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28 -Bullying

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CONHECIMENTOS 
PEDAGÓGICOS
CURSO PREPARATÓRIO
Assédio Moral Infantojuvenil (AMI), Bulimento ou Bullying 
que é um anglicismo utilizado para descrever atos de violên-
cia física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados 
por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e an-
gústia e sendo executadas dentro de uma relação desigual de 
poder, bullying é um problema mundial, sendo que a agres-
são física ou moral repetitiva deixa sequelas psicológicas na 
pessoa atingida. 
O termo com esta definição foi proposto após o Massacre 
de Columbine, ocorrido nos Estados Unidos no ano de 1999, 
pelo pesquisador sueco Dan Olweus, a partir do gerúndio 
do verbo inglês to bully (que tem acepção de “tiranizar, opri-
mir, ameaçar ou amedrontar”) para definir os valentões que, 
nas escolas, procuram intimidar os colegas que trata como 
inferiores. 
Embora o termo tenha seu uso bastante recente, o fenô-
meno é bastante antigo e encontra relatos na literatura 
que datam de mais de cem anos; a prática tem um grande 
poder de destruir a auto-estima da vítima, pois esta precisa 
permanecer no ambiente escolar e enfrentar todos os dias as 
humilhações diante de todos os colegas. 
Em 20 por cento dos casos, o praticante de bullying também 
é vítima. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre 
fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não rea-
ge ou fala sobre a agressão sofrida. Os ataques de bullying 
podem ocorrer também no espaço virtual. Ao propiciar o ano-
nimato do agressor, a Internet acaba por vezes incentivando 
uma maior desinibição de conduta e ao desrespeito à ética. 
tornando-se cenário de insultos, campanhas vexatórias, vaza-
mento de imagens constrangedoras e outras práticas planeja-
das por um ou mais indivíduos com a intenção de atingir nega-
tivamente o outro. 
ETIMOLOGIA
Na língua inglesa, bullying é um substantivo derivado do 
verbo bully, que significa “machucar ou ameaçar alguém 
mais fraco para forçá-lo a fazer algo que não quer”. Devido 
BULLYING 
ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou 
mais atenção, o assédio escolar ainda não possui um termo 
específico consensual, sendo o termo em inglês bullying 
constantemente utilizado pela mídia de língua portuguesa. 
Existem, entretanto, alternativas como acossamento, ame-
aça, assédio e intimidação, além dos mais informais judiar 
e implicar, além de diversos outros termos utilizado pelos 
próprios estudantes em diversas regiões. No Brasil, o Dicio-
nário Houaiss da Língua Portuguesa indica a palavra “bulir” 
como equivalente a “mexer com, tocar, causar incômodo ou 
apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar 
e falar sobre, entre outros”. Por isso, são corretos os usos 
dos vocábulos derivados, também inventariados pelo di-
cionário, como bulimento (o ato ou efeito de bulir) e 
bulidor (aquele que pratica o bulimento). Incluído na pro-
posta de reforma no Código Penal brasileiro, foi tipificado 
primeiramente sob a denominação de “intimidação escolar” 
e depois preferiu-se “intimidação vexatória”, por a escola 
não ser o único local de ocorrência. 
CARACTERIZAÇÃO
“Acossamento”, “intimidação” ou, entre falantes de língua 
inglesa, bullying, é um termo frequentemente usado para 
descrever uma forma de assédio executado por alguém que 
está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder 
sobre alguém ou sobre um grupo mais “fraco”. O cientista sue-
co Dan Olweus, que trabalhou por muito tempo em Bergen, 
na Noruega, define assédio escolar em três termos essenciais: 
1. o comportamento é agressivo e negativo; 
2. o comportamento é executado repetidamente; 
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há 
um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
O ASSÉDIO ESCOLAR DIVIDE-SE EM DUAS CATEGO-
RIAS: 
1. assédio escolar direto; 
2. assédio escolar indireto, também conhecido como agres-
são social O “bullying direto” é a forma mais comum entre 
os agressores (bullies) masculinos. A “agressão social’ ou 
“bullying indireto” é a forma mais comum em bullies do sexo 
feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar 
a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por 
meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem: 
• espalhar comentários; 
• recusa em se socializar com a vítima; 
• intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a 
vítima; 
• ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmen-
te significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapa-
cidades etc).
