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Determinação do Teor de NaClO e Cloro Ativo em Água Sanitária Comercial Experimento VIII Química Analítica Experimental II - IQA-243 Professora: Débora Franca Aluna: Soraia Almeida DRE: 119132190 18 de Julho de 2022 Rio de Janeiro 1. Introdução A padronização é um procedimento laboratorial que consiste em determinar, a partir da titulação com o uso de um padrão, a concentração de determinada substância. No experimento referente a este relatório, a determinação da concentração da solução de Na2S2O3 foi feita com a utilização de uma solução padrão de iodato de potássio, de fórmula química KIO3. No que diz respeito à determinação do teor de hipoclorito de sódio e de cloro ativo numa amostra comercial de água sanitária, utilizou-se a iodometria. Esse método titulométrico tem como princípio reações que envolvem a transferência de elétrons, configurando-se, portanto, como parte da volumetria de oxirredução. Este é um método indireto que usa o íon I- como redutor e é adicionado em excesso para reagir quantitativamente com o analito, formando I2 que é titulado com Na2S2O3 previamente padronizado com KIO3, um sal padrão primário. A partir do teor de NaClO, é possível determinar o teor de cloro ativo, que por sua vez deve estar em um intervalo entre 2,0 a 2,5% para fins de registro e em um intervalo de 1,75 a 2,75% para fins de fiscalização da ANVISA. 2. Objetivo Padronização de uma solução de Na2S2O3 e, a partir disso, determinar o teor de hipoclorito de sódio e cloro ativo em água sanitária comercial a partir da volumetria de oxirredução pelo método da iodometria. 3. Dados Tem-se, a seguir, todos os dados e fórmulas utilizadas para os cálculos realizados neste relatório. i) preparo da amostra comercial diluída: - Volume preparado = 250,00 mL; - Concentração da amostra diluída = 0,05 mol/L de NaClO; - Concentração da amostra original = 2 % (p/v) de NaClO e Cl2; - Massa molar de NaClO = 74,45 g/mol ii) padronização da solução de Na2S2O3: - Concentração da solução de KIO3 (padrão primário) = 7,0746 g/L - Massa molar de KIO3 = 214,02 g/mol; - Volume da alíquota da solução de KIO3 = 5,00 mL; - Volumes de Na2S2O3 gastos nas titulações: 9,70 10,00 10,20 9,90 9,90 9,80 10,00 10,10 10,10 10,10 10,00 10,00 10,50 - - - Pode-se notar que houve um volume descartado, logo temos 12 volumes para realizar a média. Dessa forma, fazendo-se uma média dos volumes encontrados, obtém-se: VNa2S2O3 = 9,92 mL A figura 1 a seguir indica o resultado da padronização da solução em questão. Figura 1 - Titulação da padronização de Na2S2O3. Fonte: Autoria própria. iii) determinação do teor de NaClO e cloro ativo: - Volume da alíquota da amostra diluída = 10,00 mL - Concentração da solução de Na2S2O3 (titulante) = 0,106177 mol/L; - Massa molar do NaClO: 74,45 g/mol; - Massa molar do Cl2 = 70,90 g/mol; - Volumes de Na2S2O3 gastos nas titulações: 7,30 7,30 7,20 7,30 7,20 7,40 7,30 - 7,50 7,40 7,30 - 7,20 7,40 7,30 - Pode-se notar que não houve nenhum volume descartado, logo temos 13 volumes para realizar a média. Dessa forma, fazendo-se uma média dos volumes encontrados, obtém-se: VNa2S2O3 = 7,31 mL A figura 2 a seguir indica o resultado da titulação da amostra de NaClO e cloro ativo. Figura 2 - Titulação da amostra de cloro ativo. Fonte: Autoria própria. 4. Resultados e Discussão 4.1. Preparo da amostra comercial diluída Primeiramente, deve-se preparar uma solução diluída da amostra comercial com 2,5% (p/v) de NaClO e Cl2, para isso, calcula-se a molaridade e o volume da amostra a ser utilizada na diluição conforme mostrado abaixo. 2 g NaClO ----- 100 mL solução x g NaClO ----- 1000 mL solução x = 20 g/L NaClO [mol/L] = → [mol/L] = → [mol/L] = 0,2686 mol/L de NaClO na amostra[𝑔/𝐿]𝑀𝑀𝑁𝑎𝐶𝑙𝑂 20 74,45 original Então, faz-se a diluição. Ci * Vi = Cf * Vf 0,2686 * Vi = 0,05 * 250 Vi ≅ 47 mL da amostra original necessário para preparar a amostra diluída Calcula-se também o fator de diluição. 𝐹 𝐷 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑎𝑙í𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 → 𝐹𝐷 = 250 47 → 𝐹𝐷 = 5, 32 4.2. Padronização da solução de Na2S2O3 Deve-se então padronizar a solução de Na2S2O3, titulante da reação, com o padrão primário KIO3 a fim de determinar a sua molaridade. Sabendo que esse último apresenta concentração de 7,0746 g/L e tendo em mãos sua massa molar, foi possível calcular a molaridade dessa solução: 𝑀 𝐾𝐼𝑂3 = 7,0746𝑔1𝐿 . 