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RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS PROFESSORA DRA ANA CRISTINA DA NÓBREGA Gigantes da Geriatria ■ Instabilidade Postural ■ Incontinência ■ Imobilidade ■ QUEDAS Síndrome Geriátrica Pouco abordada pelas demais especialidade Problema de saúde pública Cenário do problema ⚫ Brasil: 30% dos idosos caem ao menos 1x/ano e 13% caem de forma recorrente ⚫ Institucionalizados > hospitalizados > comunidade ⚫ As quedas são responsáveis por mais de 85% das principais fraturas osteoporóticas (quadril) ⚫ Pacientes com fratura de quadril apresentam aumento da mortalidade ⚫ Geram aumento dos custos devido à utilização de serviços especializados e pelo aumento de internações hospitalares. ⚫ Representa um importante indicador da qualidade assistencial Queda ➢ Evento descrito por vítima ou testemunha, em que a pessoa inadvertidamente vai de encontro ao solo ou a outro local em nível mais baixo que o anteriormente ocupado, consciente ou inconsciente, com lesão ou não.(Tratado de Geriatria e Gerontologia, 4 Ed.) ➢ Excluem-se dessa definição as quedas decorrentes de síncope, acidente vascular encefálico, convulsão, atropelamento, acidente em exercícios de alta performance e causas violentas. ❖ É considerada um marcador potencial do início de um importante declínio das funções orgânicas e/ou um sinal de uma patologia grave ▪ Embora sejam síndromes geriátricas distintas, se correlacionam e compartilham múltiplos fatores de risco. Ferruci, Guralnik, Studenski et al. JAGS 2004,52:625-34. 15 Soares AT, Cabral KN www.sbgg.org.br http://www.sbgg.org.br/ Consequências ▪ 40 a 60% levam a lesões : ➢ 30-50% lesões menores e 5-6% lesões maiores como TCE ➢ 5% fraturas ( 1% colo de fêmur) ▪ Hematoma subdural ▪ Hospitalizações ▪ Medo de cair novamente ▪ Restrição de atividades/Imobilidade ▪ Institucionalização ▪ Dor persistente ▪ Óbito • Fraturas: 4 a 6 % • Morte: 2,2 % • Incapacidade em levantar-se • Medo de cair : 40 a 73% dos que já caíram 20 a 46% dos que não caíram • Diminuição na atividade • Maior morbidade (quedas = marcadores de condições clínicas subjacentes) E depois que o idoso cai? Síndrome pós-queda • Medo de cair novamente/Perda da autoconfiança • Gatilho para a perda da independência • Restrição de grande parte das atividades • Provocam sintomas de ansiedade, depressão e inutilidade e isolamento social E depois que o idoso cai? Classificação ▪ Acidentais ou não acidentais ▪ Intrínsecas (70%) ou extrínsecas (30%) ▪ Idoso “ caidor” → caiu pelo menos uma vez nos últimos 6 meses ▪ Idoso “caidor” recorrente → cai duas vezes ou mais no período de 6 meses ▪ Fatores de risco para recorrência: 1.Mulheres/ cor branca 2.Idosos divorciados/viúvos 3.Comprometimento cognitivo/depressão 4.História prévia de quedas 5.Comorbidades Fatores de risco ■ INTRÍNSECOS 1. Doenças crônicas 2. Mudanças do envelhecimento 3. Doenças Agudas ■ EXTRÍSECOS 1. Risco ambientais 2. Riscos na atividades diárias 3. Medicamentos Medicamentos ▪ Benzodiazepínicos ▪ Neurolépticos ▪ Antidepressivos ▪ Anti-hipertensivos ▪ Anticolinérgicos ▪ Diuréticos ▪ Antiarrítmicos ▪ Hipoglicemiantes ▪ Polifarmárcia (uso de 5 ou mais drogas associadas) ▪ Mudanças de medicações/alteração recente da dose ▪ Intoxicação por álcool Atividades de risco em domicílio ▪ Ir ou sair de camas e cadeiras ▪ Ir ou sair de vasos sanitários ▪ Urinar ou defecar ▪ Tropeçar em objetos/tapetes/soleira porta ▪ Escorregar em superfícies úmidas ou polidas ▪ Tropeçar pelo uso de calçados inadequados ▪ Descer rampas, principalmente últimos degraus ▪ Curvar o pescoço (olhar para cima ou para trás) Atividades de risco em ILP ▪ Deitar ou levantar-se (camas e grades) ▪ Ir ou sair vaso sanitário ▪ Urinar ou defecar ▪ Técnicas inadequadas de transferência ▪ Cadeiras-de-rodas inadequadas ▪ Todos os idosos devem ser perguntados quanto à ocorrência de quedas, pelo menos uma vez ao ano. ▪ Determinação da contribuição externa à queda, avaliando se a contribuição teria sido suficiente para derrubar alguém saudável e mais jovem ▪ Investigação somente daqueles indivíduos que sofreram duas ou mais quedas ▪ Classificação da intensidade de movimento no momento da queda. ▪ Circunstâncias da queda Local, hora do dia, atividade que estava desempenhando ▪ Ambiente ▪ Sintomas pré e pós-queda ▪ Inventário medicamentoso (psicotrópicos, antiarrítmicos) ▪ História de doenças prévias ▪ Avaliação da acuidade visual Tinetti ME. N Engl J Med, 2003 Chang JT, Ganz DA. Quality indicators for falls and mobility problems in vulnerable elders. J Am Geriatrc Soc, 2007 AGS/BGS Clinical Practice Guideline: Prevention of falls in Older Persons ▪ Exame neurológico ▪ Exame cardiovascular sensibilidade proprioceptiva, déficits motores buscar hipotensão ortostática e arritmias ▪ Exame do sistema locomotor pés, articulações dos MMII, marcha e equilíbrio ▪ Avaliações das capacidades funcional e mental prévias ▪ Avaliar os óculos, sapatos e instrumentos auxiliares da marcha Tinetti ME. N Engl J Med, 2003 Chang JT, Ganz DA. Quality indicators for falls and mobility problems in vulnerable elders. J Am Geriatrc Soc, 2007 AGS/BGS Clinical Practice Guideline: Prevention of falls in Older Persons, 15 Soares AT, Cabral KN www.sbgg.org.br http://www.sbgg.org.br/ Time up and go Test ▪ Recomendado pela American e British Geriatric Society na avaliação risco de quedas - Pacientes adultos independentes sem alterações no equilíbrio realizam o teste em até 10-12s - > 20s = dependente em muitas atividades diárias e mobilidade Manejo ▪ Identificação de pacientes de alto risco ▪ Equipe multiprofissional ▪ É essencial a colaboração do paciente e de seus familiares ▪ Tratamento das patologias de base ▪ Exercícios físicos regulares ▪ Caminhadas 150min/ semana ▪ Tai chi, Yoga ▪ Exercícios para ganho de força,equilíbrio e alongamento O Intervenção e prevenção ■ Suplementação de vitamina D (800-1000UI/dia) ■ Reposição melhora a densidade mineral óssea e força muscular ■ Diminui em 19% o risco de quedas ■ Banho de sol diário ■ Correção dos riscos ambientais domésticos ■ Ajuste de medicações ■ Atividades de risco supervisionadas ■ Correção de deficiências sensoriais ■ Tratamento de incontinência urinária/urgência miccional ■ Fisioterapia Intervenção e prevenção ■ Recuperar o equilíbrio com fisioterapia – Exercícios de equilíbrio,treinamento de força e exercício aeróbico de baixo impacto/resistência – Exercícios individualizados e direcionados ■ Prevenção e tratamento da osteoporose ■ Vestimenta e calçados adequados ■ Gerenciar os problemas dos pés ■ Nutrição adequada ■ Uso de protetores de quadril quando indicado ■ Uso de dispositivos de apoio para deambulação – Bengala – Andadores Quedas ▪ Principais problemas e soluções: Fraqueza muscular Exercícios de fortalecimento Má visão Avaliação oftalmológica Distúrbios do equilíbrio - Reavaliar medicamentos - Treinar uso de dispositivo de marcha Hipotensão postural - Elevar a cabeceira 15cm - Uso de meias -Educar o paciente Drogas Reduzir ou trocar medicamentos sedativos Ambiente - Adaptação ambiental