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Julia Paris Malaco – UCT14 SP5 – febre, inflamação e infecção Hipersensibilidade Alergia: A alergia é uma doença que afeta diretamente o sistema imunológico. Ela consiste em uma reação excessiva a qualquer substância que deveria ser normalmente inofensiva ao organismo, independentemente de qualquer mecanismo. Muitas vezes, esse problema tem um componente hereditário. Ou seja, as pessoas alérgicas têm similaridades de causa e sintomas parecidos com o de seus pais. Ainda, essa frente alérgica pode se manifestar de maneiras diferentes, mas com uma predisposição devido à genética. Ninguém nasce alérgico: para que qualquer alergia se desenvolva, o indivíduo deve entrar em contato pela primeira vez com o agente causador. As alergias podem ser alimentares, dermatológicas, respiratórias, medicamentosas. É uma hipersensibilidade do tipo 1 Atopia: A suscetibilidade a reações de hipersensibilidade imediata é geneticamente determinada. Uma predisposição aumentada para o desenvolvimento das reações de hipersensibilidade imediata é chamada de atopia. É uma resposta imunitária exagerada mediada pela IgE; todas as doenças atópicas são distúrbios de hipersensibilidade tipo I. Os indivíduos atópicos tendem a ter níveis séricos de IgE mais elevados e mais células TH2 produtoras de IL-4 que a população geral. Uma história familiar positiva de alergia é encontrada em 50% dos indivíduos atópicos. Se observou ligação com o 6p, próximo ao complexo do HLA, sugerindo que a herança de certos alelos do HLA permite a reatividade a certos alérgenos. Doenças atópicas afetam mais comumente o nariz, olhos, pele e pulmões. As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por antígenos ambientais exógenos (microbianos e não microbianos) ou autoantígenos endógenos. A hipersensibilidade geralmente resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos efetores das respostas imunológicas e os mecanismos de controle que servem normalmente para limitar tais respostas. O desenvolvimento de doenças por hipersensibilidade (tanto alérgicas quanto autoimunes) costuma associar-se à herança de genes de suscetibilidade específicos (principalmente o gene HLA) Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos que os mecanismos de defesa efetores contra patógenos infecciosos. Tipos Hipersensibilidade tipo 1: Na hipersensibilidade imediata, a lesão é causada por células TH2, anticorpos IgE, mastócitos e outros leucócitos. Os mastócitos liberam mediadores que agem nos vasos e no músculo liso e citocinas pró- inflamatórias que recrutam células inflamatórias. Hipersensibilidade tipo 2: são distúrbios mediados por anticorpos - os anticorpos IgG e IgM secretados causam dano celular pela promoção da sua fagocitose ou lise e dano tecidual pela indução da inflamação. Os anticorpos também interferem nas funções celulares e causam doença sem lesão tecidual. Hipersensibilidade tipo 3: são distúrbios mediados por imunocomplexos, os anticorpos IgG e IgM ligam-se a antígenos, geralmente na circulação, e os complexos antígeno-anticorpo depositam-se nos tecidos e induzem inflamação. Os leucócitos que são recrutados (neutrófilos e monócitos) produzem dano tecidual pela liberação de enzimas lisossômicas e geração de radicais livres tóxicos. Hipersensibilidade tipo 4: são distúrbios imunológicos mediados por células, linfócitos T sensibilizados (células TH1, TH17 e CTLs) são a causa da lesão tecidual. Julia Paris Malaco – UCT14 Tipo Mecanismo Lesões patológicas Distúrbios prototípicos Hipersensibilidade imediata (tipo I) Produção de anticorpo IgE → liberação imediata de aminas vasoativas e outros mediadores de mastócitos; recrutamento tardio de células inflamatórias Dilatação vascular, edema, contração de músculo liso, produção de muco, lesão tecidual, inflamação Anafilaxia; alergias; asma brônquica (formas atópicas) Hipersensibilidade mediada por anticorpo (tipo II) Produção de IgG, IgM → liga-se ao antígeno na célula ou no tecido-alvo → fagocitose ou lise da célula-alvo por meio de complemento ativado ou receptores Fc; recrutamento de leucócitos Fagocitose e lise de células; inflamação; em algumas doenças, desarranjos funcionais sem lesão celular ou tecidual Anemia hemolítica autoimune; síndrome de Goodpasture Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo III) Deposição de complexos antígeno- anticorpo → ativação do complemento → recrutamento de leucócitos por produtos do complemento e receptores Fc → liberação de enzimas e outras moléculas tóxicas Inflamação, vasculite necrosante (necrose fibrinoide) LES; algumas formas de glomerulonefrite; doença do soro; reação de Arthus Hipersensibilidade mediada por células (tipo IV) Linfócitos T ativados → (1) liberação de citocinas → inflamação e ativação de macrófago; (2) citotoxicidade mediada por linfócitos T Infiltrados celulares perivasculares; edema; formação de granuloma; destruição celular Dermatite de contato; esclerose múltipla; diabetes tipo 1; artrite reumatoide; doença intestinal inflamatória; tuberculose Hipersensibilidade imediata – tipo 1 A hipersensibilidade imediata (tipo I) também é chamada de “alergia”; é mediada pelos anticorpos imunoglobulina E (IgE) direcionados contra antígenos específicos (alérgenos). É uma reação imunológica rápida que ocorre em um indivíduo previamente sensibilizado, e que é impulsionada pela ligação de um antígeno ao anticorpo IgE na superfície dos mastócitos Essas respostas podem ser localizadas em um sítio específico ou ter manifestações sistêmicas. A suscetibilidade às reações de hipersensibilidade imediata (atopia) é geneticamente determinada e os indivíduos afetados têm títulos mais altos de IgE e mais células TH2 produtoras de interleucina-4 (IL-4) do que a população geral; há uma ligação a certos alelos HLA e à região do cromossomo 5q31 que codifica as citocinas IL-4, IL-5, IL-9, IL-13 e o fator estimulador de colônia de granulócitos- monócitos (GM-CSF). A síntese de IgE requer respostas de linfócitos T auxiliares CD4+ TH2; em particular, IL-4 e IL-13 induzem e aumentam a síntese de IgE nas células B. As células TH2 também produzem outras citocinas que contribuem para a resposta de hipersensibilidade tipo I; assim, a IL-4 promove o desenvolvimento adicional de células TH2 e a IL-5 está envolvida no desenvolvimento e ativação dos eosinófilos – células efetoras importantes nas respostas de hipersensibilidade tipo I. Muitas reações de hipersensibilidade tipo I localizadas têm duas fases bem definidas A reação imediata caracteriza-se por vasodilatação, extravasamento vascular e, dependendo da localização, espasmo muscular liso ou secreções glandulares. A reação de fase tardia, 2 a 24 horas depois sem exposição adicional ao antígeno, e que pode durar vários dias. Essa reação de fase tardia se caracteriza por infiltração dos tecidos com eosinófilos, neutrófilos, basófilos, monócitos e células T CD4+, bem como por destruição tecidual, tipicamente sob a forma de lesão celular epitelial da mucosa. Julia Paris Malaco – UCT14 O primeiro passo para a geração das células TH2 é a apresentação do antígeno às células T auxiliares CD4+ naive, provavelmente por células dendríticas que capturam o antígeno do seu local de entrada. Em resposta ao antígeno e a outros estímulos, incluindo citocinas como a IL-4 produzida no local, as células T diferenciam-se em células TH2. As células TH2 produzem uma série de citocinas, que são a IL-4, IL-5e IL-13. A IL-4 age nas células B estimulando a troca de classe para a IgE e promove o desenvolvimento de mais células TH2. A IL-5 está envolvida no desenvolvimento e na ativação dos eosinófilos, os quais são importantes efetores da hipersensibilidade tipo I. A IL-3 aumenta a produção de IgE e age nas células epiteliais estimulando a secreção do muco. Além disso, as células TH2 (bem como os mastócitos e as células epiteliais) produzem quimiocinas que atraem mais células TH2, bem como outros leucócitos, para o local da reação. Sensibilização e ativação de mastócitos Os anticorpos IgE sintetizados em resposta a um alérgeno são ligados aos mastócitos via receptores específicos de superfície Fc (FcɛR1) de alta afinidade. À reexposição, o alérgeno liga e faz a ligação cruzada de IgE-FcɛR1 - os mastócitos (e sua contraparte circulante, os basófilos) são ativados por essa ligação cruzada de alta afinidade a receptores Fc da IgE - resultando em uma reação imediata (minutos), seguida por reações de fase tardia (horas) devido ao seguinte: Liberação (degranulação) de vesículas pré- formadas contendo mediadores primários. Síntese de novo e liberação de mediadores secundários Os mastócitos também podem ser ativados por outros estímulos (que produzem respostas similares às deflagradas por alérgenos): Fragmentos C3a e C5a de complemento (anafilatoxinas) que se ligam aos receptores de superfície. Quimiocinas (peptídeos quimiotáticos, p. ex., IL-8) e adenosina. Drogas, como codeína e morfina. Melitina (em veneno de abelha). Estímulos físicos, como luz solar, trauma, exercício e calor ou frio. Mastócitos revestidos por IgE são ditos sensibilizados, pois são sensíveis ao encontro subsequente com o antígeno específico. Quando um mastócito carregado com anticorpos IgE previamente produzidos em resposta a um antígeno é exposto ao mesmo antígeno, a célula é ativada, resultando na liberação de um arsenal de mediadores potentes responsáveis pelos aspectos clínicos das reações