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TCC em Direito Penal

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FACULDADE ESTÁCIO – CASTANHAL 
 
Curso de Bacharelado em Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA MULHERES: Um estudo 
sobre a Atuação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher no 
Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASTANHAL/ PA 
2022.2 
 
 
ALVINO JOSÉ TAVARES DE CARVALHO 
 
 
 
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA MULHERES: Um estudo 
sobre a Atuação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher no 
Brasil 
 
 
 
 
 
Artigo Científico Jurídico de apresentação à 
Faculdade Estácio Castanhal – Castanhal, Curso de 
Bacharelado em Direito, como requisito parcial para 
conclusão da disciplina Trabalho de conclusão de 
Curso. 
 
Orientador (a): Prof (a) Cristiane Dupret Filipe 
Pessoa 
 
 
 
 
 
CASTANHAL/PA 
CAMPUS BR - 316 
2022.2 
3 
 
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA MULHERES: Um estudo 
sobre a Atuação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher no 
Brasil 
 
Alvino José Tavares de Carvalho1 
 
Cristiane Dupret Filipe Pessoa2 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo geral, analisar a violência psicológica contra mulheres, 
que hoje é tipificada como um crime, abordando a relevância da Atuação das Delegacias 
Especializadas de Atendimento à Mulher no Brasil, de modo a investigar os efeitos causados 
pela tipificação do crime de violência psicológica contra este público, abordando a violência 
de gênero, bem como as investigações e atendimento pelas delegacias especializadas de 
atendimento às vítimas. Assim, a problemática parte dos questionamentos: a violência 
psicológica pode ser considerada crime? E existe suporte especializado no país para vitimas 
destes atos? Este estudo busca entender a dimensão da violência psicológica e o que a 
criminalização deste busca assegurar ao direito à liberdade individual (pessoa) da vítima, 
fazendo assim uma análise no contexto das investigações das delegacias especializadas de 
atendimento a mulher no Brasil ao combate a este crime, mostrando dessa forma, dados sobre 
esses atendimentos nas delegacias especializadas a mulher. 
Palavras-chave: Direito da Mulher. Violência contra as mulheres. Violência Psicológica. 
Violência de gênero. 
 
SUMÁRIO 
1 Introdução. 2 Desenvolvimento; 2 Desenvolvimento, 2.1 Violência com Mulheres; 2.2 
Violência Psicológica; 2.3 A Violência Psicológica contra a Mulher: uma abordagem da Lei 
14.188/2021; 2.4 Da Aplicabilidade do Artigo 147-B do Código Penal; 2.5 Da Violência 
Psicológica E Dos Atendimentos Nas Delegacias Especializadas; 2.6 Do apoio psicológico de 
mulheres vítimas de violência psicológica nas Deams. Conclusão. Referências. 
 
1 Graduando do 10º semestre do curso de Bacharelado em Direito da Faculdade Estácio de Castanhal- PA; E-
mail: alvinojose40@gmail.com 
2Professora orientadora, Mestre em Direito Penal pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós 
Graduada em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra. Especialista em Neurociências pelo 
IPUB (Instituto de Psiquiatria) da UFRJ. Especialista em Marketing Digital. Diretora do Instituto de Direito 
Penal Brasileiro. Autora de diversas Obras Jurídicas. UFRJ, da Pós-graduação da Universidade do Estado do Rio 
de Janeiro (UERJ), da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro e da Graduação e Pós Graduação da 
Universidade Estácio de Sá. Membro da Comissão de Infância e Juventude e Vice-Presidente da Comissão de 
Proteção e Defesa Animal, ambas da OAB-RJ. Professora do NEAD da Universidade Estácio de Sá. 
mailto:alvinojose40@gmail.com
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
É sabido que as mulheres sempre ocuparam uma condição de submissão na 
sociedade, no qual era comum que as mulheres ficassem em casa, encarregadas de 
trabalhos menos perigosos que os homens e dedicadas à criação dos filhos, trata-se de uma 
construção cultural defendida pelo machismo. Desta forma, um entendimento da 
dominação de gênero é relevante para a compreensão dos direitos sociais da mulher e dos 
desafios enfrentados para assegurá-los, assim como a mudança do papel exercido pela 
mulher na contemporaneidade. 
Neste tocante, tem-se que o Brasil é marcado por discussões que focam assegurar mais 
proteção e direitos para o público feminino, haja vista que se perpetua um sério problema no 
que diz respeito a violência contra a mulher, e isso deve, em muitos casos, devido a cultura do 
machismo e a inoperância de leis que possuem a finalidade de protegê-las na sociedade.3 
Assim, a problemática parte dos questionamentos: a violência psicológica pode ser 
considerada crime? E existe suporte especializado no país para vitimas destes atos? 
Diante do contexto, observa-se essa problemática como uma questão de saúde pública, 
por isso a necessidade da criação de leis penais que assegurem o bem-estar da mulher no 
cenário Brasileiro. 
Assim, a temática acerca da violência, quando confrontada com os direitos humanos 
esbarra num constante e fervoroso debate sobre saúde mental, que por fazer parte do objetivo 
geral desse estudo, não poderia deixar de ser mencionado. Visto que o assunto destaca-se ao 
meio social, a partir de duas esferas de construção de significados: a violência do Estado ou 
política e a violência privada ou no âmbito da família. 
Sob essa perspectiva, o presente estudo tem como proposta – mediante ideias de 
autores renomados – apresentar os efeitos do novo tipo penal de violência psicológica contra a 
mulher, de modo a abordar os avanços legislativos e a identificação do crime psicológico. 
Além disso, será abordado o processo de acolhimento às mulheres, vítimas de violência 
psicológica, nas Deams e como é feito o apoio e o encaminhamento para rede de assistência 
psicológica a mulher; no qual se questiona se a violência psicológica pode ser considerada 
crime e se existe suporte especializado no país para vitimas destes atos. 
Sendo que este trabalho procura mostrar as dificuldades dos postos de apoio, no que 
diz respeito à falta de infraestrutura no acompanhamento psicológico. Além do mais, a 
 
3 FERREIRA, F. D. F. O patriarcado e sua influência nos papeis sexuais: uma abordagem acerca da mulher bela, 
recatada e do lar. 
5 
 
