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Tradicoes religiosas - Aula7

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Tradições Religiosas
Aula 7: A História do Cristianismo
Apresentação
Nesta aula, começaremos a estudar o Cristianismo, a religião que criou as bases morais e éticas sobre as quais o mundo
ocidental se ergueu. Já estudamos que ele é uma das religiões abraâmicas, mas, como as outras, possui uma
interpretação própria da aliança que Deus fez com os homens. 
Quando surgiu, o Cristianismo era a religião dos escravos, você sabia disso? Na Roma imperial havia um culto o�cial, mas
com liberdade religiosa. Roma tinha um panteão de deuses e todos recebiam homenagens. Os romanos, quando faziam
suas orações, pediam aos deuses boa colheita, um bom parto, a vitória nas guerras. Os cristãos, ao contrário, acreditavam
que a vida na Terra era só uma passagem, existia um Deus único e depois que morressem iriam viver no céu, ao lado do
Altíssimo.  
Mais ainda, os cristãos tinham como princípio a defesa do amor ao próximo. A�rmavam que amavam todos, inclusive
aqueles que lhes torturavam e matavam. Essa abnegação não era entendida pelos romanos. 
O fato de não entenderem o culto cristão foi um dos motivos que levaram os romanos a perseguirem os adeptos da nova
religião, que, entretanto, transformou-se em aceitação e depois conversão. Isso só foi possível pela forma como a
experiência religiosa acontecia, pelo fervor religioso do cristão e pela promessa de vida pós-morte. 
Re�etir como uma religião que surgiu entre escravos se transformou na maior religião no mundo ocidental é necessário,
porém, mais necessário ainda é entender como as tradições religiosas do Cristianismo in�uenciam e modelam nosso
comportamento.
Bons estudos!
Objetivos
• Examinar o nascimento do Cristianismo.
• Analisar a importância do Concílio de Niceia e do Concílio Vaticano II na estruturação do credo cristão.
• Identi�car os cismas que deram origem ao Cristianismo Romano, Ortodoxo e Protestante.
 Primeiras palavras
Segundo a Bíblia cristã, porque Cristo a�rmava ser o �lho de Deus e o rei dos judeus. Ele foi perseguido, traído, e condenado à
morte por desa�ar os doutores da Lei (sacerdotes judeus que interpretavam a Torá). Antes de ser morto, foi torturado e
obrigado a carregar a própria cruz em que seria cruci�cado. 
Depois de agonizar por horas na cruz, morreu e foi sepultado. Passados três dias, ressuscitou. Apareceu para seus discípulos e
os enviou pelo mundo para levar sua mensagem. Quarenta dias após sua ressurreição ascendeu ao céu, e lá espera o
momento do juízo �nal, quando julgará todas as pessoas vivas e mortas.
Cristo era judeu, nasceu no Oriente Médio e foi morto em Jerusalém pelos romanos, a pedido dos judeus.
Por quê?
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Túmulo de Jesus Cristo, vazio | Fonte: Romolo Tavani / Shutterstock
O que você acabou de ler foi tirado do credo cristão. Jesus é �lho de Deus e veio à Terra para morrer pelos homens e, assim,
expiar seus pecados. Essa narrativa bíblica foi difundida e se espalhou rapidamente. Em menos de quatro séculos chegou ao
coração do Império Romano e cem anos depois tinha se tornado a religião o�cial de Roma. Nesse curto espaço de tempo o
Cristianismo expandiu-se pelo mundo ocidental e o virou de ponta-cabeça.
 O nascimento da religião cristã
O Cristianismo aceita como verdade incontestável a existência de um Deus único que criou o mundo e o entregou ao homem.
Também acredita que Deus fez uma aliança com os homens e enviou vários profetas para relembrar o povo escolhido da
aliança �rmada.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Cristianismo  Judaísmo
O velho Testamento Cristão é a Torá judaica. Essa base comum poderia signi�car uma aliança entre as duas religiões, mas o
Novo Testamento separa de forma irreconciliável as duas religiões. Por quê? Porque a�rmam que o �lho de Deus veio à Terra
para redimir os pecados da humanidade.
O princípio que rege Igreja Cristã é o da salvação, e sua tradição religiosa pode ser sintetizada em alguns dogmas:
O homem desobedeceu a Deus e foi expulso do paraíso terrestre. Esse é o
pecado original, carregado por todas as pessoas.