de hipersensibilidade imediata. Mediadores de Hipersensibilidade Imediata Uma resposta inicial rápida (5 a 30 minutos) caracteriza-se por vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração da musculatura lisa brônquica e secreções glandulares. Isto é impulsionado por mediadores pré-formados armazenados em vacúolos secretores e tipicamente se resolve em 60 minutos Os mediadores contidos nos grânulos dos mastócitos são os primeiros a serem liberados Aminas vasoativas: (p. ex., histamina) contração da musculatura lisa brônquica, aumento da permeabilidade e dilatação vascular, além de secreção de muco. Enzimas: contidas na matriz granular (p. ex., quimase, triptase): geram cininas e complemento ativado clivando proteínas precursoras Proteoglicanos: (p. ex., heparina) servem para empacotar e armazenar as aminas nos grânulos. Uma segunda fase (tardia), com início em 2 a 24 horas após a exposição inicial ao alérgeno, caracteriza-se por infiltrados de células inflamatórias e dano tecidual (especialmente o epitélio). Ela pode persistir durante dias e é impulsionada por mediadores lipídicos e citocinas produzidas por mastócitos ativados: Mediadores lipídicos são produtos do acido araquidônico, produzidos a partir de precursores liberados das membranas dos mastócitos pela fosfolipase A2. Leucotrieno B4: altamente quimiotático para os neutrófilos, monócitos e eosinófilos. Leucotrienos C4, D4 e E4: mil vezes mais potente do que a histamina para aumentar a permeabilidade vascular e a contração da musculatura lisa brônquica. Prostaglandina D2: broncoespasmo intenso e secreção mucosa Fator ativador de plaquetas (FAP, PAF): agregação plaquetária, liberação de histamina, broncoconstrição, vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular; quimiotático para neutrófilos e eosinófilos podendo causar ativação com degranulação. Julia Paris Malaco – UCT14 Citocinas: Mediadores citocínicos recrutam e ativam as células inflamatórias; estes incluem o fator de necrose tumoral (FNT, TNF), IL-1 e quimiocinas. A IL-4 liberada dos mastócitos amplifica a resposta TH2. Reação de Fase Tardia Na reação de fase tardia, os leucócitos são recrutados para ampliar e sustentar a resposta inflamatória sem exposição adicional ao antígeno desencadeante. Eosinófilos geralmente são uma população de leucócitos abundante nessas reações. Eles são recrutados para locais de hipersensibilidade imediata através das quimiocinas, como a eotaxina e outras que são produzidas por células epiteliais, células TH2 e mastócitos. A IL-5 do TH2 é a citocina ativadora de eosinófilos conhecida mais potente. Anafilaxia sistêmica A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistêmica grave que pode incluir hipotensão ou comprometimento das vias aéreas. A definição mais aceita de anafilaxia é a de Sampson e colaboradores, isto é, uma reação alérgica séria, que é rápida na sua instalação e pode causar complicações graves que incluem a morte. A gravidade reflete o nível de sensibilização; até as doses minúsculas podem induzir ao choque anafilático em um hospedeiro sensibilizado. Prurido, urticária e eritema ocorrem minutos após a exposição, seguidos de broncoconstrição e edema laríngeo; isto pode se agravar para obstrução laríngea, choque hipotensivo e morte dentro de minutos a horas. Reações anafilactóides Uma questão comum a ser apresentada em exames é a diferença entre as reações anafiláticas e anafilactóides. As reações anafilactóides são reações semelhantes às anafiláticas, também resultam da degranulação de mastócitos e disseminação da histamina liberada. Porém, nestas reações o estímulo inicial aos mastócitos não depende da interação com o IgE ligado ao antígeno. Ao invés disto, os mastócitos são estimulados diretamente por certas substâncias. Exemplos de substâncias anafilactóides incluem amidos dextranos, fluoresceína e contrastes radiopacos. Entretanto, estas reações não ocorrem em todos os indivíduos expostos a estes compostos. Exemplos de disturbios causados por hipersensibilidade imediata (tipo 1): anafilaxia, asma brônquica, rinite alérgica, sinusite, alergias alimentares. Hipersensibilidade tipo 2 A hipersensibilidade mediada por anticorpo (tipo II) é mediada por anticorpos contra antígenos extrínsecos ou endógenos presentes nas superfícies celulares ou na matriz extracelular; ativação do complemento também tem um papel significativo. A lesão subsequente é a consequência de três mecanismosos: Opsonização e fagocitose As células opsonizadas pelos anticorpos IgG são reconhecidas por receptores Fc dos fagócitos, que são específicos para as porções Fc de algumas subclasses de IgG. Além disso, quando anticorpos IgM ou IgG são depositados nas superfícies das células, eles ativam o sistema complemento pela via clássica. A ativação do complemento gera subprodutos, principalmente C3b e C4b, que são depositados nas superfícies das células e são reconhecidos por fagócitos que expressam receptores para essas proteínas. O resultado é a fagocitose das células opsonizadas e sua destruição. A ativação do complemento nas células também leva à formação do complexo de ataque à membrana, que desfaz a integridade da membrana através da “abertura de orifícios” na bicamada lipídica, causando assim a lise osmótica das células A destruição de células mediada por anticorpos pode ocorrer por outro processo chamado citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC, do inglês, antibody- dependent cellular cytotoxicity). Células que são revestidas com o anticorpo IgG são mortas por uma variedade de células efetoras, principalmente células NK emacrófagos, que se ligam ao alvo por seus receptores para o fragmento Fc da IgG, e a lise celular prossegue sem fagocitose. Inflamação Os anticorpos (e subsequente ativação do complemento) levam ao recrutamento e à ativação de células inflamatórias não específicas de antígeno (neutrófilos e macrófagos). Estas liberam proteases prejudiciais e espécies reativas de oxigênio, que induzem a patologia tecidual. Os anticorpos depositados ativam o complemento, gerando subprodutos, incluindo agentes quimiotáticos (principalmente C5a) que direcionam a migração de leucócitos polimorfonucleares e monócitos e anafilatoxinas (C3a e C5a), que aumentam a permeabilidade vascular. Os leucócitos são ativados pelo Julia Paris Malaco – UCT14 envolvimento de seus receptores C3b e Fc. Isso resulta na produção de outras substâncias que lesam os tecidos, como enzimas lisossômicas, incluindo proteases capazes de digerir a membrana basal, colágeno, elastina e cartilagem, e espécies reativas de oxigênio Disfunção celular Certos anticorpos podem ativar inapropriadamente ou bloquear a função celular ou hormonal normal, sem causar dano tecidual. Exemplos de doença mediada por anticorpo: anemia hemolítica autoimune, aúrpura trombocitopênica autoimune, pênfigo vulgar, vasculite causada por ANCA, síndrome de goodpasture, febre reumática aguda, miastenia gravis, diabetes resistente a insula, anemia perniciosa, hipertireoidismo. Hipersensibilidade tipo 3 A hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo III) é mediada por complexos de antígeno-anticorpo – imunocomplexos – que se formam na circulação ou em locais de deposição de antígeno. Os antígenos podem ser exógenos ou endógenos. A doença mediada por imunocomplexos pode ser sistêmica ou local. Doença por imunocomplexos sistêmica Resulta da deposição de imunocomplexos circulantes; pode ocorrer em resposta à inoculação de um grande volume de antígeno exógeno (doença do soro aguda) ou resultar de respostas de anticorpos a antígenos endógenos (p. ex., lúpus eritematoso) ou a agentes infecciosos (p. ex., poliarterite nodosa). O processo é dividido em três fases: Formação de imunocomplexo: Anticorpos recém- sintetizados tipicamente surgem cerca de 1 semana após a inoculação do antígeno; esses anticorpos, então, reagem com o antígeno ainda presente na circulação e formam complexos antígeno-anticorpo. Deposição de imunocomplexos: os complexos antígeno-anticorpo circulantes são depositados em vários tecidos. Os fatores que determinam se a formação de imunocomplexos resultará da propensão à deposição que depende da natureza físico-química dos complexos (carga, tamanho) e das características vasculares locais (fenestração, permeabilidade). A deposição é maior no caso de complexos de tamanho médio (excesso de antígeno leve) e nos leitos vasculares que filtram (p. ex., glomérulo e sinóvia). Lesão causada por imunocomplexos: uma vez que os imunocomplexos são depositados nos tecidos, eles iniciam uma reação inflamatória aguda. A deposição de imunocomplexos ativa a cascata de complemento; a subsequente lesão tecidual deriva da inflamação mediada por complemento e células contendo receptores Fc. As exposições a um único antígeno grande tendem a induzir doença aguda, autolimitada, que se resolve quando o antígeno incitante é eliminado. A exposição repetida ou prolongada leva à lesão tecidual recorrente crônica. Julia Paris Malaco – UCT14 Morfologia: A lesão clássica é a vasculite aguda com necrose da parede do vaso e intenso acúmulo de neutrófilos. Os acúmulos de tecido necrótico e proteína compostos de imunocomplexos, complemento e exsudatos de proteínas séricas contribuem para a deposição eosinofílica maculosa, a chamada necrose fibrinoide. Trombose sobreposta e necrose tecidual subsequente também podem estar presentes. Imunocomplexos e complemento podem ser