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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS.
JOAQUIM GABRIEL BEZERRA FRUTUOSO,brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado a Rua Pedro Celestino, 2851, Centro, Campo Grande/MS, titular da cédula de identidade RG nº 2005029094080 SSP/CEinscrito no CPF sob o nº 511694953-20,vem respeitosamente advogando em causa própria, propor, com fundamento nos arts. 461 e s.s. do CPC , art. 84 e s.s. do Código de Defesa do Consumidor,
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÀO FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA CUMULADO COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face de ÁGUAS GUARIROBA S.A., concessionária de serviços de abastecimento de água deste município, com sede na Rua Antonio Maria Coelho, 5401, Centro, Campo Grande/MS, inscrita no CNPJ sob nº 04.089.570/0001-50, representado neste ato conforme seus estatutos sociais, pelos motivos a seguir expostos:
DOS FATOS
1. O Autor é locatário do imóvel localizado a Rua Pedro Celestino, 2851, Centro, Campo Grande/MS, desde 01 de fevereiro de 2010, conforme contrato de locação em anexo, data em que pediu a ligação de água do imóvel com a apresentação do contrato de locação no setor de atendimento ao cliente da Ré, ocorre que neste dia o Autor tomou conhecimento que a ligação de água não estava cortada, apesar do imóvel estar sem ocupação há mais de dez meses, inclusive antes da ocupação do Autor, havia moradores de rua residindo no imóvel, conforme boletim de ocorrencia em anexo, elaborado pela Imobiliária Financial, imobiliária responsável pelo imóvel, fato inclusive de conhecimento da Ré, tanto que, no atendimento ao Autor pela Ré foi declarado que não havia qualquer contas em atraso, fato comprovado na primeira fatura de consumo.
2. O Autor recebeu a primeira conta de consumo de água referente ao consumo dos meses de fevereiro e março de 2010, para pagamento em 14/04/2010 do imóvel locado, no montante de R$ 2.376,39 (dois mil trezentos e setenta e seis reais e trinta e nove centavos), valor absurdo e exacerbado diante do pouco período de consumo, sendo assim, o Autor impugnou via requerimento o valor da conta no dia 19/04/2010, informando que havia algo errado nesta conta, mas até o momento a Ré sequer respondeu o requerimento do Autor.
3. Esclarece ainda, o Autor que a distorção de valores é evidente, visto que, o consumo da segunda fatura referente aos meses de março e abril com vencimento em maio, foi somente de R$ 144,81 (cento e quarenta e quatro reais e oitenta e oito centavos) e o consumo da terceira fatura referente aos meses de abril e maio de 2010, foi consumido o montante de R$ 267,00 (duzentos e sesenta e sete reais) com vencimento em 14/06/2010,além disso, o Autor em contato com a imobiliária responsável pelo imóvel constatou que foi elaborado um boletim de ocorrencia em Dezembro 2009, data anterior ao ingresso do Autor no imóvel, em que foi comprovado que andarilhos haviam quebrado o hidrômetro do imóvel, boletim de ocorrencia, ora transcrito:
“Comparece nesta unidade policial o comunicante vítima, que é funcionário da empresa Financial Imobiliária, a qual é administradora do imóvel situado a rua Pedro Celestino, 2851, de propriedade da vítima, sendo que na data de 02/12/2009 o comunicante foi até o local onde observou que alguns andarilhos estão adrentando a residencia que esta desocupada, para pernoitar e permanecer no local. Que constatou que subtraíram algumas torneiras e fechaduras, sujaram as paredes e romperam o lacre do relógio medidor de consumo de água (hidrometro da Águas de Guariroba). Que o autor adentrou a residencia por uma janela, a danificando (entortando). Que continuam adentrando a residencia para permanecer dentnro do imóvel. Nada mais.”
4. Esclarece ainda, o Autor que mesmo após comparecer ao setor de atendimento ao cliente da Ré quando da assinatura do contrato de locação, não foi enviadom qualquer técnico da empresa concessionária para verificar as condições do hidrometro do imóvel, tanto que, o Autor teve que contratar uma empresa especializada para efetuar o conserto dos danos causados por esses andarilhos no hidrômetro do imóvel, conforme laudo em anexo, sendo assim,está evidente que este consumo exagerado da primeira fatura de consumo de água, pós – ingresso do Autor deriva de fatos anteriores ao ingresso do mesmo no imóvel, mas a Ré, cobrou a conta do Autor, mesmo nem sequer comparecendo no imóvel para verificar a situação do hidrômetro.
