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Brucelose em suínos • Brucella suis = principal espécie que comprometem os animais Outras espécies de Brucella = B. abortus, B. melitensis • Antropozoonose Afecção de fácil disseminação inclusive por meio do ser humano • Humanos que pisam em local infectado podem levar o agente para os suínos • A ração pode estar infectada Vias de transmissão • Venérea (principal) • Oral • Conjuntival • Nasal • Reprodutores – principal fonte de infecção • Inseminação artificial – sêmen contaminado • Porcas portadoras Sintomas • Infertilidade • Estros anormais • Repetição de cio • Abortamento em qualquer fase da gestação • Descargas vulvares com pus e sangue • Machos = testículos inflamados e doloridos (orquite) • Paralisia dos posteriores em leitões (alterações ósseas e fusionamento de algumas vertebras devido a ação do agente) Suínos com brucelose possuem bacteremia persistente = a bactéria sempre está se multiplicando com grande eliminação do agente Os suínos infectados vão para abate Diagnóstico • Isolamento do agente • PCR • Sorologia Controle e prevenção • Tratamento não é eficaz – a resposta aos antibióticos é muito fraca • Despovoar a exploração • Prevenção = Não tem. Não deve deixar entrar o agente na propriedade pois não possui vacina para suínos Obs.: Carcaças com lesões extensas são condenadas e carcaças com lesões localizadas são encaminhadas para esterilização pelo calor, depois removidas e condenadas as partes atingidas Enterotoxemia Diarreia hemorrágica, geralmente fatal, afetando leitões de menos de 7 dias de idade Adultos podem desenvolver a forma crônica da doença Etiologia • Clostridium perfringens tipo C Epidemiologia • Afeta leitões até a primeira semana de idade • Aqueles que adoecem geralmente morrem Sintomas • Forma aguda – há morte em 1 a 3 dias após o nascimento, com disenteria e desidratação rápida • Forma crônica – há diarreia intermitente por uma a duas semanas, fezes escuras com muco, atraso no crescimento Obs.: o animal muda!! • Esclera avermelhada a arroxeada • Vasos esclerais maiores Diagnóstico • Animais vivos = swab retal • Animais que vieram a óbito = enviar intestino delgado ou o próprio leitão em refrigeração Þ Cultivo de C. perfringens tipo C Þ Intestino delgado fica enegrecido podendo ter pontos de necrose • Quando não tem como tratar, geralmente faz a eutanásia para fechar o diagnóstico Tratamento Doenças bacterianas em suínos • Amoxicilina – 20mg/kg de peso vivo, entre 5 a 7 dias, misturada na água ou ração Þ 200g tratam 5.000kg de peso vivo • Ceftiofur – 5mg/kg de peso corporal, em dose única. 1ml para cada 20kg de peso vivo Vacinação • Leitões = antes do desmame • Porcas = aos 70 e 90 dias de gestação, com vacina contendo C. perfringens tipo C (em toda gestação) • Reprodutor = anualmente (importante vacinar os machos) Colibacilose Neonatal Infecção intestinal de leitões recém-nascidos, por amostras patogênicas de Escherichia coli • Doença que mais mata leitão no Brasil • Morte total de toda leitegada nos 7 primeiros dias de vida Etiologia • E. coli é comensal no intestino delgado • Para causar doença é preciso se aderir a mucosa intestinal e produzir toxinas Fatores predisponentes e/ou desencadeantes • Deficiente desinfecção da cela parideira • Má drenagem da urina e fezes da porca • Mãos sujas de quem atende ao parto (ingestão de bactérias pelos leitões antes de mamarem) • Períneo, vulva e tetas da porca sujos • Difusão de fezes contaminadas para outras baias (botas, vassoura etc) • Baixa temperatura ambiente para os leitões (ideal = 33 a 35ºC) • Alojamento dos leitões em piso frio, sem cama • Água e urina empoçados nos locais de descanso ou amamentação • Dificuldades para os leitões mamarem o colostro • Deficiência imunitária da porca Sinais • Alta mortalidade • Um ou vários leitões do mesmo lote são afetados logo após o nascimento, com diarreia • Curso rápido, com desidratação e morte ocorrendo em 4 a 24h • Nos casos em que há imunidade parcial transmitida pela porca aos leitões o quadro é menos grave Diagnóstico • Quadro clinico • Tipo de diarréia • Idade dos leitões (recém-nascidos) • Exame laboratorial (isolamento) Þ Conteúdo intestinal Obs.: diarréia amarelada Profilaxia e tratamento • Toltrazuril 5g Þ Dose profilática = 1ml para cada leitão (equivalente a 20mg/kg de peso) durante 7 dias Þ Dose de tratamento = 1ml para cada 2,5 kg de peso dos animais (equivalente a 20mg/kg de peso) • Sulfaquinoxalina líquida Controle e prevenção • Corrigir fatores de risco • Imunizar a porca com dose de vacina aos 90 dias de gestação • Leitoas de reposição com duas doses, aos 60 e 90 dias de gestação Vacinas mais usadas • LitterGuard • Suiven Síndrome MMA (metrite, mastite agalaxia) • Enterobactérias (E. coli) na maternidade (higiene deficiente) Ocorre supressão total ou parcial da lactação entre 12 e 72h pós parto As porcas não deixam os leitões chegarem perto devido a dor que sentem Etiologia • Infecção por enterobactérias as quais liberam endotoxida • Os focos de infecção podem estar localizados Þ Glândula mamaria Þ Útero Þ Vias urinarias Þ intestino Sintomas Na porca: • Anorexia • Febre • Relutância em levantar • Não permite o aleitamento • Alterações nas glândulas mamarias • Ocorrência de descargas vulvares • Doença na porca dura entre 3 a 5 dias, podendo haver recuperação Nos leitões • Agitação • Gritos próximo a porca • Investigam a presença de leite nas glândulas mamárias • Ficam fracos • Deitam-se em contato com a porca • Bebem líquidos do piso (urina, água) • Comem restos de ração da porca • São esmagados • Morrem por hiperglicemia em 2 a 3 dias Tratamento • Flunixina meglumina – 2,2mg/kg de peso vivo (IM ou IV), repetir o tratamento após 12h • Oxitocina – 1ml • Antibiótico terapia Þ Sulfa Þ Enrofloxacina Þ Ceftiofur – 5mg/kg de PV, em dose única 1ml para cada 20kg de PV (não libera resíduo via leite) Controle • Evitar estresse pós parto • Não mudar a alimentação logo após o parto • Uso profilático de antibióticos nos últimos 4 dias de gestação (sulfa) • Observar a higiene das celas parideiras • Lavagem das porcas antes de entrarem na maternidade Doença do edema Infecção caracterizada por mortes súbitas e formação de edema e sinais de incoordenação nervosa, mais frequente em leitões de 4 a 15 dias após o desmame Etiopatogenia • É causada por certos serótipos de E. coli que produzem toxina muito poderosa (Stx2e). a E. coli é geralmente do tipo K88 (F4) ou F18 • Esta toxina danifica as paredes de pequenos vasos sanguíneos, incluindo os do cérebro, e causa acumulação de liquido ou edema • Danos aos vasos sanguíneos do cérebro levam a sintomas nervosos característicos • A doença geralmente aparece 1 a 4 semanas após o desmame, com pico em 10 dias Fatores predisponentes A multiplicação exagerada de E. coli no intestino está associada a (principalmente no desmame): • Troca de ração com uso de dietas de difícil ingestão para o leitão • Mudança de instalação, separação da porca • Mistura de leitegadas e lotação excessiva (+ de 4/ metro quadrado) • Realização de castração e vacinação na época do desmame, administração de ferro (próximo aos 10 dias de vida) • Baixas temperaturas (ideal = 28ºC) • Falta de limpeza entre a entrada de um lote e saída do outro • Creche em sistema contínuo Sintomas • A doença aparece 1 a 14 dias após o desmame • Por vezes o único sinal visível é encontrar morto um porco em bom estado • Pode ser que o animal não tenha diarreia Os porcos vivos afetados mostram: • Incoordenação • Andar vacilante • Sinais de cegueira • Os porcos deixam de comer • Nos últimosestágios sofrem paralisia e caem • Por vezes apresentam sinais nervosos • A diarreia não é uma característica • O dano cerebral é irreversível e a maioria dos porcos morrem • Edema da cara ou pálpebras é comum • Fase final os animais deitam e apresentam movimentos de pedalar e morrem em até 36h • Os que sobrevivem recuperam-se lentamente e tornam-se refugos • Animais com alta toxemia podem apresentar sinais claros de E. coli Obs.: o óbito ocorre 48h após o aparecimento dos sintomas mais severos Diagnóstico • Histórico e necropsia • Isolamento