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ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS Alteração da produção hormonal: └ Aumento da produção de estrógeno e progesterona – viabilidade da implantação do embrião na placenta; └ Produção de hormônios pela placenta, podendo acarretar complicações sistêmicas, como aumento da resistência periférica à insulina (diabetes gestacional); └ O aumento hormonal pode estar relacionado com o aumento da proliferação de células. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES Aumento do volume sanguíneo (40%), para suprir as necessidades do feto (nutrientes e oxigênio); Aumento do débito cardíaco (30-40%), para que o coração possa bombear volume maior de sangue; Taquicardia, o que confere uma baixa resistência periférica; Diante disso, é normal nos 1º trimestres ocorrer baixa na pressão arterial, sendo comum quadros de desmaios e queda de pressão súbita, e nos últimos trimestres é esperado leve aumento de PA. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Aumento quantitativo de hemácias (15- 20%) – o aumento do número de células não é proporcional ao aumento de volume sanguíneo; Presença de anemia dilucional, pela menor quantidade de hemácias para o volume sanguíneo total; Aumento dos fatores de coagulação, sendo comum quadros de trombose ou uso de medicações para evitar isso; Aumento de leucócitos, principalmente no 2º trimestre, sendo mais Th2, que Th1, sendo mais susceptíveis a processos infecciosos; ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS Compressão do diafragma, devido ao crescimento do útero, principalmente no 3º trimestre; Aumento da frequência respiratória e do metabolismo basal; SÍNDROME DA HIPOTENSÃO SUPINA Em tratamentos odontológicos, quando a paciente passa muito tempo em posição supina, é comum uma súbita perda de consciência e desmaios; Isso ocorre devido a compressão da veia cava inferior e da aorta, ocorrendo diminuição do suprimento sanguíneo; Ocorre normalmente no 3º trimestre, quando o bebê já está grande; Diante disso: └ Evitar consultas prolongadas, principalmente no 3º trimestre; └ Realizar movimentos frequentes durante o atendimento, de um lado para o outro e caso ocorra, pedir para virar para o lado esquerdo. ALTERAÇÕES RENAIS Aumento da excreção em torno de 30 a 50%, sendo comum grávidas irem ao banheiro, principalmente no 3º trimestre, pois o bebê comprime a bexiga; Diante disso, ocorre uma eliminação de medicamento de forma mais rápida; OBS: não alterar a prescrição! ALTERAÇÕES ALIMENTARES Aumento da fome e da ingestão alimentar, o que normalmente está atrelado ao aumento da ingestão de açúcares; É comum os quadros de náuseas e vômitos, principalmente nos primeiros meses; COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS Diabetes gestacional: └ Alteração sistêmica acarretada pelo aumento da resistência periférica a insulina; └ Maior risco infeccioso. Hipertensão arterial: └ É esperado a PA diminuída durante o período de gestação, e quando a PA se eleva, a gestante corre risco de desenvolver quadro de pré-eclâmpsia; └ Pré-eclâmpsia: é uma alteração que causa risco tanto a gestante quanto ao feto; └ Sinais clínicos: hipertensão, proteinúrica, edema e visão turva; └ A evolução dos casos para episódio de eclampsia podem gerar convulsões e coma. └ OBS: quando PA 140x90, parar tratamento odontológico e emcaminhar ao médico. 1º trimestre – período inicial: └ Gestante apresenta muita fadiga e náuseas; └ Formação de estruturas e órgãos do feto; └ Evitar atendimento odontológico. 2º trimestre: └ Gestante apresenta poucos sintomas; └ Preconizar atendimento odontológico nesse período. 3º trimestre: └ Desconforto respiratório e fadiga na gestante; └ Evitar tratamento odontológico. OBS: em situações de infecção ou dor intensa, devem ser realizados independente do trimestre gestacional. Doença periodontal: └ Devido ao receptores de estrógeno localizados na gengiva, se há maior formação de hiperplasias gengivais; └ Risco aumentado a doença periodontal: gengiva mais sangrante; └ Maior atenção aos hábitos de higiene bucal, evitando o acumulo de biofilme. Granuloma piogênico: └ Em pacientes grávidas, é comum o desenvolvimento de granuloma piogênico, chamado de granuloma gravídico; └ Ocorre devido ao aumento na produção de estrógeno e progesterona; └ Avaliar a remoção cirúrgica durante ou após a gestação. Erosão: devido aos episódios frequentes de vômitos. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO X FETO Os principais efeitos que o atendimento pode trazer ao feto estar relacionado ao: └ Estresse; └ Uso de radiação; └ Drogas que podem vir a ser prescritas; PREVENÇÃO Orientações e reforço sobre técnicas de higienização bucal; Monitoramento das condições bucais; Orientações sobre alimentação saudável e os riscos de uma alimentação cariogênica; Avaliação geral História médica: uso de medicações, fumo e drogas História gestacional USO DO FLÚOR Recomendar uso de flúor adjunto do creme dental; Aplicação tópica de flúor a depender do risco de cárie; OBS: suplementação de flúor de forma oral não é indicado. “CADA GESTAÇÃO, MENOS 1 DENTE” Mito, pois não existe nenhuma aceleração do processo carioso ou mudança da microbiota oral; O que pode ocorrer é uma alteração da ingestão de alimentos e deficiência da higienização; Além disso, pode ocorrer alteração da resposta imune, podendo reagudizar processos crônicos; “A CRIANÇA TIRA O CÁLCIO DO DENTE DA MÂE” O cálcio utilizado para o desenvolvimento do feto é removido da reabsorção realizado no intestino e mediada pela vitamina D (alimentação); Além disso, pode advir da ação do PTH, das glândulas paratireoides, promovendo reabsorção de cálcio dos ossos da mãe; Dessa forma, o cálcio do dente não é metabolizado. “INFECÇÕES DENTÁRIAS PODEM ACARRETAR O NASCIMENTO DE BEBÊS DE BAIXO PESO” Verdade, pois casos de periodontite podem estar atrelados a casos de parto prematuro, pré-eclâmpsia e baixo peso em bebês. Bactérias da mucosa oral não são transmissíveis ao bebê, mas podem migrar para o útero, alterando o ambiente uterino e gerando partos prematuros; Dessa maneira, processos infecciosos sempre devem ser removidos. CLASSIFICAÇÃO DA FOOD AND DRUG ADMINISTRATION (FDA): Medicamento pertencentes a categoria: Recomendações: A Não indicam riscos aparentes ao feto B Não indicam riscos aparentes ao feto em estudos em animais C Indicam efeitos adversos para o feto em estudos em animais D Evidências de risco fetal humano, cujo benefício pode justificar o uso X Evidências positivas de anormalidades fetais (contraindicados) ANESTÉSICOS • Categoria B • Uso normal na gestação e na lactação Lidocaína • Categoria C • Usar com cuidado na gestação e na lactação Articaína • Categoria C • Usar com cuidado na gestação Bupivacaína • Categoria C • Usar com cuidado na gestação Mepivacaína • Categoria B • Usar com cuidado na gestação Prilocaína • Categoria C • Usar com cuidado na gestação e na lactação Benzocaína tópica Utilizar preferencialmente a Lidocaína; Evitar o uso de Prilocaína, devido a vasoconstritor felipressina (contraindicado); CONTRAINDICAÇÃO DE ANESTÉSICOS Riscos de metahemoglobinemia: prilocaína e articaína – se ligam a hemoglobina, dificultando o transporte de oxigênio; Contrações uterinas: felipressina (análogo da ocitocina); Hepatotoxicidade e cardiotoxicidade: └ Bupivacaína, pela sua longa duração; └ Mepivacaína, que deve ser evitada em gestantes e lactantes. OBS: não há evidências sobre o uso de anestésicos e o risco de teratogênese. ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS Medicamentos Categoria Paracetamol B Dipirona C Ação central C/D Prednisona B OBS: são contraindicado o uso de AINES, sendo indicadoo uso de corticoides, como a prednisona. ANTIBIÓTICOS Medicamentos Categoria Penicilina B Clindamicina B Metronidazol B OBS: evitar o uso de clindamicina e metronidazol no 1º trimestre de gestação. A classe de tetraciclinas são contraindicadas, pois gera manchamento nos dentes. AMAMENTAÇÃO As medicações são transferidas para o leite materno, porém a maioria dos medicamentos que são seguros na gestação, são seguros na amamentação. Para tentar diminuir as doses de medicamentos no leite, é ideal que realize intervalos de 4 horas entre a tomada da medicação e a amanetação; Grávidas podem realizar tomadas radiográficas, com risco mínimo de prejuízos ao feto, principalmente pelo uso dos equipamentos de proteção, com o avental de chumbo; A radiossensibilidade do feto é maior da 2ª a 8ª semana de vida intrauterina; Entretanto, é necessário a notificação da gravidez ao técnico/médico, antes de realizar as tomadas radiográficas. Em gestantes, priorizar radiografias rápidas, com avental de chumbo e protetor de tireoide; OBS: dentistas e técnicas gestantes devem se atentar as radiografias, pois o nível de radiação corporal é acumulativo durante toda a vida.