Buscar

Cultura Folclórica nos Jogos Tradicionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

59
5ºAula
Arte, Educação e Movimento: 
a Cultura Folclórica nos Jogos 
Tradicionais e a Socialização
Muitos de nós nos lembramos dos jogos e 
brincadeiras dos quais participávamos na infância, 
não é mesmo? Amarelinha, Roda, Esconde-
esconde... Provocam-nos, sem dúvida, sentimentos 
saudosistas, talvez pela ingenuidade e certa 
autonomia que as caracterizam. Autonomia no 
sentido de não exigirem condições especiais, de 
adaptarem-se às diferentes espaços e circunstâncias 
e, principalmente, por promover a socialização e 
o espírito de grupo, pois, pode-se dizer, acolhe os 
participantes, independente de quantos sejam. 
Atualmente, as opções de brinquedos 
acompanham os avanços tecnológicos e, de certa 
forma, individualizam as atividades de lazer, ou as 
limita a espaços específicos e a números reduzidos de 
participantes. Daí a importância de procurarmos, na 
escola, revitalizar os jogos e brincadeiras tradicionais, 
de permitirmos às crianças esta alternativa de lazer 
e, assim, estimularmos a socialização e as atividades 
em grupo. 
Possibilitar que as crianças percebam seus 
limites em relação ao outro é tarefa do professor, 
não é? É do que tratamos nesta aula, do significado 
da cultura folclórica e dos jogos tradicionais no 
desenvolvimento da criança em idade escolar e a 
imperiosa necessidade desta compreensão pelos 
professores.
Vamos, então, verificar como estão organizados, 
aqui, os conteúdos, certo?
Boa aula!
275
Arte-Educação e Movimento
60
Objetivos de aprendizagem
1 - O Movimento, a Arte e a Educação
2 - Os Jogos Tradicionais/Folclóricos
3 - O Jogo e sua Função Pedagógica 
4 - O Fazer Artístico: Arte, Brincadeiras e o 
Movimento Corporal
5 - As Atividades Lúdicas e a Arte
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• conhecer as principais teorias que tratam do 
desenvolvimento da aprendizagem, do jogo, da 
arte, da recreação e do prazer, para que se construa 
uma formação teórica que fundamente a prática 
pedagógica corporal;
• refletir acerca da aprendizagem das/nas 
diferentes linguagens corporais e/ou artísticas 
como dança, jogos, brincadeiras, experiências 
lúdicas e atividades artísticas para que se construa 
pela vivência da experimentação uma formação 
pela via corporal;
• identificar situações de aprendizagem da 
cultura corporal em movimento, favorecendo a 
análise de relação entre as práticas da cultura corporal 
e o desenvolvimento pessoal do ser humano.
Seções de estudo
1 O Movimento, a Arte e a 
 Educação
As crianças que estão nos anos iniciais do 
ensino fundamental são, com raríssimas exceções, 
dotadas de muita alegria, agilidade e, principalmente, 
ansiosas por novos saberes. Nesta fase, ela usa o 
seu corpo como instrumento de comunicação, 
é o movimento a favor do diálogo corporal visto 
como uma forma de linguagem, é a comunicação 
não verbal, o gesto e o movimento tomam conta do 
corpo que precisa se expressar. 
O uso do corpo/movimento é uma forma de 
expressão social, a transmissão e o entendimento 
da mensagem transmitida através do movimento 
corporal é uma questão de natureza cultural que 
indica contextos sociais, a criança percebe uma 
nova realidade e estabelece suas regras. 
O professor precisa estar atento ao espaço físico 
no qual vai atuar, o ambiente onde as crianças irão 
desenvolver as atividades, jogos e brincadeiras deve 
ser um lugar agradável, atraente, colorido e que torne 
possível à criança organizar e reorganizá-lo a cada 
aula. Toda a atividade lúdica expressada através do 
corpo contribui para a aquisição do conhecimento, 
auxilia no processo de aprendizagem. É mais fácil 
a criança compreender novos conceitos, teorias 
e palavras através do corpo em atividade, do que 
sentada em frente ao quadro negro. A ação docente 
é fundamental para dar à criança condições de 
conhecer e descobrir novos significados, sentimentos 
e valores sobre o espaço a qual pertence. 
Sabe-se que cada criança é um ser único com 
características próprias e individuais. Em uma 
mesma sala de aula temos inúmeros sujeitos, por isso 
é preciso trabalhar o processo de conhecimento em 
cada um de maneira individualizada. De acordo com 
Mattos e Neira (2006, p. 50-51),
Ao apontar a importância da 
desequilibração e da interação com o meio 
na sua relação com o professor na ação 
(dobrando as atividades, proporcionando 
novos e diferentes interações durante 
as atividades, reorganizando grupos, 
lançando questionamentos) que 
proporcionará a estruturação de novos 
conhecimentos, isto é, a ascensão a níveis 
mais elevados de saberes empregadas para 
solução dos problemas apresentados.
