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O EFEITO DA EQUOTERAPIA NA AMPLITUDE DE MOVIMENTO E NO 
EQUILÍBRIO DE PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL 
 
SOUSA,F.H.¹, NAVEGA,M.T.² 
 
¹ Fisioterapeuta graduado pela UNESP- campus de Marília; Departamento de Educação 
Especial da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP – campus de Marília 
² Professor Doutor do Departamento de Educação Especial da Faculdade de Filosofia e 
Ciências da UNESP – campus de Marília 
Apoio Financeiro: FAPESP 
Endereço: Rua Adão Stroppa, 323. Jardim Acapulco. CEP: 17525-180. Marília- SP 
(14)3301-1186 drfhs@yahoo.com.br 
Resumo 
A Equoterapia é uma proposta de terapia que emprega o cavalo como motivador para 
proporcionar ao praticante ganhos físicos e psicológicos, sendo assim, um instrumento de 
reabilitação e reeducação nos aspectos motores, sensoriais, comportamentais e sociais. O 
brincar pode ser um excelente recurso fisioterapêutico, que associado à Equoterapia, 
propicia ganhos físicos e potencializa o tratamento. Os objetivos deste projeto foram 
propor e aplicar recursos lúdico-desportivos durante a realização de Equoterapia e 
verificar as modificações desencadeadas nos praticantes desta terapia. Foram selecionados 
18 indivíduos, de ambos os gêneros, que tenham doenças do Sistema Nervoso Central. Os 
participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo que o Grupo 
1(8,38±5,83 anos) realizou sessões de Equoterapia, e o Grupo 2 (media 6,00±2,00 anos) 
realizou Equoterapia com atividades lúdico-desportivas. Antes e após o tratamento, foram 
avaliados o controle de tronco e a amplitude de movimento dos membros superiores dos 
praticantes. As sessões de Equoterapia foram realizadas durante três meses, com duração 
média de 30 minutos, em uma freqüência de uma sessão semanal. Para ambos os grupos, o 
período de montaria foi o mesmo, assim como as posturas solicitadas. Após o tratamento, 
os pacientes foram reavaliados. Os dados obtidos por meio dos testes aplicados foram 
analisados utilizando o teste estatístico teste t de student, com nível de significância de 5% 
(p<0,05). Foram feitas comparações inter e intra-grupos. Foi observado em ambos os 
grupos melhora significativa na amplitude de movimento e equilíbrio. O grupo que 
realizou Equoterapia com atividades lúdicas apresentou melhor desempenho no teste de 
equilíbrio. O tempo efetivo de terapia não se diferenciou entre os grupos. Desta forma, 
pode-se concluir que a Equoterapia é um recurso eficaz para pacientes com doenças do 
Sistema Nervoso Central, independente de realizá-la com ou sem atividades lúdicas. 
 
Palavras chaves: Equoterapia, Fisioterapia, lúdico-desportivo. 
 
 
Introdução 
 A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo e uma 
equipe multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando 
melhor desenvolvimento global dos aspectos físicos, cognitivos e sociais de portadores de 
necessidades especiais (ANDE, 2007), além de proporcionar reações aprendizagem, memória, 
concentração, comunicação, socialização, equilíbrio, postura e autoconfiança (Ávila, 1998). 
 Os movimentos transmitidos por um cavalo, ao passo, são similares aos movimentos 
do andar de um homem saudável, existindo, ainda, a rotação da cintura pélvica, em ângulo 
maior que registrado durante a marcha humana (Frazão, 2001). Pesquisas relatam que esse 
movimento é similar ao da marcha humana, sendo que nenhum equipamento foi capaz de 
reproduzi-lo (ANDE, 2007). 
As pesquisas realizadas por McGibbon et al.,1998, e Benda et al., 2003 demonstram 
que o movimento tridimensional do cavalo, equivalente ao movimento da marcha humana, e a 
descarga de peso sobre o estribo pelos membros inferiores, associada a dissociação de 
cinturas pélvica e escapular, auxiliam a marcha, postura e equilíbrio postural. 
Estudos realizados na década de 70 sobre os efeitos da Equoterapia em portadores de 
paralisia cerebral foram analisados de forma subjetiva e não-quantitativa. No final da década 
de 80, estudos analisaram de forma quantitativa os efeitos da Equoterapia (BERTOTI, 1988). 
O objetivo do presente estudo foi propor e aplicar recursos lúdico-desportivos durante 
a realização de Equoterapia e verificar as modificações desencadeadas nos praticantes desta 
terapia. 
 
