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ATIVIDADE INDIVIDUAL  
 
	Matriz de atividade individual 
	Disciplina: Mediação e Arbitragem
	Aluno: Beatriz Justo Lamounier
	Introdução 
	 
 Trata-se de uma análise sobre os meios alternativos para a solução de conflitos, mais expressamente, sobre a cláusula de Regime Jurídico firmada no contrato em um contrato de concessão para a exploração, o desenvolvimento e a produção de petróleo e gás natural celebrado entre a Agência Nacional de Petróleo e a Petrobras, empresa vencedora da licitação. No caso em tela, houve uma discussão sobre a cláusula (trigésima quarta) que previa como forma de resolução de conflitos a arbitragem, o que legou a judicialização da questão.
 Dentre os meios alternativos de solução de conflitos previstos na legislação brasileira, está a arbitragem que nada mais é do que a escolha, entre as partes celebrantes de um contratos, de um terceiro, seja ele pessoa física ou jurídica, a fim de dirimir possíveis divergências que venham ocorrer entre as partes, sem que seja necessário o ingresso no Judiciário.
 
	Parte I 
	 
 A convenção de arbitragem pode ser de duas espécies: cláusula compromissória ou compromisso arbitral. De acordo com a Lei n°9.307/96, a diferença entre essas espécies está no momento em que as partes optam pela arbitragem como meio para solução de conflitos. A cláusula compromissória é assinada antes que haja qualquer conflito, enquanto o compromisso arbitral é assinado após o surgimento de tal.
 As cláusulas de resolução de conflitos estão relacionadas somente a um contrato, não podendo estender-se a contratos diversos, ainda que as partes sejam as mesmas ou objeto esteja relacionado ao referido contrato. 
 A legislação não especificou a forma que essas cláusulas devem ser preenchidas, apenas determina a previsão de tal cláusula no contrato. Desta forma, temos duas possíveis formas: cláusulas cheias e cláusulas vazias. 
 Na primeira, as chamadas cláusulas cheias, todos os meios para instauração da arbitragem estão completos, sendo assim, constam: as regras aplicáveis, o número se árbitros, a forma de escolha dos membros do tribunal ou a indicação do único árbitro, o idioma, o local da arbitragem, bem como a instituição arbitral, tratando-se de arbitragem institucional. Já na segunda, as chamas cláusulas vazias, está previsto somente a solução da controvérsia por arbitragem, sem indicar todos os elementos necessários, ou seja, resta às partes, de forma amigável, indicar como será conduzido o procedimento arbitral ou se vão levar a lide ao judiciário.
 Ainda sobre a cláusula compromissória, é importante salientar sobre a autonomia da cláusula compromissória, de acordo com a apostila:
 “O Artigo 8º da Lei nº 9.307/96 instituiu o princípio da autonomia da cláusula compromissória.
Segundo esse princípio, se o contrato em que estiver inserida a cláusula compromissória for declarado
nulo, a nulidade não atingirá a cláusula. Em outras palavras, a cláusula compromissória tem plena
validade, e o juízo arbitral deve ser instituído para solucionar a controvérsia.
Esse princípio visa assegurar a efetiva instauração do juízo arbitral e impedir a parte de má-fé
de não cumprir com a obrigação pactuada''
 Desta forma, resta claro que a cláusula trigésima quarta do presente contrato é uma cláusula cheia, isto porque traz as informações necessárias para nortear o exercício do procedimento arbitral.
 Na análise da cláusula, é possível encontrar outro meio para solução de conflitos no presente contrato. As partes optam por tentar solucionar os conflitos através da conciliação (34.2) antes de partirem para o procedimento arbitral (34.5), ou seja, ficou acordado entre as partes que a arbitragem seria utilizada de forma residual à conciliação, caso não houvesse acordo entre as partes.
 Ao optarem pela arbitragem como meio alternativo ao judiciário para a resolução de conflitos, as partes envolvidas no contrato pesam, as vantagens e as desvantagens da utilização desse meio. Algumas das vantagens do procedimento arbitral são, sem dúvidas, sua celeridade e o custo inferior ao custo da judicialização da lide. 
 O judiciário brasileiro além de moroso é de alto custo. Neste procedimento estão envolvidos apenas aqueles previamente indicados, sem os custos em honorários advocatícios ou custas judiciais, o que de certo, gera enorme economia aos envolvidos. No que tange a morosidade do judiciário, não há como prever em quanto tempo o conflito será dirimido, podendo levar anos. Já na arbitragem, a sentença tem prazo certo para ser prolatada. 
 Já no que trata da desvantagem deste procedimento, temos por exemplo, a impossibilidade de recorrer a sentença. Isto porque, entende-se, que como foi previamente acordado, as partes acreditam que àquele, que foi escolhido para julgar, faria da melhor forma possível e dentro de um convencimento que seria tão bom quanto correto para todos os envolvidos na relação contratual. 
 Ainda no que tange a cláusula trigésima quarta do contrato em questão, é possível questionar o leva os celebrantes a optarem previamente pela conciliação, de forma obrigatória, antes de chegarem ao procedimento arbitral. Ora, se uma das principais vantagens, ao inserir uma cláusula arbitral no contrato, é, justamente, a celeridade do procedimento na resolução de conflitos, o uso da conciliação como meio prévio, só estende o prazo para solucionar qualquer demanda prevista na cláusula. 
 Após a conciliação e o procedimento arbitral, e, finalmente, prolatada uma sentença através dos árbitros, está decisão será título executivo extrajudicial (art. 515 – CPC). De acordo com a legislação vigente, a sentença proveniente de procedimento arbitral, deverá ser executada através de um processo autônomo, isto decorre da falta de poder de coação de que é dotado o tribunal arbitral ou o árbitro. 
 Como não se admite questionamento da decisão arbitral, as únicas matérias passíveis de questionamento são aquelas previstas na Lei de Arbitragem, em seu artigo 32, que visam corrigir erro material, ou esclarecer alguma obscuridade, dúvida ou possível contradição existente na sentença. 
“Art. 32. É nula a sentença arbitral se:
I - for nula a convenção de arbitragem
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem; (Revogado pela Lei
nº 13.129, de 2015)
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou
corrupção passiva;
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III,
desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º,
desta Lei.”
 O citado Contrato de Concessão para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural foi judicializado, e o julgado trazido à análise, trata sobre o conflito de competência do mesmo. No contrato, em sua cláusula 34.6, fica declarada a competência da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional ou perante outra câmara de arbitragem notoriamente reconhecida e de reputação ilibada.
 Ao analisar a questão o STJ chega a conclusão de que este é o juízo responsável e ratifica a possibilidade de dispor de objeto patrimonial envolvido em um contrato de concessão, que por mais que seja um bem da Administração Pública, pode sim ser submetido ao procedimento arbitral. O julgado trazido, salienta a validade da arbitragem, seja em conflitos entre particulares e ainda, entre àqueles que envolvam a administração pública. 
“Com efeito, em meu voto-vista, firmei a distinção e a possível convivência de direito patrimonial disponível da Administração Pública com o princípio da indisponibilidade do interesse público e, concluí no sentido de
que o direito patrimonial objeto do contrato de concessão (fls. 44/95e) é direito disponível da Administração, podendo ser objeto de jurisdição arbitral.
Por outro lado, cabe aqui destacar que o Sr. Ministro Relator, traz, agora, fundamento novo que, com a devidavênia, não é capaz de afastar as conclusões alcançadas em meu voto-vista, em razão da recente alteração legislativa (Lei n. 13.129, de 26.05.2015) que modificou significativamente a Lei de Arbitragem - Lei n. 9.307/96, introduzindo em seu regime jurídico importantes inovações, com destaque para os princípios da competência-competência, da autonomia da vontade e da cláusula compromissória (arts. 1º, 3º e 8º, parágrafo único).
Portanto, cabe ressaltar que, em regra, há precedência da
utilização dos métodos alternativos à atuação jurisdicional do Estado para solução de controvérsias. E, se assim é, à Administração Pública não pode ser negada tal possibilidade.”
	Parte II 
	 
