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Avaliação de Gestão da Qualidade em Empresa de Polpa de Frutas

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AVALIAÇÃO DE PRINCÍPIOS, 
MODELOS E MÉTODOS DE GESTÃO 
DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA 
BENEFICIADORA DE POLPA DE 
FRUTAS 
 
Brenda de Farias Oliveira Cardoso (UEPA) 
brendadiifarias@hotmail.com 
Fernanda dos Santos Silva (UEPA) 
nandasantos.eng@gmail.com 
Ludmylla da Silva Moreira (UEPA) 
ludmylla_al@hotmail.com 
Mario Henrique de Vasconcelos Bentes (UEPA) 
mhario97vasconcelos@hotmail.com 
 
 
 
A gestão da qualidade é essencial para as 
organizações detentoras de um mercado que contém exigências 
de altos padrões para a aceitação dos seus produtos, em 
especial as do setor alimentício. Assim, é fundamental que a 
qualidade da empresa proporcione a satisfação das 
necessidades dos clientes e há diversos princípios e modelos 
para implantar e consolidar a gestão da qualidade em uma 
instituição. Tendo esse panorama, este artigo tem como objetivo 
avaliar quais os princípios, modelos e métodos de gestão da 
qualidade existentes, em uma empresa produtora de polpas de 
frutas com foco no açaí, localizada no interior do estado do 
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção 
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
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Pará, e quais podem ser implantadas. O estudo de caso 
descritivo foi o método utilizado para desenvolver a pesquisa, 
cuja as etapas basicamente foram: a revisão bibliográfica, a 
elaboração de uma lista de verificação sobre gestão da 
qualidade (checklist), a coleta de dados e a tabulação dos 
resultados e análises. Por fim, constatou-se que a empresa 
possui determinados procedimentos da qualidade bem 
estabelecidos, e também aplica alguns princípios de práticas da 
qualidade. Entretanto, a organização carece implantar outros 
métodos pertinentes, bem como aperfeiçoar os já estabelecidos, 
para obter de fato a gestão da qualidade bem consolidada e 
garantir sua competitividade. 
 
Palavras-chave: gestão da qualidade; avaliação; 
checklist; açaí
 
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1. Introdução 
A qualidade, primordialmente, é uma relação da organização com o mercado que assumiu a 
abordagem de visão transcendental, ou seja, não está apenas no processo produtivo, no 
método de trabalho, no produto em si ou no serviço prestado, vai muito além de tudo isso. 
Essa reviravolta de conceitos, posturas, exigências e expectativas tem a ver com o fato que se 
propaga cada vez mais: o aumento da concorrência (PALADINI et al., 2012). 
Ainda segundo Paladini (2012), é possível ter diversos enfoques relacionados à qualidade, 
porém é preciso que seu conceito seja trazido para o âmbito organizacional, ou seja, necessita 
ser “operacionalizado”. A partir disso, surge a necessidade de gerenciar as atividades 
relacionadas a qualidade, de modo a satisfazer qualquer enfoque, utilizando-se então a Gestão 
da Qualidade, que por sua vez consiste em um conjunto de atividades coordenadas para dirigir 
e controlar uma organização, englobando o planejamento, o controle, a garantia e a melhoria 
da qualidade (PALADINI et al., 2012). 
Nesse contexto, estão inseridas as organizações do setor alimentício, as quais devido à pressão 
do mercado nacional e internacional e a exigência de altos padrões para aceitação dos 
produtos, correm altos risco de sofrer sanções legais e perda de competitividade. Além disso, 
a garantia da qualidade e da segurança na alimentação é direito dos consumidores em todo o 
mundo. Por essa razão, essas organizações têm buscado assegurar a qualidade de seus 
produtos e serviços para obter maior eficiência na aquisição de matérias-primas, aspectos 
técnicos de recepção, armazenamento, preparo, manutenção e distribuição dos seus alimentos 
(MENDONÇA et al., 2004). 
Desse modo, o objetivo do referido trabalho consiste em avaliar, em uma empresa localizada 
no interior do estado do Pará cuja principal atividade é o beneficiamento de polpas de frutas, 
em especial do açaí, quais os princípios, modelos e métodos de gestão da qualidade existentes 
e quais possam ser implantadas na organização. Além de sugerir soluções na tentativa de 
proporcionar benefícios para a empresa e seus stakeholders e ressaltar a importância da 
Gestão da Qualidade para manter a competitividade da empresa e ajudar na tomada de 
 
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decisões gerenciais e estratégicas da organização. 
O presente estudo disponibiliza em sua estrutura na seção 2 o referencial teórico abordando de 
forma detalhada os princípios e modelos da gestão da qualidade. Na seção 3 o método de 
pesquisa utilizado para a realização do trabalho e suas respectivas etapas. Em seguida, na 
seção 4 encontram-se os resultados e discussões, onde estarão disponíveis todas as análises do 
diagnóstico e propostas de melhorias. A seção 5 possui a conclusão que, além de conter 
sugestões para a empresa, ressalta a importância da pesquisa. Por fim, há as referências 
bibliográficas utilizadas como base para o desenvolvimento do artigo. 
 
