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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de análise 
Disciplina: Direito do Seguro e Resseguro Módulo: 
Aluno: Natália da Costa Moré Turma: 02 
Tarefa: Atividade Individual 
Introdução 
Nos dias 18 de maio de 2024, uma empresa de logística me procurou para realização de um 
parecer legal acerca de uma contratação que ela fez, de uma empresa X, que tem por objetivo 
a produção de silos de armazenamento de grãos para serem implementados no porto o qual 
administra e, ao longo do contrato, estabeleceu apenas cronogramas de entregas. 
Dessa forma, para garantir a entrega do ora contratado e tendo em vista o elevado valor da 
prestação dos serviços, o prestador exigiu da empresa de logística um adiantamento dos 
valores bem como, contratou, na posição de tomador, um seguro garantia na modalidade 
“Setor Privado – Adiantamento de Pagamento”, seguindo os termos estabelecidos na Circular 
SUSEP nº 662, de 11/04/2022, cujo sergurado é ele (o prestador de serviços). 
De acordo com o relatado pela empresa de logística, o cronograma de entrega vem sendo 
cumprido corretamente até o presente momento, contudo, passou-se a evidenciar defeitos na 
fabricação dos silos, decorrentes do uso de matérias de má qualidade o que torna os silos 
inutilizáveis. 
Assim, o presente parecer legal é a respeito de uma possível indenização a empresa de 
logística, ora contratante, em relação aos prejuízos causados pela empresa contratada, que 
empregou materiais de qualidade ruim, implicando diretamente na inutilização do objeto final 
e, além disso, identificar se o seguro contratado pelo prestador de serviço poderá ser 
acionado ou não para indenizar a empresa de logística. 
 
Desenvolvimento 
Importante frisarmos, de inicio, que trata-se de Seguro Garantia regulado pela na Circular 
SUSEP nº 662, de 11/04/2022 o qual o prestador dos serviços é o segurado nesta relação 
e, de acordo com o estabelecido na “Claúsula 1 – Objeto” das CONDIÇÕES ESPECIAIS 
SEGURO GARANTIA DE ADIANTAMENTO DE PAGAMENTOS, o seguro ora contratado 
garante a indenização, até o valor da garantia previsto na apólice, pelos prejuízos 
decorrentes do inadimplemento das obrigações assumidas pelo tomador em relação 
EXCLUSIVA aos adiantamentos de pagamentos concedidos pelo segurado, que não tenham 
sido liquidados na forma prevista no contrato principal e devidamente expresso no objeto 
desta apólice, independentemente da conclusão deste. 
Nesse sentido, Renato Macedo Buranello, explica que “o seguro garantia de obrigações 
contratuais é o instrumento pelo qual uma seguradora ou empresa garante (no exterior, 
surety companies) se obriga, a garantir interesse legítimo do segurado relativo à obrigação 
comercial de dar ou fazer assumida pelo tomador”. 
Em outras palavras, explica Gladimir Polleto que seguro garantia nada mais é do que uma 
garantia do cumprimento efetivo de uma obrigação ou do pagamento pelos prejuízos 
 
 
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causados, que precisa, necessariamente, ser oferecida por uma seguradora e seguir os 
termos estabelecidos na apólice, mediante o pagamento de um prémio. 
Nos termos do artigo 3º da Circular SUSEP nº 662 de 11/04/2022, o Seguro Garantia 
destina-se a garantir o objeto principal contra o risco de inadimplemento, pelo tomador, 
das obrigações garantidas. E, conforme estabelece o parágrafo único do referido artigo, é 
mediante contrato de Seguro Garantia, que a seguradora se obriga a pagar a indenização, 
nos termos do art. 21, caso o tomador não cumpra a obrigação garantida, conforme 
estabelecido no objeto principal ou em sua legislação específica, respeitadas as condições 
e limites estabelecidos no contrato de seguro. 
Ocorre que, em análise a Cláusula 3.3 das CONDIÇÕES ESPECIAIS SEGURO GARANTIA DE 
ADIANTAMENTO DE PAGAMENTOS, resta expressamente consignado que “a apólice não 
assegura a qualidade dos materiais e serviços, danos materiais e/ou pessoais causados a 
terceiros, o pagamento de tributos, obrigações trabalhistas, ou da seguridade social, 
inclusive decorrentes de acidente de trabalho, lucros cessantes, não cobre multas ou 
penalidades financeiras em virtude de inadimplência do Tomador, obrigações de sigilo, 
custas e honorários advocatícios, roubo praticado por seus funcionários e/ou prepostos, 
danos ambientais, riscos de natureza política, riscos hidrológicos e/ou geológicos e 
indenizações que envolvam empregados do Tomador ou terceiros.” 
Perante o exposto, não há de se falar em acionar a seguradora para que esta cumpra a 
obrigação ou pague pelos prejuízos causados, uma vez que a apólice expressamente excluí 
o dever de indenizar nos casos em que se discute a qualidade dos materiais empreendidos 
na contrução dos silos pela empresa contratada. 
Outrossim, em conformidade com o artigo 18 da Circular SUSEP nº 662 de 11/04/2022 o 
sinistro só estará caracterizado quando comprovada a inadimplência do tomador em 
relação à obrigação garantida. Contudo, importante destacar que os termos previstos na 
apólice tem por objetivo estabelecer previamente parametros responsáveis por regular o 
contrato de apólice, gerando segurança jurídica entre as partes. Isto é, já que a utilização 
de materiais de má qualidade resta totalmente excluída do rol de obrigações a serem 
indenizadas pela seguradora na apólice, não há de se falar em dever de indenizar por parte 
da SEGURADORA. 
Sendo assim, em querendo a empresa de logística reinvindicar quaisquer indenizações e 
pagamentos pelos prejuízos causados, deverá, por meio de ação própria, buscar a 
responsabilização civil pelo comentimento de ato ilícito da empresa contratada, a então 
produtora dos silos, a fim de exigir eventuais danos materiais, morais e lucros cessantes. 
 
 
Conclusão 
Como se pode observar no decorrer de todo o exposto, o Seguro Garantia adquirido pela 
empresa produtora dos silos exclui expressamente o dever de indenizar ou de pagar pelos 
prejuízos causados nos casos em que houver o emprego de materiais de má qualidade. 
Dessa forma, caso a empresa de logística queira reinvindicar quaisquer indenizações e 
pagamentos pelos prejuízos causados, eventuais danos materiais, morais e lucros 
cessantes, deverá, por meio de ação própria, buscar a responsabilização civil pelo 
comentimento de ato ilícito da empresa contratada, a então produtora dos silos. 
 
 
 
Referências bibliográficas 
 
BURANELLO, Renato Macedo. Do contrato de seguro: o seguro garantia de obrigações 
contratuais. São Paulo: Quartier Latin, 2006, p. 173. 
 
POLETTO, Gladimir Adriani. O seguro garantia: em busca de sua natureza jurídica. Rio de 
Janeiro: Funenseg, 2003, p. 44.

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