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Raphaela Faria - XXIX PERICARDITE Pericardite é um processo inflamatório do pericárdio que tem múltiplas causas e se apresenta tanto como doença primária quanto secundária, podendo ser a primeira manifestação de uma doença sistêmica subjacente. Pode estar associada ou não a miocardite, dependendo do paciente. Geralmente benigna e autolimitada (individuo infectado pode desenvolver resposta imune), pode cursar com derrame ou constrição pericárdica, o que aumenta sua morbidez. As pericardites são classificadas de acordo com a evolução e forma de apresentação clínica: ▪ Pericardite AGUDA: primeiro episódio da doença; ▪ Pericardite CRÔNICA: superior a 3 meses; ▪ Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco; ▪ Pericardite CONSTRITIVA: A resolução de uma inflamação gera fibrose/cicatrização, então, um pericárdio muito inflamado pode cursar com muita fibrose, ficando rígido, espesso, com restrição do enchimento diastólico do coração e evolução para a diminuição do débito cardíaco. ▪ Pericardite RECORRENTE: recorrência após a remissão inicial, independentemente do intervalo de tempo de reaparecimento. Dados referentes a serviços de emergência mostram que 5% dos pacientes com queixa de dor torácica nos quais foi afastada insuficiência coronariana aguda e 1% daqueles com supradesnível de segmento ST tinham pericardite aguda. Não há dados no Brasil sobre a prevalência da pericardite. Estudos disponíveis na literatura indicam que ocorre em 0,1% dos pacientes hospitalizados, em até 5% das necropsias e em 5% dos que procuram o hospital com dor torácica. O pericárdio consiste em duas membranas (visceral e parietal) que envolvem o coração, e entre elas encontram-se normalmente cerca de 15 a 50 mL de um líquido seroso e claro. Acredita-se que esse líquido pericárdico aja como lubrificante, diminuindo a fricção do coração durante o ciclo cardíaco. Além disso, o líquido pericárdico teria a função de reservatório de moduladores parácrinos como prostanoides, peptídeos natriuréticos e endotelinas, que podem regular os tônus simpático e coronário, FC, e PA, além do possível papel imunológico. O pericárdio visceral está intimamente ligado ao coração, à aorta, à artéria pulmonar e às veias cavas e permite a fixação do tecido adiposo ao miocárdio. O pericárdio parietal é constituído de colágenos tipos I e III e elastina, de espessura que varia de 1 a 2 mm, portanto mais resistente, e tem função de fixar o coração à cavidade torácica. PERICARDITES INFECCIOSAS PERICARDITE VIRAL Cocksackie, herpes, enterovírus, CMV, vírus da imunodeficiência humana (HIV), Epstein-Barr (EBV), varicela, rubéola, influenza etc. É a mais comum e seu processo inflamatório deve-se à ação direta do vírus ou a uma resposta imune. PERICARDITE BACTERIANA Pneumococo, meningococo, hemophilus, chlamydia, micobactérias, micoplasma, leptospira etc. Manifesta-se geralmente com derrame pericárdico, e sua origem pode estar em situações como pneumonia, empiema, disseminação hematogênica, pós- cirurgia cardíaca ou torácica. Caracteriza-se pela presença de um exsudato purulento e tem como fatores predisponentes os pacientes imunossuprimidos e doenças crônicas. É uma entidade grave, com evolução para tamponamento e constrição pericárdica em 30% dos casos. Raphaela Faria - XXIX A pericardite tuberculosa é caracterizada pela identificação do Mycobact. tuberculosis no líquido ou tecido pericárdico e granulomas na biópsia pericárdica. Investigação diagnóstica: cultura no escarro. Pode evoluir para tamponamento e constrição pericárdicos em até 50% dos casos. A pericardite tuberculosa tem diminuído com o controle efetivo da tuberculose pulmonar, mas mostra-se presente principalmente em pacientes HIV+. PERICARDITE FÚNGICA Cândida, histoplasma. PERICARDITE PARASITÁRIA Toxoplasma, entamoeba hystolitica etc. DOENÇAS DO SISTEMA AUTOIMUNE ESCLERODERMIA SISTÊMICA A pericardite pode se manifestar sob forma aguda com sintomas típicos: dor torácica, febre, atrito pericárdico, cardiomegalia e provas de atividade inflamatória aumentadas. Alguns têm apresentação crônica com efusão pericárdica e cardiomegalia. Há casos descritos de pericardite constritiva. ARTRITE REUMATÓIDE Nos sintomáticos, a pericardite pode levar a tamponamento ou constrição, em até 41% dos casos. LÚPUS Pode acometer todas as camadas do coração. O pericárdio é a estrutura cardíaca mais acometida, sendo a pericardite