2. Gestão da qualidade 
Segundo Falconi (2004), uma empresa, ou qualquer outro tipo de organização, deve criar 
condições internas que garantam sua sobrevivência a um longo prazo, oferecer um produto 
e/ou serviço de qualidade, ou seja, um produto e/ou serviço que atende às necessidades do 
cliente de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo. Logo, o modelo de Gestão da 
Qualidade visa à sobrevivência da organização por meio da satisfação das necessidades dos 
clientes. 
A filosofia denominada de Gestão da Qualidade Total, conhecida nos países ocidentais como 
TQM (Total Quality Management), baseia-se no princípio de melhoria contínua de produtos e 
processos, tendo como objetivo a satisfação dos clientes. Características organizacionais 
como educação e treinamento, trabalho em equipes, comprometimento e envolvimento de 
todos com os processos de melhorias, são fundamentais para que a Gestão da Qualidade Total 
seja praticada (TOLEDO et al., 2013). Ainda pode ser definida como o conjunto de práticas 
sistemáticas utilizadas pela organização para obter, de forma eficiente e eficaz, a qualidade 
pretendida dos produtos e/ou serviços (TOLEDO apud MERGULHÃO et al., 2013). 
A Gestão da Qualidade deve ser dever de todos na empresa, com a alta administração 
exercendo forte liderança, estabelecendo metas, educação e treinamento, consultorias a outros 
departamentos e desenvolvimento de programas para obtenção da melhoria de seus processos 
(PALADINI et al. (2012). 
 
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Há muitas ferramentas, métodos e modelos que podem ser utilizados na implantação e 
consolidação da Qualidade Total no processo de gestão da qualidade e produtividade de uma 
instituição. Entre outros, pode-se citar o Programa 5S, Método PDCA, Diagrama de Pareto, 
Fluxograma, Diagrama de Ishikawa (Espinha de peixe), Histograma, Formulário de Dados, 
Gerenciamento por processo, por diretrizes e rotina do trabalho, Seis Sigma e Melhoria 
Contínua (REBELLO, 2005). Os quadros 1, 2 e 3 apresentam os conceitos de algumas 
ferramentas utilizadas nestapesquisa. 
 
 
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Quadro 1 – Princípios da Gestão da Qualidade analisados pela pesquisa 
Melhoria 
Contínua
Moura apud Martins (2006) define melhoria contínua como a busca por
excelência, melhores resultados e níveis de desempenho de processos,
produtos e atividades da empresa. Ela deve ser um objetivo e desenvolvida
em toda a empresa, podendo ser resultado de uma ação gerencial ou de
modo espontâneo pela sugestão de todos os funcionários. Para garantir a
prática da melhoria contínua, Jager et al., apud Martins (2006), definiram
quatro condições necessárias para todos os funcionários: entendimento,
competências, habilidades e comprometimento. Inicialmente, o
entendimento, por parte dos envolvidos, requer o “por que” da melhoria ser
importante e exatamente como se dará a contribuição individual para
execução desta atividade. Em seguida, necessitam possuir competências
para solucionar problemas por meio de suas habilidades, e finalmente, os
indivíduos devem estar comprometidos em melhorar os processos.
 
Total Quality 
Management 
(TQM)
A filosofia denominada de Gestão da Qualidade Total, conhecida nos países
ocidentais como TQM (Total Quality Management), baseia-se no princípio
de melhoria contínua de produtos e processos, tendo como objetivo a
satisfação dos clientes (TOLEDO et al., 2013). O modelo proposto por
Shiba et al., apud Batalha (2008), enfatiza quatro elementos do TQM: o
foco no cliente, melhoria contínua, participação total e entrelaçamento
social. O foco no cliente ressalta a capacidade das empresas reagirem,
rapidamente, às mudanças das necessidades dos clientes. A melhoria
contínua consiste em gerenciar os processos tendo em mente a ideia da
melhoria como um processo sistemático de resolução de problemas. A
participação social caracteriza o TQM como o movimento que deve
envolver todos os funcionários da empresa. E finalmente, o entrelaçamento
social enfatiza a troca de experiências entre as organizações, o
benchmarking.
 
Fonte: Autores (2015) 
 
Quadro 2 – Modelos de Gestão da Qualidade analisados pela 
pesquisa
Prêmio 
Nacional da 
Qualidade 
(PNQ)
O PNQ é uma forma de reconhecimento à excelencia na gestão das
empresas sediadas no Brasil. O modelo avalia a gestão de uma organização
com relação aos sistemas de gestão utilizados, e aos resultados, de forma
que atendam as necessidades de todos os envolvidos (stakeholders ) em
suas atividades. Atualmente o PNQ é um modelo importante para o
incentivo à competitividade, já que reconhece e estimula a utilização de
práticas de excelência na gestão (TOLEDO et al., 2013). Observa-se a visão 
sistêmica do PNQ, pois propõe a interação entre os oito critérios de
excelência: resultados; liderança; estratégias e planos; pessoas; processos;
cliente; informações e conhecimentos; e sociedade. (BATALHA et al.,
2008).
 
 
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Seis sigma
Segundo Slack et al. (2009), é uma metodologia que estabelece uma meta
de qualidade como a satisfação total do consumidor com produtos entregues 
quando prometidos, sem defeitos e sem falhas excessivas em serviços. O
programa possui elementos de diversas áreas da qualidade, como a adoção
estruturada do pensamento estatístico. O uso intensivo de ferramentas
estatísticas e a análise sistêmica da variabilidade são utilizadas
constantemente pelo programa que além de elevar a competitividade, reduz
as taxas de defeitos das organizações que recorrem ao modelo Seis sigma
(PALADINI, 2012). O método Seis Sigma utiliza como ferramenta o
DMAIC - Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar - similar ao
método de TQM amplamente conhecido como PDCA - Planejar, Fazer,
Controlar, Agir - (DIAS, 2010).
International 
Organization 
for 
Standardization 
(ISO)
A ISO tem o objetivo de criar normas que facilitem o comércio promovendo
boas práticas de gestão e o avanço tecnológico, além de disseminar
conhecimentos. Uma das normas mais conhecidas é a ISO 9000, para gestão
da qualidade. Alguns motivos pela aquisição da ISO por parte das
organizações são: padronização dos processos, organização das empresas,
minimização de erros, redução de custos, aumento na qualidade dos
produtos, vantagem competitiva, entre outros (GODOY, 2011).
 