visualizados por imunofluorescência ou microscopia eletrônica (depósitos eletrodensos). Nas lesões crônicas há espessamento intimal e vascular e/ou formação cicatricial do parênquima. Doença por Imunocomplexos Localizada (Reação de Arthus) A doença por imunocomplexos locais caracteriza- se por vasculite localizada e necrose tecidual; ocorre quando a formação ou deposição de imunocomplexos é extremamente localizada (p. ex., injeção intracutânea de antígeno em hospedeiros previamente sensibilizados, portadores do anticorpo circulante apropriado). À medida que o antígeno se difunde na parede vascular, ele se liga ao anticorpo pré-formado e grandes imunocomplexos são formados localmente. Esses complexos precipitam-se nas paredes dos vasos, causam necrose fibrinoide, e a trombose superposta piora a lesão isquêmica. Exemplos de doenças mediadas por imnocomplexos: lúpus eritematoso sisemico, glomerulonefrite, poliartrite nodosa, artrite reativa, doença do soro. Hipersensibilidade tipo 4 A hipersensibilidade mediada por linfócito T (tipo IV) é mediada por linfócitos T específicos de antígeno e inclui hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) (linfócitos T CD4+) e citotoxicidade mediada por linfócitos T (linfócitos T CD8+). É causado pela inflamação resultante de citocinas produzidas pelas células T CD4+ e pela morte celular por células T CD8+ Inflamação Mediada por Linfócitos T CD4+ Nas reações de hipersensibilidade mediadas por células T CD4+, citocinas produzidas pelas células T induzem a inflamação, que pode ser crônica e destrutiva. O protótipo da inflamação mediada por células T é a hipersensibilidade do tipo retardado (DTH, do inglês delayed-type hypersensitivity), uma reação tecidual a antígenos fornecidos a indivíduos imunes. Nessa reação, um antígeno administrado na pele de um indivíduo previamente imunizado resulta em uma reação cutânea detectável dentro de 24 a 48 horas (daí o termo retardado, em contraste com a hipersensibilidade imediata). Tanto as células TH1 quanto as TH17 contribuem. A reação inflamatória associada às células TH1 é dominada por macrófagos ativados, e a desencadeada por células TH17 têm um componente maior de neutrófilos. As reações inflamatórias estimuladas pelas células T CD4+ são divididas em etapas sequenciais. Ativação das Células T CD4+: as células T CD4+ naive reconhecem peptídios apresentados por células dendríticas e secretam IL-2, que funciona como fator de crescimento autócrino, estimulando a proliferação das células T responsivas ao antígeno. A diferenciação subsequente das células T estimuladas por antígenos para as células TH1 ou TH17 é dirigida pelas citocinas produzidas pelas APCs no momento da ativação das células T. Em algumas situações, as APCs (células dendríticas e macrófagos) produzem IL-12, que induz a diferenciação das células T CD4+ para o subgrupo de TH1. O IFN-γ produzido por essas células efetoras promove o desenvolvimento adicional de TH1, amplificando a reação. Se as APCs produzem citocinas inflamatórias como IL-1, IL-6 e um parente próximo da IL-12, chamada IL-23, elas estimulam a diferenciação das células T no subgrupo TH17. Respostas das Células T Efetoras Diferenciadas: Como consequência da exposição repetida a um antígeno, as células TH1 secretam citocinas, principalmente IFN-γ, que são responsáveis por muitas das manifestações da hipersensibilidade do tipo retardado. Os macrófagos ativados pelo IFN-γ (“classicamente ativados”) estão alterados de vários modos: sua capacidade de fagocitar e de matar microrganismos está acentuadamente aumentada; eles expressam mais moléculas do MHC classe II na superfície, facilitando a apresentaçãodos antígenos; eles secretam TNF, IL-1 e quimiocinas, que promovem inflamação (Cap. 3); e eles produzem mais IL-12, amplificando assim a resposta de TH1. Desse modo, os macrófagos ativados servem para eliminar o antígeno agressor; se a ativação for mantida, resultarão inflamação e lesão tecidual continuadas. As células TH17 ativadas secretam IL-17, IL-22, quimiocinas e várias outras citocinas. Coletivamente, essas citocinas recrutam neutrófilos e monócitos para a reação, Julia Paris Malaco – UCT14 promovendo inflamação. As células TH17 também produzem IL-21, que amplifica a resposta de TH17. Citotoxicidade Mediada por Células T CD8+ Neste tipo de reação mediada por células T, os CTLs CD8+ matam células-alvo que expressam antígenos. A destruição tecidual pelos CTLs é um componente importante de algumas doenças mediadas por células T, como o diabetes tipo 1. Os CTLs direcionados contra antígenos de histocompatibilidade da superfície das células desempenham um importante papel na rejeição do enxerto, que será discutido posteriormente. O principal mecanismo da morte dos alvos mediada por células T envolve perforinas e granzimas, mediadores pré- formados contidos nos grânulos do tipo lisossomo dos CTLs. Os CTLs que reconhecem as células-alvo secretam um complexo que consiste em perforina, granzimas e outras proteínas que entram nas células-alvo através da endocitose. No citoplasma das células-alvo, a perforina facilita a liberação das granzimas do complexo. As granzimas são proteases que clivam e ativam caspases, que induzem a apoptose das células-alvo (Cap. 2). Os CTLs ativados também expressam Fas ligante, uma molécula homóloga ao TNF que pode se ligar ao Fas expresso nas células-alvo e desencadear apoptose. As células T CD8+ também produzem citocinas, especialmente IFN-γ, e estão envolvidas nas reações inflamatórias semelhantes à DTH, especialmente após infecções por vírus e exposição a alguns agentes sensibilizantes de contato. Exemplos de doenças mediadas por células T: artrite reumatoide, esclerose múltipla, diabetes tipo 1, doença intestinal inflamatória, psoríase, sensibilidade de contato. Anti-histamínicos Autacoides ou hormônios locais são substâncias produzidas no próprio organismo e que exercem sua ação principal no próprio local onde são liberadas. As secreções em nível celular desses autacoides podem acontecer de forma autócrina (agindo na mesma célula em que foi produzia) ou parácrina (agindo em células vizinhas à produtora do autacoide). São essas duas formas de sinalização celular que caracterizam a ação de um autacoide e devem ser diferenciados da sinalização sináptica e da endócrina. Os autacoides são classificados em: Histamina: além de funcionar como autacoide, é encontrada ainda na forma de neurotransmissor liberado por neurônios histaminérgicos em algumas regiões do cérebro relacionadas com o estado de vigília, termorregulação, etc. Pode ser produzida por células mastocitárias e não-mastocitárias. Angiotensina: autacoide produzido a partir da conversão do angiotensinogênio (produzido pelo fígado) por meio da renina, formando angiotensina I. Esta é convertida em angiotensina II (por meio da ação da enzima conversora de angiotensina - ECA), sendo ela a responsável por aumentar a pressão sanguínea do indivíduo ao estimular a vasoconstricção dos vasos. Óxido nítrico (NO): principal fator relaxante produzido pelo endotélio, agindo sobre a camada muscular lisa dos vasos. Eicosanoides: Prostaglandinas, prostaciclina (substâncias vasodilatadoras, que aumentam a permeabilidade celular), Tromboxanos A2 e Leucotrienos (substâncias quimiotáxicas). Histamina A histamina (formula química: C5H9N3) é uma amina biogênica encontrada na maioria dos tecidos orgânicos envolvida em processos bioquímicos de respostas imunológicas, tendo a função de desempenhar função reguladora fisiológica intestinal, alem de atuar como neurotransmissor. Ela é produzida a partir da descarboxilação do aminoácido histidina, por ação da enzima L- histidina descarboxilase. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150966/epub/OEBPS/Text/B9788535281637000027.xhtml#c0010 Julia Paris Malaco – UCT14 A histamina é uma substância de aspecto cristalino, incolor, solúvel em água, com ação vasodilatadora e constritora de músculos lisos. Ela age em receptores H1, H2, H3 e H4 centrais e periféricos. Na forma de liberação mais comum – a liberação imunológica – a secreção de histamina é secundária a uma clivagem da ligação histamina-proteína intracelular, mediada por uma reação imunológica entre uma imunoglobulina (como o IgE) e seu receptor celular (FcεRI). Esse tipo de liberação também necessita de energia e de cálcio. Uma descarga sistêmica e disseminada de histamina gera um quadro de hipersensibilidade caracterizada por choque anafilático. A histamina endógena também pode desempenhar um papel importante numa variedade de respostas inflamatórias e imunes. Mecanismo de ação da histamina A histamina age em um grupo de receptores metabotrópicos (proteínas que atravessam sete vezes a membrana plasmática e estão acoplados a uma proteína G). Receptores H1 da Musculatura Lisa: (íleo, brônquios, bronquíolos, útero e, em menor concentração, na musculatura lisa dos vasos) presença de receptores H1 que promovem a contração muscular por intermédio da via de transdução de sinal da PLC. Quando a histamina se liga aos receptores H1 liberada pelas células mastocitárias, a proteína Gq/11 é ativada e sofre uma mudança conformacional, de forma que a sua subunidade α se desloca até ativar uma proteína de membrana: a fosfolipase Cβ (PLC-β). Esta é responsável por quebrar fosfolipídeos de membrana como o fosfatidil inositol bifosfato (PIP2) em duas moléculas distintas: trifosfato inositol (IP3, região polar do PIP2) e