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TROMBOEMBOLISMO PULMONAR Antes de iniciar propriamente dito sobre TEP é preciso que se defina exatamente o significado de embolo e também de trombo: enquanto trombo é aquela massa coagulação formada no local em que ocorreu o ferimento endotelial, o embolo é justamente quando aquela massa trombótica sai do seu local de origem e migra para outras regiões do organismo como os pulmões. Dessa maneira, fica impossível de dissociar TEP de TVP já que nesses casos, o tromboembolismo pulmonar é um das consequências resultantes da Trombose Venosa Profunda em alguma veia profunda do organismo. Nesse contexto, a fim de englobar justamente ambos os conceitos chama-se esses eventos de Tromboembolismo Venoso ou TEV. Virchow caracterizou a ocorrência de trombose a partir de três características em especial para que esses eventos se venham a ocorrer no organismo: alterações de coagulação, lesão endotelial e estase sanguínea. Mais especificamente as alterações de coagulação são caracterizadas por se ter uma hiper-reatividade na coagulação ou também chamada de hipercoagulobilidae. Existem tanto fatores hereditários como adquiridos para se ter hipercoagulabilidade ou seja, desse paciente ser um paciente que possui uma certa facilidade de coagular esse sangue. Os fatores hereditários mais comuns são o Fator V de Leiden que é a doença mais comum do mundo quando se diz sobre hipercoagulabilidade e Mutação nos genes da protrombina. Já os fatores adquiridos são conhecidos bem como pós operatório em cirurgias ortopédicas, além de se ter necessidade de imobilização, medicamentos como é o caso dos anticoncepcionais e neoplasias malignas. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA A trombose venosa profunda é uma condição patológica em que se tem formação de trombos na circulação do tipo venosa profunda. Lembrando que a circulação venosa mais profunda é predominantemente mais importante regiões de membros inferiores e de menores calibres. É por conta disso que a TVP é encontrada majoritariamente nas pernas Assim sendo, as manifestações clínicas incluem portanto a dor à palpação na região da panturrilha, presença edemas na perna e empastamento de panturrilha. Esses sinais são evidentes, no entanto, a grande maioria dos pacientes não possuem sintomas, o que dificulta o diagnóstico de TVP, é importante então, que se identifique os fatores de risco e realize uma profilaxia adequada nesses pacientes a fim de evitar casos de TVP, mesmo que sintomáticos. O diagnóstico de TVP é clínico, mas associado também aos exames complementares, especialmente o USG Doppler e que permite verificar o fluxo de sangue nas veias. Existe a técnica padrão ouro para diagnóstico que ao pressionar as veias e elas não colabarem totalmente é porque existe um tipo de trombo naquele local impedindo o colabamento da veia totalmente. TROMBOEMBOLIA PULMONAR O tromboembolismo pulmonar é caracterizado por se ter uma formação de embolo que atingem o pulmão a partir da circulação pulmonar. Lembrando que esses embolo tem origem de algum trombo proveniente geralmente de uma região de membros inferiores, ou também em casos de se ter eventos de fibrilação atrial. Esse embolo acomete a circulação pulmonar, ondes causa entupimento de artérias dessa circulação, no entanto, não se deve esquecer que o TEP trata-se de um evento do tipo circulatório pulmonar e portanto os pulmões estarão com um aspecto normal se analisados, principalmente no caso de aspectos ventilatórios. Tendo em vista a fisiopatologia, o TEP é um grande tipo de diagnóstico diferencial, sendo fundamental que suspeite de qualquer paciente com evento cardiorrespiratório mais súbito, de origem rápida. Sendo a principal manifestação clínica um quadro de taquipnéia com aumento frequência respiratória acima de 30. Enquanto a dispnéia é o principal sintoma característico da TEP, podendo caminhar para a hipoxemia também por conta da limitação da relação V/P já que a TEP é, como já dito, é um problema circulatório e não de ventilação. 1. DOR TORÁCICA OU PLEURÍTICA: é uma dor que ocorre em casos de acometimento também da pleura devido aos êmbolos se localizarem especialmente nas extremidades ou nas bordas pulmonares. Essa dor é caracterizada por ter quando realiza movimentos de inspiração também sendo chamada de dor por movimento respiratório. 