O Cristianismo tem como guia a busca pela remissão do pecado. Segundo a tradição Cristã, Deus, apesar de ter expulsado o
homem do paraíso, enviou mensagens pelos profetas informando que mandaria seu �lho para a Terra para redimir os pecados
dos homens. De acordo com a tradição cristã, isso efetivamente aconteceu quando Jesus, o Cristo, morreu na cruz.
É essa verdade dogmática que deu origem ao Cristianismo. O cristão acredita que Cristo veio à Terra para morrer por todos os
homens e criar sua Igreja. Ele também acredita que é seu dever continuar com a obra de Cristo, espalhando suas palavras de
amor, fraternidade, harmonia. Quando nasceu, o Cristianismo era respaldado por um discurso de união.
O cristão acredita que Cristo veio pregar o amor ao
próximo, sem negar o Pai, que ensinou a Lei. Ele
também acredita que a vinda de Cristo à Terra
ressigni�cou o conceito de povo escolhido,
a�rmando que todos os homens são �lhos de Deus e
que por isso podem obter a salvação eterna.
Esse discurso universalizado ajudou na expansão da religião insurgente, pois não privilegiava um povo e não excluía ninguém.
O argumento usado para converter as pessoas também era simples e de fácil entendimento: bastava seguir os ensinamentos
deixados por Jesus Cristo que se alcançaria a salvação eterna.
Paulo de Tarso e a dissuasão do credo gentio
Pedro foi o primeiro papa, mas Paulo de Tarso foi o principal evangelizador. Ele foi o grande nome do Cristianismo primitivo
demarcando, em suas pregações, a ruptura entre o passado do homem e a mensagem cristã. Sua doutrina era apoiada no
pecado original e na redenção do pecado. A mensagem presente em sua doutrina era clara:
Cristo nasceu, sofreu e morreu pelos homens e basta crer nele, e nos
seus ensinamentos, para se alcançar a salvação da alma.
Acreditar na existência de um único Deus onipresente e onisciente foi um dos motivos que levaram à perseguição dos
primeiros cristãos pelos romanos. Os cristãos negavam a divindade do imperador, e isso era visto como uma forma de
deslealdade ao império. Eles também não faziam distinção entre as classes sociais, e isso era visto como uma posição
revolucionária, capaz de rebelar os escravos, porque a maioria dos cristãos era pobre ou escravo. Por último, mas não menos
importante, os romanos viam o discurso de igualdade entre os homens, pregado pelos cristãos, como uma forma de
questionamento sobre a estrutura aristocrática romana.
Eles foram perseguidos e mortos pelo império romano, entretanto, continuaram crescendo em número.
 Cabeça de mármore do Imperador Romano Constantino | Fonte: Lefteris Papaulakis /
Shutterstock
Constantino, imperador romano, foi quem proibiu a
perseguição aos cristãos e lhes deu liberdade de culto. Foi
ele também o idealizador do primeiro concilio que ordenou a
religião cristã, e de�niu seus principais dogmas.
O Cristianismo criou uma narrativa nova, que rede�nia o
conceito de Povo de Deus, Vida Eterna e Salvação. Isso o
diferenciou do judaísmo. Além disso, também criou alguns
rituais e instituições capazes de ordenar o credo e
hierarquizar o comando da Igreja. Entretanto, depois da
expansão, faltava unidade no discurso religioso. Para sanar
esse problema foi necessário a realização do Concílio de
Niceia.
O Concílio de Niceia
Qual o contexto em que o Concílio de Niceia foi criado?
 Contexto no qual o Concílio de Niceia foi criado
 Clique no botão acima.
Contexto no qual o Concílio de Niceia foi criado
A história de Jesus Cristo narrada nos evangelhos fez nascer a religião cristã por meio da experiência religiosa vivida
pelo crente e pela religiosidade dos seguidores, entretanto, a Igreja Cristã institucionalizada só nasceu no Concílio de
Niceia. Antes disso, havia vários evangelhos que narravam a vida de Jesus Cristo na Terra e diversas interpretações
sobre sua santidade. 
Essa realidade obrigouos cristãos a debater seu credo e criar um discurso homogêneo capaz de explicar, sem deixar
dúvidas, a divindade de Jesus Cristo. 
No início do Cristianismo, havia inúmeros livros que tratavam da nova religião. Alguns faziam parte da Torá judaica,
outros narravam a história de Cristo, outros contavam os Atos do Apóstolos. Durante mais ou menos 300 anos a Igreja
Cristã analisou, incorporou ao seu credo ou rejeitou vários livros. Alguns foram considerados sagrados (evangelhos),
outros foram considerados apócrifos (sem inspiração divina). 
