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Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma → Anatomia: Pulmão: Pleuras : Nós temos a Pleura Parietal e Pleura Visceral. Entre elas há um líquido chamado de espaço virtual . Esse espaço permite o deslizamento entre as pleuras. → Conceito: “É o acúmulo anormal de líquido na cavidade pleural”. → Introdução: Podemos ter um desequilíbrio no líquido pleural por uma doença pleural primária, ou por uma manifestação secundária. A manifestação pleural é resultado de uma doença sistêmica; O DP têm múltiplas causas e normalmente, são classificados como transudatos ou exsudatos . São detectados por exame físico ou radiografia de tórax; a toracocentese e a análise do líquido pleural costumam ser necessárias para determinar a causa. → Fisiopatologia: Se tem o aumento da formação de líquido, consequentemente temos que ter uma diminuição de sua absorção. Aumento da formação de líquido se deve pelo: ● Aumento de líquido intersticial pulmonar ● Aumento pressão intravascular (pressão hidrostática) ● Aumento permeabilidade capilar ● Diminuição da pressão oncótica E a diminuição da absorção devido a: ● Obstrução dos linfáticos da pleura parietal ● Aumento da permeabilidade vascular sistêmica Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma Ou seja, o derrame pleural pode ser formado pela combinação desses dois fatores. Pode também ocorrer a passagem do líquido ascítico na cavidade abdominal, para cavidade torácica. → Quadro Clínico: ● Assintomático ● Dor ● Tosse ● Dispneia → Exame Físico: Inspeção = diminuição da expansibilidade torácica Palpação = diminuição do frêmito toracovocal Percussão = ● Macicez ou submacicez ● Delimitação do nível do líquido Ausculta: ● Murmúrio vesicular abolido ● Egofonia (ausculta da voz anasalada) ● Atrito pleural ● Limite do derrame → Diagnóstico: Os exames diagnósticos são indicados para documentar a existência de líquido pleural e para determinar sua etiologia. Raio-X: D ever ser o primeiro exame a ser realizado para confirmar a existência de líquido ● Incidência em Posteroanterior (PA); Líquido pleural detectável, entre 100 - 50 mL; Teremos um desvio do mediastino para o lado contralateral ao DP . Podemos ter também um DP loculado ou septado (que são s ão coleções de líquido encarceradas por aderências pleurais ou dentro de fissuras pulmonares .) Veremos que no raio x, a parábola do líquido não estará tão bonitinha, ela vai aparecer meio seccionada. Isso pode fazer com que a punção se torne mais difícil. Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma A USG pode ajudar na punção, a desviar dos septos. Em pacientes que já passaram por múltiplas punções, podem gerar pontos de inflamações, ou planos de aderência e septações. ● Incidência de Laurell (decúbito lateral) Ajuda também na informação sobre a possibilidade de fazer uma toracocentese. Tomografia: Com contraste! Não há indicação rotineira; Ajuda a distinguir entre derrame, espessamento e lesões sólidas da pleura. É ótimo para avaliar o parênquima pulmonar; Ultrassonografia: Melhora a taxa de segurança, em caso de dúvida do diagnóstico. E melhora a segurança do acesso para toracocentese. Biópsia: É um procedimento que pega um fragmento pleural, que vai para o histopatológico. Não há necessidade de ventilação mecânica, durante o procedimento. Pode ser por via de pleuroscopia, onde tem uma definição melhor, e estudar qual zona está mais suspeita. Toracocentese: Deve-se realizar toracocentese em quase todos os pacientes com líquido pleural e espessura ≥ 10 mm nas incidências laterais de ultrassonografia ou radiografia , que seja de desenvolvimento recente ou de etiologia incerta. Em geral, os únicos pacientes que não necessitam de toracocentese são aqueles que têm insuficiência cardíaca com derrame pleural simétrico e sem