Freire (2002) denomina a educação através 
do movimento como Educação corporal e afirma 
que ela é de grande importância e imprescindível 
ao desenvolvimento da inteligência corporal na 
educação da criança por ser fundamental no 
processo de adaptação dos seres humanos ao seu 
meio ambiente.
O autor ainda relacionava movimento 
e educação de três maneiras: a educação do 
movimento; a educação pelo movimento e a 
educação para o movimento. 
1º) educação do movimento – é quando o 
enfoque está diretamente ligado ao desenvolvimento 
de habilidades motoras;
2º) educação pelo movimento – envolve os 
movimentos corporais de maneira ampla e dinâmica, 
produzido num certo nível, devendo servir de base 
para outras aquisições mais elaboradas como as 
intelectuais e sociais;
276
61
3º) educação para o movimento – é a que ocorre 
com mais freqüência e o enfoque está nas habilidades 
motoras perdendo sua identidade como componente 
de uma educação humanista. 
Para Freire (2002), a educação motora não 
é apenas educação do ou pelo movimento, mas, 
educação do corpo inteiro.
Ao professor cabe a missão de considerar as 
características dos alunos em todas as suas dimensões, 
cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de relação 
interpessoal e de inserção social, independente de 
qual seja o conteúdo a ser trabalhado. Em toda e 
qualquer atividade preparada pelo professor tais como 
a brincadeira, um jogo recreativo ou até mesmo uma 
dança ou teatro, as estratégias e ou regras devem ser bem 
discutidas para que o sujeito saiba apreciá-las e recriá-las, 
e não apenas aprender as técnicas de execução.
 Podemos dizer que é através da educação 
movimento que o aluno aprende a conhecer as 
diferentes manifestações da cultura do movimento 
como, por exemplo, a dança, o jogo e a ginástica.
Nos anos iniciais do ensino fundamental 
a dança trabalha o aspecto do movimento/
cognição tendo a ação corporal como mediador 
na alfabetização entre a intenção de escrever ou 
desenhar e a escrita e o desenho. 
A comunicação entre as pessoas acontece através 
de múltiplos canais e o comportamento gestual e o 
movimento é um meio. Convém deixar claro que a 
comunicação não verbal ou a comunicação através 
dos movimentos é de cunho social e são culturalmente 
diferenciados tal qual a linguagem articulada.
O educador precisa saber unir com eficiência 
o uso do corpo aos outros processos de ensino e 
aprendizagem, precisa conhecer seus alunos, o seu 
desenvolvimento e, principalmente, respeitá-los 
enquanto sujeitos em processo de desenvolvimento. 
Podemos perceber até o momento que o 
movimento corporal e a alfabetização artística/
estética devem se fazer presente nas ações 
educativas dos conteúdos de anos iniciais do 
Ensino Fundamental. Atividades lúdicas propiciam 
o desenvolvimento da percepção da imaginação 
criativa e dos sentimentos.
É necessário reafirmar que a comunicação 
através do corpo/movimento/gesto, ou mesmo a 
comunicação verbal, a transmissão e a recepção de 
sua mensagem, o entendimento e sua decodificação 
entre as pessoas é uma questão essencialmente de 
natureza cultural. Insere-se aí, a natureza do folclore, 
que requer que, antes, seja definido, para assim 
podermos entendê-lo, desde a sua origem.
De acordo com Guimarães (2002), o criador da 
palavra folklore foi o inglês William John Thomas, que 
no ano de 1846, endereçou uma cartaà revista The 
Atheneum, de Londres, solicitando apoio para realizar 
pesquisas do que pela primeira vez denominou 
folklore, em português folclore. Etimologicamente, em 
relação ao modo como é formada, a palavra folclore 
é constituída por dois vocábulos: folk significando 
“povo” e “lore” significando “conhecimento”. Não 
qualquer conhecimento, mas aquele vindo do povo. 
Daí a assimilação que o define, grosso modo, como 
cultura popular. E qual a sua relação com os jogos 
tradicionais? Vamos ver.
Ao estudarmos o significado dos termos, jogo, 
brinquedo e brincadeira, percebemos que eles estão 
relacionados entre si. O jogo está mais ligado à ideia 
de disputa e obedece a um sistema de regra, já a 
brincadeira constitui-se uma ação e o brinquedo, 
normalmente, apresenta-se como objeto. É com 
referência nessas conceituações que vamos estudar 
os jogos tradicionais.
Tudo bem até aqui???
Então vamos em
frente!
A prática artística deve ser vivenciada pela criança como 
atividade lúdica em que um facilita a compreensão do 
outro, além de estabelecer o vínculo com diversas formas 
de linguagem.
Vamos ver a seguir o que signi ca folclore e como os traços 
da cultura folclórica chegam até nós!!!
2 Os Jogos Tradicionais/Folclóricos
Acredito que tenham percebido desde o início 
de nossos estudos o valor do lúdico na aprendizagem, 
porém, vamos atentar também para a importância 
de se trabalhar o imaginário, criativo e simbólico 
do brincar. Sabemos que o desaparecimento parcial 
deste tipo de atividade nas escolas, como já vimos 
anteriormente, é fator preocupante.
