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GABRIELA D. BRASIL | MEDICINA – UESB 1 TORACOCENTESE E DRENAGEM DE TÓRAX TORACOCENTESE GERAL • Método para obter líquido pleural (que normalmente é de 5-10mL) → punção • Objetivos: - Diagnostico: para diferenciar transudato de exsudato (quando não sabe a origem) - Terapêutico: drenar/remover quantidade de líquido. Pode ser feito logo após a função diagnostica • Guiada por: - Exame físico: – se guiado pelo EF, pedir Rx tórax decúbito lateral do lado do derrame – guiar só pelo EF se > 1cm - TC - RX tórax: localiza derrame e determina se existe loculação - USG: localiza nível do derrame • Causas derrame pleural - Alteração na absorção: tumor? - Alteração na capilaridade vascular: sepse? - Ascite - Pneumonia, tuberculose COMO DIAGNÓSTICO • Exame de sangue – pedir: - LDH - > nível sérico - Proteína → comparar a pleural com a sérica. Se tiver algum dos critérios de light, o liquido pleural é um exsudato. Se os 3 ao contrario = transudato CONTRAINDICAÇÕES: • Lesão de pele por quimioterapia, herpes zoster, piodermite • Paciente com ventilação mecânica por risco de pneumotórax • Alteração coagulação: ↑ risco sangramento • Trombocitopenia ONDE SE REALIZA O PROCEDIMENTO? • Pode ser realizado até na enfermaria PREPARO DO PACIENTE • paciente sentado com braços e cabeça debruçados sobre uma mesa ou decúbito lateral → paciente apoia os braços e abduz um pouco os membros superiores para escapulas abrirem • Identificar a localização do derrame pleural - exame físico: ausculta e percussão (onde tem macicez e onde tem timpanismo?) - OU guiado por USG Local de punção • 1-2° espaços intercostais abaixo do nível do derrame • NUNCA abaixo do 8 espaço intercostal posterior, pois há RISCO de entrar no abdome • Fazer logo abaixo da ponta final da escapula (linha “hemiclavicular” posterior), 5-10cm lateral aos processos espinhosos das vértebras (da coluna vertebral) GABRIELA D. BRASIL | MEDICINA – UESB 2 • sempre na borda superior da costela ou inferior da costela – na inferior tem a passagem de vasos e nervos REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO/TÉCNICA 1. Degermação + paramentação 2. Montagem da mesa + testagem dos materiais 3. Antissepsia + assepsia + campo cirúrgico 4. Anestesia local – PRINCIPALMENTE PLEURA PARIETAL - lidocaína 1-2% - Puncionar na borda superior da costela * feixe vascular passa na borda inferior do arco costal - Aspira aos poucos até localizar derrame – quando retornar liquido, retorna a seringa um pouco, para chegar na pleura parietal e anestesiar ela 5. Depois coloca jelco – remove agulha 6. Se para diagnostico, punciona 50-60ml 7. Cuidado com retirada de > 1500ml, pois risco de edema de reexpansao – fazer aos poucos ou tira 1500, espera 40min e assim segue 8. Se terminou, tira jelco, coloca curativo OBS: se saiu exsudato, fazer drenagem torácica no centro cirúrgico e se transudato, o manejo é toracocentese mesmo Após puncionar por toracocentese, se: EXUDATO: DRENAR NO CENTRO CIRÚRIGCO TRANSDUTADO: TORACOCENTESE COMPLICAÇÕES • pneumotórax: Primeira complicação a se pensar • dor local • Infecção]ao • Tosse + dispneia → sinal de alarme de edema de reexpansão (quando tira muito – retirar até 1500) DRENAGEM DE TÓRAX GERAL • Objetivo da drenagem é reestabelecer homeostase pleural INDICAÇÕES • pneumotórax hipertensivo ou bilateral • qualquer pneumotórax sob ventilação mecânica com pressão positiva (que pode piora o pneumotórax) • hemotorax • Trauma – SEMPRE CONTRAINDICAÇÕES • distúrbios coagulação – qualquer condição que tenha risco de sangramento • transudato (toracocentese) MATERIAL • Dreno multifenestrado, siliconizado, firme mas não rígido - tem linha radiopaca - conexão e extensão de látex ou plástico transparente - recipiente com selo d’água – deixar submerso em média 2cm – recipiente não fica totalmente fechado, para não haver aumento de pressão exacerbada nele, tem um respiro • Se, com a saída de exsudato, ficar > 4cm submerso, trocar Cuidados com dreno • Trocar pelo menos 1x/dia ou a cada 12h • Pode ficar até 10 dias • Clampeiar por causa do risco de pneumotorax hipertensivo • Luva, campo cirúrgico estéril, anestésico local (lidocaína), fios de suturas, avental, seringas, clorexidina, tubo torácico, soro 500mL TÉCNICA Posição do paciente - decúbito dorsal e elevar o membro superior do lado procedimento → braço atrás da cabeça → expor área Procedimento 1. Paramentação e degermação 2. Determinar local da incisão - dreno no sentido postero superior - 4-5° espaço intercostal, anterior a linha axilar media 4. antissepsia local, colocar campo cirúrgico 5. Marcar dreno com pinça kelly na porção distal 9orientar quando colocar o dreno) e proximal (local que determina o tamanho do dreno dentro do paciente) 6. anestesia com lidocaína por planos (pele, periósteo, tecido subcutâneo. músculos e pleura parietal) GABRIELA D. BRASIL | MEDICINA – UESB 3 7. incisão de 4-5cm – dissecar até chegar na pleura - punciona – quando puxar algo, colocar dedo para ver se local certo 8. agora introduz dreno/tubo – medir o tamanho do dreno antes, marcar e somar 3cm 9. conecta o selo d’agua - sempre no nível abaixo do paciente 10. depois fixa - técnica meso e contra meso ou pequenos pontos - não fixar no quadril devido a movimentação OBS: ultimo furo do dreno sempre acima da linha radiopaca 11. Radiografia de controle - Certeza do local correto CRITÉRIOS RETIRADA DRENO • Rx mostra melhora e paciente bem → pulmão com boa expansibilidade e paciente com boa clínica • não estar borbulhando após paciente tossir • drenagem baixa em 24h – 50-100ml (algumas fontes falaram 200mL) • liquido tem que estar seroso (não pode ter pus) OBS: se em 10 dias de drenagem ele não se enquadra em nenhum desses pontos ainda, optar por método cirúrgico COMO RETIRAR • tirar de uma vez e fazer curativo oclusivo grande por 48-72h e fazer Rx de torax de controle COMPLICAÇÕES • Infecção • Perfuração de orgao: pulmão, vasos mediastino, órgãos intra-abdominais • Sangramento ou neuralgia: borda inferior da costela tem feixes neurovasculares • enfisema subcutâneo • edema pulmonar de reexpansão: quando drena mais de 1500mL