dor torácica ou febre; A punção é realizada na parede posterior do pulmão (as costas). Iremos posicionar o paciente de forma adequada Que é sentado com os braços arqueados, a fim de afastar as https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/como-fazer-procedimentos-pulmonares/como-fazer-toracocentese Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma escápulas aumentando a área de atuação para o procedimento. Iremos fazer uma percussão, a fim de, esclarecer / delimitar e diferenciar o som claro pulmonar para a transição para o sub-maciço e maciço. Temos que esterilizar o campo. Realizar a anestesia. E iniciar o procedimento. O acesso será feito pela Borda Superior da Costela Inferior . Vamos entrar com o gelco já armado na seringa, e entraremos tangenciando a borda superior da costela inferior, fazendo o vácuo até que encontre o líquido. Depois de colher o material, iremos tirar a agulha e deixar o gelco, e plugar o equipo. E vamos deixar o líquido sair. Quando o paciente começa a ter uma sensação de tosse insuportável, significa que o pulmão já atingiu uma margem de expansão boa, e o gelco está cutucando o pulmão. Logo sabemos que retiramos bastante quantidade de líquido. (nas literaturas dizem que o ideal é retirar cerca de 1,5L na toracocentese) No fim, retirar o gelco, massagear a região, com finalidade de evitar um seroma. E depois fazer um curativo compressivo. Pode-se fazer a toracocentese para obtenção do diagnóstico, ou para alívio! E sempre bom repetir o exame algumas vezes a fim de ter um controle do crescimento do DP . Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma Achados de líquidos pleurais: ● Transudato ● Exsudatos ● Amostra de quilotórax ● Empiema ● Sangue → Critérios de Light: O critério de light que determina se é exsudato ou transudato, pode determinar a etiologia do DP. Transudato: ● ICC (causa mais comum) ● Insuf. hepática → cirrose ● Síndrome nefrótica ● Hipoalbuminemia São provocados por alguma combinação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica na circulação pulmonar ou sistêmica . Os transudatos assintomáticos não necessitam de tratamento. Os transudatos sintomáticos e quase todos os exsudatos requerem tratamento. Exsudato: ● Infecções (mais comum é a pneumonia) ● Neoplasias ● Digestivas ● Ginecopatias ● Colagenopatias ● Drogas ● Hemotórax ● Quilotórax São provocados por processos locais, causando aumento da permeabilidade capilar e resultando em perda de líquido, proteína, células e outros constituintes séricos . Quando vier um transudato como resposta da toracocentese, devemos tratar. Caso venha exsudato devemos continuar investigando, pois tem muito mais patologias que cursam com exsudato. Aspectos do Líquido Pleural: A análise do líquido pleuralpara diagnosticar a causa do derrame pleural. A análise inicia-se pela inspeção visual. Aspecto macroscópicos: ● Amarelo Citrino = inespecífico ○ ICC ○ Hepatopatia ○ Tuberculose ○ Neoplasia ○ Colagenoses ● Hemático (sangue) ○ Neoplasia ○ TEP ○ Trauma ○ Pos operatorio ● Quiloso = quilotórax ● Purulento = empiema Aspectos microscópicos: Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma ● Bioquímica ○ pH ○ Proteínas totais ○ DHL ○ Glicose ○ ADA ○ Amilase ○ Triglicerídeos ● Citologia: ○ Leucometria ○ Citologia oncótica (C- 90% para células neoplásicas) ○ Células leveduriformes ● Microbiologia: ○ Bacterioscopia ○ Cultura geral ○ Baciloscopia ○ Micológico direto ○ Cultura para BAAR e fungos Leucometria; Se tivermos um processo agudo, teremos uma predominância de neutrófilos , principalmente em processos de derrame parapneumônico / colagenoses / TB fase aguda/ pós-manipulação. Se tivermos um processo crônico, teremos a predominância de linfócitos, principalmente em processo de tuberculose / neoplasias / colagenoses. Caso seja um pós-hemotorax, tentemos a