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Do Pagamento no CC SUJEITO ATIVO e passivo 1 1. Sujeito ativo do pagamento – De quem deve pagar (o solvens) 1.1 O pagamento feito pelo devedor Entre o direito e o dever de pagar; O direito do devedor à quitação regular – art. 319, CC; “Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.” A produção do efeito liberatório – exoneração dos efeitos mora (pagamento de juros, multa, perdas e danos – art. 395, CC) “Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” 2 1. Sujeito ativo do pagamento – De quem deve pagar (o solvens) 1.2 O pagamento realizado por terceiro interessado - efeitos O direito de pagar – o uso de meios para obter o efeito liberatório (o pagamento em consignação – art. 334, CC); O direito ao reembolso – pagamento feito em nome próprio sempre gera o direito de receber o que pagou (vedação do enriquecimento ilícito (art. 884, CC); “Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.” O direito à sub-rogação legal – o terceiro que paga passa a titularizar a posição jurídica originariamente ocupada pelo credor (arts. 346, III e 349, CC) “Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.” 3 1. Sujeito ativo do pagamento – De quem deve pagar (o solvens) 1.3 O pagamento feito por terceiro não interessado A) feito em nome próprio – com direito ao reembolso, mas sem sub-rogação legal (art. 305, CC) Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. B) feito em nome e à conta do devedor – considera-se uma ato de liberalidade, que não gera o direito ao reembolso; Obs.: Alienação fiduciária – Art. 1.368, CC; Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária. 4 2. Do pagamento feito por terceiro – outros efeitos 2.1 Do pagamento realizado sem conhecimento ou mediante oposição do devedor A perda do direito ao reembolso na hipótese em que o devedor provar que a dívida não lhe era mais exigível (art. 306, CC) Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. 2.2 Do pagamento realizado mediante a transmissão da propriedade da coisa devida A) Regra: o direito do devedor de requerer a restituição da coisa ao credor; B) Ressalva: o direito do credor não mais devolver a coisa, podendo o devedor responsabilizar o alienante “Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.” 5 3. Sujeito passivo – A quem se deve pagar – o Accipiens Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Conf. Art. 257, CC – obrigações divisíveis; Arts. 258 e 259, CC – obrigações indivisíveis; Art. 268, CC – obrigações solidárias; 3.1. REQUISITOS DE EFICÁCIA DA QUITAÇÃO - O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente; Representantes (art. 115, CC): -> Convencional; -> Judicial; -> Legal; Obs.: Como evitar novo pagamento da mesma dívida? Quem paga pode: a) Obter a ratificação junto ao credor; b) Provar que o que foi pago se reverteu em benefício do credor; 6 3. Sujeito passivo – A quem se deve pagar – o Accipiens Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Aplicação da teoria da aparência, que implica a boa-fé de quem paga somada às circunstâncias. Ex.: pagamento de dívida a herdeiro que, posteriormente, é excluído da sucessão (Art. 1.817, CC). Proposta de pesquisa: A aplicação da teoria da aparência na jurisprudência. 7 3. Sujeito passivo – A quem se deve pagar – o Accipiens Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Ineficácia decorrente da ciência da incapacidade do credor; Incapacidade civil: absoluta e relativa A prova de favorecimento em benefício do credor evita novo pagamento; 8 3. Sujeito passivo – A quem se deve pagar – o Accipiens Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Trata-se de presunção relativa atribuída ao portador da quitação (documento ou título sobre o qual recaiu a dívida). 9 3. Sujeito passivo – A quem se deve pagar – o Accipiens Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. A penhora produz o direito de preferência ao credor da execução (processo judicial); Art. 797, CPC. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Então, o devedor que pagar, mesmo intimado da penhora, corre o risco de ter que pagar novamente; 10