Depois de de�nir quais livros teriam inspiração divina, o Cristianismo deu o segundo passo para criar a religião cristã:
organizou o credo institucionalmente. No Cristianismo primitivo não havia uma doutrina e pressupostos teológicos
que servissem de guia para todos os cristãos e isso fez nascer diversas disputas pelo controle das interpretações e
mensagens deixadas por Cristo. 
Para sanar essas e outras discussões de cunho teológico, o imperador Constantino convidou os bispos cristãos a
participarem de uma reunião, depois chamada Concílio, na cidade de Niceia. Compareceram mais de 300 bispos. No
Concílio, os bispos deveriam resolver questões teológicas e sacramentar as bases dogmáticas da nova religião.
A intervenção do imperador Constantino foi essencial para garantir que somente uma Igreja Cristã existisse no Império
Romano ao convocar o Concílio de Niceia e legitimar as decisões dos bispos.
A primeira resolução tomada em Niceia foi a de�nição da essência de Cristo. O bispo da cidade de Alexandria, Ário ,
defendia que Deus Pai era eterno, que ele sempre existiu, mas que Cristo não deveria ser entendido assim.
O Concílio também decidiu que a Páscoa é a comemoração da ressureição de Cristo, diferenciando-a da Páscoa judaica, e
de�niu o credo que orientou a religião cristã naquele momento, criando a unidade da fé.
1
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 Afresco do século XVI representando o Primeiro Concílio de Niceia | Fonte: Wikipedia
Em Niceia, o dogma da Santíssima Trindade foi sacramentado e criou-se o caminho para a a�rmação de uma ortodoxia
hegemônica. O Credo de Niceia é bem direto quanto à doutrina:
Também foi em Niceia que a instituição Igreja Católica Romana começou a ser construída. Entre outras resoluções, lá foi
decidido:
Credo
Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, e em um só Senhor Jesus
Cristo,
Filho único gerado pelo Pai, isto é, da substância do Pai Deus nascido de Deus, luz nascida da luz,
Deus verdadeiro nascido de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem tudo foi feito no céu e
na Terra.
Por nós, homens, e por nossa salvação, ele desceu, ele se fez carne e se fez homem.
Sofreu a Paixão, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, de onde voltará para julgar os vivos e os mortos.
E [cremos] no Espírito Santo.
1
A primazia de sedes episcopais metropolitanas sobre as
demais.
2
Como se escolheriam e como seriam consagrados os
bispos.
3
O celibato do clérigo.
4
As condições sob as quais se aceitariam a reconciliação
daqueles que haviam renunciado à fé cristã.
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A Igreja Católica se a�rmou como Igreja no Concílio de Niceia. Constantino proclamou que tudo o que foi decidido em Niceia
seria legitimado também pelo império Romano. Depois desse fato, a Igreja Católica passou a ser a única com poderes para
interpretar os textos sagrados do Cristianismo.
O Concílio Vaticano II
O Concílio Vaticano II rede�niu o papel que a Igreja Católica Romana deveria desempenhar no mundo moderno. Ele buscou
alinhar a doutrina cristã com a sociedade do século XX, sem abrir mão da tradição que lhe deu força e forma para existir e se
expandir por um período de quase dois milênios.
O Concílio, que começou em 1962 e terminou em 1965, fez algumas modi�cações no culto católico, mas também se propôs a
discutir a identidade cristã e como ela estava sendo construída, abrindo diálogos com outras igrejas cristãs que nasceram de
discordância sobre a interpretação dos textos sagrados, ou do modelo de conduta do clero católico romano.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Concílio Vaticano II | Fonte: Ecclesia
Você já re�etiu sobre o que signi�ca mudar de opinião?
Signi�ca a�rmar que se equivocou?
Que cometeu erros?
Que interpretou algo errado e por isso teve que mudar de postura?
Para uma pessoa admitir um erro ou uma interpretação errada de um fato é normal – e até salutar –, mas imagina uma religião
com quase 2 mil anos de existência tentando mudar de opinião, sem, no entanto, perder suas bases de sustentação, suas
tradições. O Concílio Vaticano II se propôs a fazer essa re�exão e mudar de opinião, mantendo a tradição.
Quais foram essas mudanças?
 Exemplos de mudanças ocorridas a partir do Concílio Vaticano II
 Clique no botão acima.
