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E-Book 2 Daniele Kramm Psicologia da Educação e Teoria da Aprendizagem NESTE E-BOOK: Introdução ������������������������3 A teorIA BehAvIorIstA de skInner ���4 A Teoria da Afetividade de Wallon ������ 18 AplIcAção dA psIcologIA à educAção: desAfIos contemporâneos ������������������27 Desenvolvimento de competências e habilidades sociais na escola ������������� 27 Bullying escolar: como prevenir, identifi- car e intervir ������������������������������ 35 consIderAções fInAIs ������������ 40 síntese ���������������������������41 2 Introdução A partir do surgimento e da evolução da Psico- logia da Educação, identificamos seu objeto de estudo e seus possíveis campos de atuação. Estudaremos, agora, dois teóricos e suas con- tribuições para a educação: Skinner e Wallon. Vamos lá? 3 A teorIA BehAvIorIstA de skInner Figura 1: Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990) | Fonte: Domínio público, https://commons.wikimedia.org/wiki/ Category:B._F._Skinner Sabemos que o contexto histórico-cultural in- fluencia a forma como as teorias são estudadas e desenvolvidas. Por isso, é importante pensarmos no momento em que o Behaviorismo surgiu. No final do século XIX e início do século XX, predomi- nava na Psicologia o modelo mentalista, pautado no método introspectivo. Você possivelmente 4 conhece algumas das ideias que falam sobre o inconsciente e o seu principal representante, Sigmund Freud. Naquela ocasião, muitos dos estudiosos da Psi- cologia estavam insatisfeitos com o modelo mentalista porque o consideravam insuficiente para explicar os aspectos da vida em sociedade. No intuito de propor uma “nova Psicologia”, John Watson (1878-1958) elaborou um documento a partir de estudos desenvolvidos com cães, conhecido como “Manifesto Behaviorista”. Ele desejava que a Psicologia tivesse um valor prá- tico, contribuindo para resolver os problemas da vida real e, para isso, postulava que deveria se ater ao estudo objetivo do comportamento, lidando apenas com o que era cientificamente observável e comprovável. Essa é a primeira fase do Behaviorismo, que ficou conhecida como Behaviorismo Metodoló- gico ou Teoria Estímulo-Resposta (S-R, do Inglês stimulus-response). Foi assim denominada por- que Watson, com base nos achados de Pavlov (1849-1936), estudava a relação entre os estímu- los do ambiente e as respostas dos organismos. Watson foi um pesquisador bastante polêmico e seu principal experimento “ensinava” uma criança a ter medo, na década de 1920. 5 Para conhecer um pouco mais sobre este con- troverso behaviorista, assista ao vídeo do ex- perimento “O Pequeno Albert”, disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento� do�Pequeno�Albert Aproximadamente a partir de 1945, inicia-se a se- gunda fase do Behaviorismo, que tem como prin- cipal teórico o psicólogo americano B. F. Skinner, dando origem ao Behaviorismo Radical. Skinner criticou aspectos importantes do Behaviorismo watsoniano e propunha uma renovação à Teoria, que não deveria centrar seus estudos somente na relação estímulo-resposta. Skinner começou a observar que, além dos estímulos antecedentes, os estímulos consequentes interferiam prepon- derantemente nos comportamentos, concluindo que o indivíduo age e produz consequências e não apenas responde automaticamente ao meio, como ocorre nos reflexos. A partir dessa consideração, formulou o conceito de condicio- namento operante, fundamental para esta teoria, uma vez que a maior parte dos comportamentos humanos é operante, e não reflexo. Embora Skinner tenha considerado a existência dos fenômenos mentais (pensamentos, senti- mentos, imaginação, emoções), não diferenciava o mundo material do imaterial ou, dito de outra SAIBA MAIS 6 https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento_do_Pequeno_Albert https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento_do_Pequeno_Albert forma, não admitia a dicotomia corpo-mente; nem considerava os eventos mentais como ex- plicação do comportamento. Para ele, os eventos que ocorrem no mundo interno do ser humano (comportamentos encobertos ou privados) são tão físicos quanto os que ocorrem publicamente. Sendo assim, todos os comportamentos, e não apenas os diretamente observáveis, deveriam ser objeto de estudo do Behaviorismo Radical proposto pelo autor. O Behaviorismo que vamos apresentar refere- -se a esta segunda fase e pode também ser chamada, em linhas gerais, de Análise do Com- portamento ou Comportamentalismo. Possivelmente pela influência de Watson e pela falta de aprofundamento de alguns auto- res, o Behaviorismo suscitou muitas críticas, tendo sido entendida como simplista e insu- ficiente para explicar a subjetividade humana. Entretanto, muitas das críticas referem-se à sua primeira fase, atribuindo equivocadamen- te à Skinner muito do que foi postulado por Watson, como por exemplo, a necessidade de estudar somente os comportamentos obser- váveis, ou a relação entre estímulo-resposta. Este é um erro comum, encontrado, inclusive, em livros didáticos de Psicologia. Então, fique atento! Muito do que foi estudado por Skinner FIQUE