pesquisa traz reflexões sobre a rotina de atendimento, como os registros dessa agressão nas 
Deams no âmbito nacional, isso de acordo com a tipificação do novo tipo penal: o crime de 
violência psicológica contra a mulher através da lei n° 14.188/2021. 
 Diante da necessidade se entender esse novo tipo penal, o trabalho está divido da 
seguinte forma: na segunda seção se trata das principais evoluções jurídicas do novo crime, de 
sua classificação penal, das especificidades que o caracterizam como violência psicológica e 
ainda da aplicação do novo crime; na terceira seção se aborda os registros dos casos de crime 
psicológico, o acolhimento e o suporte nas Deams e na quarta seção se apresenta as 
considerações finais, trazendo reflexões sobre os desafios em sua execução e ainda a 
relevância dessa criminalização no cenário brasileiro no combate à violência contra a mulher. 
O método de pesquisa utilizado foi o biográfico, descritivo e indutivo, o qual procura 
desenvolver um estudo analítico sobre a violência psicológica contra mulheres: um estudo 
sobre a atuação das Deams e considerando a escassa doutrina sobre o tema específico (matéria 
recente de estudo), o presente trabalho utiliza a corrente analítica, de método dedutivo, 
racional-retórico. 
Ainda sobre a metodologia, cita-se que coleta de dados ocorreu em plataformas de 
acesso de conteúdos científicos, no qual se buscou artigos e periódicos, que abordassem o 
tema e fornecessem uma reflexão sobre a Lei n° 14.188/2021 de crime de violência 
psicológica contra a mulher. 
O objetivo geral do estudo foi analisar a violência psicológica contra mulheres, que 
hoje é tipificada como um crime; assim abordou-se também a atuação das Deams no Brasil, 
os efeitos causadospela tipificação do crime de violência psicológica contra a mulher, e a 
forma como ocorre o atendimento por esses institutos. 
2 DESENVOLVIMENTO 
O presente tópico aborda e contextualiza violência com mulheres, em especifico a do 
tipo Psicológica, abordando suas Características e sua tipificação criminosa. Abordou-se 
também a aplicabilidade o Artigo 147-B do Código Penal e a atuação dos atendimentos nas 
Deams, e por fim o apoio psicológico que tais institutos ofertam às vitimas agredidas. 
2.1 VIOLÊNCIA COM MULHERES 
Devido às transformações sociais, as mulheres vêm conquistando espaços e mudando 
o rumo de suas histórias. O âmbito familiar deixa de ser o único e principal cenário da mulher 
6 
 
que hoje, trabalhar em hospitais, empresas, fábricas e até mesmo na política. Mesmo com 
todos os avanços percebidos na sociedade, a prática da violência contra a mulher é notável4. 
 Ressalta-se que: 
 
 violência é um fenômeno extremamente complexo, com raízes profundas nas 
relações de poder baseadas no gênero, na sexualidade, na auto-identidade e nas 
instituições sociais e que em muitas sociedades, o direito (masculino) a dominar a 
mulher é considerado a essência da masculinidade5 
 
 Essa violência pode ser física, sexual, patrimonial, intrafamiliar, doméstica, violência 
conjugal, institucional, psicológica e moral e qualquer que seja ela, tem grande impacto na 
vida da mulher, comprometendo sua saúde em diversos aspectos. Partindo do fato de que a 
violência afeta significativamente o processo saúde-doença das mulheres, pode-se considerar 
o setor saúde como locus privilegiado parar identificar, assistir e referir as mulheres 
vitimadas6. 
 Em tal contexto, a cultura do país, pode ser um fator agravante, tendo em vista que 
esta propicia certa dominação de gênero, aglomerado de circunstâncias nocivas à integridade 
da mulher, sendo necessário o desenvolvimento de pesquisas para trazer à baila a relevância 
do problema7. 
Sobre a violência do estado, tem-se como marco o ambiente pós-segunda Guerra 
Mundial, reforçado na construção dos Direitos Humanos; já a segunda tem a vez com 
movimentos sociais, como por exemplo, o feminista. Assim, é importante salientar que a 
partir da segunda metade do século XX, o termo “violência urbana” identificam as cidades 
como um território, e o modo de vida que aí se desenvolve como predisposto a um estado de 
insegurança e de maior exposição a riscos e imprevisibilidades8. 
A violência gera na saúde mental alguns impactos negativos, tais como: sofrimento 
psíquico, depressão, baixa autoestima, alterações de comportamentos, dependência química, 
dentre outros. Um fato é que, todo e qualquer tipo de violência está sempre associado ao 
sofrimento, bem como às barreiras de acesso ao tratamento, a contextos institucionais de 
 
4 Bandeira LM. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. 
5 Leite FMC, Amorim MHC, Wehrmeister FC, Gigante DP. Violência contra a mulher em Vitória, Espírito 
Santo, Brasil. Rev Saúde Pública 2017 
6 Silva ACLG, Coelho EBS, Moretti-Pires RO. O que se sabe sobre o homem autor de violência contra a parceira 
íntima: uma revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica 2014; 35(4): 278-83. 
7 Idem. 
8 Leite FMC, Bravim LR, Lima EFA, Primo CC. Violência contra a mulher: caracterizando a vítima, a agressão 
e o autor. Rev Pesq Cuid Fundam 2015 
7 
 
mortificação dos sujeitos e principalmente às diversas formas invisíveis ou não, de 
dominação9. 
A violência de gênero, no caso contra a mulher, pode gerar sérios problemas e 
transtornos à saúde física e mental da vítima, no qual a relação de submissão do sexo 
feminino em relação ao masculino está culturalmente impregnada nas relações de gêneros10. 
E como consequência à violência que as mulheres sofrem, os dados são refletidos em 
sua vida social, uma vez que as vítimas sentem-se reprimidas e psicologicamente abaladas; 
logo a problemática tratada nesse estudo envolve a Saúde Pública, no qual a atuação do 
governo, no intuito de instruir e proteger essas mulheres se faz relevantes diante a grande 
magnitude e males que a violência de gênero pode causar11. 
 
2.2 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
 
Analisar as particularidades e o que torna o abuso mental uma ramificação dos demais 
tipos é importante, a priori, as mulheres assim como antigamente são vistas como sensíveis e 
manipuláveis, sendo tratadas de modo inferiorizado e almejando equidade, contudo, é cada 
vez mais perceptível o caráter evolutivo do assunto em nosso arcabouço constitucional, 
inclusive ao especificar e estabelecer os danos psicológicos como uma transgressão. 12 
Seguindo esse prisma, conforme as pesquisas realizadas em sites jornalísticos, o 
resultado de mulheres vítimas de agressões no Brasil é alarmante, no 16º Anuário Brasileiro 
da Segurança Pública13 de 2022 foi mostrado que o número de mulheres que sofreram algum 
tipo de dano tanto físico como psicológico evoluiu bastante nos últimos anos. Ressalta-se, por 
exemplo, que tal crime aumentou bastante durante o período da pandemia. À vista disso, a 
execução do artigo 147-B do Código Penal é imperativa no cenário brasileiro, uma vez que 
garante o amparo à mulher, e consequentemente, a diminuição desse crime. Em relação a 
aplicabilidade do Art.147-B: 
Código Penal – Decreto-Lei N° 2.848, de 7 de dezembro de 194014. Violência 
psicológica contra a mulher (Incluído pela Lei n° 14.188, de 2021). Art. 147-B 
Causar dano emocional á mulher que prejudique e perturbe seu pleno 
 
9 Vieira LB, Cortes LF, Padoin SMM, Souza IEO, Paula CC, Terra MG. Abuso de álcool e drogas e violência 
contra as mulheres: denúncias de vividos. Rev Bras Enferm 2014 
10 Idem 
11 Idem 
12 MEIRELLES, Adriano Olinto et al; Por que as mulheres ainda sofrem violência doméstica após 14 anos de 
aprovação da Lei Maria da Penha? (Lei n° 11. 340, de 7 de agosto de 2006). 2021. 
13 CRESCE a violência contra a mulher no Brasil. Republicanos 10, 05 de Jul. de 2022. Acesso em: 30 de agost. 
de 2022. 
14 CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Violência psicológica contra a mulher (Artigo 147-B, CP). Meu Site 
Jurídico, 05 de abr. de 2022. Acesso em: 30 de agost. de 2022. 
8 
 
desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer 
outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui 
crime mais grave (Incluído pela Lei n° 14.188, de 2021)15. 
 