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Exemplos de mudanças ocorridas a partir do Concílio Vaticano II
• Antes do Concílio, a missa era realizada em latim e o padre �cava de costas para os �éis. Depois, a missa passou
a ser rezada na língua local, com o padre olhando para os �éis;
• Antes do Concílio, só o padre comandava a celebração, depois homens e mulheres leigas passaram a ajudar na
realização da missa;
• Antes do Concílio, a Igreja Romana mantinha-se distante das outras religiões Abraâmicas, mas durante o Concílio
concluiu-se que por meio de outras religiões também seria possível entrar em comunhão com Deus e obter a
salvação;
• Antes do Concílio, o Padre era obrigado a usar batina sempre, depois essa prática foi abolida.
• Antes do Concílio havia a condenação dos ideais capitalistas e comunistas, depois as condenações continuaram,
mas o clero teve mais liberdade para interpretar a Bíblia (isso foi particularmente marcante no Brasil, graças à
Teologia da Libertação);
• Antes do Concílio havia cultos a santos não canonizados que eram aceitos, ou tolerados. Depois, isso foi proibido
e Cristo passou a ser o centro das atenções nas missas;
• Antes do Concílio, o papa desempenhava uma função de direção dentro da estrutura da Igreja, depois o papa
passou a dividir essa função com o colegiado de bispos.
Essas foram mudanças doutrinais importantes, mas outras permaneceram:
1
O celibato dos padres
2
A proibição do aborto
3
A proibição do sexo antes do casamento
Outros aspectos das doutrinas foram rea�rmados. A Igreja Católica Romana era o povo de Deus unido pela fé, pelo sacrifícioe
penitência, pela prece e pelo amor ao próximo. Essa rea�rmação foi necessária, mas o Concílio Vaticano II trouxe consigo uma
mudança importante.  
Nos concílios anteriores, os documentos produzidos eram divididos em duas partes:
1ª
Havia a pro�ssão de fé.
2ª
Havia as proibições e doutrinas.
A unidade da Igreja era mantida pela delimitação do permitido e do proibido. Mantinha-se o princípio dual do bem e mal
enaltecido, e propalado durante a Idade Média.
No Concílio Vaticano II isso foi modi�cado. A pro�ssão de fé continuou a ser escrita nos documentos, mas os anátemas não.
Essa modi�cação é importante porque frisou o novo posicionamento da Igreja Romana. Ao invés de impor o credo pela
doutrina, o Concílio propôs um retorno às origens do Cristianismo primitivo.
O clérigo é o pastor que deve cuidar do rebanho, sair em pregação levando a boa nova. A doutrina continua a mesma, mas a
forma de pregá-la mudou, tornou-se menos formal e mais ecumênica. A Tradição Católica Romana deu lugar aos evangelhos. 
De acordo com os evangelhos, Cristo não fazia diferença entre povos ou posições sociais, todos eram iguais perante Deus e
todos mereciam ser salvos se respeitassem a palavra de Deus. Com o tempo, a doutrina Romana se distanciou dessa
premissa e o Concílio Vaticano II a fez voltar para as origens.
 Atividade
1 - O Concílio de Niceia e o Concílio Vaticano II foram movimentos de cunho político-religiosos que buscaram criar um discurso
capaz de aparar discordâncias internas e criar um ambiente externo capaz de criar harmonia dentro da instituição Igreja
Católica a partir da de�nição de doutrinas. Você concorda com essa a�rmação? Justi�que sua resposta. 
2 - O Cristianismo nasceu em meio à pobreza. De acordo com a tradição, os primeiros cristãos eram pessoas pobres ou
escravos. Essa peculiaridade ligada a seus seguidores foi um dos motivos que levaram o império romano a perseguir as
pessoas que se convertiam à nova religião. Dito isso, explique porque a pregação cristã era vista como uma ameaça ao Império
Romano. 
 Os Cismas que deram origem a Igreja Ortodoxa e ao
Protestantismo
O Cisma do Oriente
Se fossemos resumir o que foi o Cisma do Oriente, poderíamos dizer que foi uma disputa político-religiosa que separou a Igreja
Católica, no ano de 1054, em duas:
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Católica Apostólica Ortodoxa
Mas, não podemos fazer isso. Para entendê-lo, é necessário examinar a separação do Império Romano em dois, Ocidente e
Oriente, e a mudança da capital do Império de Roma para Constantinopla.