ATENTO 7 pode ajudar a compreender melhor o ambien- te educacional e melhorar os processos de ensino-aprendizagem. PODCAST 1 Uma das maiores contribuições de Skinner para o estudo do comportamento humano é seu modelo explicativo, denominado de “seleção pelas con- sequências”, em que cada interação do indivíduo com o ambiente produz uma consequência que vai influenciar a chance desse comportamento ser fortalecido, voltando a ocorrer no futuro, ou enfraquecido. Skinner analisa a relação do indivíduo com o meio por intermédio do que chamamos de trí- plice contingência. Ela indica que, para com- preendermos o comportamento, precisamos analisá-lo a partir do contexto em que ocorre e as consequências decorrentes dele. Por isso, a interação entre organismo e ambiente é tão importante para os behavioristas radicais. A tríplice está disposta na Figura 2. Antecedentes (contexto) Resposta Consequências Figura 2: Tríplice Contingência em Análise do Compor- tamento. | Fonte: a autora. 8 https://famonline.instructure.com/files/32576/download?download_frd=1 Tecnicamente, essa relação é representada por Sª: R Sc, em que o Sª é o estímulo antecedente (contexto em que a resposta – R – ocorre), oca- sionando determinado estímulo consequente Sc. S ScR Figura 3: Elaborado pela autora Você consegue se lembrar de uma situação em que uma dada consequência fortaleceu seu comportamento? Imagine uma criança na sala de aula que faz uma piada e todos os colegas riem. O que você acha que acontecerá com o comportamento desta criança? Muito provavelmente, ela vol- tará a contar piadas em outras situações no futuro! Isso exemplifica o que Skinner denomi- nou de “seleção pelas consequências”. Parece REFLITA 9 simples, mas esse modelo foi aprimorado e usado para explicar comportamentos bastante complexos, como a aprendizagem humana, que vamos analisar oportunamente. Por en- quanto, é importante você compreender alguns conceitos básicos da Teoria Behaviorista. Quando os efeitos de um comportamento (como a risada dos colegas) aumentam a chance de ele voltar a ocorrer, falamos em consequências re- forçadoras. Por outro lado, se as consequências diminuírem a chance deste comportamento voltar a ocorrer (como a chacota dos amigos diante de uma piada “sem graça” ou uma possível “bron- ca” da professora), falamos em consequências aversivas. Quando as consequências aumentam a chan- ce de um comportamento ocorrer novamente, falamos em reforçamento e, quando as con- sequências diminuem a probabilidade de uma ação voltar a acontecer, nos referimos ao proce- dimento chamado de punição, como destacado na Figura 4. 10 REFORÇAMENTO PUNIÇÃO Aumenta a chance do comportamento voltar a ocorrer Fortalece o comporta- mento Diminui a chance do comportamento voltar a ocorrer Enfraquece o compor- tamento Figura 4: Características básicas doreforçamento e da punição. | Fonte: a autora. Tanto o reforçamento quanto a punição podem ser positivos (+) ou negativos (-). É muito impor- tante lembrar que sempre que falamos em refor- ço, estamos considerando algo que irá aumentar a chance de o comportamento ocorrer e, quando falamos em punição, estamos nos referindo a algo que vai enfraquecer o comportamento, di- minuindo a chance de ocorrer novamente. Então, lembre-se das consequências para analisar uma situação! Os termos “positivo” (+) e “negativo” (-) pos- sivelmente confundem muitos de nós, porque associamos o positivo com algo “bom” e o ne- gativo com algo “ruim”. Mas pense nos sinais matemáticos, assim você não correrá o risco de cometer esse erro: positivo (+) no sentido de “somar algo” e negativo (-) no sentido de retirar ou 11 “subtrair” algo. Vamos explicar melhor, dividindo os dois processos para facilitar. Reforçadores positivos e negativos: O reforço positivo aumenta a chance de o com- portamento ocorrer pela adição (+) de um es- tímulo reforçador (ou de uma consequência reforçadora), enquanto que o reforço negativo aumenta a probabilidade de o comportamento ocorrer pela retirada (-) de um estímulo aversivo. Retomando o exemplo das piadas: o aluno se comporta (conta piadas na sala) e obtém como consequência a risada dos colegas. Nesse ca- so, a risada (consequência reforçadora social) foi adicionada (+), aumentando a chance de o comportamento do aluno voltar a contar piadas futuramente. Então estamos falando de um re- forçamento positivo. O reforço negativo intensifica o comportamento quando algo é removido (-). Vamos pensar em outro exemplo do nosso dia a dia: colocar os óculos escuros diante da forte claridade. Se nos sentirmos aliviados, possivelmente vamos usar os óculos mais vezes, criando até o “hábito” de carregá-los na mochila, para evitar a claridade excessiva. Nesse caso, o comportamento de colocar os óculos escuros estará sendo forta- lecido pelo reforçamento negativo. Ou seja, o comportamento é reforçado pela retirada de 12 algo que o está, como claridade do sol. Trata-se portanto de um estímulo aversivo. Outro exemplo interessante é fecharmos a janela para nos livrarmos do ruído externo. O barulho é o estímulo aversivo que estamos retirando, reforçando a resposta de fecharmos a janela. Punição