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Carcinoma de colo uterino EPIDEMIOLOGIA = no mundo é o 3º câncer mais comum e o 4º em mortalidade. No Brasil equivale ao 3º mais prevalente na mulher. Houve uma redução na incidência por causa do exame preventivo. A incidência de câncer do colo do útero evidencia-se na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente na faixa etária de 45 a 49 anos. Com exceção do câncer de pele, é o câncer que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. FATORES DE RISCO = HPV é condição necessária para o desenvolvimento da lesão intra-epitelial de alto grau e do câncer invasivo do colo do útero. HPV 16 e 18 = 70% tumores de colo uterino. Alto risco: tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros (lesões persistentes e lesões pré-cancerosas) Baixo risco: tipos 6 e 11 (verrugas genitais e papilomas laríngeos, pequena proporção em tumores malignos) Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago. p16 TIPOS HISTOLÓGICOS CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: Origem na Junção escamo colunar (JEC). Precedido por NIC e Carcinoma in situ. (progressão para carcinoma invasor de 10% a 30%). Lesão endofítica ou exofíticas. Disseminação por extensão direta, + regional, vai crescendo e invadindo (tecido paracervical, à vagina, endométrio) com progressão para reto, bexiga, paredes pélvicas. Metástases: Via linfática principalmente e Hematogênica. Não tão comum. ADENOCARCINOMA: originam-se das células colunares endocervicais. Associado a maior recorrência, maior número de linfonodos comprometidos. Diminuição da sobrevida; Pior prognóstico, + agressivo, - relacionado ao HPV. SINTOMAS Fase inicial: assintomática ou oligossintomática. Apresentação clinica de depende principalmente da localização e da extensão da doença. Secreção vaginal amarelada fétida e até sanguinolenta, ciclos menstruais irregulares, spotting intermenstrual, sangramento pós-coital, dor em baixo ventre. Fase avançada: Dor importante em baixo ventre, anemia (sangramento), dor lombar (ureteral ou parede pélvica), hematúria, alterações miccionais (bexiga), alterações do hábito intestinal (reto). DIAGNÓTICO Rastreamento: CP Definitivo: biopsia Tríade: citologia, colposcopia e histologia. • CITOLOGIA: sensibilidade 60%, especificidade 95% • COLPOSCOPIA: Irá mostrar imagens sugestivas de invasão tumoral (vasos atípicos, necrose, erosões, aspecto vegetante e circunvoluções na lesão). • HISTOLOGIA: Padrão ouro. Biópsia direta da lesão, curetagem do canal endocervical. CONIZAÇÃO é indicada quando: invasão não pode ser descartada por colposcopia e biopsia dirigida, colposcopia insatisfatória e não concordância entre os métodos, suspeita de invasão. ESTADIAMENTO • Citologia, colposcopia, histologia/biópsia = + carcinoma O Estadiamento é clínico e se baseia nos resultados de: Exame físico detalhado + ginecológico + toque retal = o estadiamento é clinico por exame ginecológico principalmente, descrever o exame ginecológico (tamanho, localização, examinar o paramétrio- ligamentos que seguramo útero (laterais até o osso da pelve-> toque retal). OBS: paramétrio comprometido pelo câncer é essencial para saber se vai operar ou não; Se teve invasão do canal vaginal (especular); o Exames laboratoriais: Hemograma, plaquetas, creatinina, função hepática. o RX de tórax o Uretrocistoscopia e Retossigmoidoscopia: a partir de IIB o PET/TC ou TC (linfonodos) o RNM (paramétrios) FIGO: 0: carcinoma in situ ou neoplasia intraepitelial grau III. IA/T1a: carcinoma invasivo diagnosticado somente pela microscopia; a invasão do estroma cervical deve ser ≤ 5 mm e a extensão ≤ 7 mm; IA1/T1a1: invasão do estroma ≤ 3 mm e extensão ≤ 7 mm; IA2/T1a2: invasão