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- Samuel Gee: 1888 – “afecção celíaca” – indigestão crônica especialmente em crianças entre 1 e 5 anos - 1940: glúten foi reconhecido como o causador do transtorno (Willem Karel Dicke) Koilia-koiliakós – abdominal - Doença multiorgânica autoimune, forma crônica de enteropatia de mecanismo imunológico que afeta o intestino delgado de crianças e adultos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten - Espru celíaco - Enteropatia sensível ao glúten - Espru não tropical - Intolerância permanente mediada por linfócitos T que são ativos por fragmentos polipeptídeos do glúten – gliadina – uma proteína contida em alguns cereais (trigo, centeio, cevada e aveia) Aveia em si não tem glúten, mas são processados geralmente em locais com outros grãos – contaminação - Caracteriza-se por atrofia total ou subtotal das vilosidades do intestino delgado proximal, tendo como consequência a má absorção da grande maioria de nutrientes - Manifestação não depende somente da presença de glúten na dieta, mas também de fatores genéticos, ambientais e imunológicos - Pode afetar outros órgãos e não somente o trato gastroentérico - Sua eclosão e o aparecimento dos 1ºs sintomas podem ocorrer em qualquer idade - Prevalência média de 1% na população mundial - Predominância entre mulheres e homens é variável - Maior em caucasianos - DC se manifesta por meio do contato da gliadina com as células do intestino delgado, gerando uma resposta imune - Fatores precipitantes Grãos Genes: HLA-DQ2 (90 a 95% e HLA- DQ8 (5 a 10%) – antígenos de leucócitos humanos - Desequilíbrio do sistema imune inato e adaptativo - O glúten libera de zonulina: perda da adesão celular – permite a passagem paracelular dos fragmentos do glúten que chegam a lâmina própria e sofrem reação pela transglutaminase que faz a deamidação do glúten com ativação de resposta Th1 (citocinas) e Th2 (plasmócitos – antigliadina, anti-endomísio e antiglutaminase) - Gliadina atravessa o epitélio intestinal ativando o sistema imune adaptativo, resultando em aumento da permeabilidade intestinal - Resposta inicial à presença de gliadina é a elevada expressão da IL-15 – responsável pela estimulação direta de linfócitos intraepiteliais (IELs) - IELs secretam citocinas, entre elas o interferon-y capaz de induzir maior expressão de moléculas HLA classe II nas células apresentadoras de antígeno (APCs) - Resposta Th1 leva a liberação de citocinas que são indutores de metaloproteinases pelos fibroblastos e/ou Th2, cujas citocinas são capazes de promover a maturação de plasmócitos produtores de anticorpos contra gliadina, tTG e complexos gliadina-tTG Metaloproteinases geram um remodelamento da mucosa intestinal com atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas - A manifestação dessa doença não depende somente da presença de glúten na dieta, mas também de fatores genéticos, imunológicos e ambientais - Fatores precipitantes: glúten - Cofatores: medicamentos, infecções, alimentação na infância - Fatores genéticos: HLA DQ2, HLA DQ8 - Clássica (minoria) Desnutrição Diarreia crônica Distensão abdominal Gases/flatulência Atraso de crescimento Emagrecimento/perda ponderal Sorologia positiva e marcadores HLA presentes Em geral, atrofia das vilosidades intestinais - Não clássica Anemia ferropriva, osteoporose, infertilidade, artrite, neuropatia periférica e elevação das transaminases Sorologia positiva e HLA presente Grau variável de atrofia com alterações sutis da microarquitetura intestinal - Assintomática/silenciosa Com atrofia – alterações no quadro Geralmente familiares de 1º grau de pacientes celíacos Sorologia positiva e marcadores HLA presentes Sem sintomas ou sintomas insuficientes para justificar suspeita - Latente/potencial Ausência da atrofia Biopsia jejunal normal Doença esteve presente na infância (não diagnosticada) Predisposição genética sendo de especial importância