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Taynara Sandra de Souza Freitas - Portfólio 2

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Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
Sumário
Prefácio ………………………………………………………………………………………..……....01
Capítulo 1
Dia 09/08: Apresentação da Unidade Saúde da Família (USF) e da estratégia de saúde ……………..02
Capítulo 2
Dia 23/08: Territorialização na USF - Aula ……………………………………………………….......05
Capítulo 3
Dia 23/08: Atenção primária à saúde/estratégia de saúde da família - Aula ………..…………..…….07
Capítulo 4
Dia 30/08: Revisão para prova ………………………………………………………..………….……10
Capítulo 5
Dia 10/09: Caracterização social e epidemiológica da população adscrita à USF ……...………….....11
Capítulo 6
Dia 21/09: LAGETES ………………………………………………………………………....……....15
Capítulo 7
Dia 04/10: Análise das fichas de cadastramento de uma microárea …………….…………………….18
Capítulo 8
Dia 05/10: LAGETES - Apresentação do mapa ……………………………………………………....24
Capítulo 9
Dia 15/10: Levantamento da produção de produtos e serviços e recursos humanos/dados …………..25
Capítulo 10
Dia 22/10: Cartografia …………………………………………………………………………....…..28
Capítulo 11
Reflexão de experiência ………………………………………………………………………….……33
Capítulo 12
Referências …………………………………………………………………………………....……….34
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
1
Prefácio
O primeiro período de medicina é uma fase desafiadora para os novos acadêmicos e passar
por ela com tantas experiências faz dela incrível e única. Por meio desse portfólio
transformado em um mini livrinho improvisado, cujo título foi inspirado em ‘’Diário de um
banana’’, a autora, que na verdade é a protagonista que está vivenciando o novo no seu dia a
dia como estudante de medicina, vai relatar e demonstrar o que foi aprendido ao longo de
quase cinco meses de aulas que são introdutórias e bases para um ciclo acadêmico inteiro.
Retratando todo seu aprendizado, a autora ainda vai expor suas opiniões e breves pesquisas
científicas que complementam tudo o que foi visto, com base em suas vivências em relação
às aulas e seus estágios que ocorreram na Unidade de Saúde da Família de Nova Goiana.
Vale ressaltar que a autora toma liberdade em se tratar em primeira pessoa em várias páginas
deste pequeno livro, pois a ideia é tratar como se fosse um diário.
Todas as referências estarão postas no final.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Capítulo 1
Dia 09/08: Apresentação da Unidade Saúde da Família (USF) e da estratégia de saúde
Esse foi o dia que eu estava mais ansiosa pra que chegasse, o primeiro dia de
‘’postinho’’.Chegamos lá às 7h40 e a cidade estava chuvosa. Lembro de ter falado para as
minhas colegas de estágio: ‘’Acho que não vai ter muita gente, pois ‘tá’ chovendo muito’’, pra
minha surpresa, tinha uma fila enorme na frente da UBS Nova Goiana. Chegamos lá e
ficamos esperando a preceptora Dra. Mariana que estava pra chegar um pouco atrasada por
causa da chuva, já que ela estava vindo da Paraíba.
Sala de espera
A casa estava cheia e estava dividida entre pacientes para a dentista e pacientes para o
atendimento de saúde mental com a Dra. Mariana, pois geralmente na segunda pela manhã é
dia de receita. Enquanto esperávamos a chegada da Dra. Mariana, fomos recebidas pela
enfermeira Beatriz, que estava em seu dia de folga, mas ficou por lá para nos apresentar e nos
direcionar a tudo.
Ficamos na sala da enfermaria e aprendemos como aferir a pressão arterial dos
pacientes e como registrá-los e encaminhá-los para alguma consulta pelo sistema. E ficamos
revezando a cada paciente que entrava na sala. Fizemos também uma espécie de ‘’tour’’ pela
UBS Nova Goiana, conhecendo cada espaço que ela contém, desde a sala dos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) à farmácia. O posto de saúde tem uma equipe composta por
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, uma dentista, um auxiliar de
dentista, oito agentes comunitários de saúde, uma recepcionista e um servente.
Deu para notar certa precariedade no local quando é mais afundo, indo para o lado da
sala dos ACS e também há uma salinha que comporta no chão várias caixas de remédios e
materiais, pois não cabem na farmácia. A recepção do posto é um pouco desorganizada, pois
comporta várias caixas com fichas dos pacientes atrás do balcão, isso porque não tem outro
lugar que seja adequado para o seu armazenamento.
Apesar dos ACS terem tecnologia para registro de dados como o tablet, que chegou
recentemente na faixa de 2 anos atrás e ar condicionado, a sala não tem tanto conforto para
oito agentes se instalarem, em caso de reunião, por exemplo. Além disso, faltam recursos para
que façam o seu trabalho com eficiência na cobertura da comunidade inteira, pois há uma
microárea que não é coberta, pois falta agente comunitário para isso. Pude observar também o
telhado da sala que é feito de telha de fibrocimento, conhecido como brasilit que, apesar de
ser de baixo custo e boa eficácia, absorve bastante calor e quando mal colocado, corre o risco
de ter goteira, o que acontece na sala em época de chuvas.