5. Portanto, a Ré está cobrando o onus dos danos causados por vandalos na rede de água do Autor, em período que o mesmo sequer está no imóvel, ou seja, há verdade ilicitude na cobrança indevida e além disso não respondeu o requerimento protocolado pelo Autor, mantendo assim a cobrança indevida do valor questionado, cobrando novamente a fatura dos meses de fevereiro e março de 2010, com a emissão de novo boleto com a advertencia de que a falta de pagamento gerará a suspensão do fornecimento de água,dessa forma não restou outra hipótese senão o ingresso da presente ação pelo Autor.
DO DIREITO:
6. O nosso ordenamento positivo estabelece em seu Artigo 461, do Código de Processo Civil,que quando houver obrigacão de não fazer o juiz concederá a tutela específica da obrigação, inclusive estipulando multa diária pelo descumprimento da ordem judicial, ora transcrito:
“Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento”
7. Outrossim, deve ser aplicado ao presente caso em epígrafe o Código de Defesa do Consumidor, visto que, trata-se de relação consumerista, já que o Autor é consumidor dos serviços de abastecimento de água da Ré, conforme demonstra as contas em anexo, se enquadrando no Art. 2º do Código de Defesa do Consumidor, bem como a Ré, se identificando com a descrição típica do Art. 3º do Código de Defesa do Consumidor.
8. Além é óbvio da aplicação do Art. 84 do Código de Defesa do Consumidor para obtenção da tutela específica de não fazer, conferindo o Autor, consumidor a tutela jurídica processual específica para obtenção dos seus direitos, com medidas judiciais que buscam o resultado prático, ora transcrito:
“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.”
9. Portanto, deve o ilustre magistrado ao conceder a tutela antecipada fixar uma multa diária pelo descumprimento da obrigação de não fazer a Ré, não suspender o fornecimento de água.
DOS DANOS MORAIS
10. O fato da Ré efetuar cobranças abusivas e indevidas e advertir na fatura que o inadimplemente gera a suspensão dos serviços de água,mesmo cientes do questionamento da conta de consumo pelo Autor devido aos danos causados por terceiros e manter a cobrança dos valores cobrados de forma abusiva e indevida,interferiu não somente no ambiente de trabalho do Autor,mais em seu lazer, desmoralizarando o Autor não somente por adentrar na rotina social, mas sua imagem e boa reputação que sempre teve.
11. Atingindo assim, de maneira direta, o decoro, o ego, a honra do Autor, perturbando suas atividades psíquicas diante de cobranças indevidas, afetou o Autor causando constrangimento e aborrecimento.
12 Conclui que a Ré agiu com dolo por não ter respondido ao requerimento do Autor contestando os valores da sua primeira conta de consumo, em não resolver a questão da cobrança indevida e contínua da primeira conta de água, mesmo depois que por várias vezes o Autor tenha entrado em contato via fone a fim de resolver o problema.
13. Sendo assim, o agente causador da conduta dolosa e culposa,seja preposto ou não é de responsabilidade da empresa Ré que o contratou, deverá haver reparação ao Autor por ser afetado moralmente.
14. Não mais se discute que o dano moral deve ser reparado, indenizado, pois é contemplado expressamente na Constituição Federal no artigo 5º, incisos V e X.
15. É oportuno citar as palavras de um dos maiores constitucionalistas brasileiros :
A vida humana não é apenas um conjunto de elementos materiais. Integram-na, outrossim, valores imateriais, como os morais. A constituição empresta muita importância à moral, como valor ético-social da pessoa e da família, que se impõe ao respeito dos meios de comunicação social (art. 221, IV). Ela, mais que as outras, realçou o valor da moral individual, tornando-a mesmo indenizável (art. 5º, V e X). A moral individual sintetiza a honra da pessoa, o bom nome, a boa fama, a reputação que integram a vida humana como dimensão imaterial. (José Afonso da Silva, Curso e Direito Constitucional Positivo, 10ª edição, Editora Malheiros)
16. Assim, reconheçamos que todas as ofensas contra a vida e integridade pessoal, contra o bom nome e reputação, contra a liberdade no exercício das faculdades físicas e intelectuais, podem causar um forte dano moral à pessoa ofendida e aos parentes, por isto mesmo estes têm o direito de exigir uma indenização, pecuniária, que terá função satisfatória. (Revista Forense, v. 83)
Yussef Said Cahali esclarece um pouco mais:
A sanção do dano moral não se resolve numa indenização propriamente, já que indenização significa eliminação do prejuízo e das suas conseqüências, o que não é possível quando se trata de dano extrapatrimonial; a sua reparação se faz através de uma compensação, e não de um ressarcimento; impondo ao ofensor a obrigação de pagamento de uma certa quantia em dinheiro em favor do ofendido, ao mesmo tempo que agrava o patrimônio daquele, proporciona a este uma reparação satisfativa. Trata-se, aqui, de reparação do dano moral. (Dano Moral, 2ª edição, Editora Revista dos Tribunais, página 42)
17. Tal indenização não tem o objetivo de enriquecimento, mais de reparar os danos moralmente causados, o bem moral integra o que é chamado de patrimônio jurídico, é bem mais valioso do que bens materiais, pois atinge o interior das pessoas, atinge os sentimentos, automaticamente tendo conseqüências males a vida do afetado, tal direito é resguardado pois existem os direitos da pessoa a intimidade, ao nome, entre outros direitos não materiais.