277
Arte-Educação e Movimento
62
Durante todo o desenvolvimento do ser humano, 
esteja ele só ou em companhia de outras pessoas, ele 
está constantemente exercitando a sua capacidade de 
expressão, seja ela corporal, vocal ou gestual, mas, 
com certeza, de uma forma ou de outra, o homem 
está sempre se comunicando. Essa comunicação, na 
convivência do dia a dia em sociedade, exige uma 
adaptação que presume a construção de regras e 
padrões pré-estabelecidos e aceitos por todos. 
Entendendo as regras para se viver em sociedade, 
torna-se mais fácil perceber a importância dos jogos, 
brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento 
físico, motor e emocional. Estas atividades, se bem 
trabalhadas dentro das escolas, podem servir como 
uma espécie de oficina/laboratório que possibilita à 
criança aprender as regras e conceitos da sociedade na 
qual está inserida, e a praticar, de maneira lúdica, ações 
que normalmente não seriam por ela valorizadas. 
Pesquisas atuais mostram a importância dos 
jogos tradicionais na educação e socialização 
da criança, pois brincando e jogando a 
criança estabelece vínculos sociais, ajusta-
se ao grupo e aceita a participação de 
outras crianças com os mesmos direitos 
(BERNARDES, 2006, p. 543).
Mas, é um equívoco pensar que o jogo, a 
brincadeira e o brinquedo são atividades praticadas, 
exclusivamente, pelas crianças. Também os adultos, 
em qualquer que seja a faixa etária que se encontrem, 
utilizam-se de formas lúdicas em momentos diversos 
de suas vidas. Este é um fato que acompanha a história 
do homem desde sempre. No estudo de Bernardes 
(2006, p. 543), encontramos a informação de que: 
[...] os jogos tradicionais infantis fazem 
parte da cultura popular, expressam a 
produção espiritual de um povo em 
uma determinada época histórica, são 
transmitidos pela oralidade e sempre 
estão em transformação, incorporando 
as criações anônimas de geração para 
geração. Ligados ao folclore, possuem 
as características de anonimato, 
tradicionalidade, transmissão oral, 
conservação e mudança. As brincadeiras 
tradicionais possuem, enquanto 
manifestações da cultura popular, a 
função de perpetuar a cultura infantil e 
desenvolver a convivência social.
Amado (2002, p. 11) demonstra que o universo 
lúdico foi e continua sendo “uma introdução ao 
mundo... nunca uma lição... mas uma descoberta. 
[...] um universo de magia, mistério e liberdade sem 
limites” (apud BERNARDES, 2006, p.543).
Esses jogos ou brincadeiras 
eram normalmente praticados 
em espaços como nas ruas ou 
quintais de uma determinada 
comunidade. Na sociedade 
contemporânea, grande parte 
dos jogos tradicionais infantis 
- ciranda cirandinha, cabra-
cega, queimada, jogo de pião, 
pedrinhas, amarelinha, entre 
outros - que encantam e 
fazem parte do cotidiano de 
várias gerações de crianças, 
estão desaparecendo devido 
à influência da televisão, 
dos jogos eletrônicos e das 
transformações do ambiente 
urbano, ou seja, as ruas e as calçadas deixaram de ser 
os espaços para a criança brincar.
Falar na utilização educacional dos jogos 
faz tanto sentido quanto querer revivê-los, pois 
representa, no trabalho docente com as crianças, 
um instrumento metodológico prático. Segundo 
Santos (2002), os jogos e brinquedos antigos são 
considerados importantíssimos na preservação da 
cultura, mas, este tipo de jogo utilizado, atualmente, 
como ferramenta pedagógica para a construção do 
conhecimento, tende a ressurgir na educação, não 
como simples elemento de resgate cultural, mas de 
forma ressignificada, pela ênfase dada ao brincar no 
momento atual. 
Podemos dizer que os jogos e brincadeiras são 
manifestações de criação regional ou nacional, e o 
Figura5.1 Jogo de cabra cega. Orlando Teruz, 1930
Fonte: (BERNARDES, 2006, p. 545)
Figura 5.2 Riscado que 
se faz no chão para o 
jogo de amarelinha.
Fonte: <http://educacao.
uol.com.br/folclore/
ult1687u12.jhtm>.
278
63
surgimento de muitos destes jogos ou brincadeiras 
infantis estão vinculados à apropriação pelas crianças 
e a reprodução a seu modo. Normalmente, a origem 
dos jogos é desconhecida, seus criadores são, na 
maioria das vezes, anônimos. Enfim, são práticas 
populares que provém do cotidiano lúdico dos povos 
e a transmissão e a continuidade dessas práticas entre 
as gerações explicam a sua expressão e a sua força, a 
qual lhes confere o caráter de universalidade. 
A transmissão feita oralmente nos leva a 
entender que não se transmite por um ensino, mas 
pelos sentidos. Os jogos, as brincadeiras, a arte e o 
artesanato não são ensinados, mas aprendidos pela 
observação, vendo outros fazerem para, depois, 
serem feitos por sua conta, o que dá uma grande 
homogeneidade à arte folclórica, criada sempre 
através de forma que representam experiências e 
imitação coletivas. 