diacil glicerol (DAG, região apolar do PIP2 que permanece na membrana). Ambos os produtos apresentam funções de extrema importância dentro da célula: O IP3, funcionando como segundo mensageiro, aumentando a concentração intracelular de cálcio ao ativar seus receptores presentes na membrana do retículo endoplasmático liso, organela responsável por armazenar este íon e liberá-lo ao citoplasma quando interage, justamente, com o IP3. Esta excreção de cálcio no citosol é o principal evento para a contração celular. O DAG, por sua vez, ativa uma proteína quinase C (PKC) que, assim como toda quinase, fosforila e promove o aumento da atividade catalítica da fosfolipase-A2, enzima periférica da face interna da membrana que fosforila e ativa canais para a passagem de Cálcio do meio externo. Além disso, a PKC fosforila enzimas que clivam fosfolipídeios de membrana e dá início a cascata do ácido araquidônico. Receptores H1 do Endotélio Vascular: A camada endotelial que reveste os vasos internamente apresenta receptores H1 que, quando ativados, promovem a dilatação dos vasos por liberação de óxido nítrico. Quando os basófilos presentes na circulação sistêmica liberam histamina, os primeiros receptores histamínicos dos vasos a sofrerem ação da histamina são os receptores H1 do endotélio, por ser a primeira camada em contato com o sangue. Com isso, há toda aquela sequência de transdução do sinal da via da PLC, culminando na formação do complexo cálcio-calmodulina. No endotélio, entretanto, este complexo não é responsável por chegar à camada muscular e realizar o encurtamento do sarcômero por meio do mecanismo que já conhecemos O complexo cálcio-calmodulina, quando formado via ativação dos receptores H1 do endotélio, ativa a enzima sintase do óxido nítrico citoplasmática,formando o NO, o principal fator de relaxamento derivado do endotélio. Portanto, quando a histamina ativa receptores H1 na camada endotelial, a produção de NO é ativada. Então, este NO produzido na camada endotelial flui em direção à camada muscular, ativa sua via de transdução de sinal por meio da via da ciclase de guanilil (promovendo a produção de GMPc, responsável por inibir os canais de cálcio e a MLCK), promovendo eventos citoplasmáticos que resultam no relaxamento muscular e, consequentemente, em vasodilatação. Este é o principal fator que leva à hipovolemia característica dos choques anafiláticos. Receptores H2 da Musculatura Lisa Vascular: Caso a histamina consiga, porventura, atravessar a camada endotelial, ela pode ativar receptores H2 da camada muscular lisa vascular e, após promover uma mudança conformacional da proteína Gs e deslocar a sua subunidade alfa, iniciar a via de transdução da ciclase de adenilil (AC), culminado no aumento citoplasmático dos níveis de AMPc. Isso faz com que uma proteína quinase A (PKA, que ativa os canais de cálcio) seja ativada e promova eventos celulares que resultam no relaxamento dos vasos. O sinergismo que ocorre com a ativação dos receptores H1 dos vasos e H2 da musculatura vascular é um Julia Paris Malaco – UCT14 importante fator para os fenômenos de hipovolemia e queda da pressão arterial que caracterizam o choque anafilático intermediado por liberação de histamina. Receptores H2 no Coração: Quando a histamina esta chega ao coração, ativa os receptores H2 cardíacos, promovendo um aumento da frequência (cronotropismo) e força de contração (inotropismo) cardíaca. Quando os receptores H2 cardíacos são ativados, ocorre uma mudança conformacional na proteína Gs que se encontram ligados a eles, de modo que a subunidade alfa desta proteína ativa a via de transdução da ciclase de adenilil. Por esta via, a adenilil ciclase é ativada e aumenta os níveis de AMPc citoplasmáticos. Este estimula a entrada de cálcio extracelular no citoplasma que, ao formar o complexo cálcio-troponina C, promove o encurtamento do sarcômero muscular, aumentando não só a frequência cardíaca, mas também, a força de contração do coração. Receptores H2 nas células parietais gástricas: A principal localização dos receptores H2 é nas células parietais secretoras de HCl do estômago. No TGI, além do aumento dos movimentos peristálticos, a histamina, ao ativar os receptores H2 presentes nas células parietais do estômago, estimula o aumento da liberação de secreção gástrica. As células não-mastocitárias secretoras de histamina do estomago, chamadas de histaminócitos (células enterocromafins) estão presentes no fundo do estômago. Estas células, quando são estimuladas por fatores parassimpáticos ou endócrinos (gastrina), liberam histamina que age nas células parietais do corpo do estômago. Ao serem ativados, os receptores H2 promovem uma mudança conformacional na proteína Gs que aumenta os níveis de AMPc dentro das células parietais. O AMPc ativa uma PKA capaz de fosforilar e ativar a bomba de prótons K+/H+ -ATPase, que aumenta os níveis de H+ na luz do estômago. Descargas exageradas de histamina podem gerar gastrites e úlceras na mucosa gástrica por este mecanismo. Receptores de histamina na pele: Durante uma descarga de histamina que acometa a pele, o indivíduo pode apresentar sinais de prurido e eritema. O prurido é explicado pela irritação e estimulação das terminações nervosas sensitivas na região da liberação. O eritema, ou seja, a vermelhidão da pele, é explicado pela dilatação vascular que acontece nos vasos da região estimulada. A pele, como um todo, sofre ação da urticária secundária a liberação de histamina. Entretanto, regiões específicas do corpo – como os olhos, lábios, orelhas, palmas das mãos e planta dos pés – sofrem mais com os efeitos das reações alérgicas. Isso ocorre porque a quantidade de células produtoras de histamina nessas regiões é maior, predispondo uma maior liberação de histamina nessas regiões em particular. Anti-histamínicos Viu-se que a liberação de histamina no organismo, em geral, causa diversos efeitos como taquicardia, vasodilatação, vasodilatação, queda da pressão arterial, broncoconstricção (dificuldades respiratórias), aumento dos movimentos peristálticos (diarreias), enjôos, vômitos, aumento da secreção gástrica, formação de urticárias na pele, edema, choque anafilático, manifestações alérgicas (como na rinite, conjuntivite alérgica, gripe com coriza, reações de hipersensibilidade), etc. Os anti-histamínicos são substâncias antagonistas dos receptores metabotrópicos de histamina administrados no intuito de conter efeitos da liberação exagerada de histamina, responsável por todos estes eventos indesejáveis. Os principais representantes desta classe são divididos em grupos, a depender do receptor histaminérgico no qual eles agem: Antagonistas H1: na clínica, convencionou-se que os receptores H1 são relacionados com reações inflamatórias e alérgicas. Seus antagonistas agem no intuito de bloquear estas reações. Existem dois tipos de antagonistas H1: o Antagonistas de 1a geração: apresentam efeitos sedativos fortes. A maioria dos anti-H1 clássicos são metabolizados pelo CYP2D6, e alguns também pelo CYP3A4.23,27 Estudos baseados no uso da difenidramina, como exemplo de anti-H1 de primeira geração, demonstraram que essas drogas não são apenas substratos do CYP2D6, como também inibem essa via do citocromo P450. Ex: Mepiramina (Alergitanil®), Difenidramina (Dramin®), Prometazina (Phenergan®/Fenergan®), Ciclizina (Marezine®), Clorfeniramina (Cimegripe®), Dexclorfeniramina (Polaramine®), Hidroxizina (Hixizine®). o Antagonistas de 2a geração: apresentam efeitos sedativos fracos e são mais caros. De forma geral, podemos afirmar que a segunda geração dos anti-H1 atua como substrato da Gp. Julia Paris Malaco – UCT14 Ex: Cetirizina (Zyrtec®), Desloratadina (Desalex®), Loratadina (Claritin®), Fexofenadina (Allegra®). Antagonistas H2: convencionou-se que estes receptores estão principalmente relacionados com a secreção gástrica. Seus antagonistas agem no intuito de diminuir está secreção, podendo ser úteis no tratamento de gastrites e úlceras pépticas. Os fármacos mais utilizados são Cimetidina, Ranitidina e Famotidina. Bloqueando os receptores H2 das células parietais do estômago, reduz-se a secreção de H+ para a luz do estômago, reduzindo a agressão do ácido clorídrico à mucosa gástrica. Antagonistas H3: os receptores H3 estão principalmente localizados no SNC inibe liberação do neurotransmissor. Antagonistas H4: esses receptores foram recém-descobertos no intestino delgado, e seus antagonistas ainda estão em fase de ensaios (in vitro/in vivo). OBS1: A histamina, quanto a sua ação neurotransmissora, é classificada como um neurotransmissor excitatório. Entretanto, sua ação pode ser estimulatória (quando ela age sobre neurônios excitatórios, como os colinérgicos) ou inibitória (quando ela age sobre neurônios inibitórios, ou gabaérgicos). Contudo, em ambos os tipos de neurônio, o receptor histamínico é do tipo H1 e sofrem ação direta dos antagonistas H1 de primeira geração. Portanto, se houver o bloqueio de neurônios excitatórios, o efeito final será a sedação; mas se houver o efeito de neurônios inibitórios, o efeito final será a agitação. OBS2: Os antagonistas H1 de primeira geração são caracterizados pelos seus efeitos sedativos e por diminuir a coordenação motora nos adultos. Inclusive, psiquiatras utilizam anti-histamínicos H1 de primeira geração para tratar a insônia de pacientes depressivos para não prescrever benzodiazepínicos. Contudo, quando administradosem crianças, acontece