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Saúde bucal na terceira idade

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Introdução: 
“Envelhecer ainda é a única maneira que se 
descobriu de viver muito tempo” 
A odontogeriatria foi reconhecida como 
especialidade odontológica em 2002. Pacientes com 
mais de 60 anos de idade são incluídos nesse 
segmento, cujos objetivos principais são prevenir e 
tratar doenças bucais que podem aumentar os 
riscos de disfunções sistêmicas em idosos. 
Aspectos fisiológicos 
No envelhecimento, ocorrem várias modificações 
sistêmicas em diversos sistemas: 
•Sistema tegumentar: a pele fica mais seca, rugosa, 
delgada e flácida, e o número de melanócitos 
diminui, sofrendo alterações funcionais 
•Sistema musculoesquelético: atrofia e substituição 
das fibras musculares por fibras colágenas, 
diminuição da espessura dos discos intercostais, 
anquilose das articulações, reabsorção dos ossos 
da maxila e mandíbula, perda da elasticidade do 
crânio, perda da massa ósseos 
•Sistema nervoso: diminuição do peso e volume do 
cerébro, diminuição dos neurotransmissores e dos 
reflexos tendinosos 
•Órgãos sensitivos: opacificação do cristalino, 
presbiopia, diminuição dos receptores olfatórios e 
atrofia das papilas gustativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•Sistema cardiovascular: aumento da resistência 
vascular e da pressão sistólica, degeneração e 
calcificação das válvulas 
•Sistema respiratório: enrijecimento e calcificação 
das cartilagens traqueais e brônquicas, aumento do 
volume residual pulmonar, maior risco de infecção 
pela ineficácia dos mecanismos de limpeza 
brônquica 
•Sistema digestório: comprometimento da 
mastigação pela falta dos dentes e por conta das 
alterações articulares, atrofia da túnica muscular 
do tubo digestivo, diminuição das células das 
glândulas digestivas, diminuição do número de 
hepatócitos, diminuição da absorção de nutrientes 
•Sistema urinário: diminuição do peso e tamanho dos 
rins, diminuição no número de néfrons e do potencial 
de filtração glomerular, diminuição da musculatura 
vesical e da uretra, dificuldade dos rins em 
excretar ácidos 
•Sistema endócrino: atrofia das glândulas 
hipofisárias, tireoide, paratireoides e suprarrenais, 
atrofia acentuada do timo, diminuição da secreção 
de testosterona, interrupção da secreção de 
estrógeno, resistência à insulina e diminuição da 
tolerância à glicose 
•Sistema urogenital feminino: atrofia ovariana, 
afrouxamento dos ligamentos que mantêm o útero 
Saúde Bucal 
em posição, diminuição do comprimento e largura da 
vagina 
•Sistema urogenital masculino: diminuição dos 
testículos e da fertilidade, diminuição da dimensão 
peniana, aumento do tamanho da próstata 
•Metabolismo: redução da taxa de metabolismo 
basal, alteração do sistema de regulação de 
temperatura 
•Sistema imunológico: diminuição da imunidade 
celular e aumento da predisposição a formar 
autoanticorpos e, assim, desenvolver doenças 
autoimunes. 
Comorbidade: 
 doença renal, Alzheimer, atrite osteoporose, 
Parkinson, diabetes, depressão, bisfosfponatos, 
restrições de mobilidade. 
¦ Demência 
A diminuição da memória é um sinal indicativo de 
demência, mas, muitas vezes, há diminuição de 
outras funções corticais superiores, como o uso da 
razão, a capacidade de decisão e o uso da 
linguagem. Cerca de 5% da população com mais de 
65 anos de idade e 20% com mais de 80 anos de 
idade sofrem de demência. Além da doença de 
Alzheimer, que será abordada detalhadamente 
mais adiante, a demência pode ser classificada da 
seguinte maneira: 
•Demência pré-senil: entre os 50 e os 65 anos de 
idade (em geral) 
•Demência senil: demência degenerativa em 
indivíduos com mais de 65 anos de idade. 
