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TICS - ABDOME AGUDO

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Sistemas Orgânicos Integrados I 
 
Tics – Abdome Agudo 
 
Curso: Medicina Turma: 2023.1 Data: 27/03/2023 
Aluno: Eduardo Vinicius Lins Pereira 
 
1. Defina os cinco tipos de abdome agudo. 
O abdome agudo é definido como uma síndrome clínica de dor abdominal 
intensa e súbita, que compõe um quadro de urgência frequente na prática 
médica e, portanto, exige diagnóstico e abordagens terapêuticas rápidos e 
acurados. Existem três tipos de dor no abdome agudo: a dor visceral, a dor 
somática e a dor referida (geralmente não está presente, estando longe do local 
acometido). (ARAUJO JÚNIOR, 2018) 
Os cinco tipos de abdome agudo são: 
 
Inflamatório 
O abdome agudo inflamatório pode ser definido como um quadro de dor 
abdominal de caráter progressivo, decorrente de um processo inflamatório e/ou 
infeccioso localizado na cavidade abdominal, ou em órgãos e estruturas 
adjacentes. Existem diversas causas de abdome agudo inflamatório, sendo as 
mais frequentes a apendicite aguda (obstrução da luz do apêndice com estase do 
conteúdo e proliferação bacteriana – principalmente a Scherichiacoli – que 
provoca alteração do retorno venoso e com isso ocasiona isquemia, necrose e 
perfuração), a colecistite aguda, a pancreatite aguda e a diverticulite (ocasionada 
pela inflamação do pseusodivertículo que se forma por aumento da pressão 
intraluminal dos colóns). Ao exame físico costuma ter sinais de irritação 
peritoneal, como dor a descompressão brusca do abdome no ponto de McBurbey 
(sinal de Blumberg) e defesa abdominal involuntária. (DANI, 2011) 
 
Obstrutivo 
O abdome agudo obstrutivo decorre de qualquer afecção que dificulte ou 
impossibilite o trânsito gastrointestinal. Essa obstrução pode ser classificada em: 
 
• Mecânica: Obstrução causada por efeito de massa de processos extrínsecos 
ou intrínsecos, podendo esses serem ainda de causa maligna ou benigna. 
Exemplos: Aderências, hérnias, neoplasia, volvo, etc. 
• Não-mecânica: obstrução funcional comprometendo a dinâmica intestinal sem haver 
um ponto específico de oclusão. Exemplos: Íleo paralítico, hipocalemia, 
pancreatite aguda, síndrome de Olgivie. 
 
De acordo com a altura da obstrução os sintomas podem variar, contudo, os 
sintomas mais comuns são: dor em cólica, náusea, vômitos, distensão 
abdominal e ausência de evacuações. Em obstruções proximais os sintomas de 
náuseas e vômitos são mais pronunciados que a distensão abdominal, a qual é 
mais comum em obstruções distais. A dor tende a ser em cólica, progressiva e 
intensa em severidade. Quadro comum especialmente em casos de obstrução 
em alça fechada onde a progressão da dor aumenta até ocorrer a perfuração 
intestinal, ocorrendo paradoxalmente o alívio momentâneo dos sintomas álgicos 
até os sinais da peritonite iniciarem. Na tentativa de vencer a obstrução, o 
intestino aumenta sua peristalse podendo gerar momentaneamente um quadro de 
diarreia paradoxal. Ocorre especialmente frequente em suboclusões. (ZANIN, 
2016) 
Sinais sistêmicos como febre, hipotensão, taquicardia e mucosas descoradas 
apontam para um quadro mais avançado. O abdome frequentemente se 
apresenta distendido e timpânico à percussão. Movimentos peristálticos podem 
estar visíveis. Os ruídos hidroaéreos tendem estar aumentados nos quadros mais 
inicias gerando o sinal semiótico do tilintar de moedas. Em quadros mais tardios 
podem estar abolidos. Durante o exame físico, atentar para sinais que apontem a 
etiologia do quadro como incisões abdominais (aderências), hérnias ou massas 
pétreas (neoplasia). (ZANIN, 2016) 
 
 
Perfurativo 
O Abdome Agudo Perfurativo é a terceira causa mais comum de Abdome 
Agudo. A causa que origina a perfuração do trato gastrointestinal pode ter origem 
infecciosa, inflamatória, neoplásica, traumática, medicamentosa, iatrogênica ou 
por ingestão de corpo estranho. Dessa maneira, o Abdome Agudo Perfurativo 
pode ser uma evolução de algum outro tipo de Abdome Agudo não 
adequadamente tratado a tempo. (ARAUJO, 2018) 
O quadro clínico costuma iniciar com dor abdominal intensa e de início 
abrupto, levando a rápida procura de atendimento médico. O abdome costuma 
encontrar-se rígido e doloroso difusamente, associado a náuseas e vômitos. 
Febre pode estar presente e associar-se a sinais de sepse e/ou choque. Quanto 
mais "alta" for a perfuração, mais rapidamente progressivo é o quadro, pela 
facilidade de disseminação do conteúdo para o restante da cavidade, por sua 
maior fluidez. A dor pode também ser localizada, caracterizando casos de 
Peritôneo Bloqueado, em que as demais vísceras abdominais contém a 
disseminação dos conteúdos extravasados para o restante da cavidade. Os 
ruídos hidroaéreos costumam estar diminuídos pelo íleo paralitico decorrente da 
irritação peritoneal (Lei de Stokes). (ARAUJO,2018) 
O problema advém do extravasamento de secreção contida no trato 
gastrintestinal para a cavidade peritoneal, o que é traduzido por peritonite. A dor 
tipo somática vem da irritação química do peritônio, e, quanto menor o pH, maior 
a irritação. O exame clinico demonstra silêncio abdominal e rigidez muscular, 
detectada como "abdome em tábua". A temperatura é normal, e náuseas e vômito 
podem estar presentes. A radiografia simples revela pneumoperitônio, sendo o 
exame de imagem de escolha para diagnóstico. Em 12 h de evolução do quadro, 
a peritonite química torna-se bacteriana. (DANI, 2011) 
As perfurações costumam ser divididas em altas (gastroduodenal e delgado 
proximal) e baixas (delgado distal e cólon). Nas perfurações mais baixas de 
delgado, a dor abdominal é mais discreta, e os sinais de irritação peritoneal são 
menos exuberantes, mas originam quadros sépticos mais precoces, em função da 
flora bacteriana local. Perfurações do delgado proximal comportam-se como as 
gastroduodenais, com dor abdominal intensa e grande irritação peritoneal. 
Perfurações do intestino grosso traduzem manifestações clínicas e peritoneais 
intensas, com evolução rápida para peritonite fecal, devido ao conteúdo altamente 
infectado desse segmento. O tratamento é sempre cirúrgico, sendo o prognóstico 
pior quanto maior o tempo de perfuração. Devem-se sempre associar antibióticos 
de largo espectro ao tratamento cirúrgico. (CAHALANE, 2017) 
 