Observa-se que a aplicação do referido CP consiste - a partir dos termos descritos 
acima - que aquele que praticar tais atos será penalizado perante a lei, conforme previsto: 
“Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime 
mais acentuado”16. Ou seja, demonstra que será penalizado o indivíduo que exercer tais 
violências: a física, a moral, a patrimonial, a sexual e a psicológica17. 
No entanto, mesmo validando sua pertinência, a aplicação do Artigo 147-B abre 
algumas discussões no que diz respeito a identificação do crime, posto que desssemelhante a 
violência física, em que a mesma acarreta em marcas expostas, no abalo mental, as marcas 
são internas, o que dificulta por sua vez o cumprimento da mesma. Em detrimento disso, 
especialistas indicam que: 
Um laudo técnico assinado por um médico ou especialista será essencial para a 
comprovação do crime. Testemunhas (como familiares, vizinhos, empregados 
domésticos e colegas de trabalho), gravações de áudio, filmagens, prints de 
mensagens (foto da tela do celular), também são válidos para embasar a denúncia18 
 
As medidas adotadas para estreitar as dificuldades probatórias precisam ser nítidas e 
suficientes, para que não haja dúvidas se foi ou nãopraticado o crime de dano psicológico. É 
necessário “considerar print de mensagens que comprovam essa humilhação constante, 
comentários nas redes sociais, é importante reunir tudo isso mostrando a data de cada prova 
para dar elementos mínimos para o promotor de Justiça oferecer a denúncia” 19. Contudo, 
mesmo com tais critérios estabelecidos para comprovar o novo tipo penal, ainda há uma 
precisão de habilitar o poder público para avaliar o abuso psíquico contra a vítima, de modo a 
penalizar o agressor20. 
Para tanto, especialistas alertam que é essencial considerar também uma avaliação do 
até então possível agressor, de modo a observar os estágios dos abusos psicológicos, que são 
pelo menos três fases: o aumento da tensão, atos de violência, arrependimento e 
 
15 Lei n° 14.188 
16 idem 
17 Op. Cit. 13 
18 CARAPEÇOS, Nathália. Como provar que você é vítima de violência psicológica? Entenda a nova lei. Donna, 14 
de setembr. de 2021. 
19 MACHADO, Madgéli Frantz. Como provar que você é vítima de violência psicológica? Entenda a nova lei. Donna, 
14 de setembr. de 2021. 
20 Idem. 
9 
 
comportamento carinhoso. A avaliação de tais estágios permite analisar o perfil do agressor, 
de modo que sejam ponderados indícios de agressão psicológica.21 
 
2.3 A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER: Uma abordagem da Lei 
14.188/2021 
 
É indispensável para a reformulação e elaboração de doutrinas um exame acerca do 
progresso e regresso em relação as leis presentes na carta magna. Diante disso, o presente 
capítulo aborda os avanços legislativos e a tipificação penal do crime de violência psicológica 
contra a mulher. Uma vez que, torna-se essencial, avaliar o desempenho e as lacunas para que 
a abrangência e o rigor das leis sejam efetivados. 
A partir das primeiras organizações em colônias, episódio que denota o primeiro 
momento em que o homem começou a se organizar culturalmente, politicamente e 
economicamente, mostrava-se imprescindível a elaboração de fundamentos e leis que 
garantissem a harmonia coletiva. Por esse viés, entender a importância dos avanços na 
legislação penal é extremamente relevante para romper com tais transgressões, pois ela 
consolida as leis e artigos referentes aos crimes cometidos pelo ser humano. 
Importante citar inicialmente que “a finalidade do Direito Penal é a proteção dos bens 
jurídicos mais importantes e necessários para a própria sobrevivência da sociedade”22. Neste 
sentido, o Código Penal contribui para o ordenamento da sociedade, ou seja, busca estabelecer 
o equilíbrio entre os seres humanos através de um sistema de punições. Importante destacar: 
A finalidade do Direito Penal é proteger os bens mais importantes e necessários para 
a própria sobrevivência da sociedade, ou, nas precisas palavras de Luiz Regis Prado, 
“o pensamento jurídico moderno reconhece que o escopo imediato e primordial do 
Direito Penal radica na proteção de bens jurídicos – essenciais ao indivíduo e á 
comunidade.”⁴ Nilo Batista também aduz que “ a missão do direito penal é a 
proteção de bens jurídicos, através da cominação, aplicação e execução da pena.⁵ A 
pena, portanto é simplesmente o instrumento de coerção de que se vale o direito 
penal para a proteção dos bens, valores e interesses mais significativos da sociedade 
(grifos nossos)23 
 
No que se refere a proteção aos direitos das mulheres na legislação, eles têm 
progredido bastante no decorrer dos últimos anos, um exemplo disso, é a tipificação penal do 
crime de violência psicológica contra a mulher, nova lei de proteção à mulher que torna de 
forma mais assídua a punição contra o agressor, sendo que a mesma fortalece a Lei n° 
 
21 WALKER, Lenore. Ciclo da violência: saiba identificar as três principais fases do ciclo e entenda como ele 
funciona. Instituto Maria da Penha. 
22 GRECCO, R. Curso de Direito Penal – Parte Geral, 2022 
 
10 
 
14.310/2022, que determina o registro imediato de medidas protetivas de urgência deferidas a 
mulheres em situação de violência doméstica, ampliando cada vez mais seus direitos. 
A partir disso, ressalta-se que mediante a Lei n° 14.188/2021, determinou-se a 
violência psicológica como um crime, ademais, formulou ações baseadas na lei, a exemplo o 
programa sinal vermelho, na qual o executivo, o judiciário, o ministério público, as 
defensorias e os órgãos de segurança pública possuem a função de criar parcerias com 
empreendimentos privados e comerciais para o desenvolvimento do programa, fortalecendo e 
incentivando a luta em oposição a violência do gênero feminino no Brasil. Sendo assim, 
conforme o artigo 147-B do regulamento: 
Causar dano emocional à mulher que prejudique e perturbe seu pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer 
outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação: (incluído 
pela Lei nº 14. 188, de 2021) Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa, se a conduta não constituir crime mais grave. 24 
 
Analisando o dispositivo, compreende-se que alguns casos, como a restrição de ir e 
vir, inviabilizam o poder da vítima de demonstrar estar em uma situação de abuso, o que 
constitui uma das principais barreiras para que as penalidades sejam executadas, objetivando 
repreender e fornecer ao público feminino mais proteção25. 
Nesse aspecto, convém mencionar que por muito tempo essa prática abusiva foi 
tratada como se não existisse, no qual nota-se que a transgressão psicológica contra a mulher 
é reflexo de uma lenta mudança da mentalidade machista, dado que o aumento dessa agressão 
é reflexo de uma sociedade patriarcal, na qual a figura da mulher é desfigurada não somente 
pelas lesões físicas como também pelas lesões psicológicas26. 
Nesse viés, ressalta-se que ocorria um intenso medo ou apatia com o quadro de abuso 
psicológico em mulheres. Haja vista que a desinformação e a inoperância de legislações e 
pautas cooperavam para a continuidade do cenário. Inclusive atualmente existem mais ações 
que incentivam a vítima e a comunidade que presencia os atos. Dessa forma, a lei como 
objeto de repressão, demonstra a função da sociedade. 27 
Nota-se que esse dolo mental, mesmo previsto na Lei Maria da Penha, não tinha 
normas específicas incriminadoras, isto é, carecia de uma sistematização, deste modo, antes 
 
