principalmente para afastar causas secundárias Diagnóstico Diferencial: - Comprometimento cognitivo subjetivo→ queixa do paciente mas sem alteração clínica ou que prejudica - Comprometimento cognitivo leve→ “abrindo” quadro demência mas ainda sem perda da funcionalidade - Depressão (Pseudodemência)→ manifestação de maneira atípica da depressão pode ser interpretado de maneira errônea (depressão no idoso relacionada a momento episódicos, pós perda de alguém por ex) - Delirium Principais Causas de Demência 1) Demência na Doença de Alzheimer: - Causas mais frequentes de demência (80% dos casos após os 65 anos) - 7ª causas de morte nos estados unidos - É uma doença degenerativa, sem fator etiológico determinado Principais características: - Perda de memória com início insidioso, progressão gradual e perda de fluência das palavras - Prejuízo no aprendizado e na retenção de informação recente (fala muito de coisas do passado, “vivendo no passado”) - Perda de funcionalidade, ficando mais dentro de casa com atividades restritas até podendo ficar acamados com ajuda de higiene - O que se sabe: acúmulo extracelular placas de prot beta amiloide e prot tau→ processo inflamatório→ morte de neurônios - As alterações mais precoces ocorrem em estruturas do sistema límbico, em especial, o hipocampo (que armazena as informações) - RNM com atrofia hipocampal→ não armazena as informações - Atrofia generalizada ao longo tempo, mais acentuada dos lobos temporal e parietal→ perde memória passada também ao longo do tempo 2) Demência Vascular: - Segunda causa de demência na população idosa Principais Características: - Início e evolução: insidiosa e contínua / agudo com progressão gradual em degraus - Divisão em 3 tipos básicos: ⇒ Demência por mutiplos infartos: associada a recorrência clínicas de AVCs, a doença tromboembólica, HAS e evolução de dç aterosclerotica ⇒ Demência isquêmica subcortical: associada a dç de pequenos vasos cerebrais, em pacientes com HAS de longa data, podendo haver múltiplos infarto lacunares, porém sem evidência clínica de lesão vascular na maioria das vezes ⇒ Demência por infarto estratégico: caracterizado por lesão vascular única em região cerebral específica, resultando em demência Causas: pequenas isquemias no córtex cerebral - típico: HAS descontrolada, IAM prévio, dç aterosclerotica, etc Quadro clínico depende do número de lesões: - Alterações da marcha (apraxia) e incontinência urinária podem ocorrer em fases iniciais da doença→ alteração de funções executivas - Sinais e sintomas de paralisia pseudobulbar (disfagia, disartria e labilidade emocional) também são característicos - Flutuações cognitivas, piora noturna e apatia são comuns RNM: - Áreas de microinfarto e leucoaraiose (A): AVC→ evento agudo de grande monta → pequenas isquemias, mais na circulação terminal (microangiopatia em substância branca) + necrose do córtex (córtex atrofiado) 3) Demência com Corpos de Lewy: Principais Características: - A DCL é a 2ª causa de demência degenerativa em idosos - Etiologia desconhecida - Presença dos corpos de lewy - Inclusões intracitoplasmáticas eosinofílicas chamadas corpos de lewy, que contém alfa sinucleína agregada, nas camadas corticais profundas do cérebro, especialmente nos lobos frontais e temporais anteriores, giro cingulado e insula - Caracterizado por quadro demencial progressivo, com déficits atencionais, visoespaciais e de funções executivas - Flutuação dos sintomas cognitivos com variação intensa na atenção e alerta - Alucinações visuais recorrentes, geralmente detalhadas e vividas - Parkinsonismo (devido rigidez) Outras