positiva e negativa: Sabemos que todo comportamento produz con- sequências, e que estas podem aumentar ou diminuir a chance de ele ocorrer novamente. Se a consequência fortalecer a resposta, estamos falando de um reforçador; e se a enfraquecer, falamos em punição. A punição é um procedimento, em geral, utili- zado para diminuir (ou mesmo eliminar) com- portamentos indesejados. Da mesma forma que ocorre no reforçamento, temos a punição positiva (+) e a negativa (-), ambas com o efeito de enfraquecer o comportamento. Chamamos de punição positiva a apresenta- ção (+) de um estímulo aversivo que tem como consequência a diminuição ou a extinção de um comportamento. Um exemplo bastante frequente de punição são os castigos. Ao falarmos que a professora deu uma “bronca”, quando uma criança apresentou o comportamento de puxar o cabelo do colega, trata-se de uma punição positiva (acrescentou 13 algo – a bronca, para reduzir o comportamento – puxar o cabelo). Se a professora resolver deixá- -la sem recreio, estamos falando em punição negativa (retirou algo – o recreio, para reduzir o comportamento). PODCAST 2 Mas, atenção para uma confusão comum: REFORÇAMENTO NEGATIVO PUNIÇÃO Figura 5: A figura apresenta a diferença entre Reforça- mento Negativo e Punição. Para perceber essa diferença, basta olhar para o efeito da consequência no comportamento: se fortaleceu/aumentou o comportamento, es- tamos falando em reforçamento negativo; e se enfraqueceu/diminuiu o comportamento, esta- mos falando em punição. Para complementar e enriquecer o nosso repertó- rio, vamos refletir sobre a punição e seus efeitos. Skinner era terminantemente contra o uso de punições e atitudes repressivas, por apresen- tarem resultados complexos e prejudiciais aos indivíduos. Para ele, seus resultados são apenas temporários e, uma vez eliminadas as punições, o comportamento tende a retornar, produzindo 14 https://famonline.instructure.com/files/32577/download?download_frd=1 efeitos colaterais indesejáveis, especialmente respostas emocionais, como a raiva e o cons- trangimento. Além disso, mesmo sendo capaz de eliminar os comportamentos indesejáveis, a punição não será instrutiva, não ensinando o que é necessário. Ou seja, punir a indisciplina pode fazer com que um aluno fique quieto, mas não o fará aprender! E como utilizar esses conceitos para compre- ender a educação? Skinner, analisando a rotina de sua filha na escola, observou a ineficácia dos métodos usualmente utilizados pelos professores e escreveu uma série de artigos sobre o assunto, resultando no seu livro “Tecnologia do Ensino”, publicado em 1968. Nele, o autor critica as maneiras tradicionais de ensino e utiliza o modelo da tríplice contingência para explicar a concepção de aprendizagem no Behaviorismo Radical, propondo que é preciso analisar a relação entre as variáveis sob as quais o comportamento de aprender ocorre: 15 O contexto em que a aprendizagem O comportamento de aprender As consequências decorrentes desta aprendizagem Figura 6: A figura apresenta o que deve ser analisado no comportamento de quem aprende. Para ele, a aprendizagem precisa ser planejada, cabendo à escola assumir o papel de ensinar. O processo de aprendizagem não ocorre separado do processo de ensino. Na sua concepção, a educação tem o papel fundamental de ensinar comportamentos que serão adequados em um tempo futuro, visando assim a garantir aos in- divíduos e à sociedade melhores chances de sobreviver no mundo. Estruturou uma “tecnologia do ensino” que ele acreditava que poderia favorecer os processos educacionais, desenvolvendo o que chamou de “máquinas de ensinar”, que foram pensadas a partir dos seguintes princípios: • Identificar o que o aluno já sabe; • Ensinar as primeiras coisas primeiro, organi- zando a sequência de ensino de modo progres- 16 sivo, em relação às dificuldades, permitindo que avance somente com a certeza de ter dominado as etapas anteriores; • Manter o aluno permanentemente em atividade; • Criar condições para autoavaliação e fornecer feedback constante; • Caso seja necessário o uso de consequências arbitrárias, é necessário planejar a retirada des- tas e se aproximar de consequências naturais. Embora não tenha sido um psicólogo educacio- nal, e sua obra tenha sido muito mal interpretada e criticada, sua contribuição para a educação se dá pelas bases que estabeleceu ao estender sua ciência aos problemas educacionais. É importante que você tenha compreendido que, na Teoria de Skinner, a relação indivíduo- -ambiente é fundamental para compreendermos o comportamento humano, inclusive na escola. A educação adota um papel de destaque nessas interações e, por meio dela, a cultura é transmi- tida para as gerações futuras. Vamos agora estudar outro teórico do campo da Psicologia, o francês Henri Wallon, cuja te- oria pode contribuir para a compreensão dos fenômenos educacionais. 