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Transtorno Depressivo EPIDEMIOLOGIA: Prevalência de 4,4% na população brasileira, principalmente relacionada a atenção primaria Na APS tem prevalência de 11% E uma doença de curso crônico e recorrente CONCEITOS IMPORTANTES: • Episódio depressivo: momento em que o paciente apresenta sintomas depressivos • Transtorno depressivo: episódios recorrentes de sintomas depressivos; A depressão possui grande impacto na qualidade de vida das pessoas, limitando a capacidade e produtividade; No brasil é a quinta causa de anos de vida e trabalho perdidos ETIOPATOGENIA: E um transtorno multifatorial, uma combinação de componentes genéticos biológicos, ambientais, culturais e psicológicos Modelo diátese-estresse: diátese (propensão de desenvolver a doença – genético); o estresse por sua vez e causado pelo ambiente. FATORES DE ALTO RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE DEPRESSÃO: • Histórico familiar de depressão • Presença de estresse psicossocial • Uso exagerado de serviços de saúde • Doenças crônicas (reumatológicas e inflamatórias principalmente) • Outros transtornos psiquiátricos • Mudanças hormonais • Sintomas físicos sem explicação • Dor incluindo dor crônica • Queixa de fadiga, ansiedade e insônia • Abuso de substâncias DIAGNÓSTICO: CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE EPISÓDIO DEPRESSIVO SEGUNDO A CID-10: Sintomas fundamentais: 1. Humor deprimido 2. Perda de interesse 3. Fatigabilidade Sintomas acessórios: 1. Concentração e atenção reduzidas 2. Autoestima e autoconfiança reduzidas 3. Ideias de culpa e inutilidade 4. Visões desoladas e pessimistas do futuro 5. Ideias ou atos autolesivos ou de suicídio 6. Sono perturbado 7. Apetite diminuído • Episódio leve: 2 sintomas fundamentais + 2 acessórios • Episódio moderado: 2 sintomas indumentárias + 3 ou 4 acessórios • Episódio grave: 3 sintomas fundamentais + >4 sintomas acessórios DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Pesquisar se já houve episódio de maníaco, se já teve outras condições clínicas semelhantes e se faz/fez uso de fármacos OBS: O episódio maníaco é caracterizado por uma excitação eufórica do humor, por uma intensa agitação motora, distraibilidade, logorréia e por uma reduzida necessidade de sono; o sujeito pode supervalorizar-se e fazer coisas que normalmente não faria, pois distorce a realidade de modo a não enxergar os perigos embutidos em suas ações. A agitação predominante do humor pode ser a irritabilidade quando os desejos da pessoa são frustrados. Além disso, devido à elevação da autoconfiança, ideias grandiosas podem chegar a evoluir para delírios grandiosos ou religiosos de identidade ou papéis. IESC V – Aula 1 RISCO DE SUICÍDIO: Sempre se pergunta ao paciente se ela já pensou ou pensa em suicídio Importante investigar em pacientes ansiosos, com quadros depressivos, etc. A investigação pode ser sob forma de pergunta direta ou indireta As características da ideação suicida são definidas pelo pensamento da pessoa, se ela já idealizou como vai ser, instrumentos que irá usar, entre outros Fatores de risco: • Tentativa de suicídio previa • Doença psiquiátrica • Alcoolismo e outras drogas • Sexo masculino • Desemprego • Dor crônica • Cirurgia recente, doença terminal • Abuso e eventos adversos na infância • Histórico familiar de suicídio • Ser solteiro, viúva ou separado • Viver sozinho (isolado) • Alta hospitalar psiquiátrica recente Fatores protetores: • Apoio da família, amigos e pessoas significativas • Crenças religiosas, culturais e éticas • Envolvimento na comunidade • Vida social satisfatória • Rede social significativa • Acesso a serviços e cuidados de saúde mental COMORBIDADES FREQUENTES QUE ACOMPANHAM A DEPRESSÃO: • Transtornos ansiosos: se ansiosos de maneira crônica tem maior chances de evoluir para uma depressão futura • Transtorno por uso de substâncias: podem ser a causa ou consequência de síndromes depressivas DEPRESSÃO NAS DIFERENTES POPULAÇÕES: Crianças: geralmente sentem desconforto, irritabilidade, não quer sair de casa, ir para a escola. Gestantes e puérperas: variações de humor, ansiedade e tristeza, que pode resultar em desinteresse pela gravidez e trazer consequências para o bebê Idosos: além dos sintomas comuns, a depressão costuma ser acompanhada por queixas somáticas, hipocondria, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade, humor disfórico, tendência autodepreciativa, alteração do sono e do apetite, ideação paranoide e pensamento recorrente de suicídio TRATAMENTOS: • Psicoeducação: conversar com o paciente, explicar a sua condição, buscar que ele entenda a sua doença. Importante explicar para a família também. Importante também que ocorra a psicoeducação dos profissionais da saúde. • Psicoterapia: importante para a pessoa entender o que reflete aqueles sentimentos nela, o que faz com que ela haja daquela forma, etc. • Atividade física: aumento da liberação de serotonina, diminuição dos níveis de estresse • Fármacos: quando as terapias alternativas não traem resultados • ECT: a última alternativa, funciona muito bem. SEGUIMENTO DO TRATAMENTO: Depende se e um episódio ou transtorno depressivo 1º episódio: apenas psicoterapia, se necessário dose baixa de medicação e monoterapia; geralmente por 1 ano para depois fazer o desmame. 3º episódio/transtorno: medicação e usada para toda vida pois há muitas chances de haver 4º episódio