efeito contrário. Este fato é explicado da seguinte maneira: estudos mostraram que, independente da dose, há pacientes em que os anti-histamínicos apresentam maior tropismo por neurônios inibitórios (o que acontece com alguns adultos e a maioria das crianças), resultando em um efeito final estimulatório. Abuso de medicamentos AINES Os AINEs precisam de uma atenção especial, por exemplo, porque diminuem a produção de prostaglandinas, que são substâncias naturais em nosso organismo envolvidas no processo da dor, inflamação, febre, proteção do estômago, trabalho de parto, controle de pressão arterial, menstruação, entre outros. No geral, o uso abusivo de anti-inflamatórios pode estar associado a problemas como gastrite, úlceras, insuficiência renal e hepatite medicamentosa. A insuficiência renal é um dos problemas mais graves acarretado pelo uso excessivo, já que com a redução de prostaglandinas, o processo de filtragem do sangue pelos rins fica comprometido e reduz a eliminação do sódio pelo órgão. Além disso, os AINEs ainda podem aumentar o risco de sangramentos/hemorragias quando usados por pessoas tratadas com anticoagulantes, ou pacientes com dengue. Também podem diminuir o efeito dos anti- hipertensivos (medicamentos para pressão alta). Em casos de cirurgias e fraturas, ou extrações de dente, podem prejudicar o processo de cicatrização/restauração e aumenta a chance de hemorragias. A maioria dos efeitos colaterais relacionados com o uso de AINEs é devida à inibição da COX-1. Dispepsia (“indigestão”); Hemorragia gástrica; Em administração prolongada, risco de úlcera gástrica; Náuseas; Vómitos; Alergias como urticária na pele, eritemas e até raros casos de choque anafilático; Insuficiência renal reversível com a cessação da medicação; Nefropatia associada ao uso de analgésicos e anti-inflamatórios: por vezes irreversível, decorre do uso contínuo de aspirina, Julia Paris Malaco – UCT14 paracetamol, indometacina, ibuprofeno, diclofenaco. O consumo crônico (por mais de três anos) de AINEs pode levar a formas irreversíveis de nefrotoxicidade. Síndrome de Reye - grave condição causada raramente pela aspirina em crianças. A overdose de aspirina causa acidose metabólica. Um dos principais efeitos colaterais dos AINEs é o desenvolvimento de gastrites e úlceras gástricas. Isso ocorre porque inibindo a COX-1, há uma diminuição nas concentrações da prostaglandina E2 (PGE2), responsável por estimular as células principais do estômago a produzirem muco e bicarbonato que recobre e protege as paredes do estômago do próprio ácido clorídrico (liberado pelas células parietais do estômago). Por este motivo, a administração dos AINEs deve ser feita junto à refeição, evitando-se utilizá-los durante o jejum. Este fato está relacionado com a função da COX-1 que, dentre outras funções, é responsável pela produção de muco no estômago. Daí a importância de se administrar AINEs durante as refeições: o alimento, por si só, diminui o pH do estômago e causa um efeito protetor à mucosa gástrica, o que diminui a ação corrosiva do ácido à mucosa. Em adultos e adolescentes (≥ 12 anos de idade), pode ocorrer hepatotoxicidade após a ingestão de mais que 7,5 a 10 g em um período de 8 horas ou menos. Fatalidades não são frequentes (menos que 3 - 4% de todos os casos não tratados) e raramente foram relatadas com superdoses menores que 15 g. Uma superdose aguda de menos que 150 mg/kg em crianças (< 12 anos de idade) não foi associada a hepatotoxicidade. Os sinais e sintomas iniciais que se seguem a uma dose potencialmente hepatotóxica de paracetamol são: perda de apetite, náusea, vômito, sudorese intensa, palidez e mal-estar geral. A nefrotoxicidade dos AINHs está relacionada à inibição das PGs comprometendo a perfusão sanguínea renal – pois as PGs vasodilatadoras antagonizam os efeitos vasoconstritores da angiotensina e das catecolaminas – e pode causar insuficiência renal aguda ou crônica, síndrome nefrótica, necrose de papila, necrose tubular aguda e nefrite intersticial aguda. O uso prolongado e o abuso de associações entre mais de um AINHs se relacionam à maior nefrotoxicidade. As formas de injúria renal incluem necrose papilar e nefrite intersticial crônica. Lesão renal por AINES Os rins são importantes órgãos para a função excretora do corpo, por receberem por volta de 25% de todo o débito cardíaco. Para que desempenhem adequadamente a sua função de filtração, esses órgãos dispõem de mecanismos regulatórios, como a síntese de prostaglandinas, que atuarão na manutenção da taxa de filtração glomerular (TFG) e da homeostase renal. O uso de AINEs inibe a cascata do ácido aracdônico, de maneira seletiva ou não, causando efeito não permissivo para a formação de prostaglandinas. Nos rins, as prostaglandinas - principalmente prostaciclina, PGE2, PGD2 - atuarão como vasodilatadoras na arteríola aferente, aumentando a perfusão renal, com distribuição do fluxo do córtex para os néfrons na região medular renal. Essa vasodilatação atua como uma contrarregulação de mecanismos, como a atuação do sistema renina-angiotensina- aldosterona e do sistema nervoso simpático, culminando com uma compensação para assegurar o fluxo adequado ao órgão. O uso de AINEs inibe esse mecanismo, podendo resultar em vasoconstrição aguda e isquemia medular, que podem levar a uma lesão renal aguda. Além da atuação vasodilatadora, a PGE2, mediante a estimulação de receptores tubulares, vai agir na inibição do transporte de sódio e cloreto na alça ascendente de Henle e nos ductos coletores, por meio da estimulação do receptor EP1, levando à natriurese. Ademais, a PGE2 exerce ação antagonista nos receptores do hormônio antidiurético (ADH), também promovendo a diurese. O uso de AINEs, diante desse quadro, pode acarretar maior retenção de sódio e água, por inibir a produção de PGE2, levando à formação de edema, que muitas vezes é subclínico.8 Ensaios clínicos comparando diferentes AINEs evidenciam o desenvolvimento de hipertensão, sobretudo com o uso de doses altas e por tempo prolongado, sendo o ibuprofeno mais implicado. Além da sua atuação nos rins, as prostaglandinas desempenham diversas funções relacionadas à homeostase, como proteção da mucosa gastrointestinal, ativação plaquetária, atuação no processo de inflamação, broncodilatação, entre outras.2 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-28002019000100124&script=sci_arttext&tlng=pt#B8 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-28002019000100124&script=sci_arttext&tlng=pt#B2 Julia Paris Malaco – UCT14 AINES e lesão renal aguda A injúria (ou lesão) renal aguda compreende uma síndrome caracterizada por redução abrupta da TFG, levando à retenção de ureia, creatinina e outras escórias nitrogenadas que normalmente são depuradas pelos rins. Essa condição é clinicamente definida quando pacientes elevam os níveis de creatinina em poucos dias (ou apresentam um valor 1,5 x maior em relação a um resultado recente ou presumido) ou que evoluem com oligúria/anúria, justificando alta morbimortalidade no pronto-socorro. Praticamente todos os AINEs podem cursar com LRA. Muitas vezes, a gasometria arterial é o exame de admissão essencial se o paciente apresentar status de síndrome urêmica, como declínio progressivo do status mental e convulsões, ou apresentar sinais de lesão renal aguda (como a oligúria), causando acidose metabólica provocada pela ingestão excessiva de AINEs Altas doses de AINEs têm sido implicadas como causas de LRA, especialmente em idosos. Entretanto, a LRA mediada por AINEs é uma condição rara. A principalforma de lesão renal aguda por AINEs é a hemodinamicamente mediada. Em contraste, em situações de doença renal crônica, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, choque hipovolêmico e outras condições que reduzam o volume arterial circulante, a secreção desses hormônios aumenta, a fim de preservar a perfusão renal e a TFG. A quebra desse processo pelos AINEs gera redução da perfusão renal intramedular e isquemia, aumentando o risco de necrose tubular aguda (NTA). Algumas evidências sugerem menor potencial nefrotóxico nas drogas COX não seletivas em baixas doses, como o AAS e o ibuprofeno, em relação às COX-2 seletivas. A segunda forma de apresentação da LRA induzida por AINEs é a nefrite intersticial aguda (NIA) com síndrome nefrótica. É descrita proteinúria nefrótica em torno de 80% dos pacientes, mais associada aos AINEs fenoprofeno, naproxeno e ibuprofeno. Pode-se também observar a ocorrência de NIA sem síndrome nefrótica. AINES e distúrbios hidroeletrolíticos Como já explicitado acima, as prostaglandinas (PGs) têm função importante na manutenção da atividade renal. A vasodilatação renal induzida por PGs é crítica para a manutenção de uma adequada perfusão renal, por meio de PGE2 e PGI2. As principais alterações hidroeletrolíticas e acidobásicas provocadas por essa classe são a retenção sódica (causando edema e hipertensão), hipercalemia e acidose metabólica decorrentes da menor atividade de COX-1 e COX- 2. A inibição da vasodilatação mediada pelas prostaglandinas (PGE-2) impede uma perfusão renal adequada. Em situações de desregulação do volume arterial circulante, em que há maior estímulo do SRAA, a produção de prostaglandinas (PGE-2, PGI-2) pelo endotélio da arteríola aferente é elevada. Essas prostaglandinas constituem um mecanismo autorregulador em casos de diminuição da perfusão renal, como na insuficiência cardíaca e em condições