17 Você se lembra das críticas de Skinner ao behaviorismo watsoniano? Pois bem, aqui é importante você identificar uma diferença bem clara entre estes autores: Watson mante- ve suas análises às condições antecedentes do ambiente (estímulos) para compreender o comportamento do indivíduo (resposta) – o Modelo Estímulo-Resposta, ou S-R. Agora que você conhece um pouco do modelo de “seleção pelas consequências”, você conse- gue pensar na diferença entre essas teorias? A Teoria da Afetividade de Wallon Figura 7: Henri Wallon. | Fonte: Domínio público, https:// commons.wikimedia.org REFLITA 18 https://commons.wikimedia.org https://commons.wikimedia.org Henri Wallon nasceue viveu na França entre 1879 e 1962. Sua trajetória acadêmica envolve sólida formação em filosofia, medicina e psiquia- tria. Participou como médico da primeira guerra mundial (1914-1918) e, ao tratar dos feridos, ob- servava como lesões orgânicas influenciavam os processos psíquicos. Sua teoria foi fundamentada no materialismo histórico dialético de influência marxista. Na Segunda Guerra (1939-1945), participou do movi- mento de Resistência contra os invasores nazis- tas, tendo sido perseguido e obrigado a viver na clandestinidade. Sua atuação política reforçou sua crença na necessidade de a escola assumir valores de solidariedade, justiça social e antirra- cismo como condições para a reconstrução de uma sociedade justa e democrática. Seu engajamento político e prático com a edu- cação é evidenciado por sua coautoria no plano Langevin-Wallon para a reforma da educação francesa, que vigorou no pós-guerra. O plano tinha por diretriz a construção de uma educação baseada nos princípios da justiça, dignidade, orientação e cultura geral. Da análise de suas observações, comparando semelhanças e diferenças entre o desenvolvi- mento de crianças normais e patológicas, e entre crianças e adultos, foi extraindo os princípios reguladores desse processo e identificando seus vários aprendizados. Ele postula que estamos em 19 transformação permanente, a partir da interação de fatores genéticos e sociais e sua teoria do desenvolvimento é descrita em cinco estágios, demonstrados na Figura 8: Categorial Puberdade e adolescência Impulsivo- emocional Sensório-motor e projetivo Personalismo 0-1 ano 1 - 3 anos 3 - 6 anos 6 - 11 anos a partir de 11 anos Figura 8: Estágios do desenvolvimento segundo Wallon. | Fonte: a autora. No primeiro estágio, impulsivo- -emocional, a criança começa a desenvolver os seus primeiros mo- vimentos impulsivos motores, car- regados de expressão afetiva. No estágio seguinte, sensório-motor e projetivo, seu interesse está vol- tado para a exploração do espaço físico, em que agarra e manipula ob- jetos, começando a locomover-se. A partir da linguagem e do movimento, amplia seu contato com pessoas e objetos. 20 No terceiro estágio, do personalismo, começa a se diferenciar do mundo, descobrindo-se diferente das demais crianças e adultos. Essa condição é acentuada no es- tágio seguinte, o categorial, em que se ampliam também os níveis de abstração do pensamento. No quinto estágio, a puberdade e ado- lescência, são comuns a exploração de si, buscando uma identidade autô- noma, a partir de questionamentos e atitudes de autoafirmação. São forta- lecidas as relações entre pares, contrapondo-se aos valores do mundo adulto. Paulatinamente, esses valores passam a ser incorporados pelos adolescentes, que passam a realizar escolhas mais assertivas diante dos problemas impostos na vida adulta. Veja uma breve descrição desses estágios na Tabela 1. Estágio Predominância Características Impulsivo- emocional Até 1 ano Motor e afetivo Interação criança-meio Impulsividade motora ? 21 Estágio Predominância Características Sensório-motor e projetivo Até 3 anos Cognitivo Exploração do espaço físico Surgimento da locomoção e da linguagem Personalismo Até 6 anos Afetivo Consciência corporal Diferenciação eu-mundo Categorial Até 11 anos Cognitivo Ampliação do ní- vel de abstração Pensamen- to categorial (formação de categorias) Puberdade e adolescência Após os 11 anos Afetivo Busca de identi- dade autônoma Ambivalência de sentimentos Fortalecimento da relação entre pares Reorganização do esquema corporal Atitude de dependência e oposição Tabela 1: Principais características dos estágios de de- senvolvimento de Wallon. | Fonte: Adaptado de Nogueira e Leal (2018). Para Wallon, o homem é geneticamente social, ou seja, se desenvolve considerando as etapas biológicas de maturação e de acordo com as circunstâncias que encontra no meio. Nessa 22 perspectiva, organismo e meio não podem ser pensados de forma independente. Você se lembra dos demais teóricos interacio- nistas? Reflita sobre a similaridade que pode- mos identificar entre eles. Pense, por exemplo, na maturação biológica das fases de Piaget, na força social implicada no conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, na relação de tríplice contingência de Skinner e na perspectiva genética considerada por Wallon. Ato motor, conhecimento e afetividade Wallon foi considerado o psicólogo da integra- ção. Para ele, a pessoa se constitui a partir da relação constante entre ato motor, conhecimento e afetividade, sendo que cada um desses con- juntos influencia e depende permanentemente do outro. Na concepção walloniana, as dimensões motora, cognitiva e afetiva são inseparáveis, constituindo a pessoa. Vamos