clínica observada em até 48% dos casos. Pode evoluir para constrição e tamponamento cardíaco. No entanto, o tamponamento pericárdico do lúpus é uma entidade rara e está associada a baixos níveis de C4. DOENÇAS DE ÓRGÃOS ADJACENTES Miocardites, infarto do miocárdio, dissecção aórtica, infarto pulmonar, pneumonia, empiema, doenças do esôfago, hidropericárdio na IC, síndromes paraneoplásicas DOENÇAS METABÓLICAS Insuficiência renal (uremia), diálise, mixedema, doença de Addison, cetoacidose diabética DOENÇAS NEOPLÁSICAS Primárias Mesotelioma, sarcoma, fibroma, lipoma e outros Secundárias Neoplasias de pulmão, mama, estômago e cólon, leucemia e linfoma, melanoma, sarcoma, dentre outras TRAUMA Direto Ferimento penetrante de tórax, perfuração de esôfago, corpo estranho Indireto Trauma de tórax não penetrante, irradiação mediastina OUTRAS SITUAÇÕES OU SÍNDROMES Síndromes de injúria pericárdica e miocárdica, doença inflamatória de Bowel, síndrome de Loffler, síndrome de Stevens-Johnson, aortite de células gigantes, síndrome eosinofílica, pancreatite aguda, gravidez, dentre outras IDIOPÁTICA Raphaela Faria - XXIX MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO As principais manifestações clínicas incluem: dor torácica, atrito pericárdico, alterações eletrocardiográficas (supradesnivelamento difuso do segmento ST e infradesnivelamento do segmento PR) e derrame pericárdico. A dor torácica envolve a parede torácica anterior. De características pleuríticas, aguda com piora à inspiração, pode variar em determinadas posições. O atrito pericárdico é altamente específico na pericardite aguda, porém com sensibilidade variável. Na pericardite aguda, deve-se sempre avaliar a presença de comprometimento miocárdico concomitante decorrente de extensão da inflamação ao miocárdio adjacente. A pericardite aguda é diagnosticada pela presença de pelos menos 2 dos seguintes critérios: ▪ Dor torácica tipicamente súbita (aguda e pleurítica, melhora ao sentar e inclinar-se para frente), ás vezes irradia para a região do trapézio e em alguns casos simula isquemia miocárdica. Pode variar com a respiração ou posição do tórax, variando também de intensidade e duração; ▪ Fricção pericárdica (um som superficial de arranhão ou guincho melhor ouvido com o diafragma do estetoscópio sobre a borda esternal esquerda) ▪ Alterações características no ECG (tipicamente elevação generalizada do segmento ST) ▪ Derrame pericárdico novo ou agravado Por vezes, a pericardite encontra-se associada a miocardite, que deve ser suspeitada na presença de exame clínico de disfunção ventricular aguda. Miocardite = músculo fraco = insuficiência cardíaca, levando os sintomas clássicos: Dispneia, edema de MMII e dispneia paroxística noturna. Suspeita de miopericardite: critérios 1 mais 2 e 3. Provável miopericardite: Critérios 1,2,3 e 4. Miopericardite confirmada: Evidência histopatológica de miocardite por biópsia endomiocárdica ou autópsia. EXAME FÍSICO E EXAMES COMPLEMENTARES Caracteriza-se pela presença de DERRAME PLEURAL, ATRITO PERICÁRDICO (específico) e TAQUICARDIA. OBS: Na maioria dos casos não há derrame pleural. Pacientes com pericardite aguda frequentemente exibem alterações eletrocardiográficas compatíveis com inflamação do tecido epicárdico. A intensidade das alterações depende de características própriasdo paciente, do agente etiológico, do miocárdico associado e da resposta ao tratamento efetuado. As arritmias cardíacas, principalmente atriais, podem ocorrer em qualquer momento do curso da doença. A presença de complexos QRS de baixa amplitude sugere DP, ao passo que a alternância elétrica de morfologia e amplitude do QRS sinaliza DP volumoso e está associada a tamponamento cardíaco. Raphaela Faria - XXIX Estágios de evolução de acordo com o tempo de apresentação: ESTÁGIO 1 (primeiras horas a dias): acompanham o início da dor e 90% dos pacientes apresentam SUPRADESNIVELAMENTO DE ST com concavidade para cima, exceto em AVR e V1; ESTÁGIO 2 (primeira semana): ocorre alguns dias depois. RETORNO DO ST À LINHA DE BASE, acompanhado pelo achatamento da onda T ESTÁGIO 3 (após a normalização de ST):INVERSÃO DA ONDA T de modo que o vetor se torne oposto ao do ST; não há ondas Q ou diminuição das ondas R. ESTÁGIO 4: ocorre semanas ou meses depois, com REVERSÃO DAS ONDAS T AO NORMAL Permite visualização de derrame pericárdico, sinais de tamponamento, doença cardíaca concomitante. (ECO normal não exclui diagnóstico). Trata-se