de hipovolemia, a exemplo da vasodilatação compensatória da arteríola aferente mediada por PGE2 que ocorre em resposta à ação da norepinefrina ou da angiotensina II. Ocorre aumento da síntese na doença glomerular, na insuficiência renal (TFG<60mL/minuto/1,73m2), na hipercalemia, na insuficiência cardíaca, na cirrose e no choque hipovolêmico, estados de redução do volume arterial circulante, que implica em maior estímulo da síntese de PGs. Se a produção está reduzida, é natural que ocorra retenção de plasma decorrente da vasoconstricção arteriolar aferente, levando a distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, sendo o principal deles a retenção de água (consequente de maior reabsorção de sódio) e a hipercalemia. Logo, pacientes com tais condições associadas ao uso de AINES têm maior vulnerabilidade para desenvolver nefrotoxicidade. Os AINEs podem diminuir em cerca de 20% a resposta aos diuréticos, principalmente os diuréticos de alça, cujo efeito pode se expressar mais comumente em retentores crônicos de sódio, como os portadores de insuficiência cardíaca congestiva. A aldosterona é capaz de aumentar a excreção de potássio. Visto que a prostaglandina PGI2 estimula as células justaglomerulares renais a liberar renina e, consequentemente, aldosterona (um estado de hiporreninemia com hipoaldosteronismo), a inibição da produção dessa molécula pelos AINES pode provocar menor fluxo tubular distal, que resulta em hipercalemia, além de acidose metabólica. Evidências recentes de casos-controle e estudos retrospectivos sugerem não haver correlação entre maior incidência de hipercalemia com inibidores seletivos da COX-2 (os coxibes), como já descrito em ensaios clínicos da década de 1980, sendo assim proporcional a incidência de hipocalemia em quaisquer classes de AINEs. Julia Paris Malaco – UCT14 A COX-1 atua primariamente no controle da TFG renal, enquanto a COX-2 intervém na excreção de sódio e água. O bloqueio de ambas as enzimas impede a produção de PGE2. Essa enzima regula a reabsorção de sódio e água nos túbulos renais (efeito diurético e natriurético), além de otimizar a perfusão sanguínea à medula renal, que contribui para tal efeito. PGE2 é considerada uma PG tubular, enquanto a PGI2, vascular. No entanto, em situações fisiológicas, tais enzimas não são componentes primários na homeostase hidroeletrolítica gerada nos rins, já que a taxa de produção basal de prostaglandinas é relativamente baixa. Tem sido sugerido que a retenção aguda de sódio por AINEs em idosos saudáveis é mediada pela inibição da COX-2, enquanto a diminuição brusca da TFG deve-se pela inibição da COX-1. Logo, AINEs com pouco ou nenhum efeito sobre a COX-2, como a aspirina, raramente provocam retenção evidente de sódio e hipertensão. Nos estudos SUCCESS VI e VII, houve aumento significativo no número de pacientes com elevação da pressão arterial numa população idosa (> 65 anos), em uso de coxibs, sobretudo o rofecoxib. Hiponatremia induzida por AINES está possivelmente correlacionada à menor liberação de PGE2 e PGI2, que antagonizam a ação da vasopressina em realizar absorção de água em túbulos coletores, apesar de haver mecanismo AINE-mediado contrarregulatório de retenção de sódio por inibição de prostanoides, principal responsável pelo efeito de "overfilling", por ocasionar hipertensão arterial e edema. É sugerido que a retenção de sódio por AINEs seja mediada pela COX-2. Antibióticos Resistência bacteriana A resistência bacteriana é a capacidade dos microrganismos em resistir aos efeitos de um antibiótico ou antimicrobiano. Esta resistência pode ser adquirida por via natural ou adquirida, a qual pode acontecer por meio de quatro mecanismos: transformação, conjugação, transdução e/ou mutação. Natural (primária ou essencial): não constitui um problema clínico significativo. Neste caso, a bactéria já apresenta um fator genético resistente a um dado antibiótico e não é capaz de propagar este seu fator. Na maioria dos casos, o micro-organismo simplesmente não expressa o alvo de ação de uma determinada droga (como ocorre no caso do Mycoplasma pneumoniae, que não é afetado pelos β-lactâmicos por não possuir parede celular, que é a estrutura- alvo de ação desses antibióticos). Adquirida (secundária): constitui um problema clínico significativo, pois o fator genético responsável pela resistência a um dado antibiótico pode ser propagado para outras bactérias. Neste caso, a resistência é desenvolvida por um micro- organismo (antes sensível), principalmente devido ao uso inadequado de um antibiótico ou utilização de uma dosagem errada. O mecanismo da resistência pode acontecer por mutação ou por transferência gênica (conjugação, transformação e transdução). o Mutação: alteração genética causada após a exposição ao fármaco que ocorre entre os micro- organismos, gerando uma resistência. Os microrganismos Staphylococcus aureus e Escherichea coli são resistentes a ação das quinolonas, cujo alvo é a topoisomerase II. Isso porque estas enzimas, no caso desses microrganismos, apresentam diferenças estruturais das enzimas convencionais. Tal mutação é devida a um contato prévio com o antibiótico, que adentrou no núcleo da bactéria e alterou a transcrição desta enzima. o Conjugação: passagem de genes de uma célula doadora para outra receptora através de contato direto (por meio de fímbrias). Este mecanismo acontece principalmente com os Bacilos Gram-negativos. O Haemophilus influenzae é uma bactéria resistente a penicilina capaz de sintetizar a β-lactamase, enzima responsável por clivar e inativar os antibióticos β-lactâmicos. Sugere-se que este fator de resistência tenha sido adquirido por esta bactéria via conjugação e que ainda pode ser Julia Paris Malaco – UCT14 passadopara outras bactérias por meio deste mesmo mecanismo. o Transdução: o gene de resistência captado em uma bactéria é transferido por meio de um bacteriófago para outra bactéria. O Staphylococcus aureus pode receber os genes de produção da β-lactamase por meio da transdução. o Transformação: incorporação de DNA do meio para o interior da bactéria. Os Pneumococos são capazes de realizar este mecanismo. Eles são resistentes à penicilina não pela produção da β- lactamase, mas por apresentarem genes que fazem com que o microrganismo deixe de expressar a proteína ligante de penicilina (PLP), impedindo a ligação e a ação da penicilina. O modo pelo qual a bactéria manifesta resistência a um dado antibiótico se dá por meio de três mecanismos: O fármaco não atinge o seu alvo: este mecanismo pode ocorrer por alterações de porinas (poros aquosos) ou das bombas de efluxo. o Alterações das porinas: partindo do pressuposto que os antibióticos são fármacos hidrossolúveis eles necessitam de um canal para entrar na célula bacteriana e agir em seu sítio de ação. Estes canais são as porinas. Alterações conformacionais nestes canais, via indução genética, garantem resistência da bactéria aos antibióticos. Este mecanismo é comum aos organismos Gram-negativos, o que garante resistência à tetraciclina e aos aminoglicosídeos, por exemplo. o Alteração da bomba de efluxo: esta bomba é capaz de captar o fármaco que entrou via porina e imediatamente lançá- lo para fora da célula. Alterações nesta bomba, mimetizando-a, auxiliam no mecanismo de resistência bacteriana que ocorre principalmente com a tetraciclina e as quinolonas. O fármaco é inativado: neste caso, a bactéria passa a produzir enzimas que inativam o fármaco antes que este chegue a agir em seu órgão alvo. As principais enzimas são: o β-lactamases produzidas por estafilococos, gonococos e Haemophilus: inativam a penicilina G; o Acetiltransferases e fosfotransferases produzidas por E. coli: inativam os aminoglicosídeos; o CAT produzida por E.coli, H. influenzae: inativa o cloranfenicol. O alvo é alterado: assim como ocorre com o mecanismo de resistência dos Pneumococos, o sítio alvo de um determinado fármaco pode ser alterado, impedindo a sua ligação e ação na célula bacteriana. No caso do Pneumococos, ocorre alteração na proteína ligante de peniclina, dificultando a interação entre o fármaco e seu sítio de ação. Resistência cruzada. Um dado microrganismo, já resistente a um certo antibiótico, pode se tornar resistente a outras drogas através do processo denominado resistência cruzada. Neste processo, o microrganismo pode aumentar seu espectro de resistência por meio de dois mecanismos: Semelhança química e espacial entre as duas drogas; Drogas com o mesmo mecanismo ou sítio de ação. Hepatite medicamentosa Lesão hepática medicamentosa aumento de TGP A hepatite medicamentosa é uma grave inflamação do fígado causada pelo uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, especialmente aqueles que têm capacidade para causar irritação do fígado. Os antibióticos são os mais frequentes, incluindo aqueles utilizados para o tratamento da tuberculose, seguidos pelos anticonvulsivantes e anti-inflamatórios. Dentre os fatores de risco estão: idade avançada; uso associado de álcool e várias medicações; existência de doenças hepáticas prévias; consumo de extrato de plantas e doses elevadas de medicamentos. A maioria dos casos são assintomáticos e descobertos em exames rotineiros. Mas podem se manifestar como hepatite aguda com náuseas, vômito, cansaço, falta de apetite, seguidos por vezes de icterícia (olhos e pele amarelados), urina escura com cor de coca-cola. A evolução para cura ocorre na maioria dos