Fonte: Autores (2015) 
 
Quadro 3- Métodos de Gestão analisados pela pesquisa 
Programa 5S 
O programa 5S é uma prática que modifica o comportamento das pessoas
por meio de uma visão responsável tanto do seu cotidiano quanto do meio
em que vivem. É uma proposta que visa criar um aculturamento das pessoas
em seus ambientes de trabalho no que se refere a economia, organização,
limpeza, higiene e disciplina, fatores esses de extrema importância para
elevar a produtividade (OLIVEIRA apud VIEIRA, 2012). A sigla 5S refere-
se às iniciais de cinco palavras japonesas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e
Shitsuke. No Brasil tem sido utilizado o termo "Senso", que é uma
alternativa para relacionar os 5S. O autor Fornari (2012) cita os cinco
sensos: Senso de Utilização (Seiri), Senso de Ordenação (Seiton), Senso de
Limpeza (Seiso), Senso de Saúde e Higiene (Seiketsu) e Senso de
Autodisciplina (Shitsuke).
 
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Gerenciamento 
da rotina do 
trabalho
O gerenciamento da rotina pode ser definido como as ações e constatações
diárias com a finalidade de conduzir as pessoas a assumir as
responsabilidades no cumprimento de suas obrigações. Gerenciar a rotina
do trabalho é a base para a gestão da empresa e deve ser administrada com
cuidado, dedicação, prioridade, autonomia e responsabilidade (FALCONI,
2013). O autor ainda cita que o gerenciamento da rotina do trabalho tem
como objetivos: a padronização dos produtos, processos e operações;
monitoramento dos resultados dos processos e sua comparação com as
metas; ações corretivas a partir de desvios encontrados nos resultados;
busca contínua por perfeição, entre outros. 
 
Gerenciamento 
por processos
Segundo Toledo et al., (2013), é sempre necessário otimizar os processos
para melhorar a qualidade dos produtos e serviços da organização e devem
ser criados e gerenciados para a satisfação dos clientes. O gerenciamento
por processos é uma técnica para contínua avaliação, análise e melhoria do
desempenho dos processos de uma organização. Essa metodologia consiste
em definir e priorizar os processos-chave do negócio e estuda os métodos
para a melhoria dos procedimentos (PALADINI et al., 2012). 
Gerenciamento 
pelas diretrizes 
(GPD)
O GPD, ferramenta de controle da qualidade e obtenção de melhorias, é um
sistema administrativo que determina os objetivos da organização por meio
do planejamento estratégico e permite o seu desdobramento em todos os
níveis hierárquicos, sem desviar da estratégia (TOLEDO et al., 2013). A
GPD, segundo Shiba et al., apud Mergulhão (2004) possui quatro fases:
formulação: a empresa determina as questões vitais que a organização deve
focar; desdobramento: a empresa desdobra as diretrizes, ou seja, as metas
de acordo tanto com a hierarquia horizontal quanto vertical da
organização; monitoramento: a empresa monitora a execução das diretrizes
para iniciar as ações corretivas requeridas; e diagnóstico: a organização
avaliaas fases de formulação, desdobramento, e monitoramento para
identificar as áreas para melhoria contínua.
Quality 
Function 
Deployment 
(QFD)
Segundo Toledo (2013), o Desdobramento da Função Qualidade, mais
conhecido como QFD é um processo que busca atender as necessidades dos
clientes em relação a caractrística de qualidade do produto por meio de
métodos sistemáticos que se inicia com a voz do cliente, passando por
funcões, mecanismos, componentes, matéria-prima e processos para se
obter a qualidade específica. O QFD é basicamente um processo para
converter as necessidades de qualidade dos clientes em características
técnicas e assim determinar a qualidade do projeto para o produto final
(SANTOS, 2011).
 
Fonte: Autores (2015) 
 
3. Método de pesquisa 
 
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A pesquisa teve como objeto de estudo uma empresa produtora de açaí no interior do estado 
do Pará. A base do estudo foi desenvolver uma lista de verificação da qualidade (checklist) 
para analisar e avaliar os princípios, modelos e métodos de gestão da qualidade da 
organização. A partir disso, identificar quais processos da área da qualidade são adotados pela 
empresa e quais processos seriam propícios para a organização incorporar em seu ambiente de 
trabalho. 
O desenvolvimento do trabalho emprega o método de estudo de caso. Classificou-se o estudo 
dessa forma pelo fato do método de investigação se dar primordialmente por meio da 
observação do problema e da entrevista com encarregados da organização, com o objetivo de 
responder ao checklist. As evidências coletadas foram de caráter qualitativo, posteriormente 
sendo convertidas para a forma quantitativa a partir das pontuações pré-estabelecidas, descrita 
nas etapas de realização do estudo. O estudo de caso do presente trabalho ainda se classifica 
como sendo de caráter descritivo. 
Segundo Martins et al. (2013), o estudo de caso descritivo tem a finalidade de descrever o 
desempenho das variáveis envolvidas em uma pesquisa, pois essa descrição detalhada da 
realidade estudada contribui para o entendimento do problema pesquisado, sem a preocupação 
de formar a relação de causa e efeito, embora posteriormente os resultados possam ser 
utilizados para estabelecer essa relação. 
Desse modo, o trabalho foi efetivado nas seguintes etapas: 
a) Revisão bibliográfica: o estudo do referencial teórico que aborda os assuntos 
relacionados à gestão da qualidade foi de extrema importância para poder realizar a 
construção da ferramenta de análise, o checklist; 
b) Elaboração de uma Lista de verificação sobre gestão da qualidade: ao desenvolver o 
checklist, optou-se dividi-lo em 10 tópicos para poder abranger alguns processos e 
métodos da gestão de qualidade, sendo que em cada tópico há um questionário 
contendo uma coluna de pontuação que varia de 1 a 3 com os seguintes conceitos, em 
ordem crescente de pontuação: “ruim” no caso da empresa não apresentar o processo 
ou, se houver, ser considerado ineficiente; “regular” se existir o processo porém não 
possuir um controle adequado e; “bom” quando há o processo e buscam 
 