de um exame indicado como parte da avaliação diagnóstica de rotina. Quando ocorre acometimento concomitante do miocárdio, pode revelar alterações de função e contratilidade cardíacas. Possibilita a avaliação de comorbidades, como doença isquêmica cardíaca, derrame pleural, dissecção de aorta e pericardite constritiva. Permite avaliar características do pericárdio como a presença de espessamento (maior que 3 mm) ou aumento de ecogenicidade, que pode ser relacionada a fibrose ou depósito de cálcio. CORAÇÃO NORMAL: CORAÇÃO com derrame pericárdico “ao redor”: Varia de normal à aumento da área cardíaca (DP > 250 ml); pode revelar patologia pulmonar ou mediastinal. O aumento da silhueta cardíaca na radiografia de tórax pode indicar a presença de DP e colaborar com a suspeita de pericardite. Entretanto, apenas derrames com volume > 200 mL são identificados pela radiografia. Na pericardite aguda, a radiografia de tórax é normal na maioria das vezes. A presença de cardiomegalia ocorre apenas quando há mais de 200 ml de fluido no saco pericárdico. ELETROCARDIOGRAMA RAIO-X ECOCARDIOGRAMA RAIO - X Raphaela Faria - XXIX Exames laboratoriais Marcadores de atividade inflamatória: VHS, PCR, LDH, leucócitos (na pericardite autoimune pós virais os leucócitos podem estar normais), parâmetros de função renal e hepática, análise de urina, troponina I. A elevação da velocidade de hemossedimentação e da proteína C-reativa é achado comum na pericardite, embora não seja sensível ou específico. Essas alterações podem ser identificadas no acompanhamento do paciente para predizer o risco de recorrência e avaliar a remissão da doença e orientar o tratamento. O hemograma pode revelar leucocitose com predomínio de linfócitos. Elevações acentuadas podem indicar infecção bacteriana ou malignidade, ao passo que leucopenia indica a necessidade de pesquisar doenças autoimunes. Marcadores de necrose miocárdica: Mais frequente a elevação de troponina I (TnI) do que de Creatinoquinase fração MB (CK-MB). A elevação da TnI é marcador de comprometimento miocárdico associado (miopericardite) Marcadores de alto risco e que indicam internação - indicam a necessidade de admissão hospitalar, intensificação da avaliação etimológica e otimização terapêutica. ▪ Elevação de enzimas de necrose miocárdica ▪ Febre > 38ºC ▪ História de trauma ▪ Leucocitose (elevada possibilidade de pericardite purulenta) ▪ Derrames pericárdios volumosos com ou sem tamponamento cardíaco ▪ Pacientes imunocomprometidos ▪ História prévia de anticoagulação oral ▪ Disfunção global pelo ecocardiograma, sugerindo miopericardite OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES: TC, ressonância nuclear magnética e medicina nuclear. A angiotomografia de tórax tem a vantagem de ser um exame rápido para investigação do paciente com dor torácica na emergência, mas tem a desvantagem de utilizar radiação ionizante e contraste iodado. A ressonância magnética é adequada para avaliar a espessura do pericárdio, a presença e quantificação de DP. A medicina nuclear pode ser útil na avaliação de pacientes com dor torácica de causa indefinida, especialmente quando permanece uma indefinição diagnóstica após ecocardiograma e com contraindicação ou indisponibilidade da ressonância magnética. TAMPONAMENTO CARDÍACO 1. Dilatação das cavas com pouca variação respiratória 2. Colapso diastólico da parede livre do ventrículo direito (VD), do átrio direito (AD), do átrio esquerdo e raramente do VE 3. Colapso do AD é um sinal mais sensível de tamponamento 4. Colpapso do VD dura > 1/3 da diástole é o mais específico DIAGNÓSTICO DO TAMPONAMENTO CARDÍACO 1 Tríade de Beck. Caracteriza-se por um conjunto de três sinais que estão associados ao tamponamento cardíaco: hipotensão, abafamento das bulhas cardíacas e distensão das veias jugulares. 