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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS II YURI NUNES SILVA TERCEIRO PERÍODO ATIVIDADE ACADÊMICA TIC´s – FATORES DE RISCO – SEMANA 2 GUANAMBI/BA 2022 PERGUNTA: Quais os fatores de risco para a Hipertensão Arterial Sistêmica? RESPOSTA: Diversos fatores se configuram como fatores de risco para o desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), tais como obesidade, tabagismo, etilismo, fatores genéticos, gestação e consumo exagerado de sódio. A obesidade é um forte fator para o desenvolvimento da HAS devido a quatro fatores primordiais: o débito cardíaco aumentado pelo aumento do fluxo sanguíneo necessário para a maior quantidade de tecidos presente no corpo; atividade nervosa simpática aumenta, sobretudo sobre os rins, devido a atuação de hormônios como a leptina (oriundas do tecido adiposo) atuando sobre o hipotálamo, que, por sua vez, excita o centro vasomotor do bulbo; níveis aumentados de angiotensina II e de aldosterona estão presentes em indivíduos obesos devido a atuação do sistema nervoso simpático sobre os rins estimulando a liberação de renina. Esse aumento dos níveis de angiotensina II e aldosterona provoca a retenção plasmática de sódio e água, elevando a pressão arterial; natriurese por pressão comprometida devido a maior reabsorção de sódio orientada por mecanismos diretos (ativação dos receptores alfa-adrenérgicos nas células epiteliais tubulares) e indiretos (ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona) do sistema nervoso simpático. O tabagismo, por sua vez, atua estimulando, por meio de receptores nervosos presentes em todo corpo, sobretudo em vasos, pulmões e coração, que são sensíveis a estímulos metabólicos (químicos). A exposição crônica ao cigarro leva a excitação dos efeitos do sistema nervoso simpático sobre os rins e vasos, ocasionando o aumento da pressão arterial. Alguns estudos demostram que o tabagismo atua inibindo a sensibilidade dos barorreceptores ao aumento da pressão arterial por meio de estresse oxidativo, disfunção endotelial e neuroplasticidade. O alcoolismo provoca o aumento da pressão arterial através de sua atividade excitatória sobre o sistema nervoso simpático, que atua nos vasos, rins e coração, provocando elevações pressóricas. No que se refere a fatores genéticos, várias mutações genéticas causam hipertensão devido, sobretudo, a maior reabsorção de sódio pelos rins, seja pelo aumento do transporte de sódio nas células epiteliais tubulares ou pelo aumento da produção de hormônios antinatriuréticos. A gestação entra como um fator de risco devido ao desenvolvimento de hipertensão na pré-eclâmpsia que pode ocorrer em uma gestação. Na síndrome da pré-eclâmpsia, acredita-se que substâncias produzidas pela placenta isquêmica atua sobre as células endoteliais vasculares inibindo a ação vasodilatadora sobre esses vasos, o que ocasiona aumento da resistência vascular periférica, redução do filtrado glomerular e comprometimento da natriurese e diurese por pressão (por conta da vasoconstrição dos vasos renais). Tudo isso leva ao aumento do volume sanguíneo, da resistência vascular periférica e da pressão arterial. Por fim, o consumo exacerbado de sódio pode ser destacado como um forte fator para o desenvolvimento da HAS, pois seu excesso leva à retenção de água e, consequente, aumento do volume plasmático. Alterações no transporte de sódio através da membrana pode alterar a concentração de cálcio intracelular. Aumento do cálcio em células musculares lisas do endotélio vascular pode alterar sua contratilidade, causando vasoconstrição periférica. Esses dois efeitos do sódio sobre o corpo são, portanto, mecanismo eficazes para o desenvolvimento da HAS. Outros fatores, tais como idade, sexo, etnia, sedentarismo e fatores socioeconômicos também podem oferecer riscos para que um individuo desenvolva HAS. REFERÊNCIAS: GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. ROBBINS, S. L.; CONTRAN, R. Bases patológicas das doenças. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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