casos. Mais raramente podem evoluir com insuficiência hepática grave (quando o fígado para de funcionar de forma aguda) com necessidade de cuidados intensivos e avaliação para transplante de fígado! Alguns casos podem progredir para hepatite crônica, e mesmo cirrose hepática (tipo de cicatrização no fígado levando a doença hepática terminal). Julia Paris Malaco – UCT14 Colchicina É um fármaco anti-inflamatorio destinado ao tratamento das crises agudas de gota e na prevenção das crises agudas nos pacientes com artrite gotosa crônica. A colchicoterapia pode ser indicada na Febre Familial do Mediterrâneo e em casos de escleroderma, poliartrite associada à sarcoidose e psoríase. A Colchicina é eficaz no tratamento clínico da Doença de Peyronie nos casos com tempo de evolução inferior a um ano, atuando na redução do processo inflamatório que vai dar origem à placa fibrosa. Não tem seu uso bem estabelecido nos casos com longo tempo de evolução, quando a placa de fibrose já está plenamente formada. Efeitos colaterais Comuns: Diarreia, vômitos, náuseas, cólicas, Fadiga, cefaleia, Dor faringolaríngea. Incomuns: Alopecia, depressão medular, dermatite, coagulação intravascular disseminada, hepatotoxicidade, reações de hipersensibilidade, aumento da creatina fosfoquinase (CPK), intolerância à lactose, mialgia, miastenia, oligospermia (reversível com a interrupção do tratamento), púrpura, rabdomiólise, doença neuromuscular tóxica, neutropenia, leucopenia, azoosperma. A colchicina apresenta um índice terapêutico estreito, sem distinção clara entre as doses não tóxicas, as doses tóxicas e as doses letais, diante disso não recomendamos a ingestão de doses acima de 7mg. A sintomatologia da superdose inicia-se de 2 a 5 horas após a dose tóxica ter sido ingerida e inclui sensação de queimação na boca e garganta, febre, vômitos, diarreia, dor abdominal e insuficiência renal. Doses entre 0,5 e 0,8mg/kg podem induzir falência medular resultante de reação aplástica por hiperinibição da mitose e resultar em morte. O inicio da falência de múltiplos órgãos pode ocorrer em 24 a 72 horas e cursar com choque hipovolêmico resultante de dano vascular e da perda de fluidos pelo trato gastrointestinal. Adicionalmente, insuficiência renal, leucopenia, anemia, fraqueza muscular e falência respiratória podem ocorrer. A recuperação pode começar em 6 a 8 dias. Alopurinol Alopurinol é indicado para redução da formação de urato/ácido úrico nas principais manifestações de depósito dessas duas substâncias – o que ocorre em indivíduos com artrite gotosa, tofos cutâneos e nefrolitíase ou naqueles que apresentam um risco clínico potencial (por exemplo, que estão em tratamento de tumores que podem desencadear nefropatia aguda por ácido úrico). Foi relatada ingestão de até 22,5 g de alopurinol, sem efeitos adversos. Sinais e sintomas como náusea, vômito, diarreia e tonteira foram relatados em um paciente que ingeriu 20g de alopurinol. Houve recuperação após medidas gerais de suporte. A absorção maciça de alopurinol pode conduzir a uma considerável inibição da atividade da xantina oxidase, a qual não deve produzir efeitos indesejáveis, a não ser afetar o efeito de alguma medicação concomitante, especialmente a mercaptopurina e/ou azatioprina. A hidratação adequada do paciente para manter uma diurese ideal facilita a excreção do alopurinol e de seus metabólitos. Se for considerada necessária, pode ser utilizada hemodiálise. https://consultaremedios.com.br/doencas-dos-ossos/gota/c https://consultaremedios.com.br/doencas-dos-ossos/artrite/c https://consultaremedios.com.br/dor-febre-e-contusao/c https://minutosaudavel.com.br/sarcoidose-o-que-e-tipos-sintomas-tratamento-tem-cura/ https://consultaremedios.com.br/pele-e-mucosa/psoriase/c https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-fadiga-muscular-cronica-adrenal-etc-e-como-tratar/https://consultaremedios.com.br/dor-febre-e-contusao/dor-de-cabeca-e-enxaqueca/c https://consultaremedios.com.br/saude-do-homem/queda-de-cabelo-e-calvicie/c https://minutosaudavel.com.br/depressao/ https://consultaremedios.com.br/pele-e-mucosa/dermatites/c https://consultaremedios.com.br/fitness/ganho-de-massa/proteinas/creatina/c https://minutosaudavel.com.br/intolerancia-a-lactose/ https://minutosaudavel.com.br/intolerancia-a-lactose/ https://minutosaudavel.com.br/purpura/ https://minutosaudavel.com.br/rabdomiolise/ https://consultaremedios.com.br/doencas-dos-ossos/artrite/c Julia Paris Malaco – UCT14 Insuficiência renal https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Diretrizes_Insuficiencia_Re nal_Aguda.pdf IRA é definida como a redução aguda da função renal em horas ou dias. Refere-se principalmente a diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem também distúrbios no controle do equilíbrio hidro-eletrolítico e acidobásico. Recentemente, uma rede internacional de especialistas propôs uma nova definição e classificação de IRA, a fim de uniformizar este conceito para efeitos de estudos clínicos e principalmente, prevenir e facilitar o diagnóstico desta síndrome, na tentativa de diminuir a alta morbidade e mortalidade ainda encontrada nos dias atuais. Insuficiência renal aguda É a perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegar a níveis perigosos e afetar a composição química do seu sangue, que pode ficar fora de equilíbrio. Também chamada de lesão renal aguda, a insuficiência é comum em pacientes que já estão no hospital com alguma outra condição. Pode desenvolver-se rapidamente ao longo de algumas horas ou mais lentamente, durante alguns dias. Pessoas que estão gravemente doentes e necessitam de cuidados intensivos estão em maior risco de desenvolver insuficiência renal aguda. Insuficiência renal aguda pode ser fatal e requer tratamento intensivo. No entanto, pode ser reversível. Tudo depende do estado de saúde do paciente. Sinais e sintomas de insuficiência renal aguda podem incluir: Diminuição da produção de urina, embora, ocasionalmente, a urina permaneça normal Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés Sonolência Falta de fome Falta de ar Fadiga Confusão Náusea e vômitos Convulsões ou coma, em casos graves Dor ou pressão no peito. As causas da insuficiência renal aguda podem ser podem ser classificadas como pré-renal, intrarrenal e pós-renal: Pré-renal: as causas da insuficiência renal são classificadas como pré-renais quando se originam antes dos rins, como hemorragias, sepse, entre outras. Intrarrenal: as causas da insuficiência renal são classificadas como intrarrenais quando se originam de lesões no parênquima renal ou nos glomérulos. Essas lesões podem ser decorrentes, por exemplo, de processos infecciosos. Pós-renal: as causas da insuficiência renal são classificadas como pós-renais quando se originam após os rins, por exemplo, uma obstrução no trato urinário. https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Diretrizes_Insuficiencia_Renal_Aguda.pdf https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Diretrizes_Insuficiencia_Renal_Aguda.pdf Julia Paris Malaco – UCT14 História Clínica – É importante para estabelecer a causa subjacente (diminuição do volume extracelular, drogas, contrastes radiológicos, sepse), os fatores de risco (idade, disfunção renal prévia, co-morbidades) e a gravidade da IRA. Manifestações clínicas específicas são incomuns, mas febre, mal estar, “rash” cutâneo e sintomas musculares ou articulares podem estar associados a nefrites intersticiais, vasculites ou glomerulonefrites. Dor lombar ou supra-púbica, dificuldade de micção, cólica nefrética e hematúria podem sugerir IRA pósrenal. Exame físico – Sinais e sintomas da IRA dependem da causa e do grau de comprometimento da função renal, sendo frequentemente inespecíficos e mascarados pela doença de base. A observação de sinais de hipovolemia e hipotensão arterial ou sinais de obstrução do trato urinário auxiliam o diagnóstico diferencial de IRA pré ou pós-renal. Devem-se procurar sinais associados com a etiologia e complicações da IRA. A presença de livedo reticular e micro-infartos digitais podem sugerir doença renal ateroembólica. Pacientes com dispnéia, ortopnéia, edema, turgência jugular e estertoração pulmonar podem estar hipervolêmicos, enquanto aqueles com fraqueza muscular ou paralisia ascendente podem estar com hiperpotassemia. Insuficiência renal aguda é mais frequentemente diagnosticada durante uma internação hospitalar para outra causa. Se você já está no hospital, exames realizados por outros problemas podem encontrar a doença renal. Se você não está no hospital, mas tem sintomas de lesão renal, o médico irá perguntar sobre seus sintomas, quais medicamentos você toma, e quais exames você fez. Seus sintomas podem ajudar a apontar a causa do seu problema renal. Entre os exames que fazem o diagnóstico de insuficiência renal aguda estão: Medições da produção de urina Exames de urina Exames de sangue Exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada Remoção de uma amostra de tecido de rim para o teste (biópsia). Tratamento Dialise: Esse procedimento envolve o desvio de sangue para fora do seu corpo em uma máquina que filtra os resíduos. O sangue limpo é então devolvido ao seu corpo. Se os níveis de potássio são perigosamente altos, a diálise pode salvar vidas. A diálise pode ser necessária, mas não é sempre necessária. É usada se houver mudanças em seu estado mental ou se você parar de urinar. A diálise também pode ser