descrevê-las separadamente para facilitar sua compreen- são, mas essa divisão é somente didática. Lembre-se de que a palavra que caracteriza este autor é a integração! REFLITA FIQUE ATENTO 23 O ato motor é responsável pelo movimento corpóreo, possibilitando nosso deslocamento espaço-temporal. Responde, ainda, por recursos necessários ao desenvolvimento cognitivo e à expressão e controle das emoções. É uma parte fundamental para o desenvolvimento das ações mentais. Na concepção de Wallon, a partir da sua atuação motora, a criança se desenvolve e alcança níveis mais avançados de pensamento. Por meio do conhecimento, somos capazes de relembrar o passado, analisar o presente e proje- tar e imaginar o futuro; dessa forma, o conjunto cognitivo nos possibilita descobrir e compre- ender o mundo exterior (Mahoney e Almeida, 2011). Para Wallon, o desenvolvimento ocorre no sentido do motor para o cognitivo. A afetividade assume lugar de destaque em sua teoria, tendo um papel fundamental para o desenvolvimento humano. Mahoney e Almeida (2011) definem afetividade como a capacidade de o ser humano ser afetado pelo mundo interno e externo, e explicam que ela é responsável pelas emoções, pelos sentimentos e pela paixão. Por intermédio da afetividade, a criança esta- belece os primeiros contatos com o mundo, sendo o principal mediador entre organismo e meio. À medida que a criança se movimenta, relacionando-se com o mundo externo, começa a responder por meio de emoções. A afetividade media suas relações e permite que a criança 24 passe a se diferenciar de outras crianças, de adultos e do próprio meio. A integração desses conjuntos pode ser observada na Figura 9. Pessoa Cognição Ato motor Afetividade Figura 9: Conjuntos que, integrados, constituem a pes- soa, segundo Wallon. | Fonte: a autora. Wallon não foi um teórico educacional, mas sua teoria permite compreender aspectos importan- tes da relação ensino-aprendizagem. Destinou, inclusive, vários dos seus escritos para profes- sores, a partir da sua concepção de desenvolvi- mento e da importância da afetividade para as relações sociais. Sob esse ponto de vista, o aluno é uma pessoa completa, cujas dimensões motora, afetiva e cognitiva estão de tal forma entrelaçadas, que cada parte é constitutiva da outra. O professor desempenha um papel ativo na constituição do aluno, criando condições afetivas para seu pleno 25 desenvolvimento cognitivo. É importante que ele estabeleça ações que provoquem o interesse dos alunos, instituindo espaços de intimidade e parceria, colocando a afetividade a serviço do conhecimento. PODCAST 3 Para compreender melhor o conceito de inte- gração e o papel da escola na teoria de Wallon, sugerimos o vídeo da Professora Izabel Galvão, na Revista Nova Escola, disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=IR9k4WE2oEo Estudamos até aqui os principais teóricos da Psicologia da Educação, buscando identificar similaridades e discrepâncias entre suas teorias e as contribuições de cada um deles ao campo educacional. É fundamental que você tenha compreendido como a relação indivíduo-meio social afeta o desenvolvimentohumano e os processos de ensino-aprendizagem, para que possamos analisar como essas teorias podem auxiliar no enfrentamento dos problemas da educação contemporânea. SAIBA MAIS 26 https://famonline.instructure.com/files/32578/download?download_frd=1 https://www.youtube.com/watch?v=IR9k4WE2oEo https://www.youtube.com/watch?v=IR9k4WE2oEo AplIcAção dA psIcologIA à educAção: desAfIos contemporâneos A seguir, procuraremos identificar possibilidades de aplicação das teorias estudadas ao cam- po educacional. Para tanto, analisaremos dois desafios que têm sido postos às sociedades contemporâneas: a importância de desenvolver habilidades sociais na escola e a questão do bullying escolar. Desenvolvimento de competências e habilidades sociais na escola A escola é considerada um espaço privilegiado para o desenvolvimento de habilidades sociais, como forma de prevenir a violência entre crian- ças, adolescentes e professores. Del Prette e Del Prette (2017) definem habilida- des sociais (HS) como um conjunto de comporta- mentos valorizados em uma determinada cultura, que favorecem relacionamentos saudáveis e produtivos com as outras pessoas. Descrevem dez classes de habilidades necessárias ao longo das etapas de desenvolvimento social, expostas na Figura 10: 27 Comunicação Civilidade Fazer e manter amizades Empatia Assertividade Expressar solidariedade Resolver problemas interpessoais Expressar afeto e intimidade Coordenar atividades em grupo Falar em público Figura 10: Classes de habilidades sociais, segundo Del Prette e Del Prette (2017). Existem diferentes formas de resolver os con- flitos decorrentes dos problemas de HS, como: agressividade, submissão e assertividade. Você certamente já presenciou ou soube de algum 28 caso em que as crianças agiram de forma ina- dequada com seus colegas ou professores. Es- ses comportamentos (assertivos ou não) são aprendidos por meio de modelos vivenciados ou observados pela criança. A escola é considerada responsável por boa parte da formação para a