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melhorá-lo, respectivamente. Além da pontuação para cada pergunta, há também a 
média e o conceito para cada tópico, com base nos seguintes parâmetros: “ruim” 
(média menor que 2); “regular” (média entre 2 e 2,5); e “bom” (média maior que 2,5). 
A quantificação dos dados serviu para nortear as análises e embasar os resultados; 
c) Coleta de dados: realizou-se várias visitas técnicas na empresa para observar o 
andamento do processo de produção e entrevistar funcionários dos setores de 
Planejamento e Controle da Produção, Projeto do Produto e Qualidade; 
d) Tabulação dos Resultados e Análises: após coletar as informações necessárias, os 
próprios autores preencheram o checklist, atribuindo pontuações para as perguntas para 
posteriormente calcular as médias e adquirir os conceitos dos tópicos, e assim avaliar a 
gestão da qualidade, sugerindo propostas de melhorias para a organização. 
 
 
4. Resultados e discussões 
Ao preencher o checklist (presente no apêndice A), com as pontuações do questionário 
calculou-se as médias de cada tópico e adquiriu-se seus conceitos individuais. Todas as 
médias e conceitos de cada tópico estão ilustrados na Tabela 1. 
Tabela 1 – Médias e conceitos dos processos 
PROCESSOS MÉDIAS CONCEITOS 
ISSO 2,83 BOM 
QFD 1 RUIM 
PNQ 1,56 RUIM 
5S 2,6 BOM 
6 SIGMA 1,6 RUIM 
TQM 1,78 RUIM 
MELHORIA CONTÍNUA 2,11 REGULAR 
GERENCIAMENTO POR DIRETRIZES 1,57 RUIM 
GERENCIAMENTO POR PROCESSOS 2,6 BOM 
GERENCIAMENTO DA ROTINA DO TRABALHO 2,4 REGULAR 
Fonte: Autores (2015) 
 
 
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Por meio da visita técnica, observou-se que há uma preocupação da alta administração com a 
gestão de qualidade da empresa. Logo, a utilização da lista de verificação da qualidade, nesse 
caso, é importante para constatar o que precisa ser melhorado e o que pode ser implantado. 
Desse modo, com a obtenção das médias e conceitos, fez-se a análise de cada processo para 
poder analisar a qualidade da organização e propor melhorias para a mesma. 
 
4.1. ISO 
Em relação a ISO, a organização obteve pontuação média de 2,83, conquistando o conceito 
“bom”. Observou-se que a mesma apresenta o certificado ISO 22000 - Sistema de Gestão e da 
Segurança de Alimentos - certificação que norteia organizações produtoras e fornecedoras de 
alimentos. Deste modo, a empresa possui as seguintes particularidades: i) a identificação e 
rastreabilidade do produto, desde seus fornecedores até a chegada do produto final ao 
consumidor; ii) o Manual da Qualidade, onde se especifica como deve ser feito os processos 
ao longo da cadeia produtiva, envolvendo por extensão os Planos da Qualidade; iii) o controle 
da qualidade em seus processos produtivos; iv) um alto padrão de higiene em todo o ambiente 
de trabalho; v) a preocupação com a qualidade dos seus fornecedores. Existe também um 
processo para análise crítica de projetos ou coordenação de projetos, mas não há um controle 
adequado, devido ao projeto ser revisto somente após ocorrer algum problema. 
 
4.2. QFD 
Neste tópico, a empresa obteve pontuação média 1 e, consequentemente, conceito “ruim”. A 
organização não apresenta processo de pesquisa de satisfação do cliente, por meio do QFD, 
para identificar possíveis deficiências em relação às necessidades do consumidor em termos 
de qualidade, prazo, preço e condições de pagamento. A ausência desse procedimento, ou de 
qualquer técnica semelhante, explica o porquê da empresa não possuir um método de 
melhoria na concepção, lançamento e incorporação de novos produtos segundo a opinião dos 
clientes e ocasiona a não identificação do grau de satisfação após o recebimento do produto 
e/ou serviço, tornando-se um obstáculo para possíveis melhorias. 
 
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4.3. PNQ 
Em relação ao Prêmio Nacional da Qualidade, a empresa obteve média 1,56 e conceito 
“ruim”. A organização não apresenta processos que satisfaçam os 8 critérios de avaliaçãoutilizados pelo PNQ. Por exemplo, a organização não possui, tampouco implanta, o 
planejamento estratégico para estabelecer os principais objetivos, logo não possui um plano 
de ação para definir medidas para se alcançar tais objetivos. Além do mais, nem todos os 
funcionários conhecem e entendem a missão, visão, valores e metas da empresa. Apesar de 
haver um responsável por cada setor da produção, os mesmos não têm autonomia suficiente 
para tomada de decisões. 
 