do estroma > 3 e ≤ 5 mm e extensão ≤ 7 mm; IB/T1b: lesão clínica confinada ao colo uterino ou lesão microscópica maior que a do estádio IA; IB1/T1b1: lesão clínica ≤ 4 cm; IB2/T1b2: lesão > 4 cm. II/T2: tumor invade além do útero, mas não a parede pélvica ou o terço inferior da vagina; IIA/T2a: sem invasão de paramétrios; IIA1/T2a1: lesão clínica ≤ 4 cm; IIA2/T2a2: lesão clínica > 4 cm; IIB/T2b: com invasão óbvia de paramétrios. III/T3: tumor estende-se até a parede pélvica e/ou envolve o terço inferior da vagina e/ou causa hidronefrose ou rim não funcionante; IIIA/T3a: envolvimento do terço inferior da vagina, sem extensão para a parede pélvica; IIIB/T3b: extensão até a parede pélvica e/ou hidronefrose ou rim não funcionante; IIIB/N1: metástases para linfonodos regionais. IV: extensão para além da pelve verdadeira ou invasão (confirmada por biópsia) da mucosa da bexiga ou reto. Edema bolhoso vesical apenas não permite que um caso seja alocado no estádio IV; IVA/T4: invasão de órgãos adjacentes; IVB/M1: doença à distância. Agrupamento TNM (AJCC) I: T1N0M0; IA: T1aN0M0; IA1: T1a1N0M0; IA2: T1a2N0M0; IB: T1bN0M0; IB1: T1b1N0M0; IB2: T1b2N0M0; II: T2N0M0; IIA: T2aN0M0; IIA1: T2a1N0M0; IIA2: T2a2N0M0; IIB: T2bN0M0; III: T3N0M0; IIIA: T3aN0M0; IIIB: T3bN0-1M0, T1-3N1M0; IVA: T4N0-1M0; IVB: T1-3N0-1M1. TRATAMENTO O tratamento depende do estadiamento. Indicação cirúrgica até o IIA (paramétrios devem estar saudáveis); Cirurgia Werthein-Meigs/ Histectomia total ampliada-Piver III. Retira útero, terço superior da vagina, ligamentos uterossacros e vesiuterinos e todo paramétrio bilateral, até a parede pélvica; Não há necessidade de retirar os ovários, mas sim levanta os ovários para dentro da pelve (só é retirado na pos menopausa); • IA/T1a e IAT1a2: se quiser gestar, faz conificaçao; • Carcinoma em situ: conificação • IB: cirurgia; • IIA: cirurgia; • IIB: quimio e radio; • IVA: quimio + radio; • IVB: quimio • Radioterapia e Quimio: se não desaparecer com esses dois, posso realizar cx, mas não é obrigatório; OBS: IIA é cirurgia; restante é quimio e radio; A cirurgia de Wertheim-Meigs: histerectomia total ampliada-Piver III, envolve a retirada de útero, terço superior da vagina, ligamentos uterossacros e vesicouterinos e todo paramétrio, bilateralmente, até a parede pélvica. Linfadenectomia pélvica bilateral: dissecção dos linfonodos das cadeias ilíaca externa, fossa obturadora e veia hipogástrica. Não a necessidade da retirada dos ovários (só retirado em mulheres pós- menopausicas). Cirurgia pode ser realizada como procedimento curativo até o estágio IIa, os paramétrios devem estar saudáveis QUIMIOTERAPIA: Empregada em pacientes com doença recidivada e/ou metastática. Platinas, taxanos, bevacizumab, imunoterapia (pdl-1). QT+RT adjuvante após cirurgia de Wertheim-Meigs Não há definição sobre quimioterapia neoadjuvante. Comprovado o benefício de se associar quimioterapia (cisplatina) como droga radiossensibilizante nos tumores estádios IB2, IIA,IIB,IIIA E IVA. RADIOTERAPIA: Reservada para pacientes que apresentam comorbidade, idade avançada e contra-indicação para a cirurgia (estadiamento). As indicações de radioterapia pós-cirurgia: critérios primários e secundários. • Primários: linfonodos pélvicos positivos, margens exíguas ou comprometidas e invasão dos paramétrios. • Secundários: tamanho tumoral, invasão dos espaços linfovasculares e grau de invasão estromal. TRATAMENTO DA DOENÇA RECORRENTE É quase sempre incurável e menos de 50% estarão vivas em 5 anos. Pelve: se ela fez cirurgia, trato radio; se ela fez radio, tento cirurgia (exenteração pélvica); OBS: Se já fez QT, e fizer RDT a chance de funcionar é menor.
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