características comuns: - Quedas de repetição, síncope, distúrbios do sono REM (presentes em 85% dos pacientes), delírios, depressão, sensibilidade ao neuroléptico (dados para tratar as alucinações, mas há piora do parkinsonismo) - Sintomas cognitivos precedem os sintomas motores em cerca de 12 meses (diferente da demência relacionada à doença do parkinson que os tremores precedem a alteração cognitiva) 4) Demência Frontotemporal (Doença de Pick): Características: - 3ª causa mais comum de demência degenerativa - Início precoce: geralmente antes dos 65 anos com curso rápido - Alteração do comportamento ou personalidade - Há dificuldade em planejamento e capacidade de julgamento - As alterações do comportamento podem ser dividas em 3 tipos: Desinibidas, Apáticas ou Estereotipadas - Alterações do humor, ansiedade e depressão são frequentes - Paciente pode apresentar comportamento psicopático - São comuns sintomas de hiperoralidade, hipersexualidade, hiperfagia, compulsão, ausência de crítica - Atrofia generalizada do lobo fronto temporalTratamento: → Tratamento geral para as demências sem etiologia específica - como não sabe ainda como agir nas causas o tratamento é para melhorar os sintomas → Demência Vascular: prevenir controlando HAS, e evitar dç aterosclerotica ⇒ Inibidores da Acetilcolinesterase: → Acetilcolina ficar mais tempo na fenda sináptica - Essas drogas funcionam aumentando os níveis de comunicação célula a célula. A melhoria é modesta - Os inibidores da colinesterase também podem melhorar os sintomas neuropsiquiátricos, como agitação ou depressão. - Os inibidores de colinesterase comumente prescritos incluem donepezil (Aricept), galantamina (Razadyne) e rivastigmina (Exelon) - Os principais efeitos colaterais desses medicamentos incluem diarréia, náusea, perda de apetite e distúrbios do sono. Em pessoas com distúrbios da condução cardíaca, efeitos colaterais graves podem incluir arritmia cardíaca ⇒ Modulador do Receptor NMDA: 1) Memantina: - Este medicamento funciona em outra rede de comunicação de células cerebrais e retarda a progressão dos sintomas com a doença moderada a grave. Às vezes é usada em combinação com um inibidor da colinesterase. Efeitos colaterais relativamente raros incluem tonturas e confusão. → Geralmente associam com o primeiro quando demência de moderada a grande → Modula receptor de glutamato - melhora impulso nervoso entre uma célula e outra Hipercalcemia Maligna e Sd Lise Tumoral Hipercalcemia Maligna - Ca sérico > 10,5 mg/dL OU Ca iônico acima da normalidade > 3mmol/L Causa: Decorrente de processo oncológico - Ocorre em até 20% dos pacientes oncológicos Clínica: - Náusea e vômito - Confusão mental - Rebaixamento nível de consciência (Obnubilação, torpor, coma) - Constipação - Poliúria, desidratação, pode ocorrer lesão renal aguda pré renal - Hiporexia e dor abdominal Fisiopato: - 80% de secreção do tumor de hormônio PTH RP (PTH like) - age no osso ativando osteoclasto e então retirando cálcio do osso e jogando para circulação - Outras fisiopatologia: metástases osteolíticas (metástase que corrói o osso) - mais raro (mais comum no CA de mama e mieloma múltiplo - tumor dos plasmócitos, produz imunoglobulinas e invade o osso) Quais tumores: CEC de pulmão, tumores cabeça e pescoço, rim, bexiga, ovário e mama Outros: mieloma múltiplo e carcinomas espinocelulares em geral Diagnóstico: - Se história de câncer + manifestações neurológicas e/ou IRA - Sempre que manifestações neurológicos→ exames laboratoriais→ cálcio elevado + IRA - Pode ser feito diagnóstico de CA que chega com quadro de hipercalcemia da