4.4. Programa 5S 
Apesar de não existir de fato o Programa 5S implementado, a empresa obteve pontuação 
média 2,6 e conceito “bom”, pois alguns dos seus princípios são bem aplicados e há a busca 
por melhorá-los gradativamente. No ambiente de trabalho da organização, foi possível notar, 
tanto pelo depoimento dos funcionários quanto pela própria observação a existência de 
poucos materiais desnecessários. Alguns locais e materiais são etiquetados e identificados 
para melhor organização, e os funcionários se preocupam em manter o ambiente limpo, 
mesmo havendo responsáveis pela limpeza do local de trabalho, devido ao treinamento de 
boas práticas para execução de suas atividades e desenvolvimento dos procedimentos 
operacionais padrões (POP’s). 
 
4.5. Seis sigma 
Com relação ao Seis Sigma, a organização obteve média 1,6 e, consequentemente, conceito 
“ruim”. Embora a empresa procure eliminar seus defeitos, não existe uma prática sistemática 
para alcançar tal propósito, procurando saber quais as causas dos problemas. A empresa 
reportou o interesse em aumentar sua participação no mercado, entretanto, este alvo é 
dificultado pelo fato da mesma não utilizar consultorias externas para a comparar seu sistema 
produtivo a outros do mesmo ramo na tentativa de melhorá-lo. A organização 
 
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possui apenas o controle de dados, ou seja, não há o controle estatístico dos seus processos, o 
que vem a ser essencial para a execução do Seis Sigma. 
 
4.6. TQM 
A empresa implanta alguns princípios básicos do TQM, como por exemplo, realiza auditorias 
internas com os funcionários responsáveis por cada setor. Entretanto, o conceito “ruim” 
devido à média ser 1,78 evidenciou que estes ainda são insuficientes. Apesar da empresa ter 
sua missão, visão e valores bem definidos, estes não são divulgados entre todos os 
funcionários para que suas ações estejam alinhadas com tais demarcações. A organização 
carece de um melhor acompanhamento dos seus resultados para utilizá-los como mecanismo 
de feedback e assim poder tomar decisões mais sensatas buscando a melhoria contínua dos 
processos. A empresa relata que a melhoria contínua é constantemente almejada, entretanto, 
não utiliza metodologias e ferramentas consolidadas para tal finalidade, como por exemplo o 
PDCA. Apesar da empresa divulgar sua preocupação socioambiental, com a entrevista 
constatou-se que essas ações não são tão consolidadas. Além disso, verificou-se que há 
motivação aos colaboradores, porém não existe pesquisa que meça o grau de satisfação dos 
mesmos. 
 
4.7. Melhoria contínua 
A organização obteve média 2,11 e conceito “regular” para esse processo. A empresa possui 
bom desempenho quanto à qualificação, reconhecimento e estímulo aos funcionários, que dá 
base para a execução das tarefas com eficiência. No geral, a organização possui arquivo de 
dados para controle, porém, pouco se utiliza desses dados para realizar controle estatístico. 
Não há uma cultura solidificada no que se refere à busca por melhoria contínua. São feitas 
melhorias, somente, caso apareça algum problema, entretanto, não existe um controle para a 
procura desses problemas e suas causas buscando minimizar alguma não conformidade. 
 
4.8. Gerenciamento por diretrizes 
 
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Quanto ao gerenciamento pelas diretrizes a organização obteve pontuação média igual a 1,57 
e, portanto, conceito “ruim”. A empresa não estabelece suas estratégias e metas 
especificamente em um plano de ação de médio e longo prazo. É feito, apenas, um 
planejamento anual, definido com base nos dados da produção do ano anterior, onde é 
estabelecida a meta de quanto se deseja produzir no ano em questão. Entretanto, essa 
definição é baseada apenas em parâmetros qualitativos, carecendo de métodos melhores e 
mais confiáveis para tal definição. Inicialmente, a empresa realizou um questionário 
qualitativo com todos os funcionários para identificar quais as forças, fraquezas, 
oportunidades e ameaças, para a construção da Matriz SWOT como pré-requisito para a 
criação de um mapa estratégico e um plano de ação, porém não se deu continuidade ao 
procedimento. Há uma certa preocupação em melhorar os processos rotineiros, por meio de 
sugestões dos funcionários do chão de fábrica e existe certo nível de comunicação entre os 
diferentes setores da empresa, permitindo a harmonia para obter melhores resultados. 
Entretanto, esses aspectos existem devido às exigências da ISO e à própria cultura da 
empresa, não seguindo necessariamente os preceitos do GPD. 
 
4.9. Gerenciamento por processos 
Em relação à gerência por processos, a empresa obteve média 2,6 e conceito “bom”. Há 
cuidados e preocupações maiores e mais rigorosos com os produtos considerados críticos na 
produção, como por exemplo, a inspeção 100% desses produtos. As etapas dos processos 
produtivos são bem definidas e evidenciadas em um fluxograma. Além disso, existe o 
controle automatizado e documentos e dados, porém não possui um sistema de indicadores de 
qualidade/produtividade na empresa. 
 