O assédio pode ocorrer em situações envolvendo a escola 
ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e 
até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura 
de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e 
a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o 
poder do agressor depende somente da percepção da víti-
ma. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o 
agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência 
física/sexual, ou perda dos meios de subsistência. Deve-se 
encorajar os alunos a participarem ativamente da supervi-
são e intervenção dos atos de bullying, pois o enfrentamen-
to da situação pelas testemunhas demonstra, aos autores 
do bullying, que eles não terão o apoio do grupo. Uma outra 
estratégia é a formação de grupos de apoio, que protegem 
os alvos e auxiliam na solução das situações de bullying. 
Alunos que buscam ajuda têm 75,9 por cento de probabi-
lidade de reduzirem ou cessarem um caso de bullying. Um 
estudo realizado na Suécia demonstrou que os alunos ain-
da não estão totalmente sensibilizados para esta questão. 
Enquanto 69 por cento dos entrevistados apontou o bully 
como culpado, 42 por cento apontou também culpa para a 
vítima, devido à sua “diferença”, com uma maioria de rapa-
zes nesta resposta.
Os professores devem lidar e resolver efetivamente os casos 
de bullying, enquanto as escolas devem aperfeiçoar suas 
técnicas de intervenção e buscar a cooperação de outras 
instituições, como os centros de saúde, conselhos tutelares 
e redes de apoio social.
AGRESSOR
Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm perso-
nalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessi-
dade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido 
que uma deficiência em habilidades sociais e um ponto 
de vista preconceituoso sobre subordinadospodem ser par-
ticulares fatores de risco. Estudos adicionais têm mostrado 
que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos 
para a prática do assédio escolar, ao contrário da crença 
popular, há pouca evidência que sugira que os bullies (ou 
bulidores) sofram de qualquer deficit de autoestima. Ou-
tros pesquisadores também identificaram a rapidez em se 
enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos 
agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, 
a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações 
obsessivas ou rígidas. É frequentemente sugerido que os 
comportamentos agressivos têm sua origem na infância: 
“Se o comportamento agressivo não é de-
safiado na infância, há o risco de que ele 
se torne habitual. Realmente, há evidên-
cia documental que indica que a prática 
do assédio escolar durante a infância põe 
a criança em risco de comportamento cri-
minoso e violência doméstica na idade 
adulta.”
O assédio escolar não envolve necessariamente crimina-
lidade ou violência. Por exemplo, o assédio escolar fre-
quentemente funciona por meio de abuso psicológico 
ou verbal. 
Os bullies sempre existiram mas eram — e ainda são — 
chamados em português de rufias, esfola-caras, brigões, 
acossadores, cabriões, avassaladores, valentões e verdugos. 
Os “valentões” costumam ser hostis, intolerantes e usar a 
força para resolver seus problemas. Porém, eles também 
VÍTIMAS
Sinais e sintomas possíveis de serem observadosem alunos 
alvos de bullying:[3] 
• enurese noturna (urinar na cama); 
• distúrbios do sono (como insônia); 
• problemas de estômago; 
• dores e marcas de ferimentos; 
• síndrome do intestino irritável; 
• transtornos alimentares; 
• isolamento social/ poucos ou nenhum amigo; 
• tentativas de suicídio; 
• irritabilidade/agressividade; 
• transtornos de ansiedade; 
• depressão maior; 
• relatos de medo regulares; 
• resistência/aversão a ir à escola; 
• demonstrações constantes de tristeza; 
• mau rendimento escolar;
• atos deliberados de autoagressão
TIPOS 
Os bullies usam principalmente uma combinação de inti-
midação e humilhação para atormentar os outros. Alguns 
exemplos das técnicas de assédio escolar: 
• insultar a vítima; 
• acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada; 
• ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o 
corpo dela ou propriedade. 
frequentemente foram vítimas de violência, maus-tratos, 
vulnerabilidade genética, falência escolar e experiências 
traumáticas. 
Comportamentos autodestrutivos como consumo de 
álcool e drogas e correr riscos desnecessários são vistos 
com mais frequência entre os autores de bullying. 
Quanto mais sofrerem com violência e abusos, mais pro-
vável é eles repetirem esses comportamentos em sua 
vida diária e negligenciarem seu próprio bem-estar.
• interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros 
ou material escolar, roupas, etc, danificando-os. 
• espalhar rumores negativos sobre a vítima; 
• depreciar a vítima sem qualquer motivo; 
• fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçan-
do-a para seguir as ordens; 
• colocar a vítima em situação problemática com alguém 
(geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação dis-
ciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou 
que foi exagerado pelo bully; 
• fazer comentários depreciativos sobre a família de uma 
pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia 
de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, 
etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra infe-
rioridade depreendida da qual o bullytenha tomado ciência; 
• isolamento social da vítima; 
• usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying 
(criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites 
de relacionamento com publicação de fotos etc);
• chantagem. 
• expressões ameaçadoras; 
• grafitagem depreciativa; 
• usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para al-
guém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em 
relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully 
avaliar que a pessoa é uma “vítima perfeita”); 
• fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias 
pessoas.
ALCUNHAS OU APELIDOS (DAR NOMES)
Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por 
um amigo, devido a uma característica “única” dele. Em al-
guns casos, a alcunha é feita em função de uma caracterís-
tica que a vítima não quer que seja notada, tal como uma 
orelha grande ou uma forma diferenciada de alguma parte 
do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a 
popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como ino-
fensivo ou a agressão é sutil demais para ser reconhecida. 
Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou 
não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha 
pode, por vezes, tornar-se tão embaraçosa que a vítima 
terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos). 
LOCAIS DE ASSÉDIO
O assédio pode acontecer em qualquer contexto no qual 
seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, 
famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.
ESCOLAS
Em escolas, o assédio escolar geralmente ocorre em áreas com 
supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer 
em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da 
escola. Segundo pesquisas, os locais nos quais mais ocorrem no 
ambiente escolar são, nessa ordem: salas, recreios, entradas e sa-
ídas. Alguns sinais são comuns como a recusa da criança de ir à 
escola ao alegar “sintomas” como dor de barriga ou apresentar ir-
ritação, nervosismo ou tristeza anormais. Como resultado destas 
BULLYING PROFESSOR–ALUNO
O assédio escolar pode ser praticado de um professor 
para um aluno. As técnicas mais comuns são: 
• intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante 
a classe e ofendendo sua autoestima. Uma forma mais 
cruel e severa é manipular a classe contra um único alu-
no o expondo a humilhação; 
• assumir um critério mais rigoroso na correção de provas 
com o aluno e não com os demais. Alguns professores po-
dem perseguir alunos com notas baixas; 
• ameaçar o aluno de reprovação; 
• negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber 
água, expondo-o a tortura psicológica; 
• difamar o aluno no conselho de professores, aos coor-
denadores e acusá-lo de atos que não cometeu; 
• tortura física, mais comum em crianças pequenas; pu-
xões de orelha, tapas e cascudos. Tais atos violam o Es-
tatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denun-
ciados em um Boletim de Ocorrência numa delegacia 
ou no Ministério Público. A revisão de provas pode ser 
requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de 
recusa, por medida judicial.
O assédio escolar nas escolas pode também assumir, por 
exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno 
das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes 
por professores incompetentes ou não atuantes, para prote-
ger a reputação de uma instituição de ensino. Isto é feito para 
que seus programas e códigos internos de conduta nunca se-
jam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as 
taxas) sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes 
de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para 
criar a política não escrita de “se você é estúpido, não merece 
ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui”. 
Frequentemente, tais instituições (geralmente em países asi-
áticos) operam um programa de franquia com instituições 
estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de 
que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação 
local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. 
Isto serve para criar uma classe de “tolos educados”, pessoas 
com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a 
situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e re-
solvendo problemas.
tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar 
fortemente a prática do assédio escolar, com programas proje-
tados para promover a cooperação entre os estudantes, bem 
como o treinamento de alunos como moderadores para intervir 
na resolução de disputas, configurando uma forma de apoio por 
parte dos colegas.
LEGISLAÇÃO
No Brasil, o ato pode levar os jovens infratores à aplicação 
de medidas socioeducativas.[20] De acordo com o código 
penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida 
como uma coautoria.[20] Na área cível, e os pais dos bullies 
podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e pode 
haver processos por danos morais.[20] Um das referências 
sobre o assunto, no Brasil, é um artigo escrito pelo ministro 
Marco Aurélio Mello, intitulado “Bullying — aspectos jurídi-
cos”.