Sabemos que os jogos e as brincadeiras são 
atividades fundamentais na vida das crianças, e este já é 
um belo motivo para que este enfoque seja o principal, 
enquanto meio para se atingir os objetivos de ensino e 
aprendizagem, nos programas de ensino para a educação 
infantil e os anos iniciais do ensino fundamental. 
Portanto, cabe ao professor pensar em atividades 
lúdicas para serem utilizadas em sua sala de aula, por 
exemplo, os jogos tradicionais, que se constituem em 
atividades que dão prazer à criança e, para o professor, 
se configuram como um recurso metodológico 
que permite diagnosticar necessidades e interesses 
de diferentes grupos. E mais, podem também 
contribuir para o desenvolvimento da inteligência e 
de aprendizagens especificas, não é? 
As crianças são mestres em brincar e, como já 
dissemos, na realização das atividades lúdicas elas 
desenvolvem e ampliam seus aspectos cognitivos, 
afetivos e motores. Dessa maneira, o jogo, o brinquedo 
e a brincadeira são importantes recursos para o 
desenvolvimento do ser humano, considerando que 
as experiências e as ações lúdicas são fundamentais 
para a autoconstrução da infância. 
A criança, ao brincar, corre, salta, arremessa, imita, 
faz de conta de forma prazerosa e com alegria, isso faz 
com que ela vivencie várias funções intelectuais como 
o cálculo, a posição, a velocidade e o equilíbrio, bem 
como normas de cooperação social, determinadas 
pelas regras do jogo, além, é claro, de desenvolverem 
movimentos corporais amplos e finos. 
Os jogos de faz de conta e os brinquedos 
didáticos ou esportivos levam a criança a vivenciarinúmeras funções intelectuais. Dessa forma,
 [...] por meio do jogo acriança pode 
aprender uma grande quantidade de 
coisas, tanto na escola como fora dela, 
e o jogo não deve ser tratado como 
uma atividade supér ua, nem deve ser 
estabelecida uma posição entre trabalho 
escolar sério e jogo. Já que o jogo 
desempenha um papel tão necessário 
no desenvolvimento, a educação deve 
aproveitá-lo e tirar o máximo de vantagem 
do mesmo. A criança deve sentir que está 
jogando na escola e que através desse jogo 
poderá aprender uma grande quantidade 
de coisas. O jogo não pode ser relegado 
aos momentos extra-escolares ou à hora 
do recreio, mas deve ser incorporado 
às atividades de sala de aula (DELVAL, 
1998, p. 94).
Muitos professores dizem acreditar na importância 
de se resgatar e ressignificar os jogos e as brincadeiras 
folclóricas nas ações educativas, mas, pouco tem feito 
para que isto aconteça. Podemos dizer que os jogos 
e as brincadeiras folclóricas estão ameaçados de 
desaparecer, e a busca pelo resgate dos brinquedos, 
jogos e brincadeiras está em nossas mãos.
Acredita-se que o ato de brincar precisa ser visto 
como coisa séria pelos educadores, já que o ato de 
brincar significa construir ideias e fortalecer o ensino 
e aprendizagem.
Acredito que vocês tenham percebido a importância 
de trabalhar em nossas salas de aula com jogos, e 
brincadeiras folclóricas. 
3 O Jogo e sua Função Pedagógica
Na contemporaneidade, vivemos de forma 
competitiva, o que impõe que a formação 
humana deva privilegiar habilidades, tais como, a 
criatividade e o senso crítico. Nas atividades lúdicas, 
a dificuldade, o esforço e o desafio devem fazer 
parte desta formação. Nessa perspectiva, o jogo 
pode possibilitar que a criança aprenda através de 
regras, de questionamentos, de competitividade e 
de cooperação, e cabe ao professor acompanhar e 
direcionar as atividades previstas no planejamento 
das suas ações docentes e formatá-las de acordo 
com este processo/ação. 
A criança, ao ingressar na escola, traz consigo 
uma bagagem cultural, que carregam, entre os 
muitos elementos, os jogos e as brincadeiras. Cabe, 
279
Arte-Educação e Movimento
64
então, ao professor, conduzi-la de forma que seus 
saberes sejam compartilhados com os quais viven-
cia o cotidiano escolar. O ato de dividir/ensinar 
dá ao sujeito autoconfiança e, acima de tudo, faz 
com que aprenda a dividir e a escutar. Percebe-
mos, ao iniciarmos as atividades escolares com 
as crianças, que durante a realização de jogos e 
brincadeiras, todas elas conhecem pelo menos 
uma brincadeira ou um jogo. Isso leva-nos a crer 
que estes jogos e brincadeiras devem ser compar-
tilhados com os novos colegas, lembrando que a 
criança, ao trazer algo do seu cotidiano que des-
perte o interesse de outros, sente-se valorizada. 