Metodologia 
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual 
Paulista Júlio Mesquita Filho- FFC- campus de Marília. 
Foram selecionados 18 indivíduos, de ambos os gêneros, que apresentavam doença do 
Sistema Nervoso Central. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, 
sendo que o Grupo 1 (n=9) realizou sessões de Equoterapia, e o Grupo 2 (n=9) realizou 
Equoterapia com atividades lúdico-desportivas. 
As atividades terapêuticas foram desenvolvidas em um Centro Equoterapia 
filantrópico, com infra-estrutura adequada, contendo espaço físico e materiais necessários. Os 
praticantes foram avaliados antes e após o período de tratamento. 
Foram realizadas a avaliação de controle de tronco e avaliação da amplitude de 
movimento dos membros superiores, utilizando como instrumento o goniômetro universal, 
adotando os procedimentos descritos por MARQUES (1997). A avaliação do controle de 
tronco foi realizada por meio de dois testes. No primeiro teste, o paciente foi orientado a 
permanecer sobre um tablado, em sedestação, sem auxílio dos membros superiores, durante 
30 segundos. Outra atividade avaliada foi à realização da mesma atividade com os olhos 
vendados. O tempo de permanência em sedestação sem apoio dos membros superiores foi 
cronometrado. 
O termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado pelo responsável legal de 
cada praticante, que aceitou participar da pesquisa, e tiveram uma breve explicação da 
avaliação a ser realizada. 
As sessões de Equoterapia foram realizadas durante três meses, com duração média de 
30 minutos, em uma freqüência de uma sessão semanal. Para o Grupo 2, as atividades foram 
desenvolvidas juntamente com as seguintes atividades lúdico-desportivas: varal com 
figuras,bola e bambolês,espada e argolas. 
Os dados obtidos nas avaliações e reavaliações foram analisados estatisticamente, por 
meio do teste t de student, com nível de significância de 5% (p<0,05). Foram realizadas 
comparações inter e intra-grupos. 
 
Resultados e Discussão 
Tabela 1: Comparação do desempenho nos testes de equilíbrio entre as 
avaliações do grupo 1 
 Avaliação inicial Avaliação final 
Olhos abertos 23,18±4,66 25,81±4,70* 
Olhos vendados 19,00±5,27 22,29±5,09* 
Valores em segundos. * p<0,05 
 
 
Tabela 2: Comparação do desempenho nos testes de equilíbrio entre as 
avaliações do grupo 2 
 Avaliação inicial Avaliação final 
Olhos abertos 22,14±3,02 23,48±2,79* 
Olhos vendados 18,37±5,43 19,62±3,90* 
Valores em segundos. * p<0,05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3: Médias e desvios-padrão das avaliações goniométricas do grupo 1. 
Movimento 
Grupo 1 (n=9) 
Avaliação inicial 
Grupo 1 (n=9) 
Avaliação final 
E D E D 
Flexão Ombro 161,11 ±7,30 158,56 ±8,06 163,77±7,39 161,66±9,04* 
Extensão Ombro 35,11 ±9,52 34,89 ±9,66 37,55±8,66* 35,33±12,16 
Adução Ombro 27,89 ±6,41 27,67 ±7,24 29,77±6,33 29,33 ±6,63 
Abdução Ombro 139,67 ±13,59 142,78 ±13,01 143,44±13,34 144,44±12,16 
Rotação Medial Ombro 85,00 ±4,79 80,89 ±7,88 85,86±5,24 83,22 ±6,30 
Rotação Lateral Ombro 80,00±18,96 78,11±19,22 80,55±17,91 79,33±17,89 
Flexão Cotovelo 131,56±8,92 131,67±5,22 133,55±5,38 134,22±4,17 
Flexão Punho 71,33±20,81 71,67±20,14 73,33±20,32 73,11±19,43* 
Extensão Punho 58,11±9,21 55,44±10,11 59,33±9,32 56,88±10,19 
Adução Punho 30,11±3,17 31,33±5,00 31,55±3,84 33,33±4,24* 
Abdução Punho 15,33±3,70 15,33±4,50 16,00±3,39 16,00±3,80* 
Valores em graus. * p<0,05 
 
Tabela 4: Médias e desvios-padrão das avaliações goniométricas do grupo 2. 
Movimento 
Grupo 2 (n=9) 
Avaliação inicial 
Grupo 2 (n=9) 
Avaliação final 
E D E D 
Flexão Ombro 153,22±20,35 158,11±17,26 159,00±13,11*160,44±16,82 
Extensão Ombro 35,33±6,83 33,67±6,23 37,88±4,88* 37,66±4,5* 
Adução Ombro 26,33±4,00 26,11±5,53 26,33±4,35 30,11±4,98 
Abdução Ombro 142,00±8,54 145,78±11,23 142,00±8,50 152,00±9,84 
Rotação Medial Ombro 86,22±3,49 84,33±6,63 86,22±2,68 87,44±3,64* 
Rotação Lateral Ombro 83,77±6,78 79,00±7,70 83,77±5,56 84,11±5,53 
Flexão Cotovelo 127,78±6,37 129,22±7,17 127,78±4,61* 133,55±6,28 
Flexão Punho 72±9,98 71,56±9,39 72±9,09 76,55±9,52 
Extensão Punho 52,89±7,28 46±21,37 52,89±6,48 52,44±14,03* 
Adução Punho 28±7,15 27,33±7,69 28±6,12 30,66±7,66 
Abdução Punho 16±3,42 14,56±3,28 16±2,20 16,11±2,14 
Valores em graus. * p<0,05 
 
Os resultados encontrados no presente estudo demonstram que houve melhora 
significativa em ambos os grupos na amplitude de movimento de membros superiores, 
estando de acordo com os estudos da ANDE (2007), que verificou o aumento no ajuste 
postural através da melhora das reações de equilíbrio e amplitude de movimento. 
A melhora significativa do equilíbrio em ambos os grupos encontrada neste estudo 
demonstra a complexidade das sessões de Equoterapia na reabilitação de pacientes com 
Paralisia Cerebral, em que o equilíbrio do paciente é posto em prova constantemente, estando 
de acordo com os estudos de Sokolov, Dremova e Sansonova (2002), em que o movimento 
rítmico da andadura do cavalo provoca alterações no centro de gravidade da criança, fazendo 
com que ocorra ajustes compensatórios para manter o equilíbrio. 
Conclusão 
Os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que a Equoterapia é um recurso eficaz 
para pacientes com doenças do Sistema Nervoso Central, independente de realizá-la com ou 
sem atividades lúdicas. 
Referências: 
ANDE. Curso básico de Equoterapia. Apostila. Brasília, 2007. 
ÁVILA, L.C. Conexionismo e equoterapia: relacionando-se com o mundo. Revista da 
associação nacional de Equoterapia. n. 5, p. 3, 2001. 
BERTOTI,D.B.Effect of therapeutic horseback riding on posture in children with cerebral 
palsy. Phys Ther, p.1505-1512, 1988. 
FRAZÃO, S. Equoterapia – Recurso terapêutico em discussão. O Cofitto. n. 11, p. 66-81, 
jun. 2001. 
MARQUES, A.P. Manual de Goniometria.São Paulo: Editora Manole, 1997. 
MCGIBBON, N.H., ANDRADE,C.K., WIDENER, G., GINTAS,H.L. Effect of an equine-
movement therapy program on gait, energy expenditure, and motor function in children which 
spastic cerebral palsy: a pilot study. Developmental medicine & child neurology, v. 40, p. 
754-762. 1998. 
SOKOLOV,P.L.;DREMOVA,G.V.;SAMSONOVA,S.V.Hippotherapy as a method for 
complex rehabilitationmof patitents with late residual stage of infantile cerebral palsy. Zh 
Nevrol Psikhiatr Im S S Korsakova.v.102, n.10, p. 42-45, 2002.

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