24 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5) 
25 SOUZA, Tannyse. Retrato do feminicídio no Brasil: Análise acerca da vulnerabilidade da mulher e do papel 
do Estado na proteção das vítimas.2021 
26 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Comentários à lei n° 14.188/2021: crime de violência psicológica, 
nova qualificadora para lesão corporal por razões da condição do sexo feminino e programa sinal vermelho. 
27 ANJOS, Rosane Bermond do Carmo; BARROSO, Ana Cláudia. A criminalização da violência psicológica 
contra a mulher – a nova lei n° 14. 188/2021. 
11 
 
de tratar como crime, o reconhecimento encontrava respaldo no artigo 129 do CPB, incluídos 
como injúria ou calúnia sem embasamento específico no CPB, na qual assevera que o crime 
de lesão corporal “é ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”28, assim são 
consideradas espécies de lesões contra a pessoa, nas quais abrangem alterações de ordem 
psíquica. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde é 
definido como bem-estar físico, mental e social. Por este viés, entende-se que o dano psíquico 
é também um configurador de dano torso, em função disso, é extremamente proeminente a 
criminalização do mesmo pelo Código Penal, pois expressa a saída desse “cativeiro 
silencioso” em que muitas mulheres se sujeitavam29. 
 
2.4 DA APLICABILIDADE DO ARTIGO 147-B DO CÓDIGO PENAL 
 
Antes de tudo,é imprescindível evidenciar que a criminalização dessa lei tem sido 
alvo de muitas críticas, uma vez que sua aplicabilidade é questionada devido à dificuldade na 
interpretação dos fatos. Pois a diferença é que na identificação da lesão corporal, é descrita a 
conduta, em outros termos, existe uma objetividade, enquanto para a lesão psicológica se 
descreve os fatos e resultados. Por isso surge, a precisão de discutir a particularidade do atual 
tipo penal30. 
A nova penalidade prevista no artigo 147-B do Código Penal é definida como: 
 
Causar dano emocional à mulher que prejudique e perturbe seu pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer 
outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação: (incluído 
pela Lei nº 14. 188, de 202) Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa, se a conduta não constituir crime mais grave. 31 
 
A verdade é que essa vitória, no caso da criminalização de violência psicológica contra 
a mulher, tem muitos desafios a serem enfrentados, um deles, por exemplo, é o rompimento 
do pensamento predominantemente patriarcal, tendo em vista que tal pensamento, em muitos 
casos, expressa o comportamento machista, na qual põe o homem como detentor do poder 
máximo, que está acima da mulher, rebaixando o papel da mulher na sociedade. A questão é 
que o machismo reforça as múltiplas categorias de opressões ao sexo feminino, em outras 
 
28 BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340/2006. 
29 Op. Cit. 23 
30 BRASIL. Lei nº 14.188, de 28 de julho de 2021. 
31 REVISTA CONSULTOR JURÍDICO,30 de julho de 2021. 
12 
 
palavras, o patriarcado bloqueia os direitos iguais, promovendo, inclusive, a desigualdade de 
gênero. E devido a existência dessa persistência ideológica contra a mulher, a eficácia da 
tipicidade penal no cenário brasileiro, torna-se essencial na punição dos agressores de forma 
competente32. 
 Ponderando tais aspectos, afirma-se que o crime de abuso psíquico, estabelece 
problemas emocionais e fragilidades na vítima, sendo que a vigente categoria penal defini a 
violência psicológica contra a mulher como ato de causar dano emocional, desde que 
prejudique ou perturbe o seu pleno desenvolvimento mental, degrade ou controle as suas 
ações, comportamentos, crenças e decisões. Sobre o conjunto de conceitos, entende-se que a, 
[…] Violência psicológica é toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano à 
autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Inclui: ameaças, 
humilhações, chantagem, cobranças de comportamento, discriminação, exploração, 
crítica pelo desempenho sexual, não deixar a pessoa sair de casa, provocando o 
isolamento de amigos e familiares, ou impedir que ela utilize o seu próprio dinheiro. 
Dentre as modalidades de violência, é a mais difícil de ser identificada. Apesar de 
ser bastante frequente, ela pode levar a pessoa a se sentir desvalorizada, sofrer de 
ansiedade e adoecer com facilidade, situações que se arrastam durante muito tempo 
e, se agravadas, podem levar a pessoa a provocar suicídio 33 
 
Por ser vista como “violência silenciosa”, essa especificação, além de amparar a 
mulher contra as agressões, ela também busca soluções para que a mesma seja desenfreada na 
sociedade brasileira. Desse modo, é justificável afirmar que essa tipificação colabora para o 
aumento da pena do crime de enfrentamento à violência de gênero no Brasil. Ressaltando 
também, que essa transgressão é um reflexo de uma sociedade marcada pela desigualdade de 
gênero, em que o masculino sobressai o feminino, violando assim, a dignidade da pessoa 
humana. 
 
É certo que o cerceamento à liberdade acaba sendo uma das consequências do dano 
emocional, justamente porque as condutas violadoras têm o condão de interferir na 
capacidade de autodeterminação da vítima. Mas não é a única. Na realidade, o bem 
jurídico que se busca proteger na incriminação da conduta de causar 'dano 
emocional à mulher' não se restringe à liberdade, mas à integridade mental da 
mulher como um todo34 
 
Desde modo, a atual lei garanti de forma palpável o direito da mulher à liberdade 
excepcional, punindo o agressor que a prejudica, colaborando dessa forma, com a seguridade 
e bem-estar da mulher. 
 
32 Op. Cit. 26 
33 SILVA, Luciane Lemos da, COELHO, Elza Berger Salema e CAPONI, Sandra Noemi Cucurullo de Violência 
silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface - Comunicação, Saúde, 
Educação. 2007. 
34 MORAIS DA ROSA, Alexandre; RAMOS, Ana Luísa Schmidt, A Criação do tipo de violência psicológica 
contra a mulher (LEI 14.188/21). São Paulo, 30 agora.2021. 
13 
 
 
Os tipos de violência elencadas no artigo 7º da Lei Maria da Penha, em especial a 
violência psicológica, podem causar também danos à saúde psíquica e emocional 
das vítimas, dando causa ao desenvolvimento, por exemplo, de transtornos de 
ansiedade, depressão, ideação suicida, baixa autoestima, isolamento social, pânico, 
transtornos alimentares, de sexualidade ou do sono, dores crônicas, abuso de 
substâncias entorpecentes, dentre outros 35 
 
Ao analisar a Lei Maria da Penha, verifica-se que o conceito de violência psicológica 
contra o gênero feminino já estava previsto na Lei 11.34036, ou seja, já se conceituava alguns 
atributos a mesma, todavia não havia uma criminalização específica contra tal agressão. Por 
esse motivo, justifica-se a carência da determinação dessa violação, pois a violência 
psicológica, conforme citado no trecho acima, traz uma série de consequências que afetam 
significativamente a saúde da mulher, tal como, depressão, ansiedade, dentre outros 
transtornos37. 
 