É papel da escola, a partir das experiências 
vividas pelos alunos, trabalhar o repertório 
cultural, como também garantir o acesso a 
experiências que possivelmente não teriam fora 
da escola. O jogo e a brincadeira são ferramentas 
que visam levar a criança desde muito cedo 
a refletir e a descobrir como foi o passado e 
prepará-las para os desafios do futuro. 
Dessa forma, a escola e o professor ao inserir 
o jogo no processo de ensino-aprendizagem da 
criança estarão simultaneamente trabalhando 
o diálogo corporal porque, enquanto brinca, a 
criança experimenta e vivencia novas experiências, 
as quais contribuem para a formação e construção 
do eu, do outro, do coletivo. 
Para que o jogo possa verdadeiramente 
desempenhar uma função educativa é necessário 
que ele esteja relacionado com a aprendizagem, 
construção e estimulação de novos 
conhecimentos pela criança, e que desempenhe 
da mesma forma seu caráter lúdico. Brincar para 
a criança é uma atividade prazerosa e é uma das 
características da atividade humana, está presente 
em todo o percurso da vida, independentemente 
da época, meio social ou cultural. Todos, um dia, 
já brincaram e, com certeza, não esqueceram.
O mundo contemporâneo privilegia, como já 
mencionamos no início deste tópico, a formação 
dos indivíduos e o desenvolvimento de habilidade 
como a criatividade, a iniciativa e o senso crítico. A 
função pedagógica educativa, a partir do lúdico como 
processo de aprendizagem, é uma das propostas 
da escola atual. Através dos jogos e brincadeiras a 
criança, pensa, cria, simboliza e aprende. 
Função importante, não acham? Mas não 
para por aí: as brincadeiras tem relação, também, 
com o fazer artístico, com outras formas 
de representação e expressão, que é do que 
trataremos na próxima seção. 
Vamos nesta seção conhecer as brincadeiras 
através das teorias sobre o brincar. Conheceremos, 
também, alguns artistas brasileiros que trabalhavam 
com temáticas infantis como Portinari, Milton Dacosta, 
Tarsila do Amaral e tantos outros que também 
manifestaram em seus trabalhos esta temática.
A obra de Portinari retrata o valor e a importância 
do brincar para as crianças. Muitos artistas ao 
redor do mundo representaram e apresentaram ao 
público obras de arte retratando a maneira e como 
acontece este brincar. Como estamos falando do 
fazer artístico na educação, ou mais especificamente 
na educação lúdica, podemos dizer que esta pode 
ser um veiculo bastante eficiente para se estimular a 
consciência cultural do sujeito.
Tudo bem até aqui? Vamos em frente...
4 - O Fazer Artístico: Arte, Brincadeiras
 e o Movimento Corporal
Figura 5.3 Crianças Brincando. 
Cândido Portinari 
Fonte: <http://goo.gl/jRkKAb>.
Figura 5.4 Milton Dacosta. Roda,1942. Óleo sobre 
tela. Coleção Gilberto Chateaubriand MAM-RJ
Fonte: <http://goo.gl/EmBoUo>.
280
65
Figura 5.5 O Morro da favela - Tarsila do Amaral
Fonte: <http://goo.gl/22TYAX>.
Atualmente, observamos que no Ensino 
Fundamental, como já dito anteriormente, 
a alfabetização lúdica e estética, o aprender 
brincando, são estratégias pouco utilizadas para o 
desenvolvimento da aprendizagem da criança nessa 
fase, circunstância que despertou inquietações em 
estudiosos da área. Brincar é ação inerente à natureza 
da criança, e até de alguns adultos, não é? Por que 
não? Vejamos, então, um pouco do que dizem alguns 
destes estudiosos sobre o brincar:
 Huizinga – Para este autor, “[...] as crianças e 
os animais brincam porque gostam de brincar, e é 
precisamente em tal fato que reside a sua liberdade” 
(apud MALUF, 2003, p. 17-18). 
Winnicott – Winnicott “[...] coloca o brincar 
como uma área intermediária de experimentação 
para a qual contribuem a realidade interna e externa” 
(apud MALUF, 2003, p. 17-18).
Setúbal – “O brincar para Setúbal, pode ser 
identificado em dois momentos: primeiro, nas 
brincadeiras tradicionais, quando o individuo se 
insere na memória coletiva e, segundo, na história 
da própria vida do individuo, momento em que 
recorre as suas experiências no brincar” (apud 
MALUF, 2003, p. 17-18. Grifos nossos).
Benjamin – afirma que a repetição é a lei 
fundamental na brincadeira, pois a criança quer 
vivenciar novamente experiências, ouvindo várias 
vezes a mesma história, o que lhe dá um grande prazer.