1 𝑚𝑜𝑙 214,02𝑔 = 0, 033 𝑚𝑜𝑙/𝐿 Em um erlenmeyer, transferiu-se 5 mL da solução padrão de iodato de potássio, a qual foram adicionados 50 mL de água destilada, 5 mL de iodeto de potássio (KI) 20% e ainda 5 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 5%. A adição de iodeto é necessária para a formação de I2 no meio reacional, já que haverá uma reação de oxirredução entre ele e o iodato em meio ácido (daí a necessidade de acidificar o meio com ácido sulfúrico) conforme a reação: IO3- + 5 I- + 6 H+ 3 I2 + 3 H2O→ Como trata-se de um método indireto, a solução presente na bureta (tiossulfato) foi utilizada para a reação de titulação com o iodo formado, segundo a reação: 2 S2O32- + I2 S4O62-+ 2 I-→ A adição da goma de amido levou à coloração azul intensa da solução, já que houve a formação de um complexo entre o amido e o iodo. É válido ressaltar que esse indicador só pôde ser adicionado próximo ao ponto de equivalência, uma vez que, em meio ácido, o amido sofreria hidrólise. A titulação procedeu até o desaparecimento da cor azul. Nesse momento, tem-se: 6 𝑛 𝐾𝐼𝑂3 = 1 𝑛 𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 6 * CKIO3 * VKIO3 = CNa2S2O3 * VNa2S2O3 6 * 0,033 * 5 = CNa2S2O3 * 9,92 CNa2S2O3 = 0,099798 mol/L de Na2S2O3 4.3. Determinação do teor de NaClO e cloro ativo Com a padronização do Na2S2O3 deve-se utilizá-lo na titulação do NaClO pelo método da iodometria. Novamente, haverá formação de I2 no meio reacional, como visto na equação abaixo: ClO- + 2 I- + 2 H+ I2 + Cl- + H2O→ Adicionando-se 2 mL de goma de amido quando a solução estiver próxima ao ponto de equivalência e procedendo a titulação até o desaparecimento da cor azul, tem-se: 2 𝑛 𝑁𝑎𝐶𝑙𝑂 = 1 𝑛 𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 2 * CNaClO (DILUÍDA) * VNaClO= CNa2S2O3 * VNa2S2O3 2 * CNaClO (DILUÍDA) * 10 = 0,099798 * 7,31 CNaClO (DILUÍDA) = 0,0365 mol/L de NaClO na solução diluída A partir da molaridade da solução diluída, pode-se calcular a da solução original a partir do fator de diluição calculado anteriormente conforme mostrado abaixo. [mol/L]AMOSTRA ORIGINAL = [mol/L]AMOSTRA DILUÍDA * FD [mol/L]AMOSTRA ORIGINAL = 0,0365 * 5,139 [mol/L]AMOSTRA ORIGINAL = 0,18745103 mol/L de NaClO na amostra original Então calcula-se a sua concentração em g/L e, em seguida, a porcentagem em peso por volume. [g/L] = [mol/L] * MMNaClO [g/L] = 0,18745103 * 74,45 [g/L] = 13,9557294 g/L de NaClO na amostra original % (p/v) = → % (p/v) =[𝑔/𝐿]10 13,9557294 10 % (p/v) = 1,39557294 % p/v de NaClO na amostra original Para determinação do teor de cloro ativo, faz-se: [g/L] = [mol/L] * MMCl2 [g/L] = 0,18745103* 70,90 [g/L] = 13,290278 g/L de Cl2 na amostra original % (p/v) = → % (p/v) =[𝑔/𝐿]10 13,290278 10 % (p/v) = 1,3290278 % p/v de Cl2 na amostra original Segundo a ANVISA, a água sanitária deve apresentar um teor mínimo de cloro ativo igual a 2,00% (p/v) e máximo de 2,50% (p/v). Considerando os erros laboratoriais para fins de comparação, a faixa contabilizada foi de 10% para mais ou para menos. Dessa forma, era esperado que o teor de Cl2 estivesse entre 1,8% a 2,75%, fato que não acontece. Isto é, pode-se inferir que a amostra da água sanitária não está no intervalo permitido de teor de Cl2 para o registro, e também não está adequada para fins de fiscalização da ANVISA. A presença de erros pode ocorrer por diversos fatores, entre eles: inexatidão dos equipamentos e vidrarias utilizadas, qualidade dos reagentes utilizados, erros do analista e erros de aproximação dos cálculos que se acumulam ao longo do experimento. 5. Conclusão A partir da técnica de iodometria, foi possíveldeterminar a concentração da solução de tiossulfato de sódio ( ) e, a partir daí, encontrar o teor de𝑀 𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 = 0, 099798 𝑚𝑜𝑙/𝐿 hipoclorito de sódio ( ) e de cloro ativo ( ) em uma amostra% 𝑝/𝑣 = 1, 39% % 𝑝/𝑣 = 1, 32% comercial de água sanitária. Tendo posse deste último, concluiu-se que o teor encontrado não está dentro da faixa permitida pela ANVISA. 6. Bibliografia ALCANTARA, S; CARNEIRO, G. S.; PINTO, M. L. C. C.; IQA 234: Química Analítica Experimental. 5ª edição. Março, 2019. SKOOG, D. et al. Fundamentos de Química Analítica: Tradução da 8a edição norte-americana. 8. ed.: Thomson, 2006. Slides da professor Débora Franca da disciplina IQA-122.
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