predominância de eosinófilo, em processos de TEP (não é todo TEP). Muito raro acontecer. ADA (Adenosina Deaminase) É a conversão em inosina em linfócitos ativados. Ocorre principalmente em processos de aumento da TB / empiema e linfomas. Devemos considerar a idade, perfil citológico e quadro clínico. Ponto de corte > 35. Sensibilidade 82 - 100% para diagnóstico de TB. E especificidade de 89 a 100% → Diagnóstico diferencial: Empiema: Conceito: é a presença de pus no espaço pleural. Ou quando temos presença de exsudato neutrofílico. Ou quando temos uma bacterioscopia ou cultura +. ADA > 40. Tem indicação de drenagem pleural. Outras Causas: ● Tromboembolia pulmonar ● Pós-operatório cirurgia cardíaca ● Doenças gastrointestinais (pancreatite / abscesso) ● Colagenoses ● Drogas ● Hemotórax ● Quilotórax → Tratamento: O derrame em si geralmente não requer tratamento se ele é assintomático porque muitos derrames são reabsorvidos de modo espontâneo quando a doença subjacente é tratada, em especial derrames Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma decorrentes de pneumonias sem complicações, embolia pulmonar ou cirurgia. Geralmente, a dor pleurítica pode ser tratada com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou outros analgésicos orais. Às vezes, é necessário um curto período de opióides orais. Não Invasivo: ● Específico ● Sintomáticos ● Nutrição ● Oxigenoterapia ● Fisioterapia Invasivo: ● Toracocentese ● Drenagem ● Pleurodese ● Toracoscopia ● Decorticação ● Pleurostomia Antibióticos: ● Todos → direcionados perfil local / padrões de resistência ● Macrolídeos não indicados de rotina ● Penicilinas (+inib B-lact), cefalosporinas e metronidazol → tem boa penetração pleural ● Aminoglicosídeos devem ser evitados ● Com cultura negativa devemos cobrir comuns e anaeróbicos ● Empírico (nosocomial) → MSRA e bactérias anaeróbicas ● Melhora SEPSE → ATB IV para VO ● ATB prolongada pode ser necessária ○ Ambulatorial pós alta → Derrame Parapneumônico: Devido a uma infecção presente. Ex: pneumonia. Fases fisiopatologicas: 1. Fase Inicial = exsudativas ( é presença de água + proteína); que evolui para 2. Fase fibrinopurulenta = empiema (é o pus, logo bactérias); que evolui para 3. Fase de organização = fibroblastos (teremos a formação de uma carapaça de fibrinogênio) Bacteriologia do Líquido Pleural: Adquiridos na comunidade: ● Streptococcus spp ( 52%) ● Staphylococcus aureus (11%) ● Aeróbios gram negativos (9%) ● Anaeróbios (20%) Intra-hospitalares: ● Staphylococcus ● Aeróbios gram negativos (17%) ● Anaeróbios (8%) Critérios de Drenagem em Infecção Pleural: ● Líquido purulento / organismos (Gram e / ou cultura) ● pH Lpl < 7,2 ● Evolução clínica desfavorável ● Glicose < 40 / DHL > 1000 ● Coleção septada → tem que ter uma abordagem precoce Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica / Cirurgia do Trauma → DP Neoplásico: Primário Principal neoplasia primária - Mesotelioma É raro; Secundário: Neoplasias: ● Pulmão ● Mama ● Ovário ● Linfoproliferações São mais frequentes. Tratamento da DP Neoplásica: Depende de qual é a neoplasia, e qual a linha de quimioterapia; Se é sintomático ou não; Se é recidivante ou não. Qual é a performance status; E se após punção, o pulmão expande. Tratamento de escolha para DP neoplásico é a pleurodese . Mas há pacientes que necessitam de tratamentos mais avançados como pleurectomia, toracostomia com drenagem fechada,... A indicação para pleurodese é um DP maligno recidivante, sintomático em paciente com pulmão expansível e com Karnofsky > 70. E malignidade pleural diagnosticada durante VATS → Quilotórax: O derrame quiloso (quilotórax) é o derrame branco e leitoso, rico em triglicerídios , causado por lesão traumática ou neoplásica (linfomatosa, com maior frequência) ao ducto torácico.
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