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ACADÊMICA: Silvia Gomes Moura CURSO: PÓS GRADUAÇÃO EM CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Disciplina: Controle de Infecção Hospitalar Atividade Avaliativa Tema: O Controle de Infecções em Ambiente Hospitalar A prevenção e controle das infecções hospitalares é uma grande preocupação mundial na atualidade? Leis, pesquisas e ferramentas são empregadas com a finalidade de manter a carga microbiana dentro dos limites de aceitação preconizados pelos órgãos reguladores de Vigilância Sanitária, padrões rigorosos para assegurar a higidez e a manutenção da saúde dos pacientes. A infecção dos clientes por meio da disseminação de microrganismos patogênicos e do desenvolvimento de doenças, aqui denominadas infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). São doenças infecciosas relacionadas ao cuidado em saúde e, por isso, cabe ao profissional se comportar de maneira preventiva quanto à sua propagação, sempre pautado na cultura da segurança. Os incidentes podem ser classificados em: Near miss: incidente que não chegou a atingir o paciente. Exemplo: Um medicamento errado é dispensado para um paciente pela Farmácia Hospitalar mas é identificado pela equipe de enfermagem antes de sua administração no mesmo. Incidente sem dano: o evento atinge o paciente mas não causa danos; Incidente com dano ou evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente. A infecção associada ao cuidado é um tipo de incidente inerente aos serviços de saúde e que carecem de importância especial por parte da equipe. A detecção é o momento em que se evidencia o incidente: DEFINIÇÃO: A detecção será a ação ou mesmo a circunstância que proporciona na descoberta da ocorrência de um incidente. Os fatores que causa aumento do risco de ocorrência de um incidente podem ser as circunstâncias, condutas e ações sendo que todas elas demandam de uma postura interventiva no sentido da prevenção por parte dos serviços de saúde e seus profissionais. A segurança do paciente, conceito no qual se encaixa a prevenção das infecções hospitalares, planeja suas ações considerando a possibilidade potencial do erro. De acordo com a teoria do erro humano de James Reason, conhecida como “Modelo do Queijo Suíço”, os erros são considerados pela sua dimensão sistêmica, bem como se entende nos serviços de saúde, principalmente os hospitais pela sua grande complexidade (DUARTE et al., 2015). Por essa teoria os erros devem ser analisados sob duas óticas diferentes (DUARTE et al., 2015): O estudo das IRAS nos hospitais identificou a importância de comorbidades no seu desenvolvimento nos pacientes. Dentre essas comorbidades, algumas se mostraram altamente relevantes e devem ser foco de análise e monitoramento por parte da CCIH e dos profissionais da assistência. São as comorbidades mais prevalentes com alto potencial de facilitar as IRAS (SOUZA et al., 2015): Doenças cerebrovasculares; Insuficiência cardíaca congestiva (ICC); Neoplasias. Os estudos também demonstraram que aquelas comorbidades que mostraram maior impacto na mortalidade dos pacientes com IRAS foram (causando elevado aumento do número de óbitos) (SOUZA et al., 2015): Tumores metastáticos associados a quadro de infecção; IRAS em pacientes com doença crônica do fígado; Diabetes mellitus. AS IRAS representam um grande desafio para os profissionais e estudiosos da saúde pública por constituírem um evento multicausal em que reside dificuldades de eliminação total de ocorrência mesmo que novos conhecimentos, fármacos e processos se desenvolvam com o tempo. A pneumonia é a principal causa de IRAS, principalmente se consideram os dados referentes às UTIs. Esse grave problema de saúde púbica ocorre em mais de 90% dos pacientes submetidos à intubação endotraqueal e ventilação mecânica (VM) (RODRIGUES et al., 2009). A principal causa da pneumonia no contexto das IRAs é a origem aspirativa. Nestes casos, os pacientes aspiram as secreções das vias aéreas superiores, seguida pela inoculação exógena de material contaminado ou pelo refluxo do trato gastrintestinal (BRASIL, 2017c). Entre os pacientes internados alguns apresentam riscos aumentados quanto ao potencial desenvolvimento dessa pneumonia. Três fatores primordiais fazem com que esse risco seja elevado em pacientes em uso de ventilação mecânica (BRASIL, 2017c): 1 - Diminuição do sistema imunológico do paciente; 2 - Risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com material contaminado; 3 - Presença de microrganismos resistentes e agressivos no ambiente e no próprio paciente. Como formas de prevenção nesses casos, a ANVISA recomenda (BRASIL, 2017c): Higienização das mãos; Realizar a vigilância de PAV; Dar atenção especial às UTIs; Utilizar indicadores de monitoramento de ocorrência de PAV; Trabalhar o monitoramento e a prevenção junto à CCIH e à equipe multidisciplinar; Realizar treinamento da equipe multiprofissional que presta assistência aos pacientes em ventilação mecânica. A infecção do trato urinário (ITU) é uma das IRAS de alta ocorrência nos hospitais e que apresentam um grande potencial preventivo uma vez que em sua grande parte está ligada ao uso de cateter vesical. Infecção do trato urinário relacionada à assistência à saúde associada à cateter vesical (ITU-AC); Infecção do trato urinário relacionada à assistência à saúde não associada à cateter (ITU-NAC); Outras infecções do sistema urinário (ISU). O correto uso do cateter urinário aliado à estratégias terapêuticas de redução do tempo da sua utilização são importantes medidas preventivas das ITU no contexto das IRAS. Nesse sentido, protocolos terapêuticos, procedimentos padronizados e treinamentos da equipe serão de grande valia (MOURA et al., 2017). Culturas laboratoriais demonstram que os principais agentes etiológicos responsáveis pelas ITU no contexto das IRAS normalmente são provenientes da própria microbiota do paciente. As infecções da corrente sanguínea (ICS) que estão ligadas ao uso cateteres centrais (ICSRC) são IRAS com desfechos estatisticamente desfavoráveis para os paciente devido ao alto risco e mortalidade, esse tipo de IRAS é aquela de maior potencial preventivo sendo a conduta segura, as boas práticas profissionais e a adesão aos bundles de boas práticas de inserção. As ISC são classificadas como sendo eventos adversos frequentes, ocasionados pela assistência à saúde (execução de ato cirúrgico em diferentes sítios do corpo) acarretando dano físico, social e psicológico sendo o principal problema pós-cirúrgico e que prejudica a recuperação do pacientepodendo ter desfechos gravemente impactantes (BRASIL, 2017c). A ANVISA apresenta as seguintes recomendações básicas para todos os serviços de saúde no que tange à prevenção de ISC (BRASIL, 2017c): Antibioticoprofilaxia; Tricotomia; Controle de glicemia no pré-operatório e no pósoperatório imediato; Manutenção da normotermia em todo perioperatório Otimizar a oxigenação tecidual no peri e pósoperatório; Utilizar preparações que contenham álcool no preparo da pele; Utilizar a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica (LVSC) da OMS; Utilizar protetores plásticos de ferida para cirurgias do trato gastrointestinal e biliar; Realizar vigilância por busca ativa das ISC; Educar pacientes e familiares sobre medidas de prevenção de ISC. Os fatores de risco descritos como relacionadas à ocorrência de ISC e que devem ser monitorados pela equipe profissional são (CARVALO et al, 2017): Potencial de Contaminação da Ferida Operatória (PCFO); Portanto vimos que a prevenção deve ser baseada na implantação da cultura da segurança e que, nesse sentido, aspecto profissional e educacional, principalmente, apresenta os efeitos mais satisfatórios na prevenção e controle de IRAS.
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