Entende-se, então, que a criança, ao brincar, cria 
uma situação imaginária a qual ela pode recriar de 
várias e diferentes maneiras. As possibilidades são 
infinitas para o imaginário infantil. E, nesse sentido, 
as brincadeiras assumem um papel fundamental em 
seu desenvolvimento como um todo, tendo em vista 
que a criança reproduz aquilo que já viu outra pessoa 
fazendo. Na relação com o ensino da arte, observa 
Santos (2006, p. 31) que,
O estímulo aos jogos e às brincadeiras pode 
acontecer com ou sem o brinquedo (objeto). Inúmeras 
são as possibilidades de fazer do aprendizado um 
momento de brincadeira ou de disputa saudável, 
pelos jogos. É, certamente, uma maneira de manter 
a criança ativa e participante, pois a criança que 
brinca vive uma infância feliz e se torna um adulto 
muito mais equilibrado física e emocionalmente. É 
pertinente, aqui, uma fala de Kishimoto (1993, p.7), 
que infere que,
Do ponto de vista histórico, a análise do 
jogo é feita a partir da imagem da criança 
presente no cotidiano de uma determinada 
época. O lugar que uma criança ocupa 
num contexto social especí co, a 
educação a que está submetida e o 
conjunto de relações sociais que mantém 
com personagens do seu mundo, tudo isto 
permite compreender melhor o cotidiano 
infantil – é nesse cotidiano que se forma a 
imagem da criança e do seu brincar.
A experimentação, a criação, a atividade 
lúdica e a imaginativa que sempre estão 
presentes nas brincadeiras, no brinquedo 
e no jogo são também os elementos 
básicos das aulas de arte. Assim, o jogo 
e o brinquedo nos programas de artes 
são importantes. O ato de brincar da 
criança é dotado de ritmo e harmonia e 
estes elementos pertencem à percepção 
estética. Não é difícil, então, compreender 
os laços teóricos e práticos que unem jogo 
e beleza e, portanto, jogo e arte.
Centra-se aí a necessidade de os professores 
apreenderem a importância do brincar, inserindo esta 
estratégia didática na sua prática, elaborando atividades 
para serem propostas, para além da área de arte, em 
qualquer que seja a área de conhecimento, promovendo, 
assim, uma educação prazerosa e significativa.
Você acha que estudar é importante, certo? Pois 
bem, brincar é tão importante quanto! É através 
da brincadeira, ou brincando, que conseguimos 
encontrar respostas para várias indagações, sem 
desprender grandes esforços, bem como sanar 
dificuldades de aprendizagem e de interação com o 
grupo. Além do que, “[...] desenvolve os músculos, 
a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e 
o mais importante, deixa qualquer criança feliz” 
(MALUF, 2003, p. 19).
Vocês percebem a importância do brincar na aprendizagem 
da criança?
281
Arte-Educação e Movimento
66
Parece-nos que o brincar foi sempre a atividade 
principal da criança. As crianças sempre brincaram, 
desde épocas mais remotas da humanidade. As 
brincadeiras se perpetuam e se renovam a cada nova 
geração. Por exemplo, a brincadeira de amarelinha, 
que já passou por várias gerações e ainda hoje é 
brincada em algumas escolas e parques, mesmo que 
com variações em suas regras, ou modificações em 
sua forma e estratégia, próprias das diferenças entre 
uma e outra cultura. 
A brincadeira infantil tem, ainda, alterações 
circunstanciais em sua dinâmica, que dependem 
de fatores como, quando a criança brinca (o 
tempo); onde ela brinca (o espaço); com quem 
ela brinca (os parceiros); os objetos com os quais 
ela brinca (boneca, carrinho, bola, acessórios para a 
construção, de plástico, madeira etc.), mas a essência 
da brincadeira raramente se altera. 
A criança pelo mundo afora continua a brincar 
de mamãe; de filhinha; de futebol; de montar 
castelos; de super-homem, enfim, dentro de cada 
faixa etária, o jogo de criança, em qualquer lugar do 
mundo, responde às mesmas características lúdicas.
Podemos dizer que, atualmente, o ato de brincar 
está praticamente ausente do trabalho pedagógico 
da maioria das escolas brasileiras, não havendo uma 
proposta que incorpore o lúdico como eixo do 
trabalho docente com a criança. Sobre isso, Maluf 
(2003, p. 28) se manifesta afirmando que:
É rara a escola que investe neste 
aprendizado. A escola simplesmente 
esqueceu a brincadeira. Na sala de aula ou 
ela é utilizada com um papel didático, ou é 
considerada uma perda de tempo. Até no 
recreio a criança convive com um monte 
de proibições. O mesmo ocorre com 
condomínios, clubes, etc. 
A autora, contudo, segue nas observações de 
modo mais otimista, afirmando que algumas escolas 
já estão valorizando o brincar, utilizando cada vez 
mais as brincadeiras, os jogos e os brinquedos na ação 
didática em sala de aula. Para a autora, os professores 
estão buscando informações, ainda que timidamente, 
a fim de enriquecer suas experiências e entender 
o brincar no intuito de utilizá-lo na construção do 
aprendizado da criança. Menos mal, não é? 
Concluímos que o professor deve organizar suas 
atividades, selecionando as mais significativas para as 
crianças com as quais trabalha para, posteriormente, 
criar condições para que possam ser realizadas. É 
interessante que estas atividades sejam trabalhadas 
tanto individualmente como em grupo. Cabe ao 
professor, em sala de aula, ou fora dela, estabelecer 
metodologias e condições para desenvolver e 
facilitar a realização das atividades lúdicas propostas 
(MALUF, 2003).