A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo de-
fine “assédio escolar” como “atitudes de violência física ou 
psicológica que ocorrem sem motivação evidente, pratica-
das contra pessoas com o objetivo de intimidá- las ou agre-
di-las, causando dor e angústia”.[40]
Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não por-
que não estão autorizados pelo ordenamento jurídico bra-
sileiro, mas por desrespeitarem princípios constitucionais 
(exemplo: dignidade da pessoa humana) e o Código Ci-
vil Brasileiro, que determina que todo ato ilícito que cause 
dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilida-
de pela prática de atos de assédio escolar pode se enqua-drar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo 
em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores 
e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram 
nesse contexto.
No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual san-
cionada em 23 de setembro de 2010 institui a obrigatorie-
dade de escolas públicas e particulares notificarem casos 
de bullying à polícia.. Em caso de descumprimento, a multa 
pode ser de três a 20 salários mínimos (até 10 200 reais) para 
as instituições de ensino.[42] Na cidade brasileira de Curiti-
ba, todas as escolas têm de registrar os casos de bullying em 
um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos 
envolvidos e as providências adotadas. 
CONDENAÇÕES LEGAIS
Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disse-
minada é a prática do assédio escolar, os júris estão agora 
mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as ví-
timas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações 
judiciais diretamente contra os agressores por “imposição 
intencional de sofrimento emocional” e incluindo suas es-
colas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade 
conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm 
outros recursos legais, tais como processar uma escola ou 
professor por falta de supervisão adequada, violação dos 
direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio 
moral.
No Brasil, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística realizada em 2009 revelou que quase um terço 
(30,8 por cento) dos estudantes brasileiros informou já ter 
sofrido bullying, sendo maioria das vítimas do sexo mas-
culino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em 
escolas privadas (35,9 por cento), ao passo que, nas públi-
cas, os casos atingiram 29,5 por cento dos estudantes. Outra 
pesquisa no país realizada em 2010 com 5 168 alunos de 25 
escolas públicas e particulares revelou que as humilhações 
típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. 
Entre todos os entrevistados, pelo menos 17 por cento es-
tão envolvidos com o problema - seja intimidando alguém, 
sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a ci-
bernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamató-
rios em sites de relacionamento como o Orkut.
Em 2009, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística apontou as cidades de Brasília e Belo 
Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices 
de assédio escolar, com 35,6 e 35,3 por cento, respectiva-
mente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos 
últimos 30 dias. 
ESPECIALISTAS INDICAM FORMAS DE COMBATE A 
ATOS DE INTIMIDAÇÃO
Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying 
– anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência fí-
sica ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O dado 
foi divulgado esta semana pelo Programa Internacional de 
Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015.
Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shc-
neider, psicanalista de crianças e adolescentes, defendem que 
pais e escola devem estar atentos ao comportamento dos jo-
vens e manter sempre abertos os canais de comunicação com 
eles. Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra 
esse tipo de violência, que pode causar efeitos devastadores 
em crianças e adolescentes. A Lei nº 13.185, em vigor desde 
2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quan-
do há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou 
discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, 
insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre 
outros. O bullying se diferencia das brigas comuns – as que 
chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. 
Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela, a 
fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando 
se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a 
perseguir um ou mais colegas. De acordo com Ciomara, crian-
ças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores 
vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se 
expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a 
situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agres-
sões, também contribui para o silêncio.
“Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por 
isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem 
na escola nem na família, mas começa a mudar o comporta-
mento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento es-
colar, faltas na escola e mudanças no comportamento são os 
sinais mais frequentes apresentados por quem sofre esse tipo 
de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre 
atentos para os sinais que são apresentados pelos jovens. Os 
mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações 
enfrentadas fora da escola, seja no mundo virtual – como em 
casos de cyberbullying –, na vizinhança onde moram ou nos 
locais que costumam frequentar.