cidadania, podendo ampliar o desenvolvimento de comportamentos sociais na infância e adolescência, a fim de forta- lecer as habilidades de resolução de problemas interpessoais. A partir dos teóricos que estudamos, sabemos que a relação indivíduo-meio social é muito importante para o desenvolvimento humano. Reflita, então: como podemos explicar esses comportamentos e como podemos auxiliar a escola a lidar com eles? Pensando agora nos aspectos acadêmicos, você acha que a falta de HS pode prejudicar a aprendizagem? Há muitos estudos que apontam a ocorrência de problemas de comportamen- to atrelados a dificuldades de aprendizagem e as intervenções preventivas devem integrar o trabalho do psicólogo escolar, minimizando a incidência de problemas decorrentes de déficits de HS neste contexto. REFLITA 29 Os trabalhos que Del Prette e Del Prette (2017) vêm desenvolvendo ao longo de vinte anos de pesquisa e prática sobre HS parecem ser um importante aliado nesse desafio. Para eles, o desenvolvimento de HS na infância pode reduzir condutas antissociais ou de isolamento na ado- lescência e na vida adulta, contribuindo também para a superação de dificuldades de aprendiza- gem. Os estudos em HS vêm evoluindo desde meados do século passado e sua fundamenta- ção teórica é embasada em diferentes aportes da Psicologia, como a abordagem cognitiva, comportamental e sociocognitiva. Todos os teóricos que estudamos ressaltam a importância da interação social nos processos de ensino-aprendizagem. Sob essa perspectiva, o professor assume um papel preponderante, podendo planejar atividades que favoreçam o de- senvolvimento de habilidades sociais na escola. Del Prette e Del Prette (2017) dividem dois con- juntos de comportamentos sociais pertinentes ao conceito de HS e competência social, descritos na Figura 11: 30 Competência social Manifestar respeito e empatia, expressar opiniões, discordân- cias e sentimentos positivos e negativos, fazer amizades, abordar autoridades etc. Comportamentos sociais desejáveis Problemas de HS e desen- volvimento de possíveis transtornos psicológicos Agredir, coagir, manipular, desrespeitar, enganar, isolar-se, omitir-se, autodepreciar-se, submeter-se etc Comportamentos sociais indesejáveis Figura 11: Comportamentos sociais pertinentes ao con- ceito de HS e competência social. | Fonte: Adaptado de Del Prette e Del Prette (2017, p. 22). Uma intervenção que tem se mostrado bastante eficaz no campo de HS é o Treinamento e Ha- bilidades Sociais (THS) e é possível identificar- 31 mos na literatura uma série de programas com diferentes propostas. Del Prette e Del Prette (2017) comentam que o Método Vivencial tem sido amplamente utilizado nas últimas déca- das, com efetividade constatada por meio de diversos estudos científicos. Consiste na estru- turação de contextos de aprendizagem, em que se planejam atividades capazes de mobilizar sentimentos e pensamentos dos participantes, de forma que o psicólogo tenha acesso direto aos comportamentos, auxiliando na aquisição de novas habilidades sociais. Um programa de THS não é um mero conjunto de técnicas e vivências! A seleção e o plane- jamento das atividades já consistem em uma intervenção e devem ser realizadas cuidado- samente, a partir dos objetivos estabelecidos pelo grupo, com reavaliação contínua. As principais técnicas e procedimentos utiliza- dos em programas de THS estão listadas na Figura 12. FIQUE ATENTO 32 Feedback Modelação Role Play Ensaiocomportamental Reestruturação cognitiva Reforçamento Resolução de problemas Exercícios instrucionais Recursos multimídia Análise de contingências Exposição dialogada Figura 12: Principais técnicas e procedimentos utilizados em programas de THS, segundo Del Prette e Del Prette (2017). PODCAST 4 Outra intervenção importante nesse campo é o desenvolvimento de comportamentos concor- rentes ou alternativos. Nela, a partir de análises das funções que cada comportamento adquire na história de vida da criança, são planejadas atividades que desenvolvam comportamentos substitutos com a mesma funcionalidade, ou se- ja, que produzam o mesmo efeito para a criança. Vamos pensar em um exemplo: uma criança que tem rasgado seu caderno, na frente da profes- sora, repetidas vezes. Inicialmente, é necessário identificar quais os motivos que estão levando a criança a agir dessa forma. O que está acon- tecendo na sala de aula quando ela rasga seu caderno? Quais seriam as possíveis funções desse comportamento? Chamar a atenção da 33 https://famonline.instructure.com/files/32579/download?download_frd=1 professora? Chamar a atenção dos colegas? Sair da sala? Enfim... muitas são as possibili- dades. Nesse campo, uma intervenção possí- vel seria identificar a função para esta criança, nesta situação específica, ensinando-lhe outros comportamentos mais assertivos que tivessem a mesma função. O ensino desses comporta- mentos alternativos é chamado de “Treinamento de Comportamento Substituto – TCS”. A Avaliação Funcional Comportamental em habilidades sociais consiste na combinação de procedimentos e instrumentos distintos. Del Prette e Del Prette (2013) recomendam o uso de