2. Dispneia 3. Edema periférico 4. Taquicardia 5. Sinal de Kussmal: Aumento da pressão venosa na inspiração 6. AESP (Atividade Elétrica Sem Pulso) Raphaela Faria - XXIX TRATAMENTO Tratamento da doença de base • AINE – Ibuprofeno, AAS doses elevadas – 500 mg 6/6 horas Pericardite aguda idiopática ou viral tem curso autolimitado na maioria dos casos e responde ao tratamento com AINH que atua reduzindo inflamação e promovendo analgesia. A droga de escolha é o ibuprofeno por causa de efeitos colaterais raros e impacto favorável no fluxo sanguíneo coronariano. A dose recomendada de Ibuprofeno é de 400 a 800 mg a cada 6 ou 8 horas por 14 dias, seguido de esquema regressivo de 600 mg/semana por 3 semanas. AINE é passado por 1-2 semanas até o paciente ficar sem dor de 6/6h. Após isso, inicia-se uma dose de manutenção por mais 2 semanas 1x/dia para eliminar a inflamação. • Colchicina- isolada ou associada ao AINE como tratamento de recorrência Diminui recorrência e as chances de evoluir para pericardite constritiva. A colchicina deve ser associada ao AINH na dose de 0,5 mg 2 vezes ao dia em pacientes com 70 kg ou mais, e 1 vez ao dia para aqueles com até 70 kg. A duração do tratamento é de 3 meses na pericardite aguda e de 6 meses na recorrente. O esquema regressivo não é obrigatório, no entanto, pode ser considerada a redução para 0,5 mg/dia (70 kg ou mais) ou 0,5 mg em dias alternados (até 70 kg) nas últimas semanas de tratamento. • Corticóide– Doenças do tecido conjuntivo, pericardite urêmica, e nos casos não responsivos a AINE e colchicina O corticoide tem grandes chances de refratariedade. Indicada apenas para casos que não respondem à AINE e Colchicina (é necessário ter certeza que o paciente não tenha alguma infecção). CASO CLÍNICO E QUESTÕES DE SALA Jovem, 17 anos veio ao PS por estar gripada há vários dias e hoje passou a ter dor retroesternal com irradiação para o pescoço: a dor piora muito ao respirar fundo ou engolir, mas aliviava consideravelmente ao ficar em pé EF: FC: 150 bpm RR Forte ruído sistólico em todo precórdio Sempre que avaliar paciente com dor torácica, deve-se avaliar o segmento ST. O que chama atenção nesse ECG é a presença do supra em quase todas as derivações. Infra do PR é sinal patognomônico da pericardite. Enzimas: normais Tratada com AINE melhorou em 36h e recebeu alta Troponina virá normal na maioria dos casos se for só pericardite, caso vier positiva significa que tem uma inflamação do músculo e não só do pericárdio que é a membrana do coração, então o paciente está com miocardite associada se vier positiva. ECG: expressão gráfica da atividade elétrica do coração que começa no nodo sinusal (localizado na parte superior do átrio direito). O nó AV substitui,quando necessário, o nodo sinusal. A primeira onda vista é a P, que representa o AD e o AE (primeiras a se despolarizarem); depois dessa onda temos o nó AV que lentifica o impulso para o coração não entrar em fibrilação atrial. Em seguida vem a onda QRS, que representa a despolarização do ventrículo. Em seguida temos a onda T que é a repolarização do ventrículo (entrada de K para dentro da célula - relaxamento). A onda P normal dura 3 quadrados e 2 quadrados para cima. O intervalo PR normal é de 5 quadrados (200milisegundos x 5 = 1 segundo). A FC é dada pela quantidade de quadrados entre um R e outro R. O segmento ST é o principal a ser avaliado no paciente com dor torácica, seu início é chamado de ponto J – avalio se ele está para cima ou para baixo da linha de base D1 e D2 devem ser positivos para que o eixo do coração seja normal. O musculo do VD é 1/3 da do VE. A polaridade do QRS acompanha a da onda T – se uma está para cima a outra também fica. Ponto J acima do intervalo PR caracteriza um infarto V1 e V2 são as paredes septais PONTOS CHAVES DA AULA: 1. Pericardite é o processo inflamatório do pericárdio e pode ser de causa primária ou secundária a doenças sistêmicas (V) 2. As pericardites agudas e recorrentes são as formas de doenças pericárdica mais comum na prática clínica (V) Raphaela Faria - XXIX 3. A pericardite idiopática constitui a forma mais comum de apresentação de pericardite aguda, representando 90% dos casos, e sabe-se que na maioria desses casos a etiologia é viral (V) 4. O diagnóstico de pericardite aguda é realizado na presença de pelo menos dois dos seguintes critérios diagnósticos: dor característica, atrito pericárdico, alteração eletrocardiográfica sugestiva e novo derrame pericárdico. (F) NÃO precisa de NOVO DERRAME PERICÁRDICO 5. O tratamento em geral é baseado no uso de Antiinflamatórios não hormonais (AINH) e colchicina, a qual tem mostrado benefício na redução da dor e na prevenção de recorrência (V) 6. A prednisona (Corticoide) constitui fator de risco independente para a recorrência da pericardite, portanto, seu uso deve ser considerado apenas em pacientes com pericardite recorrente não respondedores aos AINH e à colchicina (V) 7. Febre acima de 38°C, história de trauma e leucocitose não são critérios de internação (F)
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