necessária em casos de pericardite, uma inflamação do coração. A diálise também pode ajudar a eliminar resíduos de produtos de nitrogênio do corpo. Insuficiência renal crônica A insuficiência renal crônica, mais corretamente chamada de doença renal crônica (DRC), é uma doença caracterizada pela perda lenta e continuada da função dos rins, fato que provoca, entre outras alterações, o progressivo acúmulo de toxinas e lixos metabólicos no sangue. É atualmente um problema de saúde pública mundial, pela incidência cada vez mais elevada na população. Sinais e sintomas Como a instalação da insuficiência renal crônica costuma se dar de forma lenta, o nosso organismo tem tempo para ir se adaptando a este mau funcionamento do rins, fazendo com que não tenhamos sinais ou sintomas até fases bem tardias da doença. A principal característica da DRC é ser uma doença silenciosa. Muitas pessoas acham que podem identificar um rim doente pela dor ou pela diminuição do volume de urina. Nada mais falso. O rim apresenta pouca inervação para dor e por isso só dói quando está inflamado ou dilatado. Como na maioria dos casos de insuficiência renal crônica nem um nem outro ocorrem, o paciente pode muito bem descobrir que precisa de diálise sem nem sequer ter sentido uma única dor renal na vida. O volume de urina também não é um bom indicador da saúde dos rins. Ao contrário da insuficiência renal aguda (IRA), na qual a redução da produção de urina é um fator quase sempre presente, na insuficiência renal crônica, como a perda de função é lenta, o rim adapta-se bem, e a capacidade de eliminar água mantém-se estável até fases bem avançadas da doença. Na verdade, a maioria dos pacientes que precisam Julia Paris Malaco – UCT14 entrar em diálise ainda urinam pelo menos 1 litro por dia. Portanto, na maioria dos casos,até fases bem avançadas da doença, a insuficiência renal crônica não causa nenhum sintoma ou sinal. Os pacientes com IRC em fases avançadas podem apresentar anemia e agravamento dos valores da pressão arterial e edemas dos membros inferiores. Quando o rim entra em fase terminal, os sintomas que surgem são cansaço aos esforços, náuseas e vômitos, perda do apetite, emagrecimento, falta de ar, hálito forte (com cheiro de urina) e edemas generalizados. A insuficiência renal crônica pode ser dividida em seis fases, como pode-se observar a seguir: Fase de função renal normal sem lesão renal: estão incluídos indivíduos que estão no chamado grupo de risco, ou seja, apresentam os fatores de risco citados no tópico anterior, como indivíduos hipertensos e diabéticos, no entanto, ainda não apresentam lesões renais. Fase de lesão com função renal normal: essa fase é caracterizada pelo início das lesões, mas sem alteração na filtração glomerular. A taxa de filtração glomerular encontra-se acima de 90 ml/min/1,73m2. Fase de insuficiência renal funcional ou leve: essa fase da insuficiência renal crônica é caracterizada pelo início da perda da função renal e só pode ser detectada com exames específicos. A taxa de filtração glomerular encontra-se entre 60 e 89 ml/min/1,73m2. Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada: essa fase é caracterizada por alterações nos níveis de ureia e creatinina, entretanto, o paciente apresenta-se bem. A taxa de filtração glomerular encontra-se entre 30 e 59 ml/min/1,73m2. Fase de insuficiência renal clínica ou severa: essa fase é caracterizada pelo aparecimento de sintomas de uremia, ou seja, do aumento de ureia no sangue. Entre esses sintomas podemos citar a hipertensão arterial, fraqueza, mal-estar, anemia, náuseas e vômitos, entre outros. A taxa de filtração glomerular encontra-se entre 15 e 29 ml/min/1,73m2. Fase terminal de insuficiência renal crônica: essa fase caracteriza-se pelo grande comprometimento renal, em que os rins já não conseguem realizar suas funções e o organismo encontra-se bastante afetado. Nessa fase, os tratamentos recomendados são os dialíticos ou o transplante renal. A taxa de filtração glomerular encontra-se inferior a 15 ml/min/1,73m2. Diagnostico Como não há sintomas até fases avançadas da doença, a insuficiência renal crônica normalmente é detectada através de análises de sangue, através da dosagem da ureia e da creatinina. A creatinina é o melhor marcador da função renal. Quando os rins começam a perder função, seus valores sanguíneos se elevam. No entanto, um valor elevado de creatinina pode ocorrer em contextos agudos e isoladamente não é suficiente para definir o diagnóstico de doença renal crônica. Para confirmação da DRC, é preciso que existam alterações da função ou da estrutura renal, mantidas por pelo menos três meses. Dentre estas alterações podemos destacar: Presença de perda de proteínas pela urina (proteinúria ou albuminúria) Alterações no exame simples de urina como hematúria Alterações da estrutura dos rins detectadas em exames de imagem ou anomalias em biópsia renal Alterações de eletrólitos no sangue relacionadas à doença renal tubular Presença de redução da taxa de filtração glomerular abaixo de 60ml/min Presença de transplante renal A pesquisa de ureia e creatinina no sangue nos dão informações a respeito da função renal, enquanto os exames de urina, de imagem e a biópsia renal nos fornecem dados importantes a respeito de mudanças estruturais, do tecido renal, que quando estão presentes por período maior que três meses, também são suficientes para enquadrar o paciente como insuficiente renal crônico. As análises laboratoriais também permitem detectar complicações da IRC precocemente, como graus iniciais de anemia, alterações dos eletrólitos (principalmente cálcio, fósforo e potássio), alterações do hormônio PTH (que controla a saúde dos ossos), dos valores de pH do sangue, etc. A ultrassonografia dos rins também é um exame importante, pois ela mostra a morfologia renal, podendo indicar se os rins já têm sinais de atrofia ou anomalias como a doença renal policística. Todavia, é importante ressaltar que uma ultrassonografia renal sem alterações de modo algum é suficiente para se descartar a hipótese de DRC. Finalmente, temos a biópsia renal que pode confirmar o comprometimento do tecido renal mesmo quando os valores de ureia e creatinina encontram-se ainda em níveis normais. Julia Paris Malaco – UCT14 Indicações de hemodiálise Pericardite ou pleurite → Diálise de urgência Encefalopatia ou neuropatia urêmica progressiva → Diálise de urgência Diátese hemorrágica clinicamente significativa atribuída à uremia → Diálise de urgência Sobrecarga volêmica refratária a diuréticos Hipertensão não responsiva a anti- hipertensivos Distúrbios metabólicos refratários Náuseas e vômitos persistentes Desnutrição TFG 5-10 ou 15 em diabéticos Existem 3 critérios que pautam a decisão de iniciar a diálise: a impossibilidade de manejo clínico das alterações metabólicas e da volemia, a presença de sinais e sintomas urêmicos que indicam falência renal e a deterioração do estado nutricional. Esses indicativos ocorrem, geralmente, com a TFG entre 10 mL/min/1,73 m² e 5 mL/min/1,73 m². E 15 mL/min paciente diabético As principais indicações dialíticas são: Hiperpotassemia – acima de 5,5 meq/L com alterações ao ECG ou maior que 6,5 meq/L; Hipervolemia: edema periférico, derrames pleural e pericárdico, ascite, hipertensão arterial e ICC; Uremia: sistema nervoso central (sonolência, tremores, coma e convulsões) sistema cardiovascular (pericardite e tamponamento pericárdico), pulmões (congestão pulmonar e pleurite), aparelho digestivo (náuseas, vômitos e hemorragias digestivas); Acidose metabólica grave; Outras: hipo ou hipernatremia, hipo ou hipercalcemia, hiperuricemia, hipermagnesemia, hemorragias devido a distúrbios plaquetários, ICC refratária, hipotermia e intoxicação exógena. As indicações para terapia dialítica, a grosso modo, podem ser divididas em agudas, potencialmente letais e que demandam tratamento imediato e, aquelas mais insidiosas em que sejam pesados os benefícios da modalidade de terapia dialítica escolhida, sempre objetivando aumentar a sobrevida e propiciar reais melhorias na qualidade de vida do paciente. Dentre os vários e amplos parâmetros clínico-laboratoriais aos quais todo paciente candidato à terapia dialítica deverá ser submetido ressaltam-se as seguintes avaliações: Função Renal Estado Nutricional Função renal - Taxa de Filtração Glomerular: A importância da medida do clearance de creatinina a partir da coleta de urina de 24h, especialmente nas fases mais precoces da DRC, é indiscutível . No entanto é importante ressaltar que em estágios finais da DRC, o cálculo da TFG é mais fidedigno quando estimado através das fórmulas de Cockcroft-Gault, MDRD ou CKD-EPI , fórmulas essas especialmente desenvolvidas para estágios avançados de DRC ( < 60ml/min). Isso se deve ao alto grau de comprometimento da filtração glomerular nessas fases terminais, o que favorece a secreção de creatinina pelos túbulos contorcidos proximais provocando assim, uma interpretação equivocada e superestimada do resultado do clearance da creatinina em urina de 24h. Assim, em fases avançadas da DRC os níveis séricos de creatinina, uréia , entre vários outros parâmetros clínico- laboratoriais somados às fórmulas citadas para cálculo do clearance estimado, melhor retratam o real estado do paciente. Estado nutricional: Diversos estudos têm demonstrado uma relação direta entre mortalidade e concentração
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