observações, entrevistas, escalas, inventários, registros e auto relatos, para que possamos obter resultados mais confiáveis e propor intervenções efetivas. Esses programas têm sido desenvolvidos em universidades, escolas e em cursos de Formação de Professores. Seus resultados são objeto de diversas pesquisas de Mestrado e Doutorado, demonstrando ser um programa bastante efetivo para o desenvolvimento de habilidades sociais no campo educacional. FIQUE ATENTO 34 Para conhecer detalhadamente os programas em THS, recomendamos acessar na Biblioteca Virtual: DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda. Competência social e habilidades sociais: manual teórico-prático. Petrópolis: Editora Vozes, 2017. Vimos, nestaetapa, exemplos de programas que têm sido desenvolvidos e aprimorados para trabalhar com as habilidades sociais na escola. Iniciativas como essas podem contribuir para a redução de outro problema que também faz parte da rotina escolar contemporânea: o Bullying, que analisaremos a seguir. Bullying escolar: como prevenir, identificar e intervir Vamos apresentar agora uma inciativa sobre justiça restaurativa, pautada em estudos que têm sido realizados em diversos países para resolver casos de bullying. A palavra bullying vem do termo inglês bully (ou bullies, no plural), que se refere ao uso da for- ça ou poder para atormentar e agredir, física ou psicologicamente, uma pessoa mais frágil. Não há um termo equivalente em Português e adotamos esta palavra para nos referirmos a SAIBA MAIS 35 comportamentos que envolvem agressividade, tirania, opressão, ameaça, intimidação, maus tratos e dominação. Consideramos bullying quando uma pessoa está exposta, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de uma ou mais pes- soas, apresentando dificuldades para defender a si mesmo. Felizardo (2018) explica que essa conceituação, formulada pelo psicólogo norue- guês, Dr. Dan Olweus, estudioso do tema há mais de 45 anos, envolve três aspectos importantes, elencados na Figura 13: Envolve ações negativas indesejáveis Adota um padrão comportamental que se repete ao longo do tempo Implica desequilíbrio de poder ou força entre agressor e agredido Figura 13: Aspectos característicos do bullying, segundo Dan Olweus. As agressões no bullying podem ser verbais (xingamentos, ameaças, provocações), físicas (empurrões, chutes, beliscões), por meio de ex- pressões (caretas, gestos), exclusão social ou por obrigação de cumprir a vontade de outra pessoa. Em geral, o agressor (ou o grupo de agressores) age no intuito de ferir, dominar e amedrontar 36 outra pessoa, tornando-a impotente ao ponto de não reagir, denunciar ou pedir ajuda a alguém. Felizardo (2018) refere que as consequências do bullying envolvem sofrimento, isolamento, incapacidade de reagir, solidão, danos físicos, psicológicos, morais ou materiais à pessoa agre- dida, ameaçando o desenvolvimento saudável. A maior incidência de bullying é no ambiente escolar, envolvendo crianças a partir dos 3 anos de idade, embora também ocorra fora da escola, em todas as faixas etárias. A justiça restaurativa tem sido utilizada para abordar o problema do bullying, apresentando resultados promissores para reduzir sua inci- dência nas escolas. Essas iniciativas buscam envolver o maior número possível de pessoas interessadas em uma situação de bullying, em um processo que se propõe a identificar e tratar das consequências dessas ações, auxiliando, na medida do possível, ao restabelecimento da pessoa agredida e da convivência no ambiente escolar. Norteados por fundamentos como respeito, honestidade, responsabilidade e humildade, é incentivado o diálogo entre os envolvidos no conflito, possibilitando um processo reflexivo que impulsione transformações necessárias para restaurar o relacionamento entre eles. Co- mumente, os trabalhos de justiça restaurativa envolvem as perguntas descritas na Tabela 2: 37 Quem foi prejudicado? Quais são suas necessidades? A quem cabem as obrigações e a responsabilidade por atender a tais necessidades? Quem tem interesse legítimo na situação? Que processo pode envolver os interessados a fim de encontrar uma solução? Tabela 2: Questões que norteiam os trabalhos de justiça restaurativa. | Fonte: Felizardo (2018, p. 95). Felizardo (2018) explica que os “círculos res- taurativos” possibilitam ao agressor colocar-se no lugar do outro, pensando sobre suas ações negativas e os danos causados por elas, sen- sibilizando-se com a situação. A vítima tem a oportunidade de falar sobre seus sentimentos, sendo amparada pelo grupo. Os expectadores, por sua vez, ampliam sua empatia com os en- volvidos, auxiliando na prevenção e no combate a agressões semelhantes. Nessas ações, o facilitador da justiça restaurativa favorece o diálogo, possibilitando a abordagem de questões difíceis para os envolvidos, promo- vendo a compreensão entre os participantes. O facilitador educativo em justiça restaurativa é formado em instituições autorizadas e pode formar outros facilitadores, sob supervisão. PODCAST 5 38 https://famonline.instructure.com/files/32580/download?download_frd=1 Para conhecer um programa de práticas res- taurativas, recomendamos