Uma perspectiva preventiva para o bullying Um em cada 
dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicis-
mo que se refere a atos de intimidação e violência física ou 
psicológica continuada de que são vítimas estudantes. O 
dado é do Programa Internacional de Avaliação de Estudan-
tes (Pisa) 2015. Bullying é um comportamento prejudicial 
agressivo intencional e repetido em que um mesmo indi-
víduo é alvo repetidamente. Pode ocorrer de várias formas:
• Verbalmente – Através de xingamentos ou observações 
maldosas constantes; 
• Fisicamente – Bater, empurrar; 
• Relações interpessoais- Exclusão social, espalhando 
mentiras ou boatos; 
• Materialmente – Quebrando ou tomando pertences.
Quando o assédio ocorre através de tecnologias modernas 
de comunicação é chamado cyberbullying ou intimidação 
eletrônica. Esta forma relativamente nova pode incluir posta-
gem de fotos constrangedoras, o envio de e-mails ou textos 
desagradáveis, mensagens maliciosas ou a zombaria de um 
alvo em sites ou redes sociais. O bullying tem quatro atores: 
• o agressor 
• a claque que festeja o agressor 
• os espectadores passivos (alunos e professores) 
• a vítima
A falta de reação das vítimas (compreensível, na maioria dos 
casos) e a passividade dos espectadores são o principal obs-
táculo à erradicação do bullying. ]
O Programa Turma Legal adota uma perspectiva preventiva e 
ao mesmo tempo transformadora de personalidades. 
Acreditamos que desenvolvendo a capacidade empática das 
crianças e a rejeição à violência, o bullying passará a ser consi-
derado como uma situação chocante que envolve também os 
espectadores. A partir dai acontece a rejeição social no grupo 
primário (a turma), e a ação institucional (professores, gestão). 
O desenvolvimento da capacidade empática também limitará 
os festejos e a aprovação das claques, cujo estímulo acompa-
nha os agressores. Não dizemos que o Turma Legal acaba com 
o bullying, pois o perfil psicológico dos agressores tem outros 
determinantes e necessitam de outros acompanhamentos. 
Mas permite isolar o fenômeno e dar-lhe visibilidade, tornando 
insuportável a falta de reação institucional. 
IMPORTANTE LER – Texto sobre Bullying Disponível em: http://empatia-
naescola.org.br/prevenir-o-bullying/ 
IMPORTANTE LER – Texto do MEC sobre Bullying Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/47721-especialistas-indi-
cam-formas-de- combate-a-atos-de-intimidacao
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território nacional. 
§ 1º No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que 
ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, como objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e 
angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. 
§ 2º O Programa instituído no caput poderá fundamentar as ações do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como 
de outros órgãos, aos quais a matéria diz respeito. 
Art. 2º Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, 
ainda: 
I - ataques físicos; 
II - insultos pessoais; 
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; 
IV - ameaças por quaisquer meios; 
V - grafites depreciativos; 
VI - expressões preconceituosas; 
VII - isolamento social consciente e premeditado; 
VIII - pilhérias. Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios 
para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.
Art. 3º A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações praticadas, como: 
I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; 
II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; 
III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar; 
IV - social: ignorar, isolar e excluir; 
V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar; 
VI - físico: socar, chutar, bater; 
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; 
VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de 
criar meios de constrangimento psicológico e social. 
Art. 4º Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1o: 
I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática (bullying) em toda a sociedade; 
II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; 
III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação; 
IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da identificação de vítimas e agressores; 
V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores; 
VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo 
e combatê-lo; 
VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua; VIII - evitar, tanto quanto 
possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de compor-
tamento hostil; 
IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática 
(bullying), ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar. 
Art. 5º É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate 
à violência e à intimidação sistemática (bullying). 
Art. 6º Serão produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática (bullying) nos Estados e Municípios para planejamento das 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
CASA CIVIL 
SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS 
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015. 
INSTITUI O PROGRAMA DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA (BULLYING). 
Brasília, 6 de novembro de 2015; 194o da Independência e 127o da República.
DILMA ROUSSEFF Luiz Cláudio Costa Nilma Lino Gomes 
ações. 
Art. 7º Os entes federados poderão firmar convênios e estabelecer parcerias para a implementação e a correta execução dos objetivos e diretrizes do Programa insti-
tuído por esta Lei. 
Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias da data de sua publicação oficial.

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