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Casos Clínicos Principais Doenças Respiratórias na Infância e Adolescência Caso Clínico 1: Escolar de cinco anos , com 30 kg, é levado à emergência em crise de falta de ar, pela terceira vez nos últimos 45 dias. Segundo sua mãe, o quadro começou há 24 horas após contato com cheiro forte de tinta. Exame físico: BEG, dispneia moderada ,com retrações subcostais; FC=110bpm; M.V. diminuído bilateralmente; roncos e sibilos difusos e estertores subcrepitantes em terço médio de HTD.FR:52 irpm., Sat O2 = 94% Restante do exame sem anormalidades. De acordo com o Consenso Atual para o manejo da Asma responda as questões a seguir: 1. De acordo com o exposto , a classificação da gravidade da crise é: A) Grave B) Muito grave C) Leve / moderada D) Leve 2. Em relação ao tratamento imediato da crise devemos lançar mão de: A) Beta 2 adrenérgico por via inalatória spray ou nebulização. B) Beta 2 adrenérgico VI spray ou nebulização associado a beclometasona VI spray ou por nebulização se não apresentar melhora. C) Beta 2 adrenérgico VI spray ou nebulização associado a prednisona oral ou injetável. D) Beta2 adrenérgico associado a anticolinérgico VI spray ou nebulização associado a aminofilina VO. 3. No caso acima, haveria indicação de exames complementares? A) Gasometria arterial; B) Radiografia de tórax; C) Hemograma completo; D) Sem exames laboratoriais no primeiro momento. 4. Qual tratamento preferencial que deveria ser proposto para o controle da asma? A) Controle de ambiente e uso contínuo de CO inalados. B) Beta 2 de longa duração com antileucotrienos. C) Tiotrópio. D) Controle ou eliminação de agentes desencadeantes e uso de beta 2 de curta duração. Caso Clínico 2: Escolar, sexo masculino, 7 anos, portador de asma brônquica, apresenta início súbito de tosse, febre baixa e mialgia. Irmão mais velho iniciou quadro semelhante há 48 horas. Ao exame: Paciente vigil, corado, hidratado, acianótico, anictérico, eupneico, em ar ambiente, saturando a 97%. AR: MVUA com roncos esparsos e sibilos difusos que responderam a puff de SALBUTAMOL. ACV: RCR2T, BNF, SEM SOPROS OU ES. ABDOME: peristáltico, depressível, sem sinais de irritação. MMII: sem edema, pulsos simétricos. 1. Qual a hipótese diagnóstica ? Síndrome gripal, com fatores de risco, nesse caso o paciente é asmático. 2. Qual a conduta? Hidratação, sintomáticos e iniciaria com o Oseltamivir de forma empírica pois há risco de complicações. Paciente recebeu alta com a seguinte prescrição: - Oseltamivir; - Dipirona em caso de dor ou febre; - Aumentar a ingestão de líquidos; - Repouso; - Retornar em 48 horas ou antes, se sinais de gravidade (dispneia, desconforto respiratório, saturação <95% ou piora da asma). Certo ou errado? Certo, pois o paciente tem fator de risco. E quanto à asma? Salbutamol? Corticoide oral ou inalatório? Temos que tratar a crise e evitar que ele entre em crise novamente, vamos fazer o salbutamol para a crise, e para combater a inflamação, o inalatório. Desfecho A: - Paciente retorna em 48 horas com curva térmica melhor, melhora da tosse, porém ainda com mialgia. - Trouxe resultado do painel viral: + H1N1 Qual a conduta? Manter e continuar o tratamento. Desfecho B: - Paciente retorna em 24 horas com piora da tosse, mantendo febre e com dispneia. - Manteve uso correto das medicações prescritas. - Trouxe resultado do painel viral: + H1N1 Qual a conduta? Interna o paciente. Caso Clínico 3: Paciente masculino, 7 anos, apresenta coriza, espirros e prurido ocular diariamente pela manhã, com piora há um ano. Mãe relata que fez uso de antibióticos cerca de 3 a 4x/ano. Ao exame, dupla linha de Dennie-Morgan, prega nasal transversal e hiperemia conjuntival leve. Rinoscopia: hipertrofia de cornetos e secreção hialina. Há 3 dias apresentou febre, tosse, cefaléia, astenia e mialgia. Irmão com sintomas semelhantes. A família cria 2 gatos. Não tomou a vacina da Influenza este ano. 1. Qual sua hipótese diagnóstica? Rinite alérgica e rinossinusite viral. 