de E. coli Controle • Restrição alimentar logo ao surgirem os primeiros sinais (geralmente 10 primeiros dias após o desmame) • Retirar a porca no desmame, deixando os leitões no mesmo lugar por até 15 dias • Ambiente com temperatura em torno de 28ºC • Vazio sanitário entre os lotes, de até 5 dias • Evitar o estresse na fase de desmame (medidas de manejo) Vacina • Indicação = a partir dos 2 dias de idade • Dose = dose única IM de 1ml nos músculos do pescoço a partir dos 2 dias de idade dos leitões • O ideal é vacinar as porcas antes do parto para passar imunização para os leitões (até os 90 dias de gestação) e machos anualmente Antibiótico • Sulfa • Enrofloxacina Tratamento preventivo • Sulfametazina (100 a 450 g/ton) e tetraciclina (300 a 600 ppm) – 5 dias consecutivos • Principio ativo = clortetraciclina 10%, sulfametazina 7,5%, trimetoprim 1,5% e acido cítrico • Modo de uso: Þ Via oral, misturado nas raçoes Þ Suínos = 3 a 4kg de produto por tonelada de ração (20mg da associação), durante 5 a 7 dias Meningite estreptocócica Atinge principalmente leitões da maternidade e creche, com morte súbita devido a septicemia Etiologia • Streptococcus suis – ZOONOSE Epidemiologia • Baias superlotadas • Introdução de portadores na granja Sintomas • Leitões lactentes Þ Febre Þ Articulações inchadas e doloridas Þ Tremores musculares Þ Hipersensibilidade ao tato • Leitões desmamados Þ Febre Þ Incoordenação dos movimentos Þ Decúbito lateral Þ Movimentos de pedalagem Þ Morte em 4 horas Em alguns casos aparecem animais mortos, sem apresentação de sinais Diagnóstico • Exames bacteriológicos • Histopatológicos Tratamento • Drogas a base de penicilinas, ampicilina, amoxicilina, cefalosporinas, fluorfenicol, quinolonas, sulfa + trimetoprim, marbofloxacina (ideal por via parenteral) • Associar ao antibiótico um analgésico e um anti- inflamatório Þ Flunixina meglubina = 2,2mg/kg de PV, IM, por pelo menos 5 dias consecutivos Þ Obs.: usar protetor gástrico se usar por mais de 5 dias pois causa lesões gástricas • Marbofloxacina a 20% = 8mg/kg de peso corporal em dose única • Amoxicilina = 15mg/kg/PV. Após a primeira dose repetir em 48h Controle • Evitar infecções através do manejo de leitões lactentes • Evitar superprodução de creches • Adotar o sistema “todos dentro, todos fora” na creche • Vazio sanitário mínimo de 7 dias • Vacinas autógenas – manda fazer a vacina (leitões e também nas porcas) Tratamento preventivo • Sulfametazina (100 a 450 g/ton) + tetraciclina (300 a 600 ppm), 5 dias consecutivos • Modo de uso Þ Via oral, na ração Þ Suínos = 3 a 4kg de produto por tonelada de ração (20mg da associação) durante 5 a 7 dias consecutivos Erisipela suína Doença bacteriana sistêmica que se caracteriza por lesões em forma de diamantes e na sua forma crônica causa artrite • Nomes alternativos = Mal rubro • Agente = Eryspelothrix rhusiopathie Epidemiologia • Suíno portador (amigdalas) • Suínos com infecção aguda eliminam nas fezes, urina, saliva e secreções nasais • Outros mamíferos, aves e peixes também se infectam • Período de incubação é de 24 – 48h Porta de entrada • Via oral ou ferimentos na pele Sintomas • Forma aguda Þ Febre (42ºC) Þ Conjuntivite Þ Andar cambaleante Þ Lesões cutâneas (forma de losango, visíveis no segundo dia) • Forma crônica Þ Artrite Þ Insuficiência cardíaca • Porcas gestantes podem abortar em qualquer período da gestação • Machos = alteração no tecido espermiogenico Necropsia • Esplenomegalia • Petéquias no córtex renal e no epicardio • Enterite catarral ou hemorrágica Diagnóstico • Cultivo de bactéria • Observação de lesões cutâneas e articulações na granja e no frigorífico Tratamento • Desinfecção do ambiente • Penicilina durante 5 dias, na fase aguda (20.000 a 30.000 UI/kg de PV) Vacinação • Leitões de 6 a 10 semanas de idade, repetir após 1 mês • Vacinar leitoas e porcas antes da cobertura • Cachaços = a cada 6 meses • Após o aparecimento da doença na granja, deve-se implantar o uso da vacina constante na granja Leptospirose Etiologia • Leptospiras patogênicas Þ 23 sorogrupos e mais de 