malignidade - PTH sérico baixo (pois tumor está produzindo PTH like, muito cálcio no sangue e feedback negativo para o PTH pro próprio paciente) - Fósforo baixo (muito cálcio no sangue, “gruda” no fósforo→ forma cristais de cálcio no rim - 1 dos motivos da IRA) - Hipercalcemia é fator de pior prognóstico Tratamento: - Hidratação vigorosa (avaliar se tem IC, idoso, etc) - Pode ser associado furosemida (“lavar o rim” - evitar insuf renal) - Bisfosfonatos endovenosos: ( joga cálcio para dentro do osso pela inibição do osteoclasto) → Ácido Zoledrônico (Zometa) 4mg EV em 15min - mais potente e mais indicado - pode repetir após 7 a 15 dias - o efeito começa a partir do 2º-3º dia com o cálcio entrando em curva de queda - Pode ser que o paciente nunca mais tenha o mesmo quadro, mas pode ser que em alguns dias o cálcio volte a subir (isso diz sobre a agressividade do tumor) → Pamidronato 60-90mg EV corre em 2h - evitar se pacientes com IRA muito grave (Creat > 3 , clearance muito baixo) - Se IRA muito grande com anúria, sem resposta às medicações→ Diálise de Urgência - Principal: Tratar o Câncer (QT ou RT) - Calcitonina: raramente necessário, considerar só se muito grave - Corticóide: quando for por excesso de prod de vit D usar prednisona 20-40mg /dia - Terapia de substituição renal: considerar em casos graves, sem reversão após condutas iniciais e se reposição volêmica agressiva não for possível Síndrome de Lise Tumoral → Câncer→ Tratamento (RT, QT, imuno)→ tumor responde ao tratamento→ morte maciça de destruição de células tumorais→ Íons intracelular são jogados para o extracelular - Hiperuricemia (Ácido úrico): >- 8 mg/dl - Hipercalemia (K+): >= 6 mg/dl - Hiperfosfatemia (P - fósforo): >= 4,5 mg/dL - Hipocalcemia (Ca+2): <- 7 mg/dL ou redução 25% Clínica: - Nausea, vomito, astenia - Lesão renal aguda (sobrecarga de volume) - Arritmias (2ªa hipercalcemia e hipocalcemia) - Convulsões e tetania (2º a hipocalcemia) - Calcificação ectópica - SIRS Quais tumores: - Principalmente os que têm altas taxas de replicação (respondem melhores a QT): Hematológicos, tumor de pequenas células (pulmão), tumores germinativos (testículos), doenças bulcky (de massas volumosas - > 10 cm ou muito metastáticas) - Pode ser decorrente de qualquer tratamento - Também é possível espontânea (sem tratamento) Tratamento: - Hiper hidratação + furosemida - Cada distúrbio: → Ac úrico: alopurinol (100 mg 8/8h) ou → Hipercalemia: hiperhidratação com DIU de alça / inalação com beta 2 agonista Infecções em Idosos - Infecções causam maior impacto em idosos principalmente os incapacitados e os institucionalizados - Em idosos correspondem a 40% das internações hospitalares - As que mais afetam os idosos: ITU, Pneumonia, Infecções de pele e partes moles, Bacteremia, Endocardite e meningite Patogênese: - Risco e severidade da infecção está relacionada com virulência e inóculo do patógeno e inversamente relacionado à integridade das defesas do hospedeiro - Infecção: Virulência X Inóculo / Defesa do hospedeiro - Virulência: Capacidade que um agente biológico tem em produzir efeitos graves/ fatais - Inóculo: Microorganismos responsáveis pela disseminação das doenças - Defesa do hospedeiro: resp. imune inata e adquirida - Inata: macrófagos, complementos, NK, células dendríticas. A idade por si só não afeta o sistema de defesa, porém as doenças crônicas e agudas podem comprometer o mecanismo de defesa - Adquirida: Depende da exposição prévia a patógenos. Anticorpos (cel B) e Linf T - Com avanço da idade: involução e redução dos hormônios tímicos e comprometimento da produção de linfócitos T (T