os antígenos Apresentam alterações sorológicas - Aftas de repetição, queda de cabelo, unhas quebradiças, alterações dentárias, língua sem papilas - Dermatite herpetiforme: faz parte do conjunto da sensibilidade ao glúten - Parentes em 1º grau com DC (2-20%): 10 a 20x maior chance de ter - Diabetes mellitus tipo 1 - Tireoidite autoimune - Síndrome de Sjorgen - Síndrome de Down - Doença de Addison - Imunodeficiência seletiva de imunoglobulina A (2-8%) - Síndrome de Turner (3-4%) - Síndrome de Williams (2-4%) - Aspecto em pilha de moeda, alças distendidas: síndrome absortiva - Monossintomática - Menopausa precoce - Hipoplasia do esmalte dentário - Depressão - Ataxia, epilepsia - Pancreatite aguda de repetição - Menarca tardia - Pesquisa de autoanticorpos IgA anti-transglutaminase tecidual IgA-TG2 Antiendomísio (AAE) IgG antipeptídeos de gliadina desaminados (anti-DGP) o Em crianças principalmente Combinação de IgG-DGP e IgA- TG2 – pacientes celíacos com deficiência de IgA - Não parar o glúten antes de ter o diagnóstico - Padrão ouro: biopsia Estágio 0: pré-infiltrativa – normal Estágio 1: infiltrativa – arquitetura norma com aumento de LIEs Estágio 2: hiperplásica – anterior + criptas alongadas e aumento de LIEs Estágio 3: destrutiva – mucosa plana e aumento de LIEs o A: atrofia vilositária parcial o B: atrofia vilositária subtotal o C: atrofia vilositária total Estágio 4: hipoplástica – atrofia irrevesível - Atrofia vilositária em biopsia (Marsh III) + clínica + sorologia Durante o consumo de glúten Normalização desses parâmetros após retirada dessa proteína da dieta - Endoscopia – coletar material para análise anatomopatológica Desaparecimento das pregas duodenais Biópsias sequenciadas na suspeita clínica, independente de não ter marcadores endoscópicos ou biópsias sequenciadas se tiver marcadores endoscópicos, independente da suspeita clínica Bulbo duodenal: doença celíaca ultracurta - Lembrar do bulbo duodenal - Dieta livre de glúten Eliminação do glúten: redução a < 20mg/dia de glúten o Olhar até produtos dermatológicos se não há melhora Remissão sintomática, sorológica e histológica na maioria dos pacientes 70% melhoria dos sintomas 2 semanas após dieta sem glúten - Avaliação e tratamento dos déficits nutricionais (incluindo a prevenção de perda de massa óssea) - Monitorização da resposta à dieta sem glúten e a avaliação de doentes não- respondedores - A resposta à terapêutica deve ser sinônimo de melhoria clínica, laboratorial e histológica Tanto os anticorpos anti-endomísio quanto os anti-transglutaminase podem ser negativos ainda n]ao havendo “cura histológica” A resolução histológica pode durar anos - Falência de tratamento: má adesão ou ingestão inadvertida de glúten Falta de resolução pode - Excluídas estas possibilidades: reavaliar a situação e considerar diagnósticos diferenciais como intolerância à lactose, intestino irritável, proliferação bacteriana (superproliferação bacterina, sprue refratário, jejunite ulcerativa e linfoma intestinal - Fator predisponentes para neoplasias - Câncer: maior risco nos 1ºs anos após diagnóstico – diminui para risco - Linfomas malignos - Adenocarcinoma de intestino delgado - Tumores orofaringeanos - Pacientes graves podem requerer hospitalização, reposição de líquidos e eletrólitos, nutrição intravenosa, ferro, vitaminas e às vezes corticoides - Devem ser encorajados a ingerir alimentos naturais ricos em ferro e folato especialmente se houver deficiência comprovada destes minerais - Nutricionista - Infertilidade inexplicada - Saúde e crescimento dos ossos prejudicados - Sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) Diagnósticode exclusão Melhora dos sintomas gastrointestinais e não gastrointestinais quando adotam uma dieta isenta de glúten (DSG) e já foram excluídos, a doença celíaca e alergia ao glúten através de critérios clínicos e laboratoriais
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