¦ Doença de Alzheimer 
Doença cuja prevalência é maior na faixa etária 
entre 50 e 65 anos de idade. Há várias fases 
definidas, genericamente, na seguinte expressão: na 
primeira, só os doentes a reconhecem; mais tarde, 
os doentes, a família e os médicos; e, na última 
fase, só é reconhecida pela família e pelo médico, e 
não pelo doente. É uma doença de causa 
desconhecida, início insidioso e agravamento 
progressivo que, pelo menos nas primeiras fases, não 
se acompanha de outros sinais neurológicos. O 
quadro clínico caracteriza-se por: 
•Falhas de memória 
•Desorientação 
•Empobrecimento da linguagem 
•Falta de capacidade para realizar as tarefas 
diárias 
•Não reconhecimento de familiares e amigos 
•Incontinência de esfíncteres. 
No campo da genética, descobriu-se que a doença 
de Alzheimer está relacionada com certos 
cromossomos: 
•Mutações no cromossomo 21 
•Cromossomo 14 
•Polipoproteína E e cromossomo 19 em 64% dos 
casos 
•Cromossomos 1 e 12 
•Proteína precursora do amiloide no cromossomo 21. 
O diagnóstico da doença de Alzheimer é feito, em 
primeiro lugar, a partir de uma observação do 
indivíduo, atenciosa a sintomas muitas vezes sutis. 
Caso a suspeita permaneça, deve-se proceder a 
exame neurológico e investigação clínica 
(hemograma, velocidade de sedimentação, glicose, 
ureia, creatinina, tempo de protrombina, bilirrubinas, 
transaminases, cálcio, ionograma, proteinograma, 
T3/T4/TSH, vitamina B12, folatos, urina II etc.). O 
exame histopatológico do cérebro só pode ser feito 
após o óbito. 
¦ Osteoporose 
Doença crônica que afeta a estrutura óssea. A 
deficiência de estrogênio, o uso de medicamentos e 
alterações sistêmicas são fatores que agravam a 
perda de massa óssea. 
A correlação efetiva entre osteoporose e doença 
periodontal necessita de estudos mais 
aprofundados em ambas as áreas, já que é grande 
o número de fatores externos que podem contribuir 
para as duas condições. 
¦ Artrite 
Trata-se de inflamação de caráter progressivo que 
diminui a mobilidade dos pacientes. Esse quadro 
torna necessário o uso de alguns medicamentos 
como analgésicos e anti-inflamatórios, entre outros, 
para amenizar a dor das articulações afetadas 
que têm repercursões bucais, como xerostomia, 
ulcerações, estomatite, hemorragia gastrintestinal, 
dispepsia, dor abdominal e/ou náuseas em razão do 
tempo e aumento constante das dosagens. Com 
relação à Odontologia, é importante destacar a 
perda da habilidade manual no desempenho das 
atividades de vida diária, entre elas a higiene bucal; 
por essa razão, deve haver envolvimento e 
treinamento de familiares e cuidadores, reforçando 
a importância de medidas preventivas. Na cavidade 
bucal, a artrite pode limitar a abertura bucal e 
provocar mastigação desconfortável. 
O tratamento odontológico deve ser realizado em 
diversas consultas de curta duração para poupar o 
paciente. O profissional deve conhecer técnicas de 
transferência de pacientes para sua cadeira e/ou 
atendimento em cadeira de rodas ou, ainda, na 
casa dos pacientes. 
¦ Dor orofacial 
Um paciente idoso está mais suscetível a distúrbios 
na articulação temporomandibular (ATM) e 
consequentes dores em razão da perda de equilíbrio 
no sistema estomatognático. O tratamento consiste 
em buscar equilíbrio e estabilidade oclusofuncionais, 
utilizando-se técnicas ortopédicas e ajustes 
oclusais. 