reguladores, T virgem e T memória) * Resposta no idoso é menor que nos jovens 1- Pneumonia em Idosos - Infecção mais comum dos idosos (30-40% das internações) e aumento do risco de morbimortalidade - Pcts idosos, com comorbidades e pobre status funcional têm mais predisposição a desenvolver pneumonia (principalmente os institucionalizados) Etiologia: - Streptococcus pneumoniae** - Haemophilus influenzae - Vírus respiratório: Influenza, Coronavírus e Rhinovírus - Legionella pneumoniae - Atípicos: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia spp - Instituições: Moraxella Catarrhalis e Staphylococcus aureus Clínica: - É diferente dos pacientes jovens - Latente, sem calafrio, com tosse leve ou sem tosse, e às vezes com catarro - EF: confusão mental pode ser único sinal de pneumonia, febre pode estar ausente em até 55% dos casos - Sinais Atípicos Presentes: Confusão mental, delírio, desorientação ou perda de apetite Imagem: - Opacidade pulmonar (padrão ouro). Sem consolidação - Rx de tórax: maioria não é indicado devido status performance ruim, sarcopenia e impossibilidade de manter postura ereta para realizar exame - TC de tórax: mais indicada nessa pop. é considerada padrão ouro Tratamento: - Maioria em domicílio após avaliação, porém no idoso, grandee % é internada (reavaliação em 72h de ATB) - Tratamento domiciliar ou Hospitalar ? CURB 65 e PSI (Pneumonia Severe Index Score) 0-1 : Baixo risco, casa 2 : probabilidade de tto em casa > 3: internação < 70 pontos: tto em casa 71 - 90: avaliar necessidade e possibilidade de tto casa > 90: internação Casa, sem risco p/ MRSA ou P. aeruginosa Institucionaliza do, sem risco p/ MRSA ou P. aeruginosa Casa ou Institucionali zado, risco MRSA ou P. aeruginosa Leve Macrolídeo Altern.: Doxiciclina Beta lact (A) + Macrolídeo Considerar risco de bactérias Moderada Beta lact (B)+ Macrolídeo Betalact (B)+ Macrolídeo Beta lact + Macrolidio Grave (UTI) Beta lact (C)+ Macrolídeo Beta lact (C)+ Macrolídeo Beta lact (C)+ Macrolídeo (Pode usar Vanco) * Contra indicação de uso de quinolonas respiratórias (cipro, levo, etc) na Europa: prolongamento intervalo QT, Arritmias, ruptura de tendão, dor articular, confusão mental→ No BR não é CI mas possui restrição (avaliar caso a caso),mas no idoso é contra indicado * Macrolídeo: Claritromicina, Azitromicina * Beta Lactâmico (A): Amoxi, Amoxi- Clavul * Beta Lactâmico (B): Ceftriaxona, Cefotaxima * Beta Lactâmico (C ): Tazobactam, Cefepime 2- Infecção do Trato Urinário em Idosos - Uma das infecções mais comuns, maior cometimento em mulheres - Causas mais frequentes de sepse por bacilos gram negativo em idosos e necessidade de internação - Afetam 50% as mulheres ao longo da vida e metade delas recorre quadro em 6-12 meses - Pós menopausa: chances de recorrência elevam (menos estrogênio, mudança de epitélio urogenital e microbiota) Definição: Infecção do trato urinário alto e baixo ou combinados, assintomática ou sintomática - Não complicada: infecção sintomática da bexiga (manifestada por febre, incontinência, disúria, dor suprapúbica, dor lombar) sem causa estrutural - Complicada: sintomas urinários + anormalidades estruturais ou funcional (submetidos a manipulação cirúrgica, IRC, DM, imunodeficiência e realizaram transplante de órgãos) - Sintomática: Incluem cistites, pielonefrites, urosepsis, choque séptico, ou todas as combinações definidos com pelo menos 2 critérios: - Febre (> 38ºC) - Urgência Urinária (cuidado diferenciar incontinência) - Disúria - Dor suprapúbica - Dor lombar - Cultura de urina + < 2 espécies de microorganismos (Se >2 = colonizante/contaminação