Por fim, conclui-se que a criação do tipo penal é um avanço legislativo e condizente 
com o Estado democrático de Direito e a adequação da legislação interna à 
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as 
mulheres, em que pese nos posicionarmos no sentido de não acreditar na criação de 
tipos penais, para fins de solução dos grandes problemas sociais 38 
 
Considerando o ponto de vista, pode-se afirmar que com a atual tipificação - a lei que 
garante proteção total a mulher – aniquila quaisquer formas de discriminação contra o gênero 
em questão, e isso se dar por meio da singularidade que criminalizar a violência psicológica. 
Visto que a violência psicológica vai além das relações domésticas, ela passa a incluir tanto as 
esferas privadas como públicas39, ou seja, a criminalização da mesma abrange toda e qualquer 
ação que prejudica a figura feminina, desta maneira, a especificação é expressiva por dar 
transparência a vítima de abuso psicológico40. 
 
2.5 DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA E DOS ATENDIMENTOS NAS DELEGACIAS 
ESPECIALIZADAS 
 
 
35 BIANCHINI, Alice. BAZZO, Mariana. CHAKIAN, Silvia. Crimes contra as mulheres. Salvador: Juspodivm, 
2020. 
36 DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 
37 TEODORO, Maycon. Abuso psicológico afeta tanto saúde mental quanto física: como identificar. Sociedade 
Brasileira de Psicologia, 2020. 
38 MELO, Igor de. Ornelas, Alex Rosa. O crime de violência psicológica e a Lei Maria da Penha. Consultor 
Jurídico, 5 de agost. de 2021. 
39 DA SILVA, Luciane Lemos et al. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência 
física doméstica. Interface-Comunic, Saúde, Educ, v. 11, n. 21, p. 93- 103, 2007. 
40 Idem. 
14 
 
 As ocorrências dos casos de violência psicológica registradas ao longo dos anos têm 
expressado grande preocupações pelos órgãos, sendo considerado uma questão de saúde 
pública. O fato é que o impacto dessa espécie de atrocidade, causada na maioria das vezes por 
seus companheiros e ex-companheiros,traz efeitos devastadores a mulher, tendo como 
exemplo a questão das imposições, que se torna uma forma de controle da mulher, deixando-a 
emocionalmente e psicologicamente dependente. Inclusive, não é incomum que as mulheres 
que passam ou já passaram por essa hostilidade desenvolverem algumas reações, como o 
afastamento social, afetando assim, sua autoestima41. 
 É inegável afirmar que dificuldade em identificar esse crime se deve pelo fato do 
mesmo ser extremamente específico, por ter um objetivo, um propósito, que historicamente se 
resume em oprimir a imagem da mulher. Tornando-o dessa forma, um delito “silencioso”. Por 
isso, é necessário ter cautela nos sinais que a vítima apresenta, uma vez que muitas mulheres 
se sentem inibidas em denunciar, fato que ocorre devido a vários fatores, dentre eles o medo, 
a vergonha de se expor, e a alguns casos, a dependência financeira. De acordo com dados da 
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos42, o Brasil recebeu cerca de 31 mil denúncias de 
violência contra o gênero feminino até julho de 2022, um número bastante expressivo no país, 
sendo que esses dados só reforçam o quão este cenário é preocupante43. 
Diante desses incidentes envolvendo o sexo feminino, houve a necessidade da criação 
da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na qual tem o papel fundamental na 
proteção, prevenção e repreensão de delinquências contra o sexo em questão. 
As DEAM's, Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, são unidades 
especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de 
violência. As atividades das DEAM's têm caráter preventivo e repressivo, devendo 
realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, as quais 
devem ser pautadas no respeito aos direitos humanos e nos princípios do Estado 
Democrático de Direito (Norma Técnica de Padronização - DEAM's, SPM:2006). 
Com a promulgação da Lei Maria da Penha, as DEAMs passam a desempenhar 
novas funções que incluem, por exemplo, a expedição de medidas protetivas de 
urgência ao juiz no prazo máximo de 48 horas.44 
 
Diante do cenário crítico de violências contra o grupo feminino, as Deams mostram 
um avanço na luta pelo fim desses males. Destacando também que esse serviço especializado 
se torna pertinente pelo fato da maioria dos cargos dessas delegacias serem ocupados por 
mulheres, de maneira a criar uma aproximação com a vítima, dando assim, um conforto e 
segurança a ela, pois grande parte dos casos são cometidos pelo sexo masculino. 
 
41 Op. Cit. 32 
42 Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022. 
Ministério da Mulher, da família e dos Direitos Humanos, 2022. 
43 Idem. 
44 DEAM - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Coordenadoria da Mulher, 2022. 
15 
 
Para entender melhor os casos dessa infração, foi feito um levantamento dos dados no 
Polo Integrado (DEAM/DEACA) PARAPAZ de Bragança, Pará, conforme contido na tabela 
1 abaixo. 
Tabela 1: Parentesco do agressor45 
Grau de parentesco mais recorrente do agressor 2021 2022 
Ex-companheiros 145 114 
Companheiros 108 68 
Irmão 0 6 
 
Nota-se que existe uma tendência comum desse delito ser praticado pelo sexo oposto, 
e geralmente são pessoas mais próximas da vítima, como marido ou ex-marido. “Identificar 
um agressor de mulher não é tarefa simples. Em geral, este criminoso não tem características 
aparentes como a arma em punho de um assaltante. Em muitos casos, sequer possui 
antecedentes criminais”46. 
Tal pressuposto só reafirma a dificuldade em identificar essa agressão. Pois, o autor do 
crime não tem um corpo específico, nem tem rosto, não tem uma idade exata, nem classe 
social definida, na verdade pode ser um parente ou alguém íntimo, contudo, eles têm certas 
atitudes triviais que podem ajudar a identificá-lo, como por exemplo, atitudes abusivas, 
ofensas, atos possessivos. 
 