Contudo, trabalhar com brincadeiras exige 
muita seriedade. Ao professor, cabe mesclar prazer e 
seriedade nas brincadeiras, para ampliar e despertar 
na criança a vontade de conhecer mais sobre a 
atividade da qual está participando para, dessa 
forma, estabelecer relações com o outro de maneira 
prazerosa, minimizando possíveis conflitos.
Se a criança, ao brincar, age de acordo com a 
situação na qual está envolvida, ela também cria e 
recria situações imaginárias ligadas a um fato já 
acontecido ou, simplesmente, simboliza ou imita um 
comportamento de alguém no seu dia a dia. Através 
da abordagem lúdica, é possível ao professor fazer 
com que esse brincar se transforme em realidade para 
o mundo maravilhoso da imaginação das crianças, 
o que confirma, mais uma vez, a importância da 
ludicidade na ação educativa. 
Trabalhar atividades lúdicas com as crianças 
em sala de aula é condição indispensável para a 
apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, 
pois possibilita o desenvolvimento da imaginação, 
percepção, da fantasia e dos sentimentos. Podemos 
dizer que o brincar nas aulas de Artes pode ser uma 
excelente maneira de a criança experimentar novas 
situações, ajudando-a a compreender e a assimilar 
com maior facilidade o mundo cultural e estético que 
a rodeia. 
A prática artística é vivenciada pela criança 
pequena como atividade lúdica, na qual o fazer 
artístico se identifica com o simples brincar, o 
imaginar com a experiência da linguagem ou da 
reapresentação. Portanto, o comportamento da 
criança em situações como esta é socialmente 
validado conforme sua concepção de vida em 
sociedade nesta determinada época. 
Na ação educativa, na arte, no desenvolvimento da criança, 
na construção/constituição do homem adulto... 
5 - As atividades Lúdicas e a Arte
282
67
É preciso que os professores se coloquem como participantes, 
acompanhando todo o processo da atividade escolar, mediando 
os conhecimentos através da brincadeira, do jogo e de outras 
atividades. O educador deve rever sempre a sua postura em 
relação ao lúdico e à arte, deve também, mostrar aos pais a 
importância de tais jogos e atividades para o desenvolvimento 
de inúmeras possibilidades de aprendizagem.
O jogo simbólico pressupõe a representação 
de um objeto ausente. Ele tem características 
fundamentais, como assimilação do real ao eu, sem 
quaisquer limites ou sanções. Tudo é possível no faz 
de conta. A brincadeira permite ao sujeito elaborar 
sua experiência vivida, fazendo parte do seu esforço 
de compreensão e adaptação ao mundo no qual esta 
inserida. A representação vivida pela criança, mais 
tarde, cede lugar à representação em pensamento, o 
qual caracteriza o universo do adulto. 
Entende-se que, para o educador, é importante 
compreender, entender e principalmente interessar-
se pelos jogos do passado. Para os currículos dos 
anos iniciais do ensino fundamental, seria proveitoso 
recuperar os jogos e brincadeiras da comunidade, 
através de conversas com pessoas mais velhas, como 
as bisavós, avós, pais, tios e tantas outras pessoas 
de sua comunidade. Podemos dizer que é buscar 
as brincadeiras espontâneas das crianças nas ruas, 
observando-as. Friedmann (1996) questiona: quem 
inventou o pião, a pipa, a bola de gude, o jogo de 
amarelinha, de damas, de dominó, as brincadeiras de 
roda, o esconde-esconde? Ela responde que foram as 
próprias crianças através dos séculos. É importante 
observá-las para que possamos aprender mais sobre 
as brincadeiras infantis e dessa forma fazê-las revivere retornar ao espaço educativo para que haja uma 
sensibilização em relação à aprendizagem da criança 
e principalmente de forma lúdica.
A falta de espaço e a insegurança das nossas ruas 
nos dias atuais também são fatores que modificaram 
muito das brincadeiras. Para Friedmann (1996), 
recuperar os jogos do passado, nossos, de nossos pais 
e avós, conhecê-los e trazê-los de volta é importante 
porque eles se constituem como um material muito 
importante para o conhecimento e a preservação da 
nossa cultura, do nosso folclore. Dizemos, como já 
vimos anteriormente, que eles se constituem em uma 
obra de criação coletiva e, são passados de forma 
verbal ou gestual de geração em geração, por isto, 
correm o risco de desaparecerem. Daí a importância 
de se registrar de forma organizada e séria e de forma 
escrita (antologias). Para Friedmann (1996, p. 50):
 Os jogos tradicionais infantis tem 
qualidades que podem satisfazer de bom 
grado às necessidades de desenvolvimento 
das crianças contemporâneas. Seu 
grande valor está em apresentarem ricas 
possibilidades para o estimulo de várias 
atividades nas crianças: físicas, motoras, 
sensoriais, sociais, afetivas, intelectuais, 
lingüísticas, etc. tratando de de ciências 
motoras (jogos com atividade motora); 
ou da excessiva intelectualização da maior 
parte das atividades típicas da escola (jogos 
que envolvem o corpo e os sentidos); 
ou ajudando a superar o isolamento das 
nossas crianças de hoje (jogos em grupo).