do exame) - Piúria - Bacteriúria Assintomática: 10^5 UFC em amostra de urina ou 10^2UFC em pcts com cateterismo vesical em 2 amostras consecutivas sem sinal ou sintoma Não tratar Mais comum em mulher > 70 anos - Recorrência: 2 ou + episódios de ITU em 6 meses ou mais de 3 ep em 1 ano Etiologia: - Escherichia coli** - Proteus mirabilis - Klebsiella pneumoniae - Enterococcus faecalis * 3 primeiras: gram - Fisiopatologia: - Microrganismos em ascensão ganha região da uretra→ uroepitélio→ adesão please adesinas→ recrutamento de neurtófilos→ fagocitos e eliminação das bactérias - Algumas bactérias não são eliminadas (maior resistências)→ ascensão pelo ureter→ renal - Pré disposição maior à ascensão: cálculos renais, tumores, hiperplasia Clínica: - Apresentações: Uretrite, Cistite, Pielonefrite, Urosepse - Maior risco: Doenças renais, obstruções, cateter vesical - Pode ter apenas dor suprapúbica, confusão, inapetência Esboço do paciente típico e investigação: - > 60 anos - Suspeita clínica: sinais e sintomas urinários - Investigar com urina 1 e cultura de urina→ iniciar ATB empírica - Se sem sintomas urinários avaliar outras causas como: hidratação, uso de diuréticas e psicotrópicos, status mental prévio, interações medicamentosas, eventos adversos, outros diagnósticos Tratamento Empírico: → Sempre pedir urina 1 e urocultura antes de iniciar !!! - Fosfomicina (Monuril); 1 Envelope 8g diluído em 200ml de água 1x/ dia DU - Nitrofurantoína 100mg (Macrodantina): 1cp 6/6 h 5-7 dias - Sulfametoxazol-Trimetoprima (Bactrim) 800/160 mg 1cp 12/12h por 3-5 dias (Pode piorar quadro anêmico) - Acetilcefuroxima 250mg (Zinnat): 1 cp 12/12h por 7 dias - Ciprofloxacino: Não usar em idosos 3- Infecções de Pele e Partes Moles - Fatores Relacionados ao Hospedeiro: dçs críticas, idosos, dç renal e hepática e insufic vascular - Fatores de risco causadores das infecções são mecanismos de injúria como traumas, contato pele pele, abcessos cutâneos, invasão da pele por microrganismos por fragilidade ou diminuição de defesas - Integridade das defesas dependem de fatores como idade, status nutricional, DM, tabagismo, obesidade, internação hospitalar e tempo de internação, colonização por microrganismos, hipotermia, choque e hipotermia -Manifestações: febre, mal estar, pode ter disseminação hematogênica e linfática, além das lesões com eritema, calor, rubor e edema -Microrganismos: Staphylococcus aureus e/ou streptococcus spp, porém também Staphylococcus coagulase negativo e bact gram negativo, fungos a) Erisipela: - Celulite cutânea superficial com comprometimento importante dos vasos linfáticos da derme - Infecção por estreptococos beta hemolítico do grupo A - Placa eritematosa, edemaciada, infiltrada, dolorosa, bordas que crescem centrifugamente, bem delimitada, avança rápido - Bolha: confere gravidade ao processo podendo evoluir com necrose e ulceração posterior b) Celulite: - Infecção cutânea que compromete uma parte maior dos tecidos moles, estendendo-se profundamente através da derme e subcutâneo. Pode se iniciar com erisipela - Mais comum S. aureus - Lesão extremamente dolorosa e infiltrativa, com borda mal delimitada se estende ao subcutâneo. - Pode formar bolhas ou necrose, resultando em extensa áreas de descolamento epidérmico e erosões - Clinda cobre bem S. aureus Tratamento: - Cefalexina 500mg 6/6h - Clindamicina 300 mg 6/6h ou 600mg 8/8h - Cefuroxima 250mg 12/12h - Ceftriaxone 2g 1x/dia - Principalmente quando com bolha - Oxacilina 2g 4/4h - Quinolonas: Não usar em idosos * Internação: Sem estabilidade, atenção se bolha, sem melhora com o ATB
Compartilhar