¦ Alterações gastrintestinais 
A função mastigatória comprometida interfere no 
processo digestivo, uma vez que o preparo do bolo 
alimentar e a absorção dos nutrientes são 
inadequados. Este é um fator que piora o estado 
geral do paciente. Para os que têm doença no trato 
gastrintestinal, torna-se imprescindível o diagnóstico 
para adequação no tratamento e prescrição 
medicamentosa. 
¦ Depressão 
Apesar de não ser uma doença específica dos 
idosos, nessa fase da vida representa um problema 
maior. É caracterizada por sentimentos de tristeza 
e/ou perda de interesse pelas atividades. Os 
sintomas associados incluem: 
•Dificuldade em dormir 
•Falta de apetite 
•Perda da esperança 
•Pensamentos suicidas 
•Ansiedade e preocupação. 
¦ Problemas do sono 
Problema do qual os idosos se queixam muito. O 
sono do idoso difere do sono do jovem. Com o 
passar dos anos, há uma perda dos níveis mais 
profundos do sono (fases 3 e 4 do sono profundo). 
Os idosos acordam mais durante a noite e dormem 
maisdurante o dia, além de preferirem deitar e 
levantar mais cedo. 
 
¦ Psicose 
Pode ser causada por uma doença cerebral ou por 
um problema emocional. Os sintomas podem ser 
assustadores tanto para o idoso quanto para a 
família e os amigos. 
¦ Ansiedade 
Comum nos idosos em virtude da preocupação de se 
tornarem fisicamente inaptos, por conta de 
problemas financeiros, de serem colocados em 
asilos, tornarem-se dependentes de outros ou serem 
abandonados. Por vezes, a depressão apresenta-se 
sob a forma de ansiedade e esta desaparece com o 
tratamento da primeira. 
¦ Medicação psicotrópica 
Os antidepressivos provocam muitos efeitos 
secundários. Os principais são confusão mental, 
retenção urinária e hipotensão ortostática (que pode 
provocar quedas). 
Os efeitos secundários dos antipsicóticos são 
semelhantes à doença de Parkinson: rigidez 
muscular e tremor. Podem provocar hipotensão 
ortostática, reações anticolinérgicas e tardive 
dyskinesia, que leva a movimentos incontrolados da 
língua, dos lábios, dos dedos e de outras partes do 
corpo. 
Esses medicamentos podem causar alterações de 
comportamento, e o cirurgião-dentista deve estar 
preparado para reconhecê-los e contorná-los para 
tornar possível o trabalho. 
Aspectos bucais 
As necessidades de tratamento odontológico dos 
idosos estão relacionadas com edentulismo, falta de 
elementos dentários, cárie dental, abrasões e 
doença periodontal. As neoplasias da cavidade 
bucal incidem em maior prevalência nesse grupo. 
As estruturas bucais sofrem ação do tempo, e 
várias são as adaptações fisiológicas que se 
processam durante o ciclo da dentição normal: 
•Desvio mesial dos dentes provocado pelas forças 
de oclusão: inferior para o lado de trabalho e 
superior para o lado de balanceio 
•Alterações de cor 
•Atrição provocada pela mastigação ou por hábitos 
viciosos 
•Mineralização dos canalículos dentinários por 
calcificação progressiva, com redução de 
permeabilidade e aumento no limiar de sensibilidade 
•Redução da câmara pulpar, em razão da contínua 
deposição de dentina nas paredes internas. 
¦ Dentina 
¦ Periodonto 
¦ Mucosa 
¦ Língua 
¦ Apetite 
¦ Olfato 
¦ Risedronato rivastigmina 
¦ Polifarmácia 
¦ Adequação do meio bucal= reabilitações 
protética 
¦ Exodontias: cobertura antibiótica 
¦ Como é a condição oral dos idosos? 
Repercussão: 
¦ Nutricional 
¦ Órgãos e sistemas 
¦ Associados a maior risco de doença e 
incapacidade 
¦ Voz, cominucação, auto estima 
Problemas BUCAIS 
 DP 
 DTM 
 XEROSTOMIA 
 EDENTULISMO 
 CÁRIES 
 DOR FACIEL CRONICA 
 LESÕES MALIGNAS E BENIGNAS 
Função mastigatória 
As alterações mastigatórias decorrentes do 
processo de envelhecimento são inúmeras e 
decorrem de perda de elementos dentais, do uso de 
próteses, das restaurações realizadas ao longo da 
vida e dos hábitos alimentares e funcionais. 