Tabela 2: Relatórios Condessado de 202147 
Tipos de Violência contra a 
Mulher 
Janeiro – dezembro de 2021 
Física 162 
Psicológica 210 
Moral 121 
Sexual 19 
Patrimonial 52 
Total: 564 
 
Em suma, demonstra-se que a violência psicológica e a física estão posicionadas entre 
as mais comuns. Assim como ressaltado em outro momento do estudo, a agressão física se 
distingue da psicológica, uma vez que a física é representada pelo uso da força objetivando 
 
45 Fundação PARAPAZ - Polo Integrado de Bragança. 
46 RODRIGUES, Matheus. TEIXEIRA, Patrícia. Especialistas traçam perfil de agressores de mulheres; 
identifique características abusivas em 5 pontos. G1, 2019. 
47 FUNDAÇÃO PARAPAZ. Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Delegacia Especializada no 
Atendimento a Criança e ao Adolescente – Polo Integrado de Bragança. Bragança, 2021. 
16 
 
inibir e ofender a integridade ou os aspectos corporais de quem sofre, ocorrendo através de 
socos, tapas e empurrões, ações que deixam perceptíveis as marcas. 48 
A violência patrimonial é realizada mediante ações que acarretem na subtração, 
domínio e demolição. Objetivando prejudicar e destruir bens móveis que são de posse da 
mulher, recursos econômicos que foram adquiridos pertencentes a vítima. E a violência moral 
que busca deslegitimar e atribuir características negativas que afetam a reputação. 49 
A seguir, a tabela (3) demonstra os dados referentes aos casos de janeiro e julho de 
2022. 
Tabela 3: Relatórios Condessado de 202250 
Tipos de Violência contra a 
Mulher 
Janeiro – julho de 2022 
Física 97 
Psicológica 126 
Moral 80 
Sexual 07 
Patrimonial 19 
Total: 329 
 
 
 Através deste recorte, no caso do levantamento dessas investigações expostas acima, 
é plausível averiguar que esse crime é presente em todo território brasileiro, pois, mesmo se 
tratando de uma cidade do interior, como Bragança. a taxa de mulheres agredidas é bastante 
significativa nessa localidade. 
Nota-se que os registros de violência psicológica são maiores que os demais, contudo, 
reforça-se que em 2021 as taxas foram maiores que 2022, considerando nesta lógica que a 
recém classificação penal passou a ser aplicada em 2021, é legítimo alegar que por meio dessa 
tipificação houve uma redução no ano de 2022 das denúncias na cidade de Bragança- Pa. 
Mostrando assim, a êxito da criminalização na ação contra o crime psicológico51. 
Mesmo tendo uma diminuição nas ocorrências da rede de atendimento habilitada a 
mulher na região bragantina, a mesma carece de mais fortalecimento, isso por meio de 
recursos e mais profissionais capacitados para acolher as vítimas de forma operativa. Pois a 
 
48 DANTAS, Cecília Evellyn Catão. As implicações da criminalização da violência psicológica no que concerne 
ao combate à violência contra a mulher. 
49 OSAIKI, Gabriela Emi Ito. Lei n° 14.188/2021: A criminalização da violência psicológica contra a mulher e a 
produção probatória. 2021. 
50 FUNDAÇÃO PARAPAZ. Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Delegacia Especializada no 
Atendimento a Criança e ao Adolescente – Polo Integrado de Bragança. Bragança, 2022. 
51 Idem 
17 
 
luta no palco brasileiro é desafiadora, afirma a diretora das delegacias especializadas 
“sabemos que a grande maioria dos feminicídios não se inicia em um crime de feminicídio. É 
a escalada de violência que começa em uma violência moral, psicológica, em uma 
perseguição, e vai aumentando essa gradação de violência”52. 
Conforme o exposto, o grau da violência não começa com o dolo físico, mas com 
abuso silencioso, por isso a mulher que sofre com esse tipo de delito deve denunciar seu 
agressor, para que dessa forma as Deams possam agir contra esse crime. Ainda sobre as 
observações dos casos relatados pela delegada, ela declara que: 
 
À violência psicológica aprisiona a vítima em um clico de violência. Muitas vezes 
ela é levada a acreditar que ela tem culpa pelos próprios atos. Muitasvezes os fatos 
não chegam à polícia porque a vítima acredita que ela causa um ao agressor. É muito 
importante que a gente esclareça que as vítimas não mal são culpadas, elas são 
vítimas. Elas devem acreditar nas instituições e procurar a polícia para interromper 
esse ciclo de violência53. 
 
A questão é que existe uma grande resistência em apontar os agressores, e isso se deve 
a alguns motivos, tal como a predominância do sentimento de vergonha e culpa, que por sua 
vez assombra grande parte das agredidas. Sendo que, a única alternativa é partir da decisão de 
denunciar seu ofensor, para que desta maneira, as Deams possam agir. Julgando ser este o 
maior desafio de muitas vítimas, que é quebrar essa cultura do silenciamento, ou melhor, 
romper com esse medo que as assombra. 
Acentuando que só existe procedimento criminal se a vítima denunciar, desde modo, a 
partir do momento em que a mulher toma a decisão de fazer o boletim de ocorrência ou 
denunciar por meio do canal de atendimento 180, as Deams poderão proceder com medidas 
protetivas, acolhendo a vítima e dando o suporte necessário para ela. 
Sobre as estratégias de acolhimento, “é extremamente importante, pois sabe-se da 
dificuldade das mulheres em situação de violência, de vencer o medo e procurar ajuda. Um 
dos fatores que inibe as denúncias é a fragilização da mulher decorrente das violências 
sofridas”54, cabendo neste sentindo, as delegacias especializadas em promover o amparo a ela, 
preparando o espaço que a faça se sentir confortável e segura. 
 
 
52 BEAUVAIS, Gabriela Von. Polícia prende 36 homens por violência psicológica contra mulheres. Agência 
Brasil, 8 de agosto de 2022. 
53 Idem 
54 SPINATO, Cleusa. Vítimas de violência podem buscar acolhimento psicológico na Deam. Jornal Libia, 
05 de julho de 2022. 
18 
 
2.6 DO APOIO PSICOLÓGICO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA 
PSICOLÓGICA NAS DEAM 
 
De acordo com as pesquisas no Polo Integrado (DEAM/DEACA) PARAPAZ de 
Bragança- PA, foi identificado que o encaminhamento da maioria dos casos é feito em redes 
públicas de apoio, como os CRAS que ficam localizados nos bairros da cidade, e também no 
CAPS para o prosseguimento ao suporte psicológico a mulher. 
Segundo as pesquisas levantadas neste projeto, após as acusações, os funcionários 
entram em contato com a vítima, logo depois ela é recepcionada e encaminhada a um 
assistente social ou a um psicólogo, na qual é gerado um relatório55, sendo que os mesmos são 
responsáveis por orientar a mulher sobre a trajetória que ela necessitará realizar para dar 
prosseguimento ao processo. Sendo que os desdobramentos da ação das Deams dependerão da 
decisão da vítima em dar continuidade ao percurso, pois têm muitas vítimas que desistem da 
acusação. 
 
Em muitos casos como esse, assim como aconteceu na série, familiares e amigos 
criticam a vítima por querer sair da relação sem ter sofrido nenhum abuso físico, 
dizem que ela está exagerando, que é normal o que o homem faz. E assim a vítima 
acaba se sentindo acuada em compartilhar com essas pessoas o que acontece de fato, 
com medo de ser ainda mais criticada, julgada. A verdade é que muita gente não 
entende o que é abuso psicológico, emocional, e que também é um crime. Por isso 
precisamos falar mais sobre esse assunto e alertar a sociedade para tal. Com 
entendimento, as pessoas vão poder apoiar mais quem sofre esse tipo de violência. A 
pessoa precisa se sentir segura e experimentar o amor a partir desta rede de apoio. E 
buscar suporte profissional com psicólogos também ajuda a identificar os abusos, 
ressignificar a dor e a forma de enxergar os relacionamentos amorosos56. 
 