Hemorrágico 
O Abdome Agudo Hemorrágico consiste em sangramentos intracavitários 
causando quadro de dor abdominal aguda. Suas principais causas são Gravidez 
Ectópica Rota e Rotura de Aneurisma da Aorta Abdominal. No entanto, sabe-se 
que as causas (forma geral) da hemorragia intra-abdominal são numerosas e 
incluem doenças as mais variadas, como o traumatismo abdominal, a ruptura de 
aneurisma da aorta ou de alguma artéria visceral, as neoplasias malignas de 
vísceras sólidas, os processos inflamatórios erosivos (pancreatite e pseudocisto, 
por exemplo) e, nas mulheres, além dessas mencionadas, as afecções 
ginecológicas e obstétricas. (ARAUJO,2018) 
O quadro clínico consiste em dor abdominal súbita (principal sintoma cuja 
presença, intensidade e localização dependem da causa da hemorragia), de 
localização difusa, associada a sinais de choque hemorrágico. Inicialmente o 
paciente pode apresentar-se taquicárdico, com posterior evolução para 
hipotensão, sudorese fria, palidez e agitação. Os sinais de Cullen e Grey Turner 
podem estar presentes. Suspeita-se de Gestação Ectópica Rota em mulheres em 
idade fértil com atraso menstrual e de Rotura de Aneurisma de Aorta Abdominal 
em pacientes com massas abdominais pulsáteis (SCHAFASCHECK,2021) 
 
Vascular isquêmico 
O abdome agudo vascular ocorre por meio de uma redução súbita do fluxo 
sanguíneo em determinada parte ou em todo o intestino de tal intensidade que 
não seja possível manter sequer o metabolismo basal, havendo 
consequentemente morte celular e necrose. 
Das causas oclusivas podemos citar como mais frequentes a embolia (origem 
cardíaca, aórtica, tumoral ou por cristais de colesterol) e a trombose aguda 
(secundáriageralmente à aterosclerose prévia) dos principais ramos arteriais 
viscerais. A causa predominante entre as não-oclusivas é secundaria à 
diminuição importante do débito cardíaco (importando menos a causa da 
descompensação que a magnitude da insuficiência cardíaca), que pode ou não 
ser acompanhada do espasmo dos vasos. Outras causas podem ser o choque de 
origem medular ou traumático, gastroenterites, hemoconcentração, pneumonia, 
placenta prévia e espasmo das artérias distais associado ao abuso de cocaína, 
intoxicação por Ergot ou o emprego de vasopressores durante o tratamento do 
choque. (DANI, 2011) 
A dor abdominal é o sintoma mais frequente e marcante. Apresenta-se 
praticamente em todos os casos, em maior ou menor grau. Classicamente, diz-se 
que após seis horas de dor (isquemia) o tecido intestinal torna-se inviável, não se 
recuperando após a revascularização. Vômitos, alteração nas características das 
fezes e distensão abdominal também são sintomas frequentes. A ausculta 
abdominal pode ser aumentada, nos casos de isquemia segmentar em que a 
porção acometida funciona como uma obstrução, ou diminuída, quando a 
extensão comprometida for muito extensa, não sendo assim de muito valor 
prático. O toque retal eventualmente traz como dado adicional sugestivo de 
necrose a presença de fezes com aspecto de “geleia de amoras”, consequência 
da necrose de regiões da mucosa intestinal. (DANI, 2011) 
 
Referências 
1. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo Friche; Gastroenterologia 
essencial I.-4. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
2. ARAUJO JÚNIOR, Olavo Napoleão de Orientador; VASCONCELOS 
FILHO, Francisco Eugênio de. Abordagem inicial do abdome agudo 
cirúrgico. 2018. 
3. SCHAFASCHECK, Gustavo Silva et al. Avaliação da dor abdominal aguda 
no departamento de emergência. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, 
n. 5, p. 19350-19356,2021. 
4. CAHALANE, M. Overview of gastrointestinal tract perforation. 
UpToDate (Zugriff am 09.05. 2017), 2017. 
5. ZANIN, Eduardo Madalosso; BECKER, Rafaela; TONETO, Marcelo 
Garcia. Obstrução intestinal aguda. Acta méd.(Porto Alegre), p. [6]-[6], 
2016.

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