 
Compreendem-se de maneira clara a natureza 
dos jogos tradicionais, e que é possível revivê-los, 
como nos afirma a autora, transformando-os e 
adaptando-os às condições contemporâneas de 
espaço e materiais, sob a condição de preservar o seu 
real significado básico, assim como a propriedade 
de extrair deles várias atividades para as crianças. 
Alguns destes jogos permanecem até hoje, como por 
exemplo, a bolinha de gude, a corda, a amarelinha, as 
cirandas, mas, muitos outros, se perderam no tempo.
Jogos e brincadeiras além de serem atividades 
essencialmente lúdicas, assumem também grande 
importância no processo da aprendizagem infantil 
com a função de promover o desenvolvimento da 
criança. A brincadeira não pode ser de maneira alguma 
considerada uma atividade somente pedagógica em 
conjunto com outras atividades de natureza também 
pedagógica, como a leitura, a escrita e o desenho. 
Assim, um professor que não gosta de brincar, nunca 
irá observar seus alunos vivenciando práticas lúdicas, 
e também não reconhecerá o valor das brincadeiras 
na vida da criança. 
No espaço educativo, as atividades lúdicas como 
proposta metodológica possibilitam entender que a 
educação, não trabalha apenas com a racionalidade, 
e que, a emoção conduz a criança a um encontro 
consigo mesma, bem como propicia uma melhor 
adaptação da criança com seu entorno, e a de todos, 
que de alguma forma ou de outra, fazem parte de seu 
universo escolar, social e familiar. 
283
Arte-Educação e Movimento
68
1 - O Movimento, a Arte e a Educação 
As crianças que estão nos anos iniciais do 
ensino fundamental são, com raríssimas exceções, 
dotadas de muita alegria, agilidade e, principalmente, 
ansiosas por novos saberes. Nessa fase, ela usa o 
seu corpo como instrumento de comunicação, 
é o movimento a favor do diálogo corporal visto 
como uma forma de linguagem, é a comunicação 
não verbal, o gesto e o movimento tomam conta do 
corpo que precisa se expressar. 
2 - Os Jogos Tradicionais/Folclóricos 
A cultura popular possui jogos tradicionais 
infantis os quais são transmitidos de geração em 
geração, expressando desta maneira valores que 
não poderiam ser aprendidos de outra forma. Estes 
jogos ou brincadeiras são normalmente praticados 
em espaços como nas ruas ou quintais de uma 
determinada comunidade.
3 - O Jogo e sua Função Pedagógica 
Vivemos em um mundo contemporâneo e 
competitivo. A formação do ser humano deve 
privilegiar habilidades como a criatividade e o 
senso crítico. Nas atividades lúdicas, as dificuldades, 
o esforço e o desafio devem fazer parte desta 
formação, pois o jogo possibilita que a criança 
aprenda através das regras, questionamentos, 
competitividade, cooperação e cabe ao professor 
acompanhar e direcionar estas atividades a partir do 
planejamento das suas ações docentes, e formatá-
las como parte de todo este processo/ação. 
4 - O Fazer Artístico: Arte, Brincadeiras e o 
Movimento Corporal
 Observamos que no Ensino Fundamental a 
alfabetização lúdica e estética é pouco utilizada para 
o desenvolvimento da aprendizagem da criança 
nessa fase. Os estudos sobre a formação inicial e 
continuada do professor que atua nesta fase vêm 
sendo observada e estudada, existindo inúmeras 
pesquisas e teóricos que tratam do assunto.
5 – As Atividades Lúdicas e a Arte
Trabalhar atividades lúdicas com as crianças 
em sala de aula é condição indispensável para a 
apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, 
pois possibilita o desenvolvimento da imaginação, 
percepção, da fantasia e dos sentimentos. Podemos 
dizer que o brincar nas aulas de Artes pode ser uma 
excelente maneira de a criança experimentar novas 
situações, ajudando-a a compreender e a assimilar 
com maior facilidade o mundo cultural e estético 
que a rodeia. 
Retomando a aula
Para encerrarmos esta aula vamos recordar 
alguns aspectos:
Vale a pena
<www.crmariocovas.sp.gov.br>.
<www.portinari.org.br>.
<www.wikipedia.org>
<www.artenaescola.org.br.
<www.casadasartes.com.br>.
<www.itaucultural.org.br>.
Vale a pena acessar
Atividades - AULA 5
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos 
abordados em nossa aula, na Sala Virtual - Atividades, 
estão disponíveis os arquivos com as atividades (exercícios) 
referentes a esta aula. Após responder, envie por meio 
do Portfólio – ferramenta do ambiente de aprendizagem 
UNIGRAN Virtual.
OBS: Não esqueçam! Em caso de 
dúvidas, acessem as ferramentas 
“fórum” ou “quadro de avisos”. 
284

Continue navegando

Outros materiais