A transferência da capital do Império é descrita pela história
como uma forma de garantir a segurança do poder imperial,
que vivia em risco em decorrência das invasões bárbaras.
Também é dito que foi uma forma de depurar a religião do
Império ao proibir a construção de templos pagãos na nova
capital, e incentivar a construção de igrejas católicas. 
Esse fato histórico esconde outro talvez até mais
importante: a transferência da capital do Império para o
Oriente manteve a Igreja Católica do Oriente submissa ao
poder imperial, mas fortaleceu o poder temporal da Igreja
Católica Romana.
A prova da submissão da Igreja Católica do Oriente pode ser
vista nas pinturas de época: a doutrina cristã a�rmava que
só existe um Deus, mas o imperador era retratado nas
imagens com uma auréola na cabeça, como os santos. O
imperador era o Basileus, o represente de Deus na Terra e o
responsável pela propagação da fé. Na prática, o Império do
Oriente era Cesaropapista, ou seja, o imperador controlava o
poder temporal e espiritual.
 Pintura retratando o imperador Justiniano | Fonte: Wikipedia
Além das mudanças políticas e sociais listadas, outras mudanças na ortodoxia e na hierarquia do clero (algumas prosaicas)
ajudam a explicar o Cisma:
1
A mudança da língua o�cial da Igreja Católica do Oriente,
que passou a ser o grego – a Igreja Católica Ocidental
manteve o latim como língua o�cial.
2
A divergência sobre a proibição do culto a imagens pelo
imperador bizantino Leão III – chamada de crise
iconoclasta.
3
A divergência sobre o uso ou não do fermento no pão usado
na eucaristia.
4
A divergência sobre a origem verdadeira do Espírito Santo.
Qual o principal motivo para essa discordância entre as duas igrejas?
 Motivo da crise entre a Igreja Católica do Oriente e a Igreja Católica Ocidental
 Clique no botão acima.
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Motivo da crise entre a Igreja Católica do Oriente e a Igreja Católica Ocidental
Outros motivos não faltaram para a crise entre as duas igrejas, mas a principal foi a discordância sobre a primazia da
Igreja Romana em assuntos de ordem religiosa ou eclesiástica.
Por séculos, as duas igrejas viveram crises, mas todas foram contornadas. O ponto de ruptura mesmo foi a luta pelo
controle da Igreja Cristã e do clero católico.
O imperador Justiniano I, e depois o Concílio de Trulo, de�niram que o controle do clero católico deveria ser dividido
entre cinco patriarcas: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
A Igreja Romana discordava dessa norma, alegando que Cristo escolheu Pedro para ser o primeiro papa e, assim,
de�niu que o controle da Igreja Católica deveria emanar de uma única fonte. As disputas entre os bispos de Roma e o
Patriarca de Constantinopla duraram séculos e só terminaram com uma excomungam recíproca – que só foi
suspensa em 1966, um ano depois do Concílio vaticano II.
Depois da separação, quase mil anos se passaram sem que houvesse um encontro o�cial entre os líderes das duas
igrejas católicas. Isso só aconteceu em 2016, na cidade cubana de Havana, com a �nalidade de tratar da perseguição
aos cristãos no Oriente Médio.
A Reforma Protestante
Historicamente, a Reforma Protestante começou com a publicação das 95 teses de Lutero, entretanto, ela começou séculos
antes, quando a sociedade cristã começou a discutir a instituição Igreja Católica Romana e o comportamento social e político
dos bispos e cardeais.
Por que ocorreu a Reforma Protestante?
 Surgimento da Reforma Protestante
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Surgimento da Reforma Protestante
A Reforma, como passou a ser chamada, aconteceu porque ocorreram sucessivas crises políticas, econômicas e
sociais na Europa em um período relativo pequeno de tempo e, principalmente, porque a instituição Igreja Católica
Ocidental passou a ser contestada. Havia uma crise espiritual na Europa.
Havia um vácuo espiritual no Cristianismo ocidental que foi preenchido por um discurso revolucionário, que trouxe de
volta algo que estava adormecido no meio cristão europeu: a experiência religiosa e a religiosidade.
Lutero foi a pessoa que gritou e tirou da inércia uma população que se encontrava insatisfeitacom a conduta dos
líderes na Igreja Romana. Prova disso é que a Reforma Protestante nasceu dentro da Igreja Romana. No início, as
pessoas que apoiaram a Reforma não queriam criar uma nova Igreja, elas queriam fazer mudanças internas na
estrutura da Igreja Cristã Ocidental.