Importante destacar a função da família no auxílio as mulheres, visto que a mesma é o 
primeiro núcleo social responsável por dar seguridade aqueles que fazem parte do seu meio 
familiar. Nesta sequência, abre-se o espaço para reforçar o quanto se sustenta a naturalização 
desse crime na sociedade brasileira, que se perpetua por meio de ideologias machistas, que 
tende a alimentar essa agressão, a título de exemplo, surgem os discursos como isso é natural 
do homem, ele não fez por mal só colaboram com a permanência dessa violência, e isso se 
deve a omissão da família em não prestar a devida assistência a mulher que sofre com tal 
abuso57. 
 
55 FUNDAÇÃO PARAPAZ. Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Delegacia Especializada no 
Atendimento a Criança e ao Adolescente – Polo Integrado de Bragança. Bragança, 2022. 
56 MATIAS, Sabrina. Maid: série da Netflix traz à tona a violência emocional e psicológica. Bem-estar, 28 de 
outubro de 2021. 
57 Op. Cit. 46 
19 
 
Neste caso, como em algumas ocorrências, o fato de a família ser inoperante, cabe as 
Deams suprir com essa lacuna, Marie-France Hirigoyen (2006, p. 183)58, psicanalista 
especializada em assédio moral afirma que “é preciso ajudá-las a verbalizar, a compreender 
sua experiência e, então, levá-las a criticar essa experiência”. A autora salienta sobre a 
relevância do papel do profissional, responsável pelo atendimento, na qual é seu dever ajudar 
a vítima a restaurar sua dignidade, autoestima e autoconfiança, mostrando que ela fez escolha 
coerente ao procurar assistência, de maneira que ela perceba que não está só nesta luta. 
 
Qualquer iniciativa que facilite o processo de denúncia, como o atendimento 
humanizado dos policiais, esse acolhimento e a criação e participação em rodas de 
conversas e em grupos, para que a vítima perceba que não está sozinha, e que não só 
a Deam, mas toda a Rede de enfrentamento está aqui para ajudá-la, apoiá-la, a fim 
de que supere a situação e saia deste ciclo de violência. 
 
Porém, mesmo com tais estratégias, o maior desafio é estabelecer uma segurança no 
suporte, além disso o sistema de acolhimento ainda apresenta fragilidades, como a falta de 
profissionais especializados no atendimento humanizado e ainda a carência de psicólogos 
nessa área. E quando se menciona sobre o tratamento humanizado, significa tratar não 
somente da parte técnica jurídica, pois ela é indispensável, mas também oferecer um ambiente 
propício, em que dê uma segurança, para que dessa forma ela se sinta à vontade para dialogar. 
 
É justamente esta natureza complexa da violência contra as mulheres que deve 
orientar e dimensionar o papel das DEAMs e da investigação criminal, já que os 
crimes contra as mulheres, sobretudo no campo da violência doméstica e intra-
familiar, por suas características de habitualidade, relação de conjugalidade e 
hierarquia de gênero, diferem, estruturalmente dos crimes comuns. Por isso, os e as 
profissionais que atuam nas DEAMs devem receber uma qualificação para o 
entendimento dessa violência, além da qualificação geral para a investigação 
criminal59 
 
Devido à complexidade dessa violência, compreende-se que o atendimento 
humanizado é imprescindível na ação contra essa realidade, por essa razão, é essencial que o 
Estado, enquanto poder máximo, amplie - por meio de investimentos - em projetos que visem 
a capacitação dos profissionais nos postos das Deams. Sendo que o diferencial nesse tipo de 
abordagem é a prática da escuta, em que a mulher será ouvida, sem julgamentos, sem lições 
pré-formadas. Por conseguinte, os profissionais ao realizarem o amparo, devem praticar o 
exercício de se pôr no lugar da agredida, tornando o procedimento humanizado e mais 
 
58 HIRIGOYEN, Marie – France. A Violência no Casal: da coação psicológica à agressão física. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2006. 
59 BRASIL. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Norma técnica de padronização das delegacias 
especializadas de atendimento às mulheres – DEAMs. 2010. 
20 
 
acessível a ela. Assim, reconhece-se que por meio do atendimento humanizado, a mulher 
passa a desenvolver intimidade e confiança no profissional. Sobre a postura acolhedora ocorre 
mediante várias ações, conforme determina o quadro1 abaixo. 
 
Ação de acolhimento Descrição 
Segurança no 
atendimento 
Certificar-se de que a sala de espera comporta ambientes separados para a 
mulher vítima e para o (a) agressor(a); 
Atendimento 
Humanizado 
Acolher as mulheres em situação de violência com atendimento 
humanizado, levando sempre em consideração a palavra da mulher, em 
ambiente adequado, com sala reservada, para manter a privacidade da 
mulher e do seu depoimento; 
Ausência de 
preconceito e 
discriminação 
Atender, sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, as mulheres, 
independentemente de sua orientação sexual36, incluindo também as 
mulheres prostitutas, quando vítimas de violência de gênero; 
 
Profissionais 
qualificados 
O atendimento inicial e o acolhimento devem ser feitos por uma equipe de 
policiais qualificados profissionalmente, preferencialmente do sexo 
feminino, com compreensão do fenômeno da violência de gênero; 
 
Profissionais com 
entendimento sore a 
Delegacia 
Especializada 
A equipe de policiais responsáveis pelo atendimento e acolhimento das 
mulheres em situação de violência deve conhecer as diretrizes e 
procedimentos da Delegacia Especializada e possuir material de informação 
e de orientação para estas mulheres; 
 
Encaminhamento 
especializado 
Acolher as mulheres em situação de violência de gênero, mesmo nos casos 
os quais as Delegacias não tenham atribuições específicas (tráfico de seres 
humanos - de mulheres, turismo sexual), procedendo ao encaminhamento 
para a instância policial competente; 
 
Ética e imparcialidade Ter escuta qualificada, sigilosa e não julgadora 
 Quadro 1 – Ações de acolhimento à mulheres nas Deams.60 
 
A natureza desse tratamento se deve a necessidade de se quebrar com construção 
cultural em que a mulher foi posta durante muito tempo, na qual remete a posição de 
subordinação, inferioridade; “desta forma, a violência acometida contra as mulheres é tida não 
como fruto das diferenças biológicas existentes entre os sexos, mas é um instrumento ao qual 
o homem recorre para manter a dominação”61. 
Os números tendem a ser ainda maiores, porque um núcleo inumerável de vítimas ainda 
não tem coragem de denunciar seus agressores. Além do medo, a ausência de renda própria 
e a relação de dependência financeira construída com ele são as principais razões que levam 
as mulheres a evitar a denúncia do agressor às autoridades, conforme uma pesquisa 
nacional do instituto DataSenado, feita a cada dois anos.62 
 
 
60 BRASIL. Ministério da Justiça. Norma Técnica de Padronização das Delegacias Especializadas de 
Atendimento às mulheres - DEAMs. Ministério da Justiça, Brasília. 2010. 36-37 p. 
61 SOUZA & DE FARIAS, 2017 
62 ALVES, Lara. Violência doméstica: Relação de dependência financeira leva mulheres a não denunciarem 
agressores. O Tempo, 2021. 
21 
 