 Felizmente dentro do ordenamento jurídico brasileiro existe a possibilidade de optar por procedimentos mais céleres ao judiciário. A possibilidade de resolver um conflito por meio de audiência de conciliação, é um exemplo de como esses institutos alternativos podem trazem resultados satisfatórios para ambas as partes envolvidas numa relação contratual. 
 Atualmente estudo para concurso, contudo, para obter a prática jurídica exigida por algum deles, me deparei com a necessidade de advogar e tenho optado por atuar em questões que sejam mais fáceis de serem resolvidas. Atuo somente em casos no JEC, em relações de consumo.
 Com sorte, muitos são solucionados de forma rápida e simples ainda na audiência de conciliação, onde as partes conseguem chegar a um acordo, o que torna o processo de resolução da lide muito mais fácil. Geralmente, como atuo junto ao polo ativo, a ré propõe uma compensação de danos que atende as necessidades trazidas e pouco tempo depois temos uma sentença positiva para ambas as partes sem que a busca por uma solução se estenda por tempo maior ao necessário.
 
	Considerações finais 
	 
 Após aprofundar conhecimentos nos meios alternativos de solução de conflitos, fica claro o quão o econômico, bem como célere, tanto a arbitragem quanto a conciliação podem ser. 
 Ao celebrarem um contrato, as partes poderão, em algum momento, optar por utilizarem de um ou mais destes meios a fim de resolver uma controvérsia contratual, claro, devendo ser levado em consideração os bens que podem ser objeto desses procedimentos, já que não são aplicáveis a todas as situação conflituosas que chegam ao judiciário todos os dias.
 Questionar junto ao judiciário a competência da Arbitragem, demonstra a falta de boa-fé ou o inconformismo com a sentença que foi prolatada por este. Ao firmar um contrato, principalmente, um contrato do porte e tipo ao que foi trazido para análise, as partes têm o poder de negociar as cláusulas destes, o que não torna plausível um questionar a competência do procedimento. 
 Além disso, mostra como a sociedade, encontra-se enraizada junto as formas morosas e custosas de solução de conflitos e parece resistir a meios de solução que fogem no chamado “tradicional”, simplesmente tentando ignorar todos os pontos positivos destes meios.
 Optar por um juízo arbitral e depois questionar sua competência, é buscar postergar o cumprimento de uma decisão.
 Quando o STJ entende pela competência do Tribunal Arbitral, fica claro que até mesmo os Tribunais Superiores valorizam a solução de conflitos de forma mais rápida e ainda, veem sua capacidade de solucionar de forma correta fugindo ao meio moroso, mas tradicional que é o processo judicial.
 É importante ressaltar que nenhum procedimento, seja ele qual for, é infalível ou não está sujeito a erros. E é por isso, que a legislação prevê as formas que podem sim ser reapreciadas a fim de solucionar alguma obscuridade. 
 
	Referências bibliográficas 
	Lei nº 9.307/96.
Código de Processo Civil – CPC 2015.
Apostila de Mediação e Arbitragem – FGV.
MINUTA DE CONTRATO DE CONCESSÃO PARA EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL – disponibilizada junto à atividade.

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