18. O valor a ser arbitrado por V.Exa. esperando-se no mínimo a importância de R$ 20.400,00 (vinte mil e quatrocentos reais).
DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
19. Da "verossimilhança da alegação" e do "periculum in mora"
20. No que tange a "verossimilhança da alegação" bem como ao "periculum in mora", crê o Autor não haver a mínima dúvida quanto à sua existência.
21. Ante as circunstân­cias proporcionadas em face do procedimento doloso da Ré, na manutenção da conta abusiva e exarcebada e a ameaça de corte de água, mesmo sabendo dos danos na rede de água antes do ingresso do Autor no mesmo, requer a concessão da tutela antecipada com a obrigação de não fazer para não efetuar a suspensão do fornecimento de água do imóvel locado pelo Autor, como forma de prevenir mais um constrangimento de ficar sem água.
22. A concessão da liminar visa evitar o prejuízo decorrente da provável concretização do corte de água, conforme boleto enviado pela Ré em 04/05/2010, sem qualquer justificativa. Desta forma, a prestação jurisdicional é o único meio para cessar a ameaça que vem sofrendo o Autor em decorrência do iminente corte de água que ocorrerá em 19/05/2010.
23. A efetivação do pagamento da conta dos meses de março e abril de 2010 no montante de R$ 144,81 (cento e quarenta e quatro reais e oitenta e oito centavos) comprova que o Autor tem razão em sua demanda, tendo em vista o manifesto enriquecimento indevido. Assim, verifica-se clara e evidente a presença do "fumus boni iuris".
24. No que tange ao perigo na demora da prestação jurisdicional, também dúvida inexiste, eis que todos sabemos dos enormes prejuízos que poderá sofrer caso a Ré, efetue o corte de água no imóvel locado pelo Autor.
25. Portanto, já fora anteriormente demonstrado, mediante provas inequívocas, quais sejam as contas dos meses subsequentes, boletim de ocorrencia e que a Ré tinha conhecimento da situação em que se encontrava o imóvel antes do ingresso do Autor no mesmo, e o seu conseqüente enriquecimento sem causa.
DO PEDIDO:
 Diante dos fatos expostos e dos documentos juntados, requer:
a) Seja deferida liminarmente e "inaudita altera parte", a tutela antecipada requerida com fundamento no Art. 84 do Código de Defesa do Consumidor, e Art. 461 do Código de Processo Civil, ou seja, a obrigação de não fazer, ou seja, não suspender o consumo de água sobre pena de pagamento de multa diária na hipótese de desobediência da ordem.
b) Uma vez deferida a medida liminarmente, requer-se a CITAÇÃO da Ré, no endereço declinado na inicial, através do seu representante legal, através do correio sob pena de presumir-se como verdadeiros os fatos alegados, como de fato e verdadeiros os são (art. 285 do Código de Processo Civil)
c) Requer ainda os benefícios do artigo 172, parágrafo 2º do Código de Processo Civil.
Requer, como prova do alegado, o depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, cujo rol será ofertado oportunamente, juntada de novos documentos e realização de perícia, provas essas que ficam expressamente requeridas, sem prejuízo de nenhuma outra em direito admitida.
Finalmente, requer que seja a presente medida julgada totalmente PROCEDENTE, tornando definitiva a liminar, bem como condenada a Requerida ao pagamento dos danos morais fixados pelo Autor, em especialmente as custas processuais.
Por fim, requer que todas as intimações sejam enviadas ao patrono que esta subscreve, O advogado Roberto Antonio Nadalini Mauá, inscrito na OAB/MS nº 10.880, com escritório na Rua Pedro Celestino, 2851, Centro, Campo Grande/MS.
Assim, D.R.A., esta e documentos anexos, atribuindo o valor de R$ R$ 20.400,00 (vinte mil e quatrocentos reais).
Termos em que,
Pede e Espera o Respeitável Deferimento
Campo Grande,14 de maio de 2010.
JOAQUIM FRUTUOSO DE OLIVEIRA NETO
ADVOGADO OAB/CE 0.000

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