200 sorovares Classificação pelo genoma • 16 espécies • Em suínos predominam infecções por: Þ Leptospira Interrogans = L. Pomona, L. icterohaemorrhagiae, L. brastislava, L. copenhageni e L. grippotyphosa Sintomas Porcas em gestação • Retornos ao cio • Abortamento • Natimortos • Nascimento de leitões fracos infectados Leitões • Icterícia • Hemorragia em órgãos • Lesões renais esbranquiçadas Fetos abortados • Edema generalizado • Hemorragias na pele • Lesões necróticas no fígado Suínos • Podem não externar a infecção, mas apresentam lesões renais no córtex de coloração amarelo-esbranquiçada (células inflamatórias e nefrite intersticial) Diagnóstico • Soro aglutinação microscópica Þ Titulo positivo é considerado quando há aglutinação a partir da diluição de 1:100 Þ Diferenciar de títulos vacinais, consideram-se reações positivas a partir de 1:400 • PCR Tratamento • Dihidroestreptomicina injetável = 25mg / kg de peso • Oxitetraciclina = 800g/ton de ração Controle • Controle de roedores • Vacinação Þ Leitoas = 6 semanas antes da cobertura, com reforço de 3 semanas antes da cobertura Þ Porcas = são vacinadas 10 dias após o parto (1 mês antes da primeira cobertura) Þ Cachaços = vacinação anual Rinite atrófica Doença infectocontagiosa caracterizada por hipoplasia e destruição dos cornetos nasais. Progressiva e crônica Etiologia • Multifatorial • Bordetella bronchiseptica • Pasteurella multocida tipo D (produtora de toxina dermonecrotica) Fatores predisponentes • Excesso de gases de amônia • Ventilação inadequadas • Superlotação • Mistura de animais de varias idades • Presença de níveis elevados de poeira Sintomas • Espirros • Corrimento nasal • Formação de “olheiras” • Desvio do focinho para um dos lados ou o encurtamento • retardo no crescimento (5 a 10%) Diagnóstico • sinais clínicos • exame dos cornetos frigorífico (seccionandoo focinho ao nível do 2º dente pré-molar ou nona prega do palato • exames bacteriológicos Monitoramento de rinite atrófica no frigorifico: Fazer 3 exames em intervalo de 1 mês em grupo de pelo menos 30 suínos • IRA de 0,10 a 0,31 = não constitui ameaça ao rebanho • IRA de 0,32 a 0,45 = rinite subcutânea (verificar o desempenho e sinais clínicos) • IRA acima de 0,46 = a rinite atrófica é um problema grave na granja Tratamento • Sulfametazina (100 a 450g/ton) + tetraciclina (300 a 600ppm) Þ Porcas = 7 dias antes do parto e 15 dias após Þ Leitões = período mínimo de 35 dias Controle • Identificar fatores predisponentes • Exame de focinho no frigorifico, periodicamente • Identificação das bactérias e realização de antibiograma Vacina • Vacinar a porca aos 60 e 100 dias de gestação • Leitões aos 7 e 28 dias de idade Salmonelose Zoonose (suínos são reservatórios) Agentes = Salmonella, choleraesuis e Salmonella typhimurium Obs.: comum em suínos que são alimentados com alimentos de baixa qualidade Epidemiologia • Leitões de 5 semanas a 4 meses de idadesão os animais mais afetados • Animais portadores = excretam quando estressados • Matéria prima de rações contaminadas • Mistura de animais de outras origens • Riscos ao homem • Abate de suínos estressados Sinais Forma aguda • Febre • Diarreia (ocasional) – líquida, em jato com odor forte • Dificuldade de locomoção • Agrupamento nos cantos • Áreas avermelhadas na pele (barriga, orelhas, região inguinal) • Morte em 1 a 4 dias • Pode ocorrer morte súbita Forma crônica • Febre • Diarreia • Refugam • Morte (20 a 40%) Tratamento • Enrofloxacina a 25% = 10mg/kg de peso vivo (3 a 5 dias em ração ou água). Obs.: 200g trata 5000kg • Florfenicol a 4% = 2mg/kg de PV, por 7 a 14 dias fornecido em ração. Obs.: 200g trata 4000kg Þ Produto muito tóxico Þ Causa má formação em fetos • Ceftiofur = ideal para fêmeas prenhes. 1ml para cada kg de PV • Lincomicina e sulfato de espectinomicina = 1ml para cada 10kg de PV. 88 a 110g em 1000kg de alimento e oferecer como única ração durante 3 semanas Higienização • Glutaraldeido 42,5% e 7,5% cloreto de benzalcônio Vacinação • Leitões aos 21 e 60 dias • Leitoas e porcas aos 90 dias de gestação • Machos = anualmente