4.10. Gerenciamento por rotina do trabalho 
Em relação a esse tópico, a empresa obteve pontuação média 2,4 e conceito “regular”. A 
análise em questão remete principalmente as formas de se lidar com os problemas. Nesse 
ponto, os funcionários não recebem treinamento especifico para solucionar os problemas em 
sua área de atuação. Apesar disso, recebem treinamento especifico para exercer 
 
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sua atividade com eficácia e competência, com o auxílio dos procedimentos operacionais 
padrões (POP’s) pré-estabelecidos pela empresa. Por não apresentar uma melhoria continua 
na empresa, não há a eliminação dos problemas reportados ao longo do processo produtivo, 
apenas ações corretivas. E por fim, deve ser levada em consideração a influência dos 
funcionários na sua própria rotina de trabalho. Assim como eles podem propor ideias de 
implementação para melhorar o seu trabalho, eles também possuem voz ativa para relatar um 
possível problema na rotina, buscando melhorá-lo. 
 
4.11 Propostas de melhorias 
Com base nos conceitos obtidos e nas análises dos processos, envolvendo as práticas 
gerenciais da organização em questão, a principal sugestão para a empresa é realizar a sua 
gestão da qualidade com processos além da ISO 22000, pois a qualidade dos seus produtos 
está centrada apenas nos requisitos dessa certificação. É necessário melhorar e complementar 
a gestão incorporando outros modelos de qualidade, pois ter somente a ISO no mercado 
tornou-se algo comum, surgindo a necessidade das empresas obterem um diferencial. 
A empresa precisa estabelecer um planejamento estratégico para direcionar melhor o seu 
caminho a ser seguido, evidenciando seus objetivose metas à todos os seus funcionários para 
que suas ações no trabalho estejam alinhadas com tais definições. O primeiro passo para isto 
já foi iniciado, a análise SWOT, portanto sugere-se que a organização dê continuidade a este 
processo. Sugere-se também que seja reforçada a relação de interfuncionalidade entre os 
setores da empresa através de palestras e audiências para que os funcionários compreendam 
que é preciso que todos os setores trabalhem alinhados e seguindo um objetivo comum. 
Não há metodologias que consolidem o aspecto da melhoria contínua, como por exemplo o 
PDCA. Entretanto, a empresa pode se adequar ao método se rever alguns de seus 
procedimentos, por exemplo, a análise de causas e falhas dos processos que geram algum 
problema, pois seria possível identificar onde e o que deve ser prioritário para a empresa. 
A definição de uma metodologia sistemática que acompanhe e avalie os resultados atingidos e 
compare-os com o planejado ainda é uma lacuna na organização. Como a empresa já possui 
 
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dados em um banco informatizado, então apenas sugere-se a criação de indicadores da 
qualidade, já que estes mensuram o desempenho e dão embasamento para tomada de decisões. 
É válido ressaltar que esse controle estatístico também contribuiria para a implantação do Seis 
Sigma. Outra questão ligada ao seis sigma e que pode ser incorporada é a realização de 
consultorias externas. Essa prática realizaria uma importante comparação dos seus processos 
com outras organizações do mesmo ramo, e poderia treinar os funcionários para obterem a 
capacidade e autoridade para inovar onde deve ser necessário para melhorar os processos. 
Outra sugestão de melhoria seria a empresa obter o foco no cliente, devido 50% da sua 
produção ser destinada ao mercado nacional e os outros 50% à exportação (Estados Unidos, 
Canadá, Japão, Alemanha, Holanda, Inglaterra e Israel). Com isso, seria possível realizar o 
desdobramento da função qualidade (QFD), pois isso faria com que os seus projetos já 
determinassem a qualidade do produto final, uma vez que transformaria as necessidades dos 
clientes em características técnicas para a produção. Desse modo, a organização teria uma 
gestão da qualidade de cunho proativo, voltado para a prevenção, já que sempre estariam 
procurando melhorar os seus produtos para satisfazer os seus clientes. 
A existência de auditorias com todos os funcionários, para ouvir e possivelmente aderir a 
novas ideias e sugestões, seria estratégia importante no que diz respeito a melhorias em todos 
os setores. Além disso, a medição do grau de satisfação dos colaboradores e a consolidação 
dos projetos sociais e ambientais também seriam formas de aperfeiçoar seus processos 
internos e adquirir maior visibilidade em relação à sociedade. 
Durante as entrevistas observou-se que a empresa não tem interesse em adquirir o Prêmio 
Nacional da Qualidade. Entretanto, caso as propostas de melhorias sejam implantadas e 
evoluídas, tendo em vista um planejamento a longo prazo, seria importante a obtenção do 
PNQ, por esse prêmio possuir 8 critérios de avaliação que geram para a organização um 
reconhecimento à excelência na sua gestão. 
 
5. Conclusão 
Por meio das visitas, entrevistas e do checklist realizado, o objetivo do trabalho foi alcançado, 
 
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visto que foi possível identificar os processos existentes, os que precisam de melhorias e os 
inexistentes na empresa com o intuito de avaliar a gestão da qualidade. 
Com os resultados obtidos, percebeu-se que, embora a organização possua alguns 
procedimentos que otimizem sua produção, ainda há a necessidade de processos que induzam, 
de fato, a Gestão da Qualidade, como por exemplo, o QFD ou o gerenciamento por diretrizes. 
Desse modo, a aplicação do estudo contribui tanto para o acréscimo do conhecimento da 
empresa quanto para os pesquisadores, além de mostrar para os envolvidos no estudo a 
importância de se obter modelos que satisfaçam as necessidades tanto dos clientes quanto da 
organização. 
Pelo fato de apresentarem a certificação da ISO e com isso a utilização de alguns métodos da 
qualidade, a organização tem base para implantar outros processos. Portanto, além de aplicar 
ou melhorar os processos que obtiveram conceitos “ruim” ou “regular”, sugere-se também 
planejar estrategicamente sua gestão, a qual possibilitaria aplicar, por exemplo, o ciclo PDCA 
no intuito de sistematizar adequadamente a melhoria contínua em seus processos. 
Deste modo, com a aplicação do trabalho é possível afirmar que a aplicação dos modelos que 
levam a Gestão da Qualidade, ISO, QFD, PNQ, 5S, Seis Sigma, TMQ, Melhoria Contínua, 
Gerenciamento por Diretrizes, Gerenciamento por Processo e Gerenciamento por Rotina do 
Trabalho, é relevante em qualquer situação cujo objetivo seja identificar e solucionar 
problemas para otimizar os processos produtivos, melhorando assim os índices de qualidade 
da organização. 
 