Mapa Territorial da UBS Nova Goiana
Enfermaria
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Recepção
Tivemos também a visita do professor Alberto e da secretária Liliane.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Capítulo 2
Dia 23/08:Territorialização na USF - Aula
A atenção à saúde básica tem como objetivo propor ações de saúde à população por
meio do diagnóstico, proteção, tratamento, promoção, reabilitação, entre outros. Além disso, é
realizada por uma equipe multiprofissional presente nas Unidades Básicas de Saúde,
assumindo responsabilidades como a sanitária.
Ela tem como atribuições que todos os membros a equipe multiprofissional deve seguir,
são elas:
1) Participar do processo de territorialização
2) Mapeamento da área e realização de ações de atenção à saúde
3) Cadastramento da população da comunidade na qual a Unidade Básica de Saúde
. está inserida.
Para entendermos o que é a territorialização e o que ela abrange, primeiro é preciso
entender do que se trata o/um território.
Um território é um espaço com administração e política limitadas, nas quais os
indivíduos por mais que sejam diferentes entre si, têm uma identidade que depende da história
vivida pelo espaço que vivem, com diversas interações sociais e solidariedade. Esse espaço
em si, é portador de poderes e é produzido de maneira social, que se molda de um jeito que
pode exercer pressões econômicas e políticas, criando problemas na sociedade.
De acordo com Barcelos et al, o território é um resultado da união de situações
ambientais, históricas e sociais, que promovem condições únicas e particulares que produzem
e geram doenças. Por isso, há uma necessidade de políticas públicas na construção e
consolidação de ações para que esses problemas e as necessidades das comunidades que
habitam e produzem tais condições sejam enfrentados da melhor maneira possível.
Uma dessas intervenções é a territorialização, na qual é um método que tem como
finalidade entender e reconhecer quais são os problemas e os determinantes sociais e
ambientais que agravam o processo de saúde-doença da população de certa área, desejando
produzir melhorias e proporcionar saúde. Vale lembrar que a territorialização permite uma
visão espacial para que haja uma análise dos principais problemas que acercam a saúde da
população, identificando suas vulnerabilidades e quais são as pessoas que estão sujeitas à elas.
Segundo Teixeira et al(1998), a territorialização é o reconhecimento e o mapeamento
do território conforme a lógica das relações entre as condições de vida, o ambiente e o acesso
às ações e serviços de saúde.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Para isso, é preciso fazer umplanejamento de como irá fazer para poder identificar os
problemas, as particularidades epidemiológicas e as necessidades de saúde na vida social dos
indivíduos do local escolhido para tal realização, realizando análises que colham dados que
vão mostrar quais são os problemas, assim como quais são as necessidades da população.
Depois é feito o diagnóstico situacional do território, observando os seus limites, áreas
de riscos e observando a situação ambiental do lugar. Além disso, é feito coleta das
problemáticas que predominam no território e depois por meio do mapeamento, que o divide
em microáreas que serão destinadas ao Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para poder
realizar o cadastramento da população. Cada detalhe colhido por eles servirá de norte para a
implementação de algum plano de intervenção que é proposto pela própria Secretaria
Municipal de Saúde. Isso faz com que seja organizado e direcionado os planos de intervenção
de forma unânime para cada área coberta, que por mais que cada uma tenha suas diferenças,
se igualam em certas circunstâncias, tendo como exemplo doenças relacionadas ao descarte
indevido de lixo e o esgoto a céu aberto.
Os dados que precisam ser levantados são os aspectos institucionais, como igrejas,
ONGs,os aspectos demográficos como a população, quantidade de famílias residentes, idade,
sexo,aspectos socioeconômicos como o grau de escolaridade, condição de vida e moradia,
realização profissional, etc e por fim os aspectos epidemiológicos, como os dados de
morbidade e mortalidade, natalidade, cobertura vacinal e endemias que já aconteceram
nesses locais e quais são propícias a acontecer caso não haja a intervenção de alguns
problemas predominantes.
Por fim, existe a construção do mapa que ajuda a guiar e entender de modo visual, que
pode ser dividido em mapa territorial, que é aquele que pode ficar exposto à população na
recepção das Unidades Básicas de Saúde e o mapa inteligente, que é restritos aos agentes
comunitários de saúde junto com a enfermeira, que tem mais informações íntimas e
detalhadas da situação em geral.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Capítulo 3
Dia 23/08: Atenção primária à saúde/estratégia de saúde da família - Aula
De acordo com Bárbara Starfield, ‘’a atenção primária à saúde é a atenção de primeiro
contato. Ela é contínua, global e coordenada que se proporciona à população sem distinção de
gênero, ou enfermidade, ou sistema orgânico’’.
A atenção primária à saúde tem vários atributos e funções.