2. Qual o tratamento indicado? Sintomáticos, hidratação oral e repouso. Controle ambiental. Caso Clínico 4: Lactente de 6 meses de vida é levado à emergência devido a quadro de tosse seca, obstrução nasal, coriza e febre baixa há 2 dias. Há 12 horas, apresentou cianose durante a mamada e evoluiu com cansaço importante. Pré-natal completo, sorologias negativas, bebê nasceu bem, vacinação em dia. Ao exame: lactente com tiragem subcostal discreta, FR: 54 irpm, ausculta pulmonar com sibilos difusos. Sat O2 em ar ambiente: 88%. Rx tórax sem alterações. Hipótese diagnóstica: A) Infecção por covid-19; B) Bronquiolite viral aguda; C) Pneumonia bacteriana; D) Pneumonia por broncoaspiração. Foi ofertado oxigênio por cateter nasal a 5l/min e a sat. de O2 chegou a 93%. PCR + para Sars-Cov 2. Conduta: A) Alta com sintomáticos e nebulização com salbutamol e Atrovent; B) Internação em enfermaria e nebulização com solução salina hipertônica; C) Intubação orotraqueal e internação em CTI pediátrico; D) Cateter nasal de alto fluxo e internação em CTI pediátrico. Caso Clínico 5: Pré-escolar de 3 anos, sexo masculino, apresentou febre de 38,ºC (aferida com termômetro), hiporexia e queda do estado geral, além de 1 episódio de vômito e tosse. Mãe refere início do quadro há 48 horas. Nega outros sintomas, mas diz que o filho está “sempre resfriado e com nariz escorrendo”. Nega medicações de uso contínuo e comorbidades. Reside em casa de alvenaria com 4 cômodos e com 10 pessoas, sendo 4 adultos e 6 crianças. As crianças estão sem frequentar creche/escola há 1 ano, porém brincam perto de casa ao ar livre. Mãe acha que já teve Covid, mas não tem confirmação. Exame físico: Paciente sonolento, porém com abertura ocular ao chamado, hipocorado +/4+, hipohidratado, acianótico, anictérico, PCP preservada. Tax: 38,9ºC. SatO2: 96% em ar ambiente. ACV: RCR BNF sopro sistólico 2+/6+ audível em todo precórdio. PA:90x47 (P50%) FC: 132 bpm AR: MV diminuído em base HTE com estertores crepitantes. Diminuição da expansibilidade torácica à esquerda. TSC leve. FR: 55 irpm. Abdome: algo distendido porém depressível, peristalse presente, sem sinais de irritação peritoneal. MMII: sem edema, pulsos simétricos. Otoscopia: rolha de cerume à D ocluindo todo conduto auditivo, hiperemia de membrana à esquerda. Orofaringe: hiperemia bilateral de amígdalas, úvula centrada. Leucograma: 14200 (5% bastões) PCR elevado 1. Qual a hipótese diagnóstica? Pneumonia, infecção bacteriana. 2. Qual a conduta? Primeiro abaixar a temperatura, em seguida tratar empiricamente com penicilina. Caso Clínico 6: Adolescente, 17 anos, sexo feminino, foi conduzida por sua mãe a atendimento médico em 2021 com quadro de tosse persistente e cefaleia há três semanas. Realizado teste para SARS-CoV-2, com resultados negativos (RT-PCR e sorologia). Dois dias depois, apresentou fadiga e febre (38°C) e foi hospitalizada. A TC de tórax revelou áreas de consolidação associadas a discretas opacidades em vidro fosco nos lobos inferiores, que foram interpretadas como suspeita de pneumonia por COVID-19 com leve extensão parenquimatosa nos laudos radiológicos. Novos testes para COVID-19 foram solicitados, com resultados negativos mais uma vez. Recebeu alta afebril, em uso de antibioticoterapia, e foi orientada a fazer acompanhamento no ambulatório de pneumologia da instituição. Duas semanas depois, durante a avaliação clínica no ambulatório, a paciente apresentou tosse persistente, piora da fadiga e calafrios (mas sem febre). Uma nova TC de tórax revelou um pequeno aumento do número de consolidações nos lobos inferiores. Durante a anamnese foi questionada quanto a tabagismo e a paciente relatou ter usado cigarros eletrônicos em diversas ocasiões durante o primeiro semestre de 2020 (mais de 10 vezes). Seu último consumo (junto com o uso de maconha) tinha sido uma semana após o início dos sintomas. Ao exame físico, respirava normalmente, apresentando tosseparoxística sem expectoração. A SpO2 era de 96% em ar ambiente. A ausculta pulmonar revelou estertores crepitantes nas bases pulmonares. O restante do exame físico foi normal. A RT-PCR e a sorologia para SARS-CoV-2 foram negativas novamente, da mesma forma que os resultados para outros testes sorológicos virais. As provas reumatológicas foram normais. A broncoscopia apresentou resultados normais. 1. Qual a sua hipótese diagnóstica? EVALE, e pneumonia bacteriana. 2. Qual a conduta? Suspender o cigarro.