REFERÊNCIAS 
BATALHA, M. O. et al. Introdução à engenharia de produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
 
DIAS, Diego et al. ENEGEP. XXX, 2010. São Carlos – SP. Utilização do método Seis Sigma para melhoria 
do processo de atendimento de uma empresa de serviços. São Carlos: ENEGEP, 12 à 15 out. 2010. 11p. 
 
ENEGEP. XXXI, 2011. Belo Horizonte – MG. Implementação da ISO 9001:2008 em um laboratório de uma 
instituição pública federal. Belo Horizonte: ENEGEP, 04 à 07 out. 2011. 10p. 
 
FALCONI, V. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia a dia. 9. ed.Rio de Janeiro: Nova Lima, 2013. 
 
 
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MARTINS, F. M. ENEGEP. XXVI, 2011. Fortaleza – CE. O desenvolvimento de programas de melhoria 
contínua em empresas certificadas pela norma ISO 9001:2000. Fortaleza: ENEGEP, 09 à 11 out. 2006. 9p. 
 
MARTINS, R. A.; MELLO, C. H. P.; TURRIONI. J. B. Guia para Elaboração de Monografia e TCC em 
Engenharia de Produção. São Paulo: Atlas, 2013. 
 
MENDONÇA, M. M. F. et al. ENEGEP. XXIV, 2004. Florianópolis – SC. Estudo de gestão da qualidade na 
produção de alimentos. Florianópolis: ENEGEP, 03 à 05 nov. 2004. 7p. 
 
MERGULHÃO, R. C.; SIMPEP. XI, 2004. Bauru – SP. As equipes de melhoria como suporte à estratégia 
organizacional. Bauru: SIMPEP, 08 à 10 nov. 2004. 6p. 
 
PALADINI, E. P. et al. Gestão da Qualidade – Teoria e Casos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
 
REBELLO, M. A. de F. R. Implantação do programa 5S para a conquista de um ambientes 
de qualidade na biblioteca do hospital universitário da Universidade de São Paulo. Relato de 
experiência. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 3, n. 
1, p. 165-182, 2005 
 
SANTOS, Marcelo Lima dos. Seleção de planos de ação de manutenção com o auxílio do QFD. 
2011. 121p. Dissertação (Mestrado Profissional em Engenharia Automobilística) – Faculdade de 
Engenharia Mecânica, UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 
 
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
TOLEDO, J. C. et al. Qualidade – Gestão e Métodos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 
 
VIEIRA, A. M. et al. SIMPEP. XIX, 2012. Bauru – SP. Implantação dos sensos de descarte e organização em 
uma empresa de confecção. Bauru: SIMPEP,05 à 07 nov. 2012. 14p. 
 
 
 
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Apêndice A 
Questionário para Diagnóstico da Qualidade Pontuação Conceito
Não apresenta o princípio ou, se há, é ineficiente. 1 Ruim
Existe o princípio porém não possui um controle adequado. 2 Regular
Há o princípio e buscam melhorá-lo. 3 Bom 
 
 
3
3
3
2
3
3
Média 2,83
Conceito BOM
Há algum processo para determinar seus fornecedores para compras de 
materiais e equipamentos a partir de especificações técnicas claramente 
definidas?
International Organization for Standardization - ISO 
Existe um processo para identificação e rastreabilidade de produtos?
Existe um Manual da Qualidade e Planos da Qualidade para processos 
de fabricação de produtos específicos?
Existe o controle da qualidade nos processos produtivos?
Existe um processo para análise crítica de projetos ou coordenação de 
projetos?
Existe um programa de segurança e higiene no trabalho?
 
1
1
1
1
1
Média 1
Conceito RUIM
Existe um processo para avaliação pós-recebimento junto aos clientes, 
visando identificar seu grau de satisfação em relação ao produto entregue 
e aos serviços de atendimento prestados?
Quality Function Deployment - QFD
Existe um processo voltado à identificação das necessidades dos clientes 
em termos de qualidade, prazo, preço e condições de pagamento?
Existe um questionário para captação de melhorias de produtos segundo 
a opinião dos clientes?
Existe uma metodologia especifica para melhorar produtos com base nas 
opiniões dos clientes e nos estágios de desenvolvimento do produto?
Existe um processo para a concepção, lançamento e incorporação de 
novos produtos segundo a opinião dos clientes?
 