2. HEMOPTISE E SIBILÂNCIA: ambos sintomas podem vir a aparecer, principalmente quando se tem acometimento de boa parte da arvore pulmonar por êmbolos. Pode ser o diagnóstico diferencial para Tuberculose e Asma devido ao sintomas específicos. TEP MACIÇO GRAVE E em casos mais graves, denominado TEP maciço em que o embolo se localiza em regiões antes da arvore pulmonar como na artéria pulmonar por exemplo, obstruindo uma parcela muito elevada dos pulmões ou até mesmo todo o fluxo pulmonar. Nesses casos, os prejuízos são enormes e é tratado como uma urgência já que o paciente corre um risco tamanho de vida. Uma das manifestações é aquele paciente que chega com um quadro de hipotensão, dispnéia, pressão sistólica bem abaixo, geralmente com cerca de 90 mmHg e dor região do tórax. Esse paciente apresenta um êmbolo muito grande que levou a obstrução da passagem de sangue para não só pulmão, mas também para o lado esquerdo do coração e consequentemente para todos os outros tecidos do corpo sendo que nesses casos o paciente apresenta um quadro de CHOQUE OBSTRUTIVO decorrente de TEP. Outra manifestação muito comum é a cor pulmonale em que o VD passa a ficar sobrecarregado e não suportando a elevação das pressões durante os movimentos sistólicos e passa a falhar. Nesses casos, apresenta-se uma IC devido ao comprometimento pulmonar e sobrecarga de pressão ao VD. Se não for adotada alguma medida, o VD entra em um processo de falência e consequentemente ao óbito. EXAMES COMPLEMENTARES DE TEP GASOMETRIA: exame mais rápido e prático em um caso de emergência. Geralmente o paciente se apresenta com um quadro de hipóxia, com diminuição da PO2 e também com hipocapnia já que encontra-se taquipneico, liberando uma grande quantidade de CO2. Apesar de pouco sensível e de pouco específico, a gasometria dá indicativos. ECG: um dos principais diagnósticos diferencias de TEP é o IAM principalmente, até pela semelhança do quadro com o aparecimento de dores torácicas e pleuríticas. Realizar um ECG é fundamental, além de descartar IAM, pode ter um padrão extremamente sensível de TEP que é S1Q3T3 mas que raramente é encontrado. Um ECG normal ou com taquicardia sinusal apenas não descarta TEP, inclusive é a maioria dos casos. RAIO-X: o Raio-X pode se apresentar muita das vezes bem normais, já que o problema do TEP é na circulação e não no parênquima pulmonar, com exceção de casos que seja muito avançado, comprometendo o parênquima. Existem dois sinais comuns de TEP: Westermack e Hampton. ECOCARDIOGRAMA: o ECO é fundamental para analisar as câmaras cardíacas por meio do USG com movimentos dos ECO de reflexão do som. A avaliação das câmaras cardíacas especialmente de VD podem indicar pior prognóstico caso indique disfunção dessa câmara. MARCADORES: Troponina e BNP são marcadores de se ter lesões cardíacas que indicam piores prognósticos já que se pode ter lesão cardíaca importante e acometimento desse coração. Outro marcador com alto valor preditivo negativo é o D-DÍMERO: aparece em casos de tendência a trombose sendo fundamental no corte dos trombos, caso esteja alto não fecha diagnóstico de TEP, mas se estiver baixo, se tem a exclusão de TEP. ESCORE DE WELLS: É TEP OU NÃO? O Escore de Wells é um escore utilizado a fim de se ter uma probabilidade de ocorrência de TEP já que nenhum desses exames citados anteriormente fecham o diagnóstico. Logo é fundamental excluir todos os outros diagnóstico a fim dese ter uma suspeita de TEP além de analisar história. IMPROVÁVEL: quando o Escore de Wells <<< 4 pontos. 1. Pede-se D-Dímero para excluir a suspeita de TEP. Caso o D-Dímero < 500 é excluído. Caso o D-Dímero >> 500 pode se suspeitar ainda de TEP; 2. Angio-TC ou Cintilografia ou Doppler MMII ou ainda uma Arteriografia. Esses exames irão confirmar ou não casos de TEP; PROVÁVEL: Escore de Wells >>>> 4,0 1. Realiza-se imediatamente Angio-TC ou Doppler de MMII ou Arteriografia para confirmar de vez o TEP; 2. Se não for possível realizar os exames de imediato, já se deve iniciar a terapia na suspeita de TEP a fim de reduzir a mortalidade e morbidade; TRATAMENTO DE TEP A lógica do tratamento é evitar com que se forme mais um trombo em alguma região do organismo, já que se isso for evitado, o próprio organismo começará a dissolver esses trombos e êmbolos pulmonares. Dessa maneira, deve-se fazer uso de anticoagulantes e não de trombolíticos a fim de conseguir prevenir a formação de novos trombos, já que o próprio organismo, posteriormente, irá dissolver os êmbolos formados. HEPARINA + VARFARINA (NO MESMO INSTANTE...) por no mínimo 3 meses de tratamento. Se o INR ficar entre 2-3 a heparina, preferencialmente de baixo peso molecular deve ser suspensa, continuando apenas com Varfarina. Atualmente, opta-se mais pelos NOACS em substituição da Varfarina, principalmente pelo perfil de segurança como o Rivaroxabana ou Dabigatrana. Caso essa terapia venha a falhar, pode-se implantar filtros de veia cava inferior. Em caso de pacientes com TEP maciço ou gravidade, deve- se fazer claramente a trombolise a fim de dissolver aquele êmbolo. Essa trombolise pode ser feita em até 14 dias, mas geralmente é feita imediatamente já que muitas das vezes o paciente corre risco de vida ou pode evoluir para um tipo de choque obstrutivo. Em casos que a trombolise não for indicada ou não surtir o efeito desejado, o paciente pode ser submetido a cirurgia de urgência com a remoção mecânica daquele êmbolo que é denominado de Embolectomia.
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