•Normogeusia: quando há função normal do paladar 
•Hipogeusia seletiva: diminuição da função do gosto 
para um ou mais dos quatro sabores básicos. 
•Ageusia: ausência da função do paladar 
•Disgeusia: quando existe o gosto doce, salgado, 
amargo, ácido ou metálico persistente na ausência 
de estímulo. 
As principais causas dos problemas bucais no idoso 
são: 
•Deficiência ou dependência física 
•Baixa autoestima 
•Baixa frequência de visitas ao cirurgião-dentista 
•Ingestão excessiva de açúcar 
•Altos índices de placa e cálculos 
•Restaurações radiculares prévias 
•Retração gengival e perda de inserção dental 
•Fluxo salivar diminuído 
•Perda da função mastigatória 
•Próteses parciais com grampos 
Quais as principais causas de morte em idosos? 
 Engasgos (disfagia) 
 pneumonia 
 Quedas 
 Interdisciplinaridade 
Tratamento odontológico 
Importantes aspectos compõem o tratamento 
odontológico do idoso, a saber: 
•Acessibilidade: importante para garantir o acesso à 
edificação. O primeiro desafio a ser vencido pelo 
paciente é entrar no consultório 
•Pessoal auxiliar treinado: a equipe auxiliar deve 
estar treinada e apta a trabalhar com indivíduos 
da terceira idade. Se os auxiliares não gostarem de 
trabalhar com idosos, dificilmente haverá um 
acolhimento sensível e humanizado, com 
comprometimento na qualidade do serviço 
oferecido. 
•Formação do vínculo e anamnese: tanto a equipe 
auxiliar quanto o cirurgião-dentista devem ter 
afinidade com pacientes desta faixa etária, visando 
ao estabelecimento de um vínculo de confiança e 
amizade 
•Ouvir as queixas do paciente e interpretá-las: o 
profissional deve ter disponibilidade de agenda e 
sensibilidade para interpretar os relatos dos 
pacientes, considerando que muitas vezes este é o 
único momento de socialização daqueles, que podem 
ser solitário, ainda que vivam com família 
•Levantamento do estado atual de saúde e 
medicamentos de que faz uso: a anamnese tem 
função de levantar dados essenciais para a 
elaboração de um plano de tratamento 
 Exame clínico completo intra e extrabucal: 
 Exame radiográfico 
 Avaliação das cáries, cálculos e doença 
periodontal 
 Avaliação dos trabalhos já existentes 
 Eleger uma estratégia de atuação 
 Exames complementares 
¦ •Iniciar o tratamento 
¦ •Consultas curtas, tornando esse espaço 
de tempo o mais produtivo possível 
¦ •Conscientização do paciente, da família e 
dos cuidadores quanto à importância da 
higiene bucal 
¦ •Orientação da higiene bucal e das 
próteses 
¦ •Orientação dietética 
¦ •Chamadas frequentes para monitorar os 
trabalhos existentes e possíveis novos 
problemas. 
Prescrição medicamentosa 
Idosos podem apresentar várias doenças e usam 
muitos medicamentos que afetam a região bucal. O 
uso crônico de ácido acetilsalicílico pode causar 
alteração no tempo de coagulação, o que 
desfavorece as cirurgias odontológicas. Seu uso 
deve ser interrompido por 10 dias para que a 
cirurgia seja realizada com segurança. Esta é uma 
decisão médica. 
O profissional deve sempre estar atento à 
possibilidade de interação medicamentosa entre 
medicações prescritas previamente. O metabolismo 
do idoso é mais lento, e os medicamentos podem ter 
efeito diferenciado. A velocidade de eliminação dos 
fármacos da corrente sanguínea também é menor.

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