a leitura de: Diá- logos e Práticas Restaurativas nas Escolas: guia prático para educadores. Disponível em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/ Educacao/Diálogos%20e%20práticas%20 restaurativas%20nas%20escolas%20�%20 Guia%20prático%20para%20educadores.pdf. Essas experiências têm favorecido o gerencia- mento dos conflitos, desenvolvendo relações mais harmoniosas e atuando na prevenção, in- tervenção e resolução do bullying escolar. As iniciativas abordadas são exemplos práticos de como a Psicologia pode contribuir para os desafios no campo da educação. Esperamos que você consiga identificar como os treinamentos em habilidades sociais e os programas de justiça restaurativa podem colaborar com o ambiente escolar, reduzindo a incidência de comportamen- tos agressivos e violentos e atuando diretamente em situações de bullying. SAIBA MAIS 39 http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/Diálogos%20e%20práticas%20restaurativas%20nas%20escolas%20_%20Guia%20prático%20para%20educadores.pdf http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/Diálogos%20e%20práticas%20restaurativas%20nas%20escolas%20_%20Guia%20prático%20para%20educadores.pdf http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/Diálogos%20e%20práticas%20restaurativas%20nas%20escolas%20_%20Guia%20prático%20para%20educadores.pdf http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Educacao/Diálogos%20e%20práticas%20restaurativas%20nas%20escolas%20_%20Guia%20prático%20para%20educadores.pdf consIderAções fInAIs Analisamos que diversos teóricos vinculados à Psicologia podem contribuir para a Educação: estudamos Piaget, Vygotsky, Skinner e Wallon. Cada um deles concebe o processo de ensino- -aprendizagem de uma forma, de acordo com suas respectivas visões de homem e de mundo. Assim, temos diversas possibilidades de análise de um mesmo fenômeno, de acordo com cada abordagem. Além disso, observamos a possibilidade de apli- car os conhecimentos vinculados à Psicologia da Educação em dois desafios contemporâneos específicos: o desenvolvimento de habilidades sociais e o bullying escolar. 40 Teorias da Aprendiza- gem e do Desenvolvi- mento: Parabéns! Chegamos ao final do segundo E-book do nosso curso. Teorias da Aprendizagem e do Desenvolvimento; Aplicação da Psicologia aos desafios educacionais contemporâneos �������� Teoria Behaviorista de Skinner – a aprendizagem ocorre a partir das conse- quências produzidas na interação do indivíduo com o ambiente. Teoria da Afetividade de Wallon – a aprendizagem ocorre a partir da interação constante entre Desenvolvimento de habilidades sociais e bullying escolar As habilidades sociais são um conjunto de comportamentos valorizados em uma determinada cultura, que favorecem Aplicação da Psicologia aos desafios educacionais contemporâneos A escola é um espaço privilegiado de interações soci- ais, e deve ampliar ações que desenvolvam comporta- mentos prossociais em crianças e adolescentes. O Treinamento em Habilidades Sociais é uma estraté- gia que pode ser utilizada para desenvolver a com- petência social na escola. O bullying é caracterizado por comportamentos agres- sivos que envolvem ações negativas indesejáveis, de forma repetitiva ao longo do tempo, implicando em desequilíbrio de poder entre agressor e agredido. Podem ser verbais (xingamentos, ameaças, provo- cações), físicas (empurrões, chutes), gestuais, por exclusão social ou mesmo pela obrigação de cumprir a vontade do agressor.É importante que a escola amplie ações no intuito de gerenciar conflitos e desenvolver relações mais harmoniosas, atuando na prevenção, intervenção e resolução de problemas como o bullying. relacionamentos saudáveis e produtivos com outras pessoas (Del Prette; Del Prette, 2017). ato motor, conhecimento e afetividade, sendo esta última a principal mediadora do sujeito com o mundo. síntese referÊncIAs DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda. Com- petência social e habilidades sociais: manual teórico-prático. Petrópolis: Editora Vozes, 2017. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 19 out. 2018. FELIZARDO, Aloma Ribeiro. Bullying escolar: prevenção, intervenção e resolução com prin- cípios da justiça restaurativa. Curitiba: InterSa- beres, 2017. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 19 out. 2018. NOGUEIRA, Makeliny Oliveira Gomes; LEAL, Da- niela. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 3a. ed. Curitiba: InterSaberes, 2018. (Série Construção Histórica da Educação). [Bi- blioteca Virtual]. Acesso em: 19 out. 2018. MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurin- da Ramalho de. Afetividade e processo ensino- -aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 20, p.11- 30, jun. 2005. _GoBack Introdução A Teoria Behaviorista de Skinner A Teoria da Afetividade de Wallon Aplicação da psicologia à educação: Desafios contemporâneos Desenvolvimento de competências e habilidades sociais na escola Bullying escolar: como prevenir, identificar e intervir Considerações Finais Síntese bt_fwd: Page 1: bt_fwd 4: bt_fwd 3: Page 42:
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