 
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20 
1
2
1
1
2
3
1
1
2
Média 1,56
Conceito RUIM
Todos os funcionários conhecem a missão, visão e valores da empresa?
Os processos obedecem as especificações pré-estabelecidas? Há 
controle desses processos?
A empresa procura fazer pesquisa de satisfação do cliente?
São repassados aos funcionários as metas da empresa?
A empresa possui uma preocupação voltada para a questão ambiental 
e/ou realiza algum projeto social?
Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ
Baseando-se no histórico dos resultados da empresa, utiliza-se estes 
como comparativo para auxiliar na determinação de novos objetivos?
É perceptível a liderança por parte dos responsáveis de cada setor em 
relação à sua dedicação para com a empresa?
É feito um planejamento estratégico para estabelecer os objetivos 
primordiais da organização? 
É criado um plano de ação para orientar o caminho para atingir os 
objetivos do planejamento estratégico, com metas e medidas 
estabelecidas?
 
2
2
3
3
3
Média 2,6
Conceito BOM
No ambiente de trabalho, há materiais desnecessários que ocupam 
espaço? Por exemplo: Papeis, equipamentos quebrados, etc.
Há uma identificação dos locais onde os materiais são guardados?
A limpeza da organização é feita somente pelos funcionários destinados a 
essa função ou todos possuem a preocupação de manter o ambiente 
limpo?
Em relação ao espaço físico dos diferentes setores da empresa, existem 
exigências de padrões de arrumação e organização do local de trabalho?
Os funcionários recebem treinamentos ou algum conselho pré-
estabelecidos para que se portem de acordo com o padrão da empresa?
Programa 5S
 
 
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21 
2
2
1
2
1
Média 1,6
Conceito RUIM
A empresa procura melhorar sistematicamente os seus processos para 
eliminar defeitos procurando saber as causas dos problemas?
A empresa tem a finalidade de aumentar sua participação no mercado e 
assim aumentar sua margem de lucro?
A empresa utiliza consultorias externas para comparar o seu sistema 
produtivo com outros do mesmo ramo?
A gerencia delega poderes para responsáveis dos processos produtivos 
para tomar decisões?
Há um controle estatístico nos seus processos ao invés de apenas o 
controle dos dados?
Seis Sigma
 
3
1
1
3
2
1
1
3
1
Média 1,78
Conceito RUIM
Há medições do nível de satisfação no trabalho?
Há projeto de produto?
Os processos são desenvolvidos de acordo com as fases do ciclo 
PDCA?
Há a definição da missão, visão e valores da empresa e a 
responsabilidade da alta administração para operar e manter a gestão da 
qualidade?
A organização monitora de forma sistemática os resultados que atinge e 
utiliza-os no processo de melhoria contínua?
Há o envolvimento dos clientes na avaliação e melhoria do desempenho 
da empresa? 
Existem iniciativas para desenvolver e envolver os colaboradores, como a 
realização de auditorias internas da qualidade?
A organização trabalha em projetos mutuamente benéficos sobre 
questões sociais e ambientais?
Os processos são melhorados de forma contínua em termos de eficácia, 
com base na medição do desempenho interno e benchmarking?
Total Quality Management – TQM
 
 
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22 
2
3
1
1
2
2
3
2
3
Média 2,11
Conceito REGULAR
O trabalho dos funcionários é reconhecido e estimulado pela empresa?
Existe um processo voltado à assistência de análise das causas das falhas 
e retroalimentação das informações para o setor de produção e 
suprimentos?
Existem auditorias com funcionários de todos os setores visando melhorar 
aspectos da produção?
São feitas comparações entre o que foi planejado e o que foi executado?
Os projetos são revistos e reestruturados se forem verificadas não-
conformidades?
Existem processos para controle de produtos não-conformes, ações 
corretivas e preventivas?
Existe planos para a redução dos índices de acidentes acontecidos na 
empresa?
Melhoria Contínua
Existe um arquivo dos registros do controle da qualidade?
Existe um processo para a avaliação da qualificação de funcionários?
 
 
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23 
1
1
1
2
2
2
2
Média 1,57
Conceito RUIM
Existe Plano de Ação com metas, medidas, alvos e iniciativas bem 
definidos?
Existe uma elaboração do quadro resumo de metas que seja visível à 
todos os fucionários?
A empresa possui a análise do seu ambiente interno e externo (Matriz 
SWOT)?
A gerência acompanha todos os níveis de produção para verificar se as 
metas estão atingidas? 
A empresa se preocupa em cuidar e melhorar dos aspectos mais básicos 
e rotineiros das etapas de cada processo, ou seja, tem o gerenciamento 
funcional?
O trabalho na empresa é feito com base na cooperação e 
interfuncionalidade entre os setores para atingir as metas?
Gerenciamento por Diretrizes
É feito um planejamento estratégico para a organização, contendo 
objetivos almejados a longo prazo?
 
3
3
1
3
3
Média 2,6
Conceito BOM
Gerenciamento por Processos
Existem cuidados e preocupações maiores com os produtos consideradoscríticos na empresa?
Existem processos definidos para armazenamento e transportes dos 
diferentes insumos e materiais utilizados durante a fabricação dos 
produtos?
Existe um sistema de indicadores da qualidade e produtividade da 
empresa e de seus processos?
Existe um processo para a elaboração e controle de documentos e 
dados?
A empresa sempre está disposta a ouvir os funcionários em relação a 
ideias e sugestões de melhorias para o desenvolvimento do seu trabalho?
 
 
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24 
2
1
3
3
3
Média 2,4
Conceito REGULAR
Gerenciamento da rotina do trabalho
Após a reportagem dos problemas, é feito algo para buscar eliminá-los de 
vez?
Os funcionários recebem treinamentos especificadamente voltado para a 
solução de problemas?
Todos os funcionários possuem as informações necessárias para 
desempenhar sua função?
Os colaboradores possuem voz ativa para propor melhorias em sua 
própria rotina?
Há um Procedimento Operacional Padrão (POP) de cada atividade?

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