Na essência, a Reforma buscava a experiência religiosa que havia se perdido nas disputas políticas travadas entre
Roma e os senhores feudais europeus.
A Igreja Romana exigia que o cristão europeu realizasse sacrifícios em nome da fé e da salvação da alma, entretanto,
ela mesma não fazia esses sacrifícios. Havia uma incoerência entre o discurso doutrinário e a prática mundana.
Enquanto o �el passava fome, os bispos e cardeais da Igreja realizavam banquetes. Havia um vazio espiritual que foi
preenchido pelo movimento renovador.
Lutero, nas suas 95 teses, discutia como o homem entrava em comunhão com Deus e questionava se o cumprimento da
Pro�ssão de Fé não seria a base para a salvação. O objetivo inicial não era ruptura. Lutero pedia que a Igreja re�etisse suas
práticas e retomasse a busca pela salvação da alma a partir da Bíblia, minimizando sua ação política.
A Igreja Católica Romana não aceitou debater as teses de Lutero e o considerou herege, todavia, uma vez começada, a
Reforma tomou caminho próprio, mas manteve princípios caros a Lutero, um deles, e talvez o mais importante para a expansão
da Reforma, foi a busca pela verdade na Bíblia, não em Roma.
Lutero a�rmou que a Bíblia era sagrada porque materializava as palavras de Deus. Essa a�rmação retirava do papado a
primazia da interpretação dos desejos de Deus, porque deixava explícito que o indivíduo de fé poderia conhecer o desejo de
Deus lendo a Bíblia. Nesse sentido, o texto divino trazia a revelação para o leitor, sem intermediários.
A Reforma Protestante também foi usada para �ns
políticos. A Igreja Romana controlava, a partir da religião,
boa parte das discussões políticas europeias e o
movimento iniciado por Lutero, e depois Calvino, foi usado
como base de apoio para minar o poder do papa, cardeais e
bispos. 
A Reforma nasceu como um movimento religioso que tinha
como objetivo modi�car práticas internas, tidas como
incompatíveis com o que era ensinado nos evangelhos.
Além disso, lembre-se de que os primeiros reformadores
não queriam fundar uma nova religião, separar-se da Igreja
Católica Romana, eles só queriam reformá-la. A ruptura foi
uma consequência política, não espiritual.
 Martinho Lutero pregando no Castelo Wartburg, quadro de Hugo Vogel | Fonte:
Wikipedia
 Atividade
3 - A Reforma Protestante provocou mudanças no credo cristão. Isso foi feito de várias formas, mas uma das ações mais
importantes a difusão da tradução da Bíblia. Feita a a�rmação, explique porque a tradução foi importante para a difusão do
protestantismo. 
Notas
Ário 1
Ário acreditava que se Cristo foi criado, ele tem essência e substância, não era eterno e, por isso, não podia ser igual ao Pai.
Ário também a�rmava que o Espírito Santo, criado por Cristo, também possuía uma posição inferior na Hierarquia da trindade.
(Essa interpretação da essência de Cristo �cou conhecida na história como Arianismo).
Como você sabe essa visão de Cristo não vingou. Para os cristãos, a trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) é una.
Referências
BAYER, Osvaldo. A Teologia de Martinho Lutero. São Leopoldo: Sinodal, 2007.
COOGAN, M. (Org). Religiões: História, tradições e fundamentos das principais crenças religiosas. São Paulo: Publifolha, 2007.
DENZINGER, H. Compêndio dos símbolos, de�nições e declarações de fé e moral. São Paulo: Paulinas, Edições Loyola, 2007.
GOPEGUI, J. A. R. O Concílio Vaticano II: quarenta anos depois. Belo Horizonte: Revista Perspectiva Teológica 37, 2005. 11-30.
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LABOA, J. M. Concílios e credos, p. 48. In: DUE, A. Atlas Histórico do Cristianismo. Petrópolis: Vozes, Santuário, 1999.
LE GOFF, J. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1990.
LIMA. G.N. História da Idade Média Oriental. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES, 2016.
MATTEI, R. O Concílio Vaticano II: Uma história nunca escrita. São Paulo: Ambientes e Costumes, 2013.
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• Ética e Moral Cristã;
• Pensamento cristão condicionador das relações sociais no Ocidente;
• Ética e a Moral Cristã in�uenciadoras da organização sociocultural do Ocidente.
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