Considerando que o primeiro elemento que leva muitas vítimas a não denunciarem seu 
agressor seja o medo, a segunda, de acordo com o jornal O Tempo63 é a dependência 
financeira, tendo em vista que a relação de domínio gera um ciclo de dependência tanto 
emocional como econômica, e este segundo fator, por sinal, acaba limitando a mulher, 
privando-a de ter liberdade e fazendo com que ela permaneça nesse cenário de hostilidade. 
Os servidores das Deams precisam expressar segurança, inclusive nas portas que se 
abrirão para ela, em especial no que diz respeito a sua independência, ou melhor, a garantia de 
que ela terá apoio, pois muitas mulheres temem fazer a denúncia, justamente porque tem 
receio de ficar desamparada financeiramente, por isso, ela precisa ter a certeza que tais 
instituições darão esse suporte, no caso, assegure a oportunidade de um emprego, para que a 
mesma possa se manter. 
Nesse aspecto, a intervenção deve ser psicossocial, ou melhor, primeiramente é 
preciso mostrar os direitos que ela tem, as armas que ela pode usar para romper com o clico 
de violência. 
Entende- se, portanto, que o papel do psicólogo nesse contexto está intimamente 
relacionado a propiciar o acolhimento das mulheres por meio de olhar diferenciado, 
isto é, não deixando com que o estereótipo de “vítima” se sobreponha aos direitos de 
ser humano. Dessa forma, o psicólogo necessita promover reflexões acerca da 
situação vivenciada, auxiliando a mulher na escolha de novos caminhos e 
possibilitando a ressignificação de experiências (grifos nossos).64 
 
 
Salienta-se que o encaminhamento para rede de apoio psicológico a mulher apresenta 
ainda algumas dificuldades no que diz respeito ao acompanhamento psicológico, isso tanto 
nas Deams como nas redes de apoio, como o CRAS e CREAS, já que o suporte psicológico, 
só é feito no início de atendimento junto ao psicólogo disponível, na qual encaminha a vítima 
para rede de apoio, para o acompanhamento especializado. 
A violência contra a mulher sempre existiu, mas precisou acontecer fatos 
emblemáticos e históricos para alcançar o patamar que ela está hoje, assim, surgi a 
necessidade do reconhecimento e o tratamento adequado para o combate da mesma. 
A tabela 4, a seguir, mostra algumas estratégias de mediação nas Deams: 
 
Tabela 4: modelo de intervenção psicológica verificados no contexto da DEAM65 
 
63 Idem 
64 Souza, T. M. C., & De Faria J. S. Descrição dos serviços de psicologia em delegacias especializadas de 
atendimento às mulheres no Brasil. Avances en Psicología Latinoamericana, 35(2), 253-265, 2017. 
65 Idem 
 
22 
 
 
 
 
Nesta tabela é possível observar o predomínio do uso psicológico nos postos de apoio, 
na qual nos permite refletir que muitas vítimas querem tratar não só o crime, mas 
principalmente da saúde emocional, mental dela. E isso se deve ao fato de que essa agressão 
desestrutura a mulher emocionalmente, expressando por este ângulo a gravidade dessa 
realidade de tortura silenciosa. Por este motivo, o acolhimento deve ser humanizado, para que 
ela perceba que a Lei está amparando-a, e não sentenciando-a. 
Nesse ponto de vista, infere-se que a fragilidade que foi associada a figura da mulher, 
só pelo fato dela ser mulher, predomina de forma resistente na mentalidade dela, em função 
disso, este tipo de recepção proporcionará a mulher mecanismos para trabalhar seu emocional, 
seu amor-próprio, buscando a reafirmação de seu valor na sociedade brasileira. 
 
CONCLUSÃO 
 
Historicamente, a posição em que o sexo feminino assumiu na sociedade, em que se 
cultivou a ideia de que a mulher foi criada para casar, cuidar do lar, ser submissa a figura 
masculina, refletiu uma sociedade extremante machista e violenta contra este sexo. Contudo, 
com o passar do tempo esse processo foi se rompendo, mas muitas mulheres ainda estão 
sujeitas a essa realidade. Dado isso, a criação das Deams é elementar na ação contra esse 
cenário agressivo em que se encontra o país. 
Diante dos fatos, compreende-se que a nova Lei de criminalização de violência 
psicológica contra mulher, é um grande avanço no combate à violência de gênero no Brasil, e 
é necessário que o Estado siga adotando medidas de combate à violência contra a mulher, e 
ainda buscando mais avanços para diminuir os quadros de opressão social contra as mesmas. 
23 
 
Daí, reforça-se o quanto as denúncias são essenciais, pois o que começa com um insulto, pode 
evoluir para um feminicídio. 
Por meio das discussões apontas ao longo desta pesquisa, constata-se que é 
fundamental considerar o ciclo de violência que ela está inserida, pelo fato de que ela vem de 
um contexto que normalizou essas agressões. Por este motivo, a presença do tratamento 
humanizado é substancial no auxílio a vítima nas Deams. 
Haja vista, que a ampliação dos métodos interventivos deve, antes de tudo, trabalhar o 
resgate da integridade dela. Neste trabalho, também foi mostrando como são feitos os 
atendimentos nas Deams, na qual foi identificado que, primeiramente se é feito o registro da 
ocorrência,colhendo os dados e o depoimento das ameaças sofridas por ela, e em seguida 
solicitado a medida protetiva. Sendo que após o encaminhamento ao poder judiciário, ela é 
direcionada a sessão de atendimento psicológico, para que seja feita uma avaliação do quadro 
da vítima. 
Por fim, nota-se que o pesquisador conseguiu alcançar ao objetivo geral proposto, pois 
contextualizou a violência psicológica contra mulheres, que hoje é tipificada como um crime, 
abordando a relevância da Atuação das Deams no Brasil; no qual se constatou que que 
existem ainda muitas lacunas a serem preenchidas, nos quais, a busca pelo apoio tanto dos 
órgãos governamentais como não-governamentais é uma tentativa de ampliar estratégias, que 
possam por sua vez, combater o crime e ainda oferecer um ambiente favorável para o amparo 
as vítimas de violência psicológica. 
Outrossim, vale mencionar o engajamento social das pessoas em divulgar o combate a 
essa atrocidade, e também encorajar as mulheres que são agredidas, a denunciarem; assim 
portanto, aos órgãos responsáveis - dar condições efetivas para a mulher, para que dessa 
forma possa-se extinguir, expressivamente esse mal, garantindo assim, a seguridade dos 
direitos humanos. 
 
 
 
24 
 
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	2 DESENVOLVIMENTO
	O presente tópico aborda e contextualiza violência com mulheres, em especifico a do tipo Psicológica, abordando suas Características e sua tipificação criminosa. Abordou-se também a aplicabilidade o Artigo 147-B do Código Penal e a atuação dos atendim...
	2.1 VIOLÊNCIA COM MULHERES
	2.2 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
	2.4 DA APLICABILIDADE DO ARTIGO 147-B DO CÓDIGO PENAL
	2.5 DA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA E DOS ATENDIMENTOS NAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS
	2.6 DO APOIO PSICOLÓGICO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA NAS DEAM

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