Os atributos, são eles:
a) Primeiro contato: é quando a equipe multiprofissional e a própria população reconhece
tal resolução para se tomar quando acontece algum problema. Exemplo: com o
aumento de casos de dengue em uma comunidade faz com que população, junto com
órgão que cuidam da saúde sanitária das pessoas, se juntem através de campanhas de
prevenção contra a problemática em questão, assim como tratar os doentes,
direcionando-os aos postos de saúde para serem orientados pela médica como se
cuidar.
Modos de prevenção contra dengue
b) Longitudinalidade: preza pela boa relação
médico-paciente, na qual faz com que o médico se
mostre mais próximo do seu paciente e o trate em
qualquer circunstância, ou seja, até fora do próprio
consultório se for preciso, de acordo com as
necessidades do paciente. Esse tipo de relação faz
com que o médico ou a equipe multidisciplinar
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por Taynara Freitas
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reconheça com eficiência e até rapidez qual o problema que o paciente está passando e
como tratá-lo da melhor forma possível.
c) Integralidade: é quando a equipe multiprofissional aborda de forma integral tudo sobre
o paciente e sua família. Pode ser seu histórico, ou seja, seus antecedentes pessoais e
seus antecedentes familiares para a melhor compreensão de sua situação atual.
d) Coordenação: é a articulação de diversos serviços e ações de saúde que pode ser
ofertado para o indivíduo de acordo com a sua necessidade. Exemplo: UPA 24h,
CRAS, academias da cidade, entre outros.
e) Focalização na família
f) Orientação comunitária
g) Competência cultural
As funções, são elas:
a) Resolubilidade
b) Comunicação
c) Responsabilização
A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como princípios gerais:
a) Substituir a rede de atenção básica tradicional, sendo assim algo mais complexo
b) Atuar no território, com predominância dos Agentes Comunitários de Saúde junto com
a equipe multiprofissional no cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional , ações
dirigidas aos problemas de saúde, procurando assim agir com o atributo da atenção
básica longitudinalidade, sendo proativo às doenças e agravos que acometem a
população.
A ESF é composta por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem,
agentes comunitários de saúde, cirurgiões dentistas, auxiliares ou técnicos de saúde bucal. O
médico que atua na ESF é o médico generalista ou o médico da família.
Diferenças entre UBS e USF:
a) A Unidade Básica de Saúde é um estabelecimento que não possui uma equipe de
saúde da família
b) A Unidade de Saúde da Família é um estabelecimento que possui pelo menos uma
equipe de Saúde da Família, que possui funcionamento com carga horária mínima de
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40 horas semanais, no mínimo 5 dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando
o acesso facilitado à população.
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Capítulo 4
Dia 30/08: Revisão para prova
Esse dia foi de revisão dos assuntos que caíram na prova.
Os assuntos são estes:
a) Conceito de Saúde e SUS
b) Determinantes sociais de saúde
c) Estratégia de Saúde da Família e Atenção Primária de Saúde
d) Territorialização
A revisão ao todo foi um breve resumo dos assuntos que vimos ao longo de quatro aulas de
PIESF.
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Capítulo 5
Dia 10/09: Caracterização social e epidemiológica da população adscrita à USF
Começamos o dia de estágio com uma palestra feita pelo nosso grupo para os pacientes
sobre tuberculose, a doença que estava muito comum na comunidade. Distribuímos folhetos e
falei sobre o tratamento e a prevenção.
Durante a palestra, falei que o tratamento da tuberculose é gratuito e está disponível
pelo SUS, podendo ser feito no próprio PSF Nova Goiana e dura no mínimo seis meses. O
tratamento é feito de forma observacional pelo profissional de saúde, através de ingestão de
medicamentos, valendo lembrar que todas as pessoas com tuberculose devem fazê-lo até o
final e essa doença tem cura.
Já a prevenção pode ser feita através da vacina BCG que as crianças tomam ao nascer,
ou até no máximo 4 anos, 11 meses e 29 dias. Outros modos de prevenção são o controle da
infecção, manter ambientes bem ventilados e iluminados com a entrada da luz solar, proteger
a boca e o nariz ao tossir e espirrar, assim como evitar aglomeração.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Autora e colegas de estágio apresentando sobre a tuberculose
Após isso, fomos direcionados para a sala dos Agentes Comunitários de Saúde para
conhecer o seu trabalho e levantar dados de territorialização.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) têm uma importância crucial no processo de
territorialização e identificação dos membros da comunidade que irão procurar ajuda no posto
de saúde. São eles que acolhem dados, identificam os determinantes sociais, registram e
realizam busca ativa pela comunidade em prol da saúde.
No PSF da comunidade de Nova Goiana temos sete ACS e oito microáreas, na qual,
uma microárea encontra-se descoberta.
Os ACS são eles:
a) Mirian, responsável pela microárea 01;
b) Mônica, responsável pela microárea 02;
c) Luzia, responsável pela microárea03;
d) Lúcia, responsável pela microárea 04;
e) Daniel, responsável pela microárea 06;
f) Edilene, responsável pela microárea 07;
g) Jaciara, responsável pela microárea 08.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Cada um é responsável pela sua microárea, na qual realiza trabalhos como visitar as
famílias, os gestantes, crianças, idosos, hipertensos, diabéticos, entre outros.
Eles procuram saber o que está acontecendo com a família, se tem algum doente na
casa, se alguém foi internado, ou se morreu, neste último caso citado, os ACS notificam no
sistema pelo tablet que usam para trabalhar. Eles atendem de 5 a 10 casas por dia, pois o
Ministério da Saúde preconiza até 10 casas por dia atendido pelos ACS.
No sistema pelo tablet eles colocam tudo, do nascimento à morte e em caso de alguma
família se mudar da comunidade, são retirados do sistema.
Sobre a microárea 05, que está descoberta, já aconteceu o concurso e o novo ACS está
em processo de documentação, o que segundo os agentes do posto falaram, é um processo
demorado pela prefeitura. O novo ACS também mora na comunidade de Nova Goiana.
Foi questionado se eles têm algum recurso do governo para realizar seus serviços de
forma integral e unânime, responderam que não e já estão acostumados com a situação que se
encontram hoje em dia, mas antes ficavam muito preocupados, pois queriam ajudar, mas não
podem por falta de recursos.
Foi demonstrado durante a conversa com os ACS a decepção sobre pacientes que
marcam ficha, mas não vão ou quando vem, não trazem o que é solicitado pela médica.
O trabalho dos ACS de Nova Goiana, atualmente, está direcionado à questão da
vacinação contra o COVID.
Tem o CRAS, que é um órgão da prefeitura que atende as famílias carentes da
comunidade, dando assistência social, mas que muitas vezes não funciona.
Foi questionado sobre a estrutura da sala dos ACS e falaram que há bastante vazamento
de água por ser telhado de brasilit e quando tem que ligar a bomba para a caixa d’água, há
vazamento e já foi filmado e mandado para o prefeito, mas até a situação atual, nada foi
resolvido ainda.
Perguntamos se eles ‘tivessem’ a oportunidade de mudar algo no PSF, o que seria e
falaram que a estrutura. Já foi reclamado sobre isso, para poder fazer uma reforma, mas
segundo relatos, houve desvio de verbas.
Sobre a população nova goianense:
População de Nova Goiana em números:
a) Número de pessoas cadastradas: 4401
b) Número de famílias: 1215
c) Número de famílias acompanhadas: 1200
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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d) População masculina: 2901
e) População feminina: 2310
f) População feminina com idade de 25 a 64 anos: 1293
g) Número de mulheres na faixa etária de 50 a 69: 434
h) Número de idosos a partir de 70 anos: 772
i) Número de acamados: 27
j) Número de diabéticos: 175
k) Número de hipertensos: 541
l) População obesa: 11
m) Tabagistas: 219
n) Pacientes com sequelas de AVC: 17
o) Hanseníase cadastrado: 1
p) Crianças de 0 a 11 meses: 57
q) Crianças de 1 ano a 2 anos: 214
A condição de moradia da população nova goianense não é muito boa, na qual
antigamente as casas eram de taipa, a renda é local com pequenos comerciantes e mercearias e
o meio de transporte é por ‘’kombi’’, motoqueiros e carro por lotação. O meio de lazer não
tem na comunidade, mas estão construindo uma academia da cidade.
O saneamento básico está em reforma com previsão de término em 2023 e está em falta
em toda área de Nova Goiana. A coleta de lixo acontece nas terças, quintas e sextas.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Capítulo 6
Dia 21/09: LAGETES
Essa foi uma aula que juntou PIESF com informática, na qual o professor Igor nos
ensinou a mexer na ferramenta do Google Maps para construir o mapa da nossa área de
abrangência.
Eis aqui abaixo um pequeno passo a passo.
1. Ao acessar a página inicial do Chrome, na lateral direita vai ter nove pontinhos
chamado de ‘’Google Apps’’, na qual podemos clicar e procurar pelo aplicativo
‘’Maps’’, como mostra a figura abaixo.
2. Vai abrir essa página. Após isso, você pode clicar naqueles três tracinhos chamados de
‘’Menu’’ no lado superior esquerdo.
3. Ao clicar no ‘’Menu’’, clique em ‘’Seus lugares’’.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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4. Clique em mapa e em ‘’criar mapa’’ que aparece logo abaixo.
5. Você vai se redirecionar para uma página que irá aparecer o que mostra abaixo. Em
‘’mapa básico’’ você pode escolher o estilo do seu mapa, se quer na visão ‘’satélite’’,
‘’relevo’’, entre outros.
6. Clicando em ‘’Mapa seu título’’ como mostra na imagem acima, vai abrir uma
janelinha na qual você pode nomear o seu mapa como quiser e também descrevê-lo.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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7. Na barra do Search, você pode procurar pelo o que quiser, o seu objetivo.
8. Abaixo da barra do Search, tem vários ícones que você pode explorar para o seu mapa.
São eles, respectivamente: ‘’Selecionar itens’’, ‘’Inserir marcador’’, ‘’Desenhar
linhas’’, ‘’Adicionar rotas’’ e ‘’Medir distâncias e áreas’’.
9. Com todas essas ferramentas e informações, você pode desenhar, destacar, incluir e
tudo mais o que quiser fazer em seu mapa. Agora, é só explorar.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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Capítulo 7
Dia 04/10: Análise das fichas de cadastramento de uma microárea
Nesse dia aprendi como funciona o sistema de cadastramento pelo aplicativo ‘’e-SUS
APS’’ baixado no tablet que os ACS usam.
Ao acessar o tablet, o ACS deve botar seu CPF e senha, na qual será direcionado para
sua página de informações.
Nele contém todas as informações possíveis sobre a comunidade de Nova Goiana e sua
população/família, desde os nascidos até o óbito.
Quando uma pessoa da comunidade chega a falecer, notifica-se para a Secretaria de
Saúde e seus dados serão deletados do aplicativo. E caso alguém se mude de uma comunidade
ou cidade para outra, é só apagar.
Abaixo está um breve passo a passo de como funciona o aplicativo.
Ao logar no aplicativo, a primeira visão é da lista de logradouros, como está mostrado
abaixo.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
por Taynara Freitas
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Ao selecionarmos alguma rua, abre vários dados, com as famílias. Vale lembrar que
cada família representa uma casa. E ao selecionarmos uma família, é mostrado dados sobre
casa membro familiar.
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Quando acontece de alguém falecer, mudar de comunidade ou precisar atualizar dados,
basta apenas clicar nos ‘’três pontinhos’’ localizados ao lado da opção ‘’visitar’’, que abrirá o
que mostrarei abaixo. Depois é só clicar onde seja adequado para a situação atual.
Outra parte importante do aplicativo, é quando acessamos o relatório de território, onde
é visto vários dados em números. Para acessá-lo, é só ir para a parte inicial do aplicativo onde
aparece a lista dos logradouros e clicar nos três ‘’tracinhos’’ lateral esquerdo.
Ao fazer isso, vão aparecer três tópicos: condições de moradia, população e saúde.
Nesse passo a passo irei mostrar apenas as condições de moradia.
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Ao selecionar cada subtópico, teremos em número a quantidade de cada elementos.
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por Taynara Freitas
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Sobre o aplicativo:
O aplicativo se chama ‘’e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS).
Tem como intuito reunir todas as informações de saúde de nível nacional em um só
lugar e isso faz com que expanda a qualidadeno atendimento à população. As fichas que
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por Taynara Freitas
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antes eram em papel ficaram totalmente virtualizadas para a segurança e melhor
armazenamento destas.
São implantadas em unidades que não possuem conexão de internet e em unidades que
não possuem computadores suficientes para todos os profissionais. No caso da Nova Goiana,
não tem computadores para todos.
Todas informações acima sobre o aplicativo foram tiradas no site:
https://sisaps.saude.gov.br/esus/
Capítulo 8
Dia 05/10: LAGETES - Apresentação do mapa
Esse foi o dia em que eu e meu grupo de estágio tivemos que apresentar o que aprendemos e
colocamos em prática de acordo com o que foi ensinado na construção de mapas pelo
professor Igor e colocado os itens que foram cobrados pelo professor Alberto. Exploramos
todos os ícones e ferramentas possíveis que pudessem esclarecer o que tem presente na
comunidade de Nova Goiana.
Foi uma aula bem dinâmica que deu para apresentar para os meus colegas de sala sobre a
comunidade e seus elementos, assim como conhecer as comunidade deles.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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Capítulo 9
Dia 15/10: Levantamento da produção de produtos e serviços e recursos humanos/dados
Nesse dia, fomos apenas eu e minha colega de estágio Rayana Mesquita. Minhas outras
colegas não puderam ir.
Chegamos lá e fomos direcionadas novamente para a sala dos Agentes Comunitários de
Saúde (ACS) e aproveitamos para colher algumas informações que estavam faltando para o
trabalho final, tais como a história do posto e da comunidade, cultura local, equipe e
principais morbidades.
Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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No seu contexto histórico, onde hoje é o atual PSF Nova Goiana, antes era um lixão e
tinha muito mato e plantação de cana-de-açúcar. A população que residia pelos arredores
começou a invadir o lugar e construir casas de taipa e lona. O vereador da época, chamado de
Arnaldo Ferreira, conhecido como ‘’Boneca’’, lutou junto com os moradores/’’invasores’’
para que o povo conseguisse posse de terras e até hoje ninguém tem posse de terra nessa
comunidade. Até que a Igreja São Francisco de Assis, padroeiro da cidade, conseguiu o
pedaço de terra e construiu a comunidade. A comunidade de Nova Goiana foi criada entre os
anos de 1988 e 1989 e o posto, por sua vez, entre o ano de 2000 e 2001, segundo relatos dos
Agentes Comunitários de Saúde.
Hoje, tem como renda local pequenos comércios, vulgo mercearias e supermercados,
além de pequenas feiras locais. A religião local é marcada pela diversidade, tendo igrejas
evangélicas e uma igreja católica, tenda espírita e casa de umbanda. A cultura, por sua vez, é
marcada pelos Caboclinhos de fecha, Caboclinhos de lancha, cultura afro-brasileira como o
candomblé e seresta, estilo de música muito ouvido pela comunidade de Nova Goiana.
A violência é um problema social predominante na comunidade, pois há pontos de
drogas espalhados por ela e conflitos entre os mesmos por causa da luta por espaço de venda
de drogas, tem morte por armas de fogo, mas ironicamente pode-se dizer que felizmente os
traficantes não mexem, violentam a comunidade. A guerra em si é entre os próprios
traficantes. Apesar da violência presente, não há casos conhecidos ou registrados de
feminicídio.
Tem também prostituição, o que só mostra o quão vulnerável a comunidade é na
questão de saúde pública e socioeconômica, a gravidez, a violência e a circulação de IST’s se
faz presente.
Conseguimos mais informações sobre a área descoberta, já foi realizado o concurso e o
novo ACS já foi chamado, mas ainda não começou a atuar no PSF Nova Goiana por causa da
Secretaria Municipal de Saúde de Goiana, talvez pela falta de verba oriunda da prefeitura.
Não há nenhum dado sobre essa área descoberta, mas sempre que podem, eles dão
assistências, levam vacina, principalmente da COVID – que por sua vez, deixou muitas
mortes na comunidade - e realiza visitas domiciliares com quem solicita. A área descoberta é
a 05, composta pelas rua Dalva Oliveira, Rua da Igreja, rua Oscarito e rua Zacarias.
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Pude perguntar à ACS Lúcia, quais maiores dificuldades para a realização do seu
trabalho e pra ela, é o fato de não poder contribuir mais do que pode, pois faltam recursos, tais
como fraldas, papel higiênico, leite para mães que não podem amamentar e medicamentos
para diabéticos e hipertensos, pois apesar de ter não é suficiente e não vem toda a quantidade
solicitada pela enfermeira chefe. Tem em excesso medicamentos sem para quem destinar,
esses são retornados para que não vençam.
As morbidades mais comuns na comunidade são a diabete e a hipertensão, existem
quadros de tuberculose, hanseníase, COVID, e há um caso em que uma mulher de 33 anos
morreu recentemente de câncer de garganta. Além disso, ultimamente está sendo muito
comum queixas cujos diagnósticos se dão por esquistossomose por conta de banho em rio e
escabiose por causa da água do banho de casa.
O planejamento familiar também é algo difícil para implementar na comunidade de
Nova Goiana, apesar de ser algo básico, com informações transmitidas e com orientações de
uso de anticoncepcional e contraceptivos, muitas vezes a população não segue.
Perguntei se é comum pessoas de outras comunidades procurarem o PSF de Nova
Goiana e a ACS Lúcia respondeu que sim, que apesar de não ser ‘’correto’’, pois os recursos
faltam pra população da comunidade local, não se pode negar cuidados médicos, o que está
correta em sua fala, pois tem que atender as normas e diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Um exemplo que procura o PSF de Nova Goiana são as pessoas de Portelinha, pois elas não
têm PSF por perto.
Nesse dia, me senti com espaço para investigar muitas coisas, além das questões
levantadas anteriormente, também questionei quais são as parcerias/convênios que o posto
tem. Tem o Centro de Diagnóstico Manoel Vieira, que é um convênio com a prefeitura, e vai
ao posto todas sextas pela manhã para realizar a coleta de sangue e também tem a Clínica
Nossa Senhora das Vitórias, que é um centro de referência, no qual, a Dra. Mariana pode
encaminhar os pacientes que agendam na Secretaria de Saúde, nessa clínica tem atendimentos
com vários tipos de médicos, como pediatras, reumatologistas e vários outros para a
realização de exames, além de acompanhamentos terapêuticos com psicólogos.
Após a coleta de informações, fomos para o consultório acompanhar a preceptora e
dois casos me chamaram a atenção: um caso, uma mulher estava com amebíase e outro caso,
uma mulher hipertensa, pré diabética, com colesterol alto relatou dores na região lombar e
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pélvica e levou à médica um raio x (RX) da mama feito no IMIP. A médica não conseguiu
identificar com clareza, pois a realização do exame não foi bem feita e completa. Pediu para a
gente analisar, mas eu, por exemplo, não entendi nada, o que é claro, não aprendi ainda como
ler um RX.
Capítulo 10
Dia 22/10: Cartografia
Esse dia de estágio era de junção entre os dois grupos que fazem estágio no posto.
Estava Rayana Mesquita, Thais Soares e Yasmin Omena além de mim.
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Era dia de Thaís e Yasmin coletar informações para o trabalho final e aproveitei para
acompanhar caso haja alguma informação nova ou diferente que faltou na outra semana na
qual coletei.
Informações extras que consegui coletar a mais:
1. A questão da renda da comunidade, têm muitos trabalhadores rurais e outros que são
trabalhadores da empresa Jeep, que é um polo automotivo que emprega dezenas de
goianenses.
2. Caso de abuso sexual. Criança de 12 anos foi abusadapelo próprio pai.
3. Na cidade tem o NASF, que é o Núcleo de Apoio a Saúde da Família, que é um
programa que tem uma equipe multiprofissional composta por fonoaudióloga,
psicóloga, fisioterapeuta, farmacêutica e nutricionista e é onde os pacientes são
encaminhados caso haja necessidade.
Após a coleta de informações, fomos para o consultório acompanhar os atendimentos
com a nossa preceptora e na minha opinião, foi o melhor dia de acompanhamento, no qual
consegui coletar muitas informações sobre os pacientes que foram atendidos. Antes a
preceptora não falava tanto ou quase nada sobre os pacientes conosco e dessa vez, através do
estímulo de nós ficarmos perguntando e confirmando informações, ela falou mais, o que é um
ponto positivo.
Dessa vez, tive a ideia de anotar tudo o que entendia para poder trazer ao Portfólio, pois
antes não tive essa ideia, acho que conforme os dias passaram, tive mais maturidade para isso,
apesar que antes eu não conseguia anotar, pois não entendia muito o que a médica e os
pacientes falavam, por causa do eco da sala e do uso de máscara que impede a realização a
leitura labial, eu como deficiente auditiva, dependo disso na maioria das vezes, porém, o uso
de máscara é indispensável.
O que me fez entender para conseguir anotar foi ficar perto da preceptora e prestar
muita atenção no que foi dito, além de depois que o paciente saia, eu perguntava algumas
coisas que não consegui ouvir ou entender. E mesmo quando o paciente estava na sala, eu me
dirigia a ele caso não entendesse o que foi dito: ‘’A dor é onde mesmo?’’, ‘’Há quanto tempo
isso acontece?’’.
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Irei relatar abaixo todas informações que consegui colher dos pacientes e alguns pontos
que achei interessantes aprofundar e pesquisar sobre.
Primeiro paciente:
Mulher idosa, diabética. Ela só tinha ido ao consultório só para avisar que estava
tomando outro antibiótico passado pelo médico da UPA. A história dela é a seguinte: estava
com uma bolha na perna e sem querer estourou, o que acabou lesionando gerando um
‘’buraco’’ ferido e infeccionando, precedido de uma linha vermelha que subia. Procurou o
PSF Nova Goiana para ser atendida pela médica Mariana Lopes, que diagnosticou essa
‘’linha’’ como linfangite, que é uma infecção de um ou vários vasos linfáticos, fazendo com
que apareça na pele linhas vermelhas, quentes e incômodas ao toque. Receitou antibiótico
para a linfangite e pomada para a lesão. Passou um tempo e a linfangite melhorou, mas a
ferida não, e como ela é diabética, feridas são difíceis de sarar. Procurou a UPA, onde o
médico pediu para suspender o uso da pomada, pois deixava a pele ‘’amolecida’’, dificultando
a cicatrização e receitou um antibiótico para o tratamento. Após ouvir a história, Mariana
pediu para ver novamente a ferida e orientou que voltasse ao consultório caso não houvesse
nenhuma melhora.
Questionei à médica se a linfangite acontece só com diabéticos e ela falou que não e
isso pode acometer qualquer pessoa.
A diabete é uma doença crônica não transmissível, que acomete milhares e milhares de
pessoas em todo o mundo e se não for cuidado pode gerar feridas e outras complicações. É
muito comum ouvirmos que feridas em diabéticos são difíceis de cicatrizar, e isso é dado por
causa de complicações no sistema cardiovascular por causa do excesso de açúcar no sangue
do paciente e isso resulta na diminuição ou até mesmo no bloqueio da circulação sanguínea e
isso também afeta o sistema de defesa.
Segundo paciente:
Mulher, jovem, paciente psiquiátrica. Levou exames para a médica avaliar e deu tudo
normal. Toma o ansiolítico rivotril e a médica aumentou a dose.
O rivotril é um tranquilizante, remédio tarja preta que precisa de receita médica para ser
comprado. É indicado para pessoas que sofrem de ansiedade, insônia, depressão, vertigem,
entre outros. Como todo remédio tem seus efeitos colaterais, com isso não é diferente,
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podendo piorar o que deveria melhorar, além de causar fraqueza muscular, alteração no libido,
distúrbio de memória, perda de cabelo, anorexia, entre outros.
Terceiro paciente:
Mulher, jovem. Trouxe exames e deu que estava com o colesterol alto. A médica
orientou-a que precisaria melhorar a alimentação. Também levou o exame de ultrassonografia
pélvica, na qual deu tudo normal. A mãe que a acompanhava relatou dores de cabeça e pediu
para que fosse receitado a dipirona.
O colesterol alto acontece quando o corpo produz gordura em excesso, podendo formar
placas de gordura na parede das artérias e acarretar cardiopatias, como AVC e infarto. Pode
ser acometido por fatores genéticos ou por meio da alimentação e influenciado por outros
fatores de risco como seentarismo, idade e sexo, pois as mulheres são mais propícias a terem
diabete após o início da menopausa. Para melhorar, é preciso mudar de hábitos de vida, tais
como se exercitar, melhorar a alimentação, diminuir o consumo de comidas gordurosas, etc.
Quarto paciente:
Mulher. Procurou ajuda médica se queixando de muita cólica, irritação e bolhas na
vagina. Relatou que fazia muito tempo que fez exames citológicos. A médica solicitou
exames para ver como está o colo do útero e teste rápido para ver se está com herpes vaginal.
Foi falado também para a paciente sobre a importância de manter uma imunidade boa.
Receitou uma pomada vaginal e o remédio aciclovir, que deveria ser tomado dois de uma vez
a cada 8 horas.
A herpes genital é uma doença transmitida pelo ato sexual desprotegido e é causada
pelo herpes simples. É muito frequente em pessoas com idade entre 14 a 49 anos e não tem
cura, mesmo assim, é tratável com comprimidos e antivirais como o Aciclovir, que é um
remédio indicado para a prevenção e tratamento de lesões causadas pelo vírus Herpes
simplex.
Quinto paciente:
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Masculino, criança. Acompanhado da avó, trouxe exames para a médica avaliar e deu
tudo normal. Tinha desconfiança de que estava com diabete ou gastrite. Relatou também que
surgiu manchinhas no rosto do paciente e a médica questionou se foi feito o exame de fezes,
foi feito, mas há algum tempo e na época deu tudo normal. Foi questionado pela médica
também se houve a diminuição do apetite. Foi receitado pomada para passar nas manchas e
orientado que se caso não melhorasse, retornasse para ver o que poderia fazer e solicitar
exames adequados caso fosse necessário.
A avó que estava acompanhando perguntou à médica se poderia ser atendida, a médica
falou que não pois não está com a ficha marcada, só quando fosse marcado. Foi um pouco
insistente, mas a médica falou do protocolo que deveria seguir para poder registrar no sistema.
Sexto paciente:
Mulher, ex-tabagista. Veio ao consultório relatando dores e inchaço nos pés há uma
semana e tosse há um mês. Perdeu peso e também tem dores nas juntas das mãos e relata que
as dores pioram quando vai dormir. Diz que é ex-tabagista e que parou de fumar há três
meses. Médica suspeita de tuberculose e solicitou exames para confirmar, além de remédio
para tosse.
Sétimo paciente:
Mulher. Trouxe exames da tireoide para a médica avaliar, se queixa de dores e
incômodos na garganta, como se tivesse ‘’alfinetes’’. A médica solicitou outros exames como
ultrassom para verificar os nódulos da tireoide. Além disso, a paciente se queixou também de
dores na mama direita, que acontece eventualmente, foi realizado no consultório o exame
palpatório. A médica solicitou exames, como USG de mamas bilateral, para confirmar se há
algo, e também solicitou exames da tireoide atualizados para ver se os hormônios T3 e T4
estão normais.
Oitavo paciente:
Mulher. Queixa de problemas na tireoide, sente que a glândula dói, mas a médica que
passou anteriormente disse que a tireoide não dói, mas a pacientesente desconfortos na região
do pescoço, no lado direito. Fez exames dos hormônios em abril e a Dra. Mariana Lopes
pediu para analisar e fez o exame palpatório. A paciente também disse que fez duas ultrassons
e que deram nódulos pequenos, mas a médica pediu exames atuais.
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Nono paciente:
Mulher, ansiosa. Trouxe exames para a médica avaliar e deu que o colesterol estava
alto, foi orientada que melhorasse na alimentação e foi receitado remédio. Pediu à médica que
renovasse sua receita de Amato, pois teria acabado.
Décimo paciente:
Mulher, idosa. Relatou dores de cabeça, visão alterada, dor ocular, diplopia e
lacrimejamento e que começou há 15 dias e piora com o passar dos dias. Relata também que
sente dor nas pernas e nos pés, o que foi diagnosticado pela médica como artralgia. Foi
receitado remédio para dores e tontura e anti inflamatório, além de ser encaminhada para um
oftalmologista para realização de exames. Foi solicitado também exame de sangue para ver se
está diabética.
Décimo primeiro paciente:
Mulher. Pedindo para ser encaminhada para um oftalmologista.
Décimo segundo paciente:
Homem. Pedido de atestado que comprove sanidade mental, pois a justiça tinha pedido
e tem algo a ver com a solicitação da guarda do filho. Além disso, relatou alergias e se
coçando muito, além de bolhas. A médica desconfia de escabiose e passou pomada e
comprimido, além de orientações de como tratar. Foi receitado ivermectina.
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Capítulo 11
Reflexão de experiência
Esse período para mim foi bastante desafiador e os estágios fizeram com que houvesse uma
grande ampliação de conhecimentos e ver como funciona o SUS na prática. Com certeza foi
um ‘’start’’ a uma graduação cheia de aprendizados que vão perdurar para o resto da vida, não
só como aprender como dar o diagnóstico ao paciente, mas também como tratá-lo da melhor
forma possível. O contato direto com a realidade do SUS abre e abrirá portas para a formação
de médicos mais humanizados e acessíveis, e eu, como aluna, irei trabalhar para que isso seja
uma realidade no meu dia a dia como futura profissional da saúde.
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Capítulo 14
Referências
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